Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Escadaria do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, Lamego
Desde a Páscoa deste ano que a minha vida se tornou muito diferente. E desde o Retiro das Famílias de Caná ainda mais!
Apresento-vos algumas das principais mudanças na minha vida:
Rezo! Rezo! Rezo! Rezo!
Rezo também o Terço diariamente.
Vou, pelo menos, semanalmente à Missa.
Confesso-me, pelo menos, mensalmente.
A Fé começou a ser, apesar de muito lentamente, algo muito importante na nossa casa.
Alterei bastante a forma como me visto e a forma como falo e interajo com os outros.
Comecei a ser bastante selectiva acerca do que vejo na televisão, do tipo de livros que leio e do tipo de música que oiço.
Os meus interesses, como consequência, também mudaram drasticamente. Neste momento, todo o tempo livre que tenho é dedicado ao estudo da Palavra, ao serviço dos outros, ou a aprender a ser mulher, mãe e dona de casa.
E este passou a ser o grande lema da minha vida:
"Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Que a vossa bondade seja notada por todos. O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Apresentai a Deus todas as vossas necessidades através da oração e da súplica, em acção de graças.
Então a paz de Deus, que ultrapassa toda a compreensão, guardará em Jesus Cristo os vossos corações e os vossos pensamentos.
Finalmente, irmãos, ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é honroso, tudo o que é virtuoso, ou que de algum modo mereça louvor.
Praticai tudo o que aprendestes e recebestes como herança, o que ouvistes e observastes em mim. Então o Deus da paz estará convosco."
Aos 18 anos comecei a minha jornada de volta para Deus. Uma caminhada que demoraria cerca de 3 anos, até me encontrar de novo na mesma estrada que Jesus, em direcção a Deus.
Apesar de ter muito apoio da minha amiga de faculdade católica, durante muito tempo hesitei em voltar à Igreja. Porque, pensava eu, agora que tinha voltado a encontrar Deus, queria descobri-Lo e conhecê-Lo sozinha, sem que houvesse influências externas, que me pudessem enviesar.
Assim, comecei a ler sozinha a Bíblia, ao mesmo tempo que fui estudando por diversos sites na internet, por diversos livros que ia descobrindo, e até por documentários na televisão que às vezes encontrava. Gosto particularmente de blogs: por ficarmos a conhecer aos poucos uma pessoa que vive num mundo tão distante do nosso, pela partilha de pensamentos e experiências, pela intimidade que se cria, pela camaradagem continua, pelo entusiasmo partilhado.
Houve muitos blogs que me acompanharam nesta viagem. Blogs católicos, blogs evangélicos, blogs metodistas, blogs presbiterianos, blogs amishs, blogs de testemunhas de Jeová, blogs judeus.... Não pretendia escolhê-los, ia lendo aqueles que pareciam que mais me falavam ao coração naquele momento.
Precisei destes 3 anos para me voltar a conhecer, para me voltar a encontrar. Mais importante ainda, para desenvolver a minha relação com Deus. Estes anos foram, sem dúvida, essenciais à construção da minha vida religiosa e da minha vida com Deus. Esta construção teve que ser iniciada desde as suas fundações, porque o que restava do meu passado católico era muito pouco ou muito frágil. Considero-me como uma recém-convertida, como alguém que só recentemente teve a oportunidade de conhecer o Nosso Senhor.
Faz parte da minha personalidade demorar a tomar decisões, pois tenho a necessidade de ponderar muito bem antes de agir. Apesar disso, quando tomo uma decisão, não volto atrás. Assim, pouco tempo depois da Páscoa deste ano, quando acabei os exames finais do 3ºano da faculdade, tomei a decisão de voltar para a Igreja Católica. E confessei-me pela primeira vez em 7 anos. Estive com o sr. padre durante mais de uma hora!
E, pela primeira vez, tive a coragem de pronunciar alto todos os pecados que tinha cometido. Pela primeira vez, chamei-os a todos pelo seu devido nome, sem desculpas, sem eufemismos. Pela primeira vez, admiti a Deus todo o mal que tinha feito. Pela primeira vez, não tive vergonha, não me reprimi, não me julguei. Pela primeira vez, pedi verdadeiramente e com todo o meu coração perdão a Deus.
No final, senti-me carinhosamente perdoada.
No final, senti-me a ser aceite e recebida de novo.
No final, senti uma alegria eufórica.
No final, senti-me limpa e purificada.
No final, senti-me a ser renovada interiormente, a renascer para uma nova vida.
"Ora, Cristo morreu por todos, e assim, aqueles que vivem, já não vivem para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou. Se alguém está em Cristo, é nova criatura. As coisas antigas passaram; eis que uma realidade nova apareceu. Tudo isso vem de Deus,que nos reconciliou consigo por meio de Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação." 2 Coríntios 5:15, 17-18
Eu chamo-me Marisa, tenho 21 anos, sou católica e estudante de Medicina em Lisboa.
Gostava de vos contar um pouco da minha história:
Eu pertenço a uma família tipicamente portuguesa, os "católicos não-praticantes": aparecem na igreja nos baptizados, nos casamentos e nos funerais. E pronto! está óptimo, já chega!
Sou filha única, mas fomos sempre 5 cá em casa: eu, a mãe, o pai, a avó e o avô paternos. E sempre fomos muito felizes. Com 9 anos entrei para a catequese, por iniciativa própria. Tenho memórias muito felizes desse tempo. A minha primeira comunhão. A minha profissão de Fé. Penso que cheguei ao 7/8º volume.
Por volta dos meus 14 anos, a mãe teve cancro da mama. Foi uma situação muito complicada para a nossa família, com muitas incertezas, muitas dúvidas, e muitos medos. Simultaneamente, eu estava a passar por uma fase de adolescência muito difícil, com muita rebeldia e agressividade. Simultaneamente, comecei a namorar com um rapaz, contra a vontade da minha família. Simultaneamente, a doença psiquiátrica do meu pai agravou-se bastante. Simultaneamente, houve incertezas profissionais e económicas na família. Simultaneamente, o nosso mundo, então perfeito, parecia estar a desmoronar-se...
Nessa altura, uma vazio muito grande, um sombra muito negra, um autêntico deserto sem fim, criou-se no meu coração.
E eu revoltei-me contra Deus. Como era possível que Ele tivesse deixado acontecer algo assim à nossa família??!!
Afastei-me de Deus de todas as maneiras que encontrei. Destrui tudo o que tinha relacionado com Ele. Alterei radicalmente a forma como via o mundo. Fugi desesperadamente de tudo o que Lhe dizia respeito.
Oh, as heresias que cometi! Quis ser igual ao mundo: imitei as suas acções, os seus gostos, os seus interesses. Depois quis ser diferente dele, e envolvi-me em outras culturas, em seitas, em outras religiões. Envolvi-me na religião Wicca, estudei Budismo e Hinduísmo, fiz Yoga durante muito tempo.... Experimentei tudo, numa busca desenfreada de algo que preenchesse o vazio que sentia...
Entretanto, cheguei aos 18 anos. E a minha vida voltou a mudar.
Na semana em que fiz 18 anos, o meu então namorado terminou a relação que mantínhamos há 4 anos. Simultaneamente, perdi várias amizades. Simultaneamente, os avós adoeceram e foram hospitalizados. Simultaneamente, o pai teve a sua pior crise até hoje, tendo sido também hospitalizado. Simultaneamente, saí da minha tão amada escola secundária, onde estava há tantos anos e onde era tão feliz, e fui para a faculdade de medicina, tão difícil e trabalhosa, completamente sozinha. Simultaneamente, parecia que o meu mundo ia voltar a desabar...
Então, um dia lembrei-me. Do meu passado, de quem fui, como era a minha vida há tantos anos atrás, e o quanto era feliz. Nesse dia rezei muito a Deus, algo que durante tantos anos nunca fiz.
Então, todos voltaram do hospital para casa.
Então, compreendi que aquela relação estava destinada a não ter futuro.
Então, conheci uma rapariga fantástica na faculdade, católica muito devota. Que, com muita insistência e com muita alegria, ajudou-me a reencontrar Deus.
Então, ganhei coragem para pedir perdão a Deus. E Ele aceitou-me de volta. De braços abertos!
Então, ficou tudo bem :)
"Mas Deus demonstra o seu amor para conosco, porque Cristo morreu por nós, quando ainda éramos pecadores." Romanos 5:8