Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
No meio do nosso quintal temos uma pequena nespereira que, todos os anos, no início de cada Primavera, nos oferece os seus frutos docinhos e sumarentos.
Este ano, para nosso grande espanto, tivemos esta surpresa:
Por alguma razão que desconhecemos, as nêsperas apareceram assim - murchas, secas e escuras.... em vez do habitual tom alaranjado, reluzente e apetitoso.... que desilusão!
Além disso, a maior parte das nêsperas permaneceram pequenas e verdes ou então ficaram completamente escuras, e as poucas que restavam estavam a ser devoradas pelos passarinhos!!
A avó em particular andava bastante chateada com a situação, depois de ter cuidado com tanto carinho da sua árvore favorita.... Que havemos de fazer?
Ora, um dia, estávamos nós a discutir o assunto no quintal, quando olhamos para um quintal vizinho, abandonado há mais de 2 anos, e eis senão que - não pode ser possível! - reparamos na bela nespereira do vizinho, carregadinha de nêsperas grandes, todas bem laranjinhas e com tão bom aspecto!
Como é que uma árvore abandonada, sem ninguém para a regar ou cuidar, cresce assim tanto e fica carregada de frutos ... e a nossa, tão estimadinha, nos oferece tão poucos frutos e tão feinhos...? Oh, não é nada justo...
À típica maneira portuguesa, "assaltámos" o quintal vizinho abandonado e colhemos umas "perninhas" cheias de nêsperas. Olhem lá bem para elas:
Tão grandes! Tão bonitas! Com tão bom aspecto! Ah, que maravilha!
Alguém quer provar?
Ora imaginem a cena seguinte: eu, a avó e a mãe, as três confortavelmente sentadas na mesa da cozinha, preparadas para lanchar um autêntico banquete de nêsperas (já devem ter percebido que não gostamos nada de nêsperas, não é? ) quando, ao darmos cada uma a primeira dentada nas nêsperas do vizinho .....
Baaaaaaah! Iecaaaaa!
São tão ácidas!! Uii, são tão amargas!!
Oh, era por isso que não havia nenhum passarinho que lhes pegasse! ....
Oh, se estas tão assim, então as nossas...
Damos as primeiras dentadas nas nossas e quase que voltamos a ouvir o coro da vigília pascal a cantar o Aleluia!!
Ai que bom!!!! Tão docinhas!!! Ai que boas!!...
Mais tarde, ao pensar novamente neste episódio, apercebi-me de como esta cena se assemelha a tantas situações na nossa vida...
A galinha da vizinha parece sempre melhor que a minha, não é?
Pois, a galinha, as coisas lá de casa, as roupas, a profissão, o ordenado, a personalidade dos familiares ... enfim, a vida dos outros parece sempre, aos nossos olhos invejosos, melhor que a nossa vida, tão pequenina, tão "seca", tão escura, "com mau aspecto", aparentemente sempre a ser "picada pelos pássaros” à nossa volta ....
Mas as aparências iludem muito, não é verdade?
Às vezes, vemos esta situação acontecer no nosso dia a dia - julgamos imediatamente alguém pelo seu aspecto, por aquilo que parece, pelo seu exterior, por aquilo que ouvimos dizer ....
Às vezes, as pessoas que parecem mais bonitas por fora são depois, por dentro, bastante "amargas e ruins”, ....
E, às vezes, as pessoas mais "feias" e pouco atraentes por fora .... são na realidade as mais doces e belas, meigas e afectuosas ….
“Naquele tempo, Jesus disse: «Eu Te louvo, Pai, Senhor do Céu e da Terra,
porque escondestes estas coisas dos sábios e inteligentes, e as revelastes aos pequeninos».”
Mateus 11:25
Ah, grande Deus, que escondes estas coisas dos sábios ... e as ensinas aos pequeninos ...
Que eu seja sempre pequenina, Pai!
E que eu me maravilhe sempre com as pequenas lições que, com tanto carinho e ternura, me ensinas todos os dias…
Hoje não consigo ter palavras para vos expressar o que sinto ... assim, deixo-vos com uma das melhores canções da belíssima cantora norte-americana Danielle Rose - Crown of Thorns(Coroa de Espinhos).
3º Mistério Doloroso: A Coroação de Espinhos de Jesus
Custa-me a acreditar que estamos já no final da Quaresma .... e que amanhã entramos em pleno Tríduo Pascal! Esta Quaresma parece que passou a voar!...
Apesar de ter realizado um retiro quaresmal na primeira semana da quaresma (Missão País 2016) ... bem, digamos que parece que foi há imensoo tempo atrás!
Assim, comecei no fim-de-semana um retiro quaresmal ....virtual!
O quê, ainda vou a tempo de realizar um retiro quaresmal? Sim…
No site do Passo a Rezar, desenvolvido pelo Apostolado de Oração, podem encontrar aqui um verdadeiro Retiro Quaresmal, com o tema “Chamados a ser Santos”, inspirado na Carta de S. Paulo aos Romanos.
Este retiro pode ler lido, ou ouvido, em casa, no parque, numa pausa do trabalho ou em qualquer lugar onde estejam! Está dividido numa introdução + 7 sessões, de cerca de 10-15 min cada. Podem realizar o retiro num único dia ou podem reparti-lo por sessões: uma de manhã, enquanto tomam o pequeno-almoço ou na viagem para o trabalho; outra na hora de almoço ou ao voltarem para casa; e outra à noite, antes de irem para a cama; com o cuidado de darem sempre o tempo necessário para reflectirem bem e meditarem nas diversas perguntas que são lançadas em cada sessão.
Então, quem alinha??
A iniciativa do Passo a Rezar é magnífica, incrível e admirável! Aproveitem para pesquisarem no site outras formas de oração e podcasts* que esta plataforma imensamente abençoada nos oferece! O meu enorme e incomensurável obrigado a todas as pessoas envolvidas nesta belíssima forma de Evangelização. Rezarei pelo contínuo sucesso da vossa excelente iniciativa!
A todos vós, queridos leitores, desejo uma abençoada Semana Santa!
* - Podcast é o nome dado ao arquivo dum audio digital, normalmente em formato MP3, que é publicado através da internet.
Bem sei que na Semana Santa se privilegia o silêncio e o recolhimento interior ...
Mas se houver aí desse lado alguém como eu, que precisa sempre dum "empurrãozinho" nestas coisas, permitam-me que vos sugira a leitura de alguns textos que, na minha humilde opinião, vos irá favorecer e facilitar grandemente a reflexão e a meditação nesta que é a semana mais importante do ano:
"A Quaresma e a Semana Santa são caminhos de crescimento espiritual para ratificar, diante de nós mesmos e dos outros, que Deus passou pelas nossas vidas para fazer de nós pessoas melhores
E para que esta mudança seja verdadeira, o Senhor nos convida a deixar morrer em nós tudo aquilo que nos afasta Dele e dos outros."
“São Paulo dirá mais tarde, que um "Deus crucificado" será motivo de escândalo para os pagãos. E não será para tantos de nós, cristãos?
«As perguntas são inevitáveis: Como é possível acreditar num Deus crucificado pelos homens? Temos consciência do que estamos a dizer? Que faz Deus numa cruz? Como pode subsistir uma religião fundada numa concepção tão absurda de Deus?»”
"As lágrimas têm um lugar fundamental na nossa vida.
O choro, seja pelo sofrimento, pelo desespero ou pela angústia, constitui um primeiro passo de libertação.
Chorar é dar um lugar ao sofrimento, é colocá-lo diante de nós, é dar-lhe um rosto: ele deixa de ser parte de nós, e torna-se uma realidade que enfrentamos."
Finalmente, chegamos ao último post sobre a Missão País.
Tinha pensado em partilhar convosco uma canção cantada na Missão País no final de cada post, mas depois pensei que seria melhor juntá-las todas num só post. Penso que algumas destas canções já serão vossas conhecidas mas, de qualquer maneira, apresento-vos as canções que mais me marcaram nesta Missão País:
Obrigado
Obrigado Por este dia que passou Pelos passos pelos voos E pela vida que há em mim
Obrigado Por essa força ao olhar Por essa chama que me queima E pela vida que há em mim
Obrigado (obrigado) Por essa voz que em mim habita (obrigado) Por essa mão que necessita De outra mão que saiba amar e ser feliz
Obrigado (obrigado) Pela estrada percorrida (obrigado) Pelos exemplos que dão vida Obrigado pelos dons que recebi
Obrigado Pela amizade e confiança Pela saudade e a lembrança De tudo aquilo que nos marcou
Obrigado Pela presença que não passa Pela esperança que abraça E pelo amor que em nós ficou
Obrigado (obrigado) Por essa voz que em mim habita (obrigado) Por essa mão que necessita De outra mão que saiba amar e ser feliz
Obrigado (obrigado) Pela estrada percorrida (obrigado) Pelos exemplos que dão vida Obrigado pelos dons que recebi
Vasos de Barro
Nós não nos pregamos a nós, mas ao Senhor, e apenas o fazemos por Seu Amor. Das trevas, resplandece a Luz, disse Deus, e foi Ele quem brilhou no coração dos Seus.
Trazemos, porém, este Tesouro em vasos de barro, para que se possa ver vir de Deus esse poder.
Em tudo somos atribulados e perseguidos, mas não desamparados e nunca vencidos. No nosso corpo levamos, sem cessar, a morte de Jesus, p’ra Sua Vida manifestar.
Trazemos, porém, este Tesouro em vasos de barro, para que se possa ver vir de Deus esse poder.
Sabemos que Aquele que O ressuscitou também ressuscitará aqueles para quem olhou. E assim, jamais iremos perder a alegria. Grande é o peso da Glória que nos espera um dia.
Trazemos, porém, este Tesouro em vasos de barro, para que se possa ver vir de Deus esse poder.
Ninguém te ama como Eu
Quanto esperei este momento Quanto esperei que estivesses aqui Quanto esperei que Me falasses Quanto esperei que viesses a Mim
Sei bem o que tens vivido Sei bem porque tens chorado Eu sei o que tens sofrido Sempre estive a teu lado
Ninguém te ama como Eu Ninguém te ama como Eu Olha pra Cruz é a Minha maior prova
Ninguém te ama como Eu Ninguém te ama como Eu Ninguém te ama como Eu Foi por ti só por ti porque te amo Ninguém te ama como Eu
[Eu sei bem o que tu dizes Mesmo que às vezes não Me fales Eu sei bem o que tu sentes Mesmo que não o partilhes Comigo.
A teu lado caminharei, Junto a ti sempre estive; Tenho sido o teu apoio, Fui o teu melhor amigo.]
Perdoa Senhor
Perdoa, Senhor, o nosso dia, a ausência de gestos corajosos, a fraqueza dos actos consentidos, a vida dos momentos mal amados.
Perdoa o espaço que Te não demos, perdoa porque não nos libertámos, perdoa as correntes que pusemos em Ti, Senhor, porque não ousámos.
Contudo, faz-nos sentir, perdoar é esquecer a antiga guerra. E, partindo, recomeçar de novo, como o sol, que sempre beija a terra.
Senhor, aqui nos tendes
Senhor, aqui nos tendes juntos para Te amar. Só Tu conheces e entendes tudo o que temos p’ra dar:
Dor e pobreza, toda a alegria, tanto sofrer e a paz, que a vida oferece e cria, que a vida leva e traz.
Ó Cristo, de braços cansados, sem Ti, Senhor, que seria, a tormenta dos pecados e o medo da manhã fria.
Então, faz de nós, ó Deus, Teu repouso e morada, e o amor dos que são Teus torne a terra abençoada. Faz ó Deus…
Tomai, Senhor, e recebei
Tomai Senhor, e recebei
Toda a minha liberdade, a minha memória E o meu entendimento, Toda a minha vontade, E tudo o que eu possuo. Vós me destes, a Vós o restituo.
Tudo é Vosso, disponde. Pela Vossa vontade Dai-me apenas, Senhor, O Vosso amor e graça Que isso me basta.
Vem Espírito
Eu quero amar, eu quero ser aquilo que Deus quer, Sozinho eu não posso mais Sozinho eu não posso mais viver.
Eu quero viver, eu quero fazer aquilo que Deus quer, Sozinho eu não posso mais Sozinho eu não posso mais viver.
Vem Espírito, vem Espírito Sozinho eu não posso mais viver.
Semente Crescida
Ensinaste-me a pedir, O pão de cada de dia; Que apenas nos dá força, Na Tua... Companhia!!
Semente crescida, És o pão que nos dá vida, da agua nos dás, gota a gota, a Tua paaaaz…
Abençoai Senhor a nossa refeição, que à volta desta mesa haja sempre união
Abençoai Senhor o pão de cada dia, que à volta desta mesa haja sempre alegria
A tua paaaz!
E para terminar, uma canção que ouvi pela primeira vez no Retiro do meu Crisma, mas que ainda não tinha tido oportunidade de a partilhar convosco.
Tu és a Água Viva
Manifesta a Tua santidade em mim Toma-me de entre a minha dispersão, Recolhe-me de onde me perdi Enche-me de novo o coração.
Tu és a água viva, Tu és a água pura, Inunda-me, inunda-me E tudo se transformará em mim. (bis)
Minha terra se abrirá de chuva As minhas pedras não farão mal a ninguém Mesmo tecerão caminho para todos; Meu pasto abundante cura será; Para todo o que coma de mim, Eu serei a terra que emana leite e mel.
Tu és a água viva, Tu és a água pura, Inunda-me, inunda-me E tudo se transformará em mim. (bis)
Foto de todos os participantes na Missão País 2016 na Chamusca.
Conclusão da Parábola do Filho Pródigo
Como vimos ao longo da "viagem" que foi esta série de posts, a Parábola do Filho Pródigo é uma história extremamente rica e cheia de diferentes sentidos, significados, imagens e analogias.
Em apenas algumas frases, com base numa pequena história, Jesus resume toda a Boa Nova que Ele nos veio trazer, todo o Evangelho e até, atrevo-me a dizer, toda a mensagem da Bíblia....
Jesus mostra-nos, por um lado, o rosto dum Pai misericordioso, bondoso e compassivo, sempre capaz de perdoar e de aceitar de volta todos os seus filhos perdidos.
E, por outro, mostra-nos as duas formas principais pelas quais cada um de nós se pode afastar do amor do Pai.
Em algumas fases da nossa vida, podemo-nos comportar como o Filho mais novo: procurando uma vida fisicamente longe da casa do Pai; perdendo-nos numa busca desenfreada do prazer, do excesso material, do desperdício e da insensatez; e desperdiçando toda a “herança” que nos foi dada gratuitamente pelo nosso Pai.
Mas, incrivelmente, todos estes pecados são carinhosamente perdoados pelo nosso misericordioso Pai.
Contudo, talvez na maior parte da nossa vida católica, acabamos por nos comportar como o Filho mais velho. Nas palavras do Papa Francisco:
“Temos uma atitude “justiceira”, ou seja, presumimos que pelos nossos méritos somos justos e que, por causa desse facto, temos a autoridade para julgarmos o outro. Julgamos até Deus, porque pensamos que Ele deveria castigar os pecadores e condená-los à morte. E não somos capazes de aceitar a atitude misericordiosa do Pai para com um irmão.
Desta forma, corremos um enorme risco de permanecermos fora da casa do Pai, como Irmão mais velho. Se no nosso coração não há misericórdia e não há a alegria do perdão, então não estamos em comunhão com Deus, ainda que observemos todos os Seus preceitos – porque é o amor que salva, e não a prática dos preceitos. É o amor a Deus e ao próximo que dá cumprimento pleno a todos os mandamentos.”
Papa Francisco, no Angelus do dia 15 de Setembro de 2013
Na verdade, os dois Filhos desta Parábola são Filhos Pródigos, porque ambos são exemplos da negação e da rejeição do amor de Deus que conduz ao pecado. É necessário apercebermo-nos da nossa própria condição, da nossa pobreza e do nosso nada sem o amor de Deus, para finalmente encontrarmos o acolhimento, a reconciliação, a ternura, a alegria e a misericórdia do nosso Pai!
Para terminar, partilho convosco um vídeo feito por uma colega/missionária da nossa missão, em que cada um de nós tenta explicar o que é a Missão País:
Hoje terminamos o estudo da Parábola do Filho Pródigo, com os versículos que, a meu ver, são os mais surpreendentes e desconcertantes:
"Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. Disse-lhe ele: ‘O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.’
Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse. Respondendo ao pai, disse-lhe: ‘Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.’
O pai respondeu-lhe: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.’»”
Lucas 15:25-32
O Filho mais velho também se afastou ...
Ao lermos atentamente estes versículos, acabamos por constatar que, apesar de sempre ter vivido na casa do seu Pai, o Filho mais velho também se sentia longe dela ...
Ele vê-se como sendo um filho fiel e exemplar, que sempre cumpriu todos os seus deveres e que sempre seguiu todas as ordens do seu Pai. E, por causa disso, dos seus méritos e acções (aparentemente) exemplares, pensa que devia ser recompensado.
Mas, apercebemo-nos depois, o Filho mais velho, na verdade, não se comportava como verdadeiro filho, mas sim como um escravo obediente. O Filho mais velho demonstra ser capaz de fidelidade, sem dúvida, mas também demonstra uma incapacidade em amar e deixar-se ser amado.
É por esta razão, simultaneamente tão simples mas tão decisiva, que o Filho mais velho não consegue compreender o amor que perdoa manifestado pelo Pai.
Para ele, o mais importante é o mérito prático, os sacrifícios públicos e visíveis, e as formalidades rígidas e indiferentes - o que muito me lembra o comportamento dos fariseus descritos nos Evangelhos e que Jesus tanto criticava ....
Para ele, não existe lugar para a solidariedade, nem para a gratuidade, muito menos para a caridade ou o amor desinteressado….
Na verdade, o Filho mais velho estava tão afastado do Pai tanto quanto o Irmão mais novo...
O Regresso do Filho Pródigo (1668) - Rembrandt
O Filho mais velho também estava perdido ...
Nestes versículos, vemos o Filho mais velho a acusar o Pai de cegueira e de injustiça. De notar que, ao falar, ele usa expressões como "esse teu filho" e "os teus bens", demonstrando uma frieza, um isolamento, uma separação, um afastamento e um sentimento de não pertença na sua família.
Assim, verifica-se que ocorreu com o Filho mais velho o mesmo que com o seu irmão, ou seja, também ele estava perdido e precisava voltar...
Porém, o seu regresso, ao contrário do irmão, ainda não aconteceu. Ele encontra-se ainda perdido, no interior da própria cada do seu Pai. Também ele é o Filho Pródigo...
O Filho mais velho também foi encontrado pelo Pai...
O Pai que, momentos antes saíra da sua casa ao encontro do Filho mais novo, parte agora em busca do Mais velho. Pede-lhe, suplicando, que participe da sua alegria, que só será completa quando houver verdadeira comunhão entre todos os filhos. Vemos um Pai que anseia por uma completa união e reconciliação da sua família.
Portanto, «é preciso» que também o Filho mais velho "caia em si", reconhecendo os seus erros e experimentando também ele o perdão do Pai.
Na verdade, ao rivalizar com o irmão, o Filho mais velho não se apercebe que o amor do Pai não tem preferências nem predilecções; e é tão grande que chega para todos…