Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Só ao preparar-me para esta peregrinação até à Terra Santa é que me apercebi o quanto associava o Egipto a coisas, digamos assim, menos boas....
O Egipto significava para mim uma terra de escravidão, onde o povo de Deus tinha sido tratado com dureza nas mãos dos bárbaros egípcios pagãos, a fim dos poderosos poderem acumular os seus tesouros e riquezas. O Egipto representava para mim a terra da qual se desejava sempre fugir. Era o local das pragas, das doenças, das tragédias, da morte. Afinal, parecia que tinha sido no Egipto que o povo hebreu tinha aprendido a "criar" os seus próprios e falsos ídolos, meros animais de bronze ou ouro ...
Só durante a nossa peregrinação pelas terras egípcias, ao ouvir as leituras das Sagradas Escrituras, durante as nossas viagens de autocarro, é que me apercebi duma outra realidade, duma outra faceta do Egipto, que eu tinha completamente ignorado até então. Esteve sempre ali e eu nunca me tinha apercebido dela ...
O Egipto foi um local de refúgio para Abrãao e a sua família, quando estes passaram fome.
Abrão continuou a sua viagem, acampando aqui e ali, em direcção ao Négueb. Houve fome naquela terra. Como a miséria era grande, Abrão desceu ao Egipto para aí viver algum tempo.
Gn 12, 9-10
Enquanto esteve no Egipto, Abrãao tentou enganar os egípcios e o Faraó, mentindo e fingindo que Sara era sua irmã e não sua esposa. E assim aprendeu uma grande lição, tendo sido mandado embora do Egipto, sim, mas não de mãos a abanar (porque, apesar do mal e das asneiras que nós próprios fazemos, o Senhor não se cansa de nos abençoar....)
Abrão saiu do Egipto, em direcção ao Négueb, com a sua mulher e tudo o que lhe pertencia. Lot acompanhava-o. Abrão era muito rico em rebanhos, prata e ouro.
Gn 13,1-2
O Egipto representou também um local de refúgio para o povo hebreu, quando também este passou por dificuldades, através da bondade e perdão de José, filho de Jacob.
Estendendo-se a fome a toda a terra, José abriu todos os celeiros do Egipto
Gn 41, 56
Os filhos de Israel foram comprar trigo, juntamente com outros que iam, pois também havia fome no país de Canaã.
Gn 42, 5
José instalou seu pai e seus irmãos e concedeu-lhes direitos de propriedade no Egipto, no melhor território, o de Ramessés, como o faraó lhe tinha ordenado. E José sustentou seu pai, seus irmãos e toda a casa de seu pai, dando-lhes víveres, de acordo com as necessidades de cada família.
Gn 47, 11-12
Mas, antes disso, o Egipto tinha sido um local de grande crescimento para José, que passou dum jovem de 17 anos mimado e apaparicado, a um homem honesto, íntegro, capaz de sofrer heroicamente as adversidades, chegando a tornar-se no sábio e prudente chefe do reino do Faraó. Mas isso ainda não era suficiente, José tinha de crescer ainda mais, tinha de expandir o seu coração, a dar e a doar-se até doer: era preciso que ele aprendesse a perdoar (sempre uma das nossas lições mais difíceis ...) e a perdoar mesmo aqueles que tinham tentado destruir a sua vida - os seus irmãos.
Anos mais tarde, o Egipto foi também uma terra de refúgio para alguns dos profetas, como Jeremias (apesar de este ter dito, antes, cobras e lagartos acerca do Egipto ...)
E claro, mais importante que todos estes exemplos, é a representação do Egipto como terra de refúgio para a Sagrada Família, quando esta foi perseguida pelo terrível Herodes...
O anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egipto e fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o menino para o matar.» E ele levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egipto, permanecendo ali até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciou pelo profeta: Do Egipto chamei o meu filho.
Mt 2, 13-15
Também aqui a Sagrada Família cresceu, em especial Jesus, uma vez que terão aí vivido até aos seus 6 a 7 anos de idade, altura em que voltaram para Nazaré, após a morte do rei Herodes.
Dentro do bairro cristão copta no Cairo, localiza-se uma igreja que se acredita que marque a casa da Sagrada Família, durante o tempo em que esta se refugiou no Egipto. E nós tivémos a maravilhosa oportunidade de a visitar ...
Nesta igreja copta, como na maioria das igrejas ortodoxas, existe uma separação bastante marcada entre a zona da assembleia dos cristãos e a zona do altar do Senhor. Apenas os Padres podem passar através da "porta de Nossa Senhora" e realizarem a Euraristia sobre o altar.
Não é belíssima a forma como arquitecturaram esta ideia de Maria como sendo a porta através da qual podemos aceder ao Céu, e assim, a Deus?
Theotokos = Mãe de Deus
O Anjo Gabriel que guia a Sagrada Família
Por baixo da igreja, situa-se aquela que terá sido a casa onde habitou a Sagrada Família no Egipto
O poço da casa da Sagrada Família
Líndíssimo ícone copta de Nossa Senhora
Oh, o que terá acontecido à Sagrada Família durante os anos em que viveram no Egipto?...
Eu sempre pensei que o Egipto estava cheio de pirâmides e que estas tinham sido construídas durante séculos e séculos, inclusive durante a escravidão do povo hebreu em território egípcio.
Bem, eu estava bastante enganada!
Primeiro, existem poucas pirâmides no Egipto - não só porque algumas delas podem já ter caído e ruído, mas principalmente porque estas eram bastante difíceis (e dispendiosas) de serem construídas; além de que a maioria dos construtores/arquitectos das pirâmides preferia guardar os segredos das suas obras e não os partilhar com mais ninguém....
Segundo, as pirâmides foram construídas apenas durante um certo período, ao longo da história da Antiguidade. A primeira pirâmide a ser construída com sucesso (após inúmeras tentativas falhadas anteriores) encontra-se em Sakkara e data de 2780 a.C. É, para minha grande admiração, uma pirâmide em degraus (ou escalonada), da autoria do arquitecto Imhotep (uma figura muito importante na história da Antiguidade Egípcia).
Ora aí está uma boa fonte de meditação - uma pirâmide em degraus!...
A pirâmide escalonada ao lado duma primeira tentativa falhada
E em terceiro lugar, não, o povo hebreu não construiu nenhuma pirâmide! Aliás, as últimas pirâmides foram construídas cerca de 1000 anos antes do povo hebreu ter sido obrigado a descer até ao Egipto, para comprar nos celeiros do Faraó o alimento que lhes faltava (como nos conta a história de José e dos seus irmãos) e cerca de 1400 anos antes de Moisés ter sequer nascido.
Com esta eu fiquei de boca aberta - não é isso que nos diz na Bíblia?
Não, afinal não é (os filmes de Hollywood é que nos fizeram crer que sim)
Subiu então ao trono do Egipto um novo rei que não conhecera José. E ele disse ao seu povo: «Eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e poderoso do que nós. Temos de proceder astuciosamente contra ele, a fim de impedirmos que se desenvolva ainda mais. Em caso de guerra, juntar-se-ia também aos nossos inimigos, lutaria contra nós, e sairia deste país.»
Impuseram-lhe então chefes de trabalhos forçados para o oprimirem com carregamentos. E construiu para o faraó as cidades-armazém de Pitom e Ramessés.
Todavia, quanto mais o oprimiam, mais ele se multiplicava e aumentava; e os egípcios estavam preocupados com os filhos de Israel, e reduziram-nos a uma dura servidão. Tornaram-lhes a vida amarga com uma pesada servidão: barro, tijolos, toda a espécie de trabalhos no campo, tudo uma dura servidão.
Ex 1,8-14
Ou seja, os principais trabalhos do povo hebreu em território egípcio consistiam em carregar coisas, fazer tijolos de barro, em realizar os trabalhos agrícolas e em construir celeiros para o trigo (tudo trabalhos duros e difíceis).
A propósito, o nosso guia Samuel conta-nos que, ao contrário daquilo que comummente se propaga, o trabalho de construir as pirâmides era um trabalho muito procurado e desejado pelos egípcios. O quê? Como? Porquê?
A maioria dos habitantes egípcios eram agricultores e trabalhavam nas terras à volta do delta do rio Nilo; contudo, durante cerca de 4 meses por ano, quando as águas do rio Nilo aumentavam de caudal e inundavam todos os campos agrícolas, estes ficavam sem trabalho e sem fonte de rendimento.
Dada a importância que sempre deram à vida depois da morte, a ideia de ajudar a construir um túmulo para o Faraó foi algo bem recebido pelo povo egípcio. O pagamento pelo seu trabalho era feito, não só em dinheiro, mas também em alimentos e em cerveja. Além de bem pagos, recebiam também tratamentos pelos médicos do Faraó. E no final, recebiam ainda a honra de puderem construir os seus próprios túmulos e os das suas famílias, junto dos túmulos dos Faraós.
Com esta eu não contava ....
Estas construções são tal obra de arte que, até aos dias de hoje, ainda não se sabe muito bem como foram construídas. São absolutamente altíssimas!
E eis que avistamos as 3 pirâmides mais "famosas" de todas, pertencentes a 3 gerações de Faraós - avô, pai e filho/neto; construídas por volta do ano 2500 a.C.
Facilmente constatamos a tremenda importância que os egípcios antigos davam à vida depois da morte. Para viver, construíam casas de materiais perecíveis e destrutíveis; mas para os seus túmulos, para as suas casas na vida eterna (tanto do Faraó como do povo em geral) eles utilizavam a pedra como principal material, pelo seu carácter indestrutível, mesmo com a passagem do tempo....
Aliás, sejamos verdadeiros, praticamente TODAS as religiões no mundo dão muitíssima importância ao que poderá acontecer depois da nossa morte. O conceito da eternidade, quer este seja passado num local bom ou mau, está também muito presente. Notei isso, em especial, ao explorar e aprender mais acerca da religião Judaica e Islâmica ao longo desta peregrinação.
Só aqui, na Europa - que é sempre tão influenciada pelo pensamento predominante nos países nórdicos e nos EUA - é que nos fazem crer que a maior parte do mundo é ateu. Não é. Muito pelo contrário!
Tapemos os ouvidos - em especial, à venenosa media que nos tenta sufocar - e abramos os olhos - à realidade presente nas nossas vidas, no nosso dia a dia. Por mais que nos tentem enganar e convencer do contrário, o ser humano procurará sempre, em todas as gerações, por Deus - e é nosso dever cristão ajudá-lo a descobrir o verdadeiro Caminho, o verdadeiro Deus. Que o Espírito Santo nos fortaleça neste grande combate!
Este é um provérbio frequentemente usado no Egipto, conta-nos o nosso guia Samuel. Eu nunca tinha visto antes uma tamareira na minha vida mas nesta peregrinação até à Terra Santa aquilo que eu mais vi foram tamareiras. Estavam por todo o lado, em especial no Egipto e na Jordânia, parecia que cresciam em todos os lugares possíveis!
A tamareira é uma árvore da família das palmeiras, que se adaptou muito ao clima destas regiões e por isso ela é muitas vezes referida nas Sagradas Escrituras (às vezes sob o nome de palmeira).
Aliás, quando Deus promete a Abrãao e a Moisés uma terra rica em mel e leite, não se está a referir a mel de abelhas (as pobres abelhas não conseguem aguentar as temperaturas altas destes países) mas sim a mel das tâmaras!
Também quando Jesus chegou a Jerusalém, antes de celebrar a Sua Páscoa, os habitantes desta cidade receberam-no com ramos de tamareira (sim, na celebração do Domingo de Ramos!)
Sabiam que a tamareira é uma árvore com a qual podemos aprender bastante? E que podemos inclusivamente retirar autênticas lições para a nossa vida, só de a contemplarmos e meditarmos nas suas características?
Na cultura egípcia é costume dizer-se que, quem planta uma tamareira, raramente comerá dos seus frutos, apenas os seus filhos e netos o farão - mas é exactamente por este motivo, por este valor sacrificial e doador de vida para as gerações seguintes, que os egípcios as plantam.
A tamareira demora pelo menos 18 anos a crescer e a começar a dar os seus primeiros frutos, as doces tâmaras. Mas, a partir do momento em que começam a produzir os seus frutos, fazem-no para o resto das suas vidas (entre 100 a 200 anos!), durante o ano inteiro, sem cessar - aliás, é comum dizer-se que a tamareira não se cansa de dar o seu doce fruto, mesmo para aqueles que lhes atiram pedras, a fim de fazerem cair estes frutos até ao nível do chão...
Porque demora tanto tempo até dar fruto? Porque primeiro é necessário que as suas raízes cresçam; primeiro, é preciso que as suas raízes se tornem fortes e profundas, e se prolonguem por vários metros, até alcançarem as fontes de água mais profundas (raramente alcançadas por outras plantas ou árvores); deste modo, a tamareira terá como certa uma longa e frutuosa vida.
As tamareiras podem crescer em altura até atingirem 30m; aliás, quanto mais alta for a tamareira, mais sol poderá apanhar e mais doces serão as suas tâmaras - mas isto só será possível se mantiver sempre as suas raízes profundamente enraizadas na terra ...
A tamareira é também uma árvore muito resistente às intempéries da vida. No Egipto são comuns as tempestades de areia, que por vezes destroem e arrancam diversas árvores. Quando surge uma tempestade de areia, a tamareira é capaz de se ir inclinando, a favor da direção do vento, por vezes até chegar ao chão, mas raramente é arrancada do seu lugar. Aliás, quanto mais árido for o clima à volta da tamareira, mais doces serão os seus frutos!
Mas, apesar de todas estas ricas características, a tamareira, com as suas longas folhas, viradas para baixo, é um dos símbolos mais belos da humildade e da simplicidade ...
"Como a palmeira (tamareira) florescerão os justos,
Uma cidade criada por volta do ano 3.000 a.C. (antes de Cristo!) e que durante séculos foi a capital do Império Egípcio. Foi nas ruínas desta cidade antiga que foi descoberta a grande estátua do Faraó Ramessés II. Era conhecida como a "cidade branca", pela abundância das suas construções em mármore (na época de Jesus, Jerusalém era a cidade conhecida como a "cidade branca" - algo que permanece até aos dias de hoje - mas partilharei sobre isso em posts futuros). Dada a sua localização estratégica no delta do rio Nilo, era uma cidade com grande actividade comercial, religiosa e militar.
Samuel, o nosso querido guia egípcio (e um valente cristão copta!), conta-nos que os principais filósofos, professores e doutores daquele tempo, vinham até Mênfis para poderem aumentar os seus conhecimentos. Esta cidade, em tempos conhecida também como a "cidade dos sábios", possuía diversas escolas e universidades, assim como pelo menos um "hospital".
Ruínas do antigo hospital da cidade de Mênfis
Há evidências de que Sócrates e Hipócrates estudaram nesta cidade. Aliás, o conhecimento-base que era exigido para se poder entrar nas suas escolas, era de tal forma elevado que foi negada a entrada de Hipócrates por 6 vezes (por ser demasiado burro, imaginem só!) antes de ser finalmente aceite como aluno...
Supõe-se também que Moisés, ao ser adoptado pela filha do Faraó (provavelmente o Faraó Ramessés II), terá igualmente estudado nas escolas de Mênfis ...
Mas, apesar de tanta beleza, riqueza e esplendor, dada a dureza dos corações dos seus habitantes, tanto o profeta Isaías, Ezequiel e Jeremias profetizaram a queda da cidade de Mênfis ... hoje, realmente, pouco resta desta cidade em tempos tão grandiosa ...
"Oráculo contra o Egipto. Olhai! O Senhor, montado sobre uma nuvem veloz, entra no Egipto: os ídolos do Egipto tremem diante dele, e o coração dos egípcios aperta-se no seu peito. Farei com que os egípcios se levantem contra os egípcios, lutarão irmãos contra irmãos, amigos contra amigos, cidade contra cidade, reino contra reino. O Egipto perderá o seu valor.
Onde estão agora os teus sábios? Que eles te anunciem, se é que podem, os desígnios do Senhor do universo contra o Egipto. Os príncipes de Tânis estão loucos, e os da cidade de Mênfis andam iludidos; os chefes das suas tribos desencaminham o Egipto.
O Egipto nunca mais terá sucesso, desde o rei ao escravo, desde a palmeira ao junco."
(Is 19,1-3; 12-13;15)
"Anunciai no Egipto, publicai em Migdol, em Mênfis e em Taapanés. Dizei: ‘Levanta-te, prepara-te, que a espada vai devorar tudo à tua volta.’ Porque caiu o poderoso deus Ápis e não se mantém de pé? Porque o Senhor o derrubou.
Preparai a bagagem para o exílio, habitantes da terra do Egipto, porque Mênfis vai transformar-se em deserto, lugar devastado e sem habitantes.
Foi derrotada a capital do Egipto, entregue nas mãos de um povo do Norte."
(Jr 46,14-15; 19; 24)
"Assim fala o Senhor Deus: Destruirei os ídolos e farei desaparecer os grandes de Mênfis."
(Ez 30,13)
Como é possível que, uma cidade cheia de sábios, não tenha reconhecido o verdadeiro Deus? Oh, de que vale tanto conhecimento - que, na realidade, é vazio? Também nos dias de hoje se pode observar na nossa sociedade esta realidade ... e a História já nos mostrou, vezes e vezes sem conta, o que acontecerá - desta cidade, em tempos tão importante, pouco resta e nos seus destroços vivem hoje apenas ratos e insectos ...
Ao ver tantas ruínas, só pensava nas palavras de Jesus:
«Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado.»
(Mt 11,25-26)
E lembro-me de mais uma das maravilhosas canções da Danielle Rose (que é, como sabem, a minha cantora favorita) e das palavras da Madre Teresa de Calcutá:
Small Things With Great Love
(Lc 10,21)
Not to the learned nor to the kings, But to the little ones you show the mysteries. I rejoice when I am weak, for you will give me all I need. Though I cannot fly, you carry me to heaven.
You have not called me to be successful; You have called me to be faithful.
I can do small things with great love That is enough. I can do small things with great love And make my life something beautiful for God.
One drop in the ocean, One petal in the garden, One hidden sacrifice, One reason for my life, One dance before your throne, One child to give a home, One step towards Calvary, One touch of empathy.
I can do small things with great love That is enough. I can do small things with great love And make my life something beautiful for God.
Yesterday is gone,
Tomorrow has not yet come. We have only today. Let us begin.
Be faithful in small things, For in them our strength lies.
Pequenas coisas com grande amor
(Lc 10,21)
Não para os sábios nem para os reis, Mas para os pequeninos Tu mostraste estes mistérios. Eu alegro-me quando sou fraca, porque Tu me darás tudo o que eu preciso. Embora eu não possa voar, Tu levas-me até ao Céu.
Tu não me chamaste para ser bem sucedida Tu chamaste-me para ser fiel.
Eu consigo fazer pequenas coisas com muito amor Isso é suficiente. Eu consigo fazer pequenas coisas com muito amor E fazer da minha vida algo bonito para Deus.
Uma gota no oceano, Uma pétala no jardim, Um sacrifício oculto Uma razão para a minha vida Uma dança à frente do Teu trono Uma criança para oferecer um lar Um passo em direção ao Calvário Um toque de empatia.
Eu consigo fazer pequenas coisas com muito amor Isso é suficiente. Eu consigo fazer pequenas coisas com muito amor E fazer da minha vida algo bonito para Deus.
O ontem já se foi,
O amanhã ainda não chegou. Nós apenas temos o dia de hoje. Comecemos então.
Sê fiel nas pequenas coisas Pois nelas reside a nossa força.
Para trás de nós ficou o acordar às 5 ou 6 horas da manhã do dia 3 de Agosto, o check-in demorado em Lisboa, as primeiras 6 horas da viagem de avião até Istambul, a espera (aparentemente) interminável pelo 2º voo até ao Cairo, com início bem perto da meia noite e a chegada ao nosso primeiro hotel pelas 5 horas da manhã já do dia 4 de Agosto. Quem conseguiu, pode ainda dormir 30 minutos, antes de partirmos de autocarro para a nossa primeira paragem no Egipto...
Afinal, estamos em plena peregrinação e não numa viagem de férias e descanso; e a nossa Fé dá-nos a força para seguirmos caminho. Dentro dos nossos corações trazemos inúmeras intenções de oração, muitos pedidos de ajuda e de súplica, sim, mas ainda mais orações de agradecimento e louvor por todas as graças e bênçãos que cada um de nós recebeu, ao longo das nossas vidas.
A nossa primeira paragem é na antiga cidade de Mênfis, onde (para minha inicial desilusão) começamos por visitar a gigantesca estátua do Faraó Ramessés II, que eu não faço ideia quem seja .... porque é que viemos aqui? não podíamos ter dormido um pouquinho mais??
O nosso querido guia egípcio, Samuel Gabala, começa a contar-nos a história deste grande Faraó: terá nascido provavelmente no ano 1290 a.C. e teve um dos mais longos reinados egípcios, morrendo apenas aos 94 ou 97 anos de idade. Ao longo da sua vida, casou com 40 mulheres e teve pelo menos 250 filhos e filhas. Viveu diversas guerras mas reinou também durante muitos anos de paz e prosperidade, tendo tido a possibilidade de terminar várias obras dos seus antecessores e de erguer algumas obras só suas.
Nomeadamente, mandou erguer 2 enormes estátuas de si mesmo (a que pudémos observar era a única que, ao fim destes 3.000 anos, ainda se encontra inteira), cada uma com mais de 80 toneladas e 13 metros de altura, esculpidas a partir duma única rocha, e que foram colocadas na entrada da cidade de Mênfis.
Desde o topo da cabeça até aos pés, todos os pormenores desta estátua pretendiam demonstrar o enorme poder do seu reinado. Qual o inimigo que se atreveria a enfrentar tal potência? Além disso, não nos esqueçamos que os egípcios acreditavam que os faraós eram deuses e tratavam-nos como tal... Quem se atreveria a combater os próprios deuses?
Vaidade das vaidades, tudo é vaidade ....
Ainda nos dias de hoje, na nossa sociedade, se erguem tantas destas "estátuas" (talvez nunca se tenha erguido tantas como hoje!) - imagens de poder, de domínio, de controlo absoluto sobre tudo à nossa volta, de auto-suficiência, de orgulho sem fim ... que não passam de imagens falsas e perecíveis, que também um dia acabarão por ruir e cair....
Oh, também eu, na minha vida, por vezes, me atrevo a erguer estas "estátuas" ... louvado seja Deus, que não se cansa de nos deitar a baixo todas as nossas "torres de Babel" ...
Mas qual a relevância, afinal, deste faraó na nossa peregrinação?
É que este poderá ter sido o Faraó da época de Moisés e do êxodo do povo de Deus. Por exemplo, encontraram escrito no seu túmulo que tinha perdido 12 dos seus filhos primogénitos no mesmo dia, e existem algumas evidências que indicam que terá vivenciado as 10 pragas que o livro do Êxodo nos relata ....
Oh Faraó dum império rico, próspero e aparentemente indestrutível; achava que o reinado da sua família continuaria por todo o sempre; nada de mal jamais lhe aconteceria ...
A verdade é que o grande Império do Egípcio acabou por cair e morrer. Depois veio o Império da Assíria, que conquistou muitas e muitas terras; também esse acabou por cair e morrer às mãos duma nova potência militar, o Império Babilónico comandado pelo rei Nabucodonosor ... império após império, Persa, Grego, Sírio e por fim o grande Império Romano, já no tempo de Jesus; cada novo Império reclamava para si um poder ainda maior que o anterior e todos pensavam ser indestrutíveis e eternos...
O nosso guia vai relatando esta história, que se repete vezes e vezes sem conta ... e quando dou por isso, o meu coração começa a cantar o Magnificat, o canto de alegria e louvor da Santíssima Virgem Maria...
A minha alma glorifica o Senhor E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva: De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração Sobre aqueles que o temem. Manifestou o poder do seu braço E dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos E exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens E aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo, Lembrado da sua misericórdia, Como tinha prometido a nossos pais, A Abraão e à sua descendência para sempre
Glória ao Pai e ao Filho E ao Espírito Santo, Como era no princípio, Agora e sempre. Amén
«Sabem que dia é hoje, 15 de Agosto?» - pergunta-nos o sr. Padre no início da missa.
«Dia da Assunção de Nossa Senhora» - respondemos nós, quase em coro.
«Sim, também» - é a resposta do sr. Padre. Também?? Como assim? (penso logo eu). Mas o sr. Padre prossegue para nos explicar - «Hoje, podemos dizer assim, é o dia da Páscoa de Nossa Senhora. Hoje celebramos o dia em que, por uma graça especial de Deus, Maria se tornou a primeira pessoa a viver, verdadeiramente, a Páscoa de Jesus, ou seja, a morrer e a ressuscitar, em corpo e alma, e a ser levada, em corpo e em alma, até ao Céu! Sim, hoje é dia de celebrarmos a Páscoa!»
Como é que eu nunca pensei nesta associação antes? Oh, é claro que sim!
Ao longo da missa, vou recordando no meu coração a nossa peregrinação desde o Egipto até à Terra Santa. A propósito do dia santo que hoje celebramos, vou recordando em especial a nossa visita à Abadia da Dormição de Nossa Senhora, em Jerusalém. Esta igreja, apesar de estar sob a jurisdição da Igreja Anglicana, é reconhecida como sendo o local onde ocorreu a Assunção de Maria...
Esta Abadia fica na cidade de Jerusalém, no topo do monte Sião (sempre tão referido ao longo de toda a Bíblia), mesmo ao lado do local onde os Judeus e Muçulmanos acreditam que se encontra o túmulo do rei David (que nós também visitámos). Mais importante ainda - esta Abadia fica exactamente ao lado do Cenáculo, o local onde ocorreu a Última Ceia, ou seja, a instituição da Eucaristia! (mas sobre isso falar-vos-ei noutro post )
A Abadia propriamente dita é muito bonita e ampla; tem diversas pequenas capelas, com imagens que nos vão contando a vida de Nossa Senhora; assim como 12 grandes colunas, referentes a cada um dos Apóstolos. Mas a parte mais importante, como em quase todas as coisas, está, de certa forma, "escondida"....
É preciso descermos, é preciso tornar-nos pequeninos, é preciso seguir uma estreita escada em caracol, é preciso entrar na profundidade da cripta (assim como do nosso coração), para podermos louvar e glorificar as maravilhas que o Senhor fez, como na vida de Maria...
Espera-nos uma belíssima cripta (apesar de bastante mais simples que a Abadia), apenas iluminada por velas e lamparinas, com um formato circular, que nos direcciona imediatamente o olhar para o centro, onde se encontra uma escultura de Maria a dormir - a roupa de Nossa Senhora possuía originalmente uma camada de ouro, que foi entretanto roubada, e assim hoje só se vê a estrutura original em madeira.
Por cima desta escultura, sustentado por 6 colunas, encontramos um céu dourado em mosaico, com a figura de Jesus bem no centro, rodeado pelas imagens de 6 das mulheres referidas nas Sagradas Escrituras - Eva, Miriam (irmã de Moisés), Débora, Rute, a rainha Ester e Judite.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo, amén!
Aclamai a Deus, terra inteira, cantai a glória do Seu nome, celebrai os Seus louvores, dizei a Deus: «Maravilhosas são as Vossas obras».
Vinde contemplar as obras de Deus, admirável na Sua ação pelos homens. Bendizei, ó povos, o nosso Deus, fazei ressoar a voz do Seu louvor.
Todos os que temeis a Deus, vinde e ouvi, vou narrar-vos quanto Ele fez por mim.
Salmo 66
Salmo da Eucaristia de hoje, dia 14 de Agosto .... que não podia ser mais apropriado!
Aliás, todas as leituras deste Tempo Comum do ano C, desde o Pentecostes, têm sido muitíssimo adequadas para a preparação do meu coração e da minha vida para a aventura a que Deus me chamava...
Alguém tem acompanhado as leituras da missa diária? Ao longo destas longas semanas, a Igreja tem-nos ajudado a relembrar as nossas origens, o princípio da nossa Fé, o início da história de amor de Deus por cada um de nós ...
Acompanhámos a bela e longa história de Abraão, do seu enamoramento por Deus, da sua Fé firme e contagiante no único Deus verdadeiro. Acompanhámos a história do seu filho tão amado, Isaac, e depois do seu neto, Jacob, que, de tantas e tantas formas, prefiguram Jesus. Acompanhámos a fantástica história de José, duramente incompreendido e acusado falsamente, mas que acaba por salvar todo o povo hebreu.
E acompanhámos, até às leituras do dia de hoje, a entusiasmante história de Moisés, aquele que falava longamente com o Senhor, face a face, como o seu melhor amigo e que, graças a este profundo enraizamento no amor de Deus, foi capaz de realizar feitos extraordinários - como vencer um Império aparentemente indestrutível e chefiar sabiamente um dos maiores êxodos da história da humanidade!
Enquanto isto, as leituras dos Evangelhos têm-nos vindo a contar os milagres, as curas e principalmente os ensinamentos (tão ousados e radicais naquela cultura e contexto) de Jesus ...
Oh, nada melhor para me ajudar a preparar para o que iria ver e viver no início deste mês de Agosto, tão aguardado e desejado.
Amigos, alegrem-se comigo - cheguei ontem da Terra Santa. Sim, da Terra Santa!
Pela graça sempre tão abundante de Deus, tive a oportunidade de poder peregrinar durante 10 dias desde o Egipto até à Terra Santa, seguindo exatamente o percurso e a história do povo de Deus, até chegar à Terra Prometida!
Mas, ainda mais maravilhoso que tudo, foi poder estar e tocar e ver alguns dos locais mais importantes durante a vida de Jesus aqui na nossa Terra. Lugares em que aconteceram factos de tal importância, como a Anunciação do Anjo Gabriel a Nossa Senhora, o nascimento de Jesus em Belém, a instituição da Eucaristia e do nosso primeiro Papa Simão Pedro, a morte de Jesus no Calvário, a sua esplendorosa Ressurreição, o fulgor, a alegria e a vida após o Pentecostes ...
Oh, tenho tanto para vos contar! Tanto para partilhar! Tanto!
Aos pouquinhos, assim o farei nos próximos posts ...