Youtube - Encíclica 'Dominum et Vivificantem" do Papa S. João Paulo II (1968) - 1ª Parte
Sobre o Espírito Santo na vida da Igreja e do mundo
- uma óptima leitura durante este Tempo Pascal, em direcção ao Pentecostes!
INTRODUÇÃO
EXCERTO: "A Igreja, instruída pelas palavras de Cristo, indo beber à experiência do Pentecostes e da própria «história apostólica», proclama desde o início a sua fé no Espírito Santo, como n'Aquele que dá a vida, Aquele no qual o imperscrutável Deus uno e trino se comunica aos homens, constituindo neles a nascente da vida eterna."
PRIMEIRA PARTE - O ESPÍRITO DO PAI E DO FILHO, DADO À IGREJA
Secção 1. Promessa e revelação de Jesus durante a Ceia pascal
EXCERTO: "Quando já estava iminente para Jesus Cristo o tempo de deixar este mundo, Ele anunciou aos Apóstolos «um outro Consolador». O evangelista São João, que estava presente, escreve que, durante a Ceia pascal no dia anterior à sua paixão e morte, Jesus se dirigiu a eles com estas palavras: «Tudo o que pedirdes em Meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho ... Eu pedirei ao Pai, e Ele vos dará um outro Consolador, para estar convosco para sempre, o Espírito da Verdade» [Jo 14, 13. 16 s].
É precisamente a este Espírito da Verdade que Jesus chama o Paráclito — e Parákletos quer dizer «consolador», e também «intercessor», ou «advogado». E diz que é «um outro» Consolador, o segundo, porque Ele mesmo, Jesus Cristo, é o primeiro Consolador [Cf 1 Jo 2, 1], sendo o primeiro portador e doador da Boa Nova. O Espírito Santo vem depois Dele e graças a Ele, para continuar no mundo, mediante a Igreja, a obra da Boa Nova da salvação."
PRIMEIRA PARTE - O ESPÍRITO DO PAI E DO FILHO, DADO À IGREJA
Secção 2. Pai, Filho e Espírito Santo
Secção 3. O dar-se salvífico de Deus no Espírito Santo
EXCERTO: "Na sua vida íntima Deus «é Amor» [Cf. 1 Jo 4, 8. 16], amor essencial, comum às três Pessoas Divinas: amor pessoal é o Espírito Santo, como Espírito do Pai e do Filho. Por isso Ele «perscruta as profundezas de Deus» [1 Cor 2, 10], como Amor-Dom incriado. Pode dizer-se que, no Espírito Santo, a vida íntima de Deus uno e trino se torna totalmente dom, permuta de amor recíproco entre as Pessoas Divinas; e ainda, que no Espírito Santo Deus «existe» à maneira de Dom. O Espírito Santo é a expressão pessoal desse doar-se, desse ser-amor. É Pessoa-Amor. É Pessoa-Dom. Temos aqui uma riqueza insondável da realidade e um aprofundamento inefável do conceito de pessoa em Deus, que só a Revelação divina nos dá a conhecer.
Ao mesmo tempo, o Espírito Santo, enquanto consubstancial ao Pai e ao Filho na divindade, é Amor e Dom (incriado) do qual deriva como de uma fonte (fons vívus) toda a dádiva em relação às criaturas (dom criado): a doação da existência a todas as coisas, mediante a criação; e a doação da graça aos homens, mediante toda a economia da salvação. Como escreve o Apóstolo São Paulo: «O amor de Deus foi derramado nos nossos corações por meio do Espírito Santo, que nos foi dado» [Rom 5, 5]."
PRIMEIRA PARTE - O ESPÍRITO DO PAI E DO FILHO, DADO À IGREJA
Secção 4. O Messias, «ungido com o Espírito Santo»
Secção 5. Jesus de Nazaré, «elevado» no Espírito Santo
EXCERTO: "(...) nesse mesmo «momento Jesus exultou de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse: «Eu te dou graças, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isto foi do Teu agrado» [Lc 10, 21; cf. Mt 11, 25 s]. Jesus exulta pela paternidade divina: exulta porque Lhe foi dado revelar esta paternidade; exulta, por fim, por uma como que irradiação especial da mesma paternidade divina sobre os «pequeninos». E o Evangelista qualifica tudo isto como uma «exultação no Espírito Santo».
Esta «exultação» impele Jesus, em certo sentido, a dizer ainda algo mais. Ouçamos: «Todas as coisas me foram entregues por meu Pai e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar» [Lc 10, 22; cf. Mt 11, 27].
Aquilo que durante a teofania do Jordão veio, por assim dizer, «do exterior», do Alto, aqui provém «do interior», isto é, do mais íntimo do ser que é Jesus. É uma outra revelação do Pai e do Filho, unidos no Espírito Santo."
PRIMEIRA PARTE - O ESPÍRITO DO PAI E DO FILHO, DADO À IGREJA
Secção 6. Cristo Ressuscitado disse: «Recebei o Espírito Santo»
Secção 7. O Espírito Santo e o tempo da Igreja
EXCERTO: "O Espírito Santo foi enviado, primeiro, como dom para o Filho que se fez homem, para se cumprirem as profecias messiânicas. Depois da «partida» de Cristo, do Filho, segundo o texto joanino, o Espírito Santo «virá» directamente — é a sua nova missão — para consumar a obra do Filho. Deste modo, será Ele quem levará à realização plena a nova era da história da salvação. (....)
Os eventos pascais — a paixão, a morte e a ressurreição de Cristo — são também o tempo da nova vinda do Espírito Santo, como Paráclito e Espírito da verdade. Eles constituem o tempo do «novo princípio» da comunicação de Si mesmo da parte de Deus uno e trino à humanidade, no Espírito Santo por obra de Cristo Redentor."