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Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

A divisão entre as águas (o 2º dia da Criação)

Deus disse: «Haja um firmamento entre as águas, para as manter separadas umas das outras.» E assim aconteceu. Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento. Deus chamou céus ao firmamento. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o segundo dia. (Gn 1,6-8)

No 2º dia da Criação, diz-nos o autor do Génesis que Deus criou as águas. As águas de cima seriam os Céus, onde Deus escolheu ser a Sua morada. Já as águas de baixo seriam a morada do homem. Entre elas, uma barreira, uma divisão, um firmamento, que separava o homem de Deus.

Em todo o relato da Criação, o 2º dia é o único dia que o Senhor não chama "bom". Deus não quer que o homem esteja separado Dele, mesmo que o homem insista em fazê-lo, escolhendo continuamente o pecado em vez do Seu amor. Deste modo, o 2º dia da Criação parece querer representar o mundo antes da vinda de Jesus.

 

Para o povo judaico, as águas do mar, profundas e insondáveis, representavam um local de morte e de julgamento para o homem. Foi nas águas do mar que a humanidade corrupta foi submergida, no dia do grande Dilúvio, enquanto Noé e a sua família, permanecendo sobre as águas do mar, dentro da arca, foram protegidos contra a morte. Foi nas águas do rio Nilo que o Faraó mandou afogar todos os bebés hebreus, enquanto apenas Moisés pôde ser protegido da morte, ao permanecer sobre as águas do rio, dentro duma cesta de vime. Foi também nas águas do mar Vermelho que os soldados do Egipto foram engolidos pela morte, que eles próprios provocaram, enquanto o povo hebreu atravessou as águas, sem que qualquer mal lhes acontecesse. 

 

Se, para os judeus, quanto mais fundo descermos nas águas, mais nos aproximaremos da morte, também é verdade que, quanto mais alto subirmos, mais perto estaremos de Deus, mais amiga e íntima será a nossa relação com o Senhor. Assim aconteceu com Moisés e depois com Elias, que encontraram o Senhor após subirem até ao topo da montanha. Também as alianças entre Deus e o seu povo realizaram-se sempre nos sítios mais altos.

Praying above water and mountain.jpg

Imagem retirada daqui

Mas "perto de" não quer dizer "junto de" ou "unido a". Se as águas de baixo representam a morada terrena do homem e, quanto mais fundo, mais perto da morte; se as águas de cima representam os céus e a morada eterna do homem, que ele almeja alcançar; e se existe uma barreira, uma divisão entre ambos, como poderá o homem ultrapassar essa barreira e chegar, por fim, até junto de Deus, unindo-se Àquele que a sua alma mais ama, o Único capaz de saciar os desejos do seu coração?

 

«Eu sou o Caminho», diz-nos Jesus.

Realmente, Jesus é a única via através da qual poderemos vir a alcançar o Céu e, assim, o amor eterno e abundante do Senhor. Foi Ele que nos abriu o caminho até ao Céu, foi Ele que restituiu a união primordial entre Deus e o homem, que havia antes do nosso pecado. Fê-lo na Sua Transfiguração, no cimo do Monte Tabor; fê-lo na Sua Crucificação, no topo do Calvário; fê-lo através da Sua Ascenção aos Céus, deixando o caminho aberto, desde o Monte das Oliveiras, para cada um de nós ...