A queda dos poderosos
† Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~ 2019 †
~ Egipto - Jordânia - Israel - Palestina ~
Estamos no início da nossa peregrinação.
Para trás de nós ficou o acordar às 5 ou 6 horas da manhã do dia 3 de Agosto, o check-in demorado em Lisboa, as primeiras 6 horas da viagem de avião até Istambul, a espera (aparentemente) interminável pelo 2º voo até ao Cairo, com início bem perto da meia noite e a chegada ao nosso primeiro hotel pelas 5 horas da manhã já do dia 4 de Agosto. Quem conseguiu, pode ainda dormir 30 minutos, antes de partirmos de autocarro para a nossa primeira paragem no Egipto...
Afinal, estamos em plena peregrinação e não numa viagem de férias e descanso; e a nossa Fé dá-nos a força para seguirmos caminho. Dentro dos nossos corações trazemos inúmeras intenções de oração, muitos pedidos de ajuda e de súplica, sim, mas ainda mais orações de agradecimento e louvor por todas as graças e bênçãos que cada um de nós recebeu, ao longo das nossas vidas.
A nossa primeira paragem é na antiga cidade de Mênfis, onde (para minha inicial desilusão) começamos por visitar a gigantesca estátua do Faraó Ramessés II, que eu não faço ideia quem seja .... porque é que viemos aqui? não podíamos ter dormido um pouquinho mais??
O nosso querido guia egípcio, Samuel Gabala, começa a contar-nos a história deste grande Faraó: terá nascido provavelmente no ano 1290 a.C. e teve um dos mais longos reinados egípcios, morrendo apenas aos 94 ou 97 anos de idade. Ao longo da sua vida, casou com 40 mulheres e teve pelo menos 250 filhos e filhas. Viveu diversas guerras mas reinou também durante muitos anos de paz e prosperidade, tendo tido a possibilidade de terminar várias obras dos seus antecessores e de erguer algumas obras só suas.
Nomeadamente, mandou erguer 2 enormes estátuas de si mesmo (a que pudémos observar era a única que, ao fim destes 3.000 anos, ainda se encontra inteira), cada uma com mais de 80 toneladas e 13 metros de altura, esculpidas a partir duma única rocha, e que foram colocadas na entrada da cidade de Mênfis.
Desde o topo da cabeça até aos pés, todos os pormenores desta estátua pretendiam demonstrar o enorme poder do seu reinado. Qual o inimigo que se atreveria a enfrentar tal potência? Além disso, não nos esqueçamos que os egípcios acreditavam que os faraós eram deuses e tratavam-nos como tal... Quem se atreveria a combater os próprios deuses?
Vaidade das vaidades, tudo é vaidade ....
Ainda nos dias de hoje, na nossa sociedade, se erguem tantas destas "estátuas" (talvez nunca se tenha erguido tantas como hoje!) - imagens de poder, de domínio, de controlo absoluto sobre tudo à nossa volta, de auto-suficiência, de orgulho sem fim ... que não passam de imagens falsas e perecíveis, que também um dia acabarão por ruir e cair....
Oh, também eu, na minha vida, por vezes, me atrevo a erguer estas "estátuas" ... louvado seja Deus, que não se cansa de nos deitar a baixo todas as nossas "torres de Babel" ...
Mas qual a relevância, afinal, deste faraó na nossa peregrinação?
É que este poderá ter sido o Faraó da época de Moisés e do êxodo do povo de Deus. Por exemplo, encontraram escrito no seu túmulo que tinha perdido 12 dos seus filhos primogénitos no mesmo dia, e existem algumas evidências que indicam que terá vivenciado as 10 pragas que o livro do Êxodo nos relata ....
Oh Faraó dum império rico, próspero e aparentemente indestrutível; achava que o reinado da sua família continuaria por todo o sempre; nada de mal jamais lhe aconteceria ...
A verdade é que o grande Império do Egípcio acabou por cair e morrer. Depois veio o Império da Assíria, que conquistou muitas e muitas terras; também esse acabou por cair e morrer às mãos duma nova potência militar, o Império Babilónico comandado pelo rei Nabucodonosor ... império após império, Persa, Grego, Sírio e por fim o grande Império Romano, já no tempo de Jesus; cada novo Império reclamava para si um poder ainda maior que o anterior e todos pensavam ser indestrutíveis e eternos...
O nosso guia vai relatando esta história, que se repete vezes e vezes sem conta ... e quando dou por isso, o meu coração começa a cantar o Magnificat, o canto de alegria e louvor da Santíssima Virgem Maria...
A minha alma glorifica o Senhor
E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva:
De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
Sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço
E dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
E exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
E aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
Lembrado da sua misericórdia,
Como tinha prometido a nossos pais,
A Abraão e à sua descendência para sempre
Glória ao Pai e ao Filho
E ao Espírito Santo,
Como era no princípio,
Agora e sempre. Amén(Lc 1,46-55)
Louvado seja o Senhor por todo o sempre!
† Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~ 2019 †
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