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Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Deixemos os nossos ídolos e voltemos para o Senhor

Vendo que Moisés demorava a descer do monte, o povo reuniu-se à volta de Aarão e disse-lhe: «Vamos! Façamos para nós um deus que caminhe à nossa frente, pois a Moisés, esse homem que nos persuadiu a sair do Egipto, não sabemos o que lhe terá acontecido.» Aarão respondeu-lhes: «Tirai as argolas de ouro das orelhas das vossas mulheres, dos vossos filhos e das vossas filhas, e trazei-mas.» Eles tiraram as argolas que tinham nas orelhas e levaram-nas a Aarão. 

Recebeu-as das mãos deles, deitou-as num molde e fez um bezerro de metal fundido. Então exclamaram: «Israel, aqui tens o teu deus, aquele que te fez sair do Egipto» Vendo isso, Aarão construiu um altar diante do ídolo, e disse em voz alta: «Amanhã haverá festa em honra do Senhor.» No dia seguinte de manhã, ofereceram holocaustos e sacrifícios de comunhão. O povo sentou-se para comer e beber e depois levantou-se para se divertir. (Ex 32, 1-6)

De quantas formas diferentes este episódio poderia ser reescrito, com base em circunstâncias da minha vida? Poderia começar assim: "Vendo que o Senhor Se demorava a cumprir uma das Suas promessas, a impaciente Marisa, em vez de aguardar fielmente até que chegasse o momento certo e adequado, preparado com todo o carinho por Deus, reuniu todos os seus desejos e anseios, e disse: 'Vamos! Farei para mim um ídolo que caminhe à minha frente, que eu veja e toque, no qual eu possa mandar e assim fazer tudo consoante a minha vontade ..."

 

Conforta-me saber que não é só na minha vida que acontecem estes momentos de impaciência, de insegurança, de dúvida, de esquecimento das promessas do Senhor, de falta de Fé. A Fé, que é uma «resposta ao chamamento do Senhor», mas também um «exercício de memória», como explorámos num post anterior. O povo de Israel também caiu muitas vezes, como eu, na tentação da desconfiança das promessas do Senhor. E é nessas alturas que surge algo que é absolutamente contrário à Fé: a idolatria

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Imagem retirada daqui

Algo está a acontecer, Moisés avisou-os de que o Senhor o tinha chamado a subir até ao topo do Monte Sinai, para lhe falar e ensinar as leis e os mandamentos, que trariam vida e paz a todo o povo no seu futuro na Terra Prometida. O povo a nuvem que passa a cobrir a montanha, Aarão vê a imagem do fogo no topo do Monte. Todos sabem que algo está a acontecer, naquele preciso momento das suas vidas, que Deus está a agir, que não está adormecido, nem Se esqueceu deles nem está ocupado com outra coisa... 

E ainda assim, durante o período de quarenta dias e quarenta noites que "Moisés fica a falar com Deus no Sinai, o povo não suporta o mistério do Rosto Divino escondido, não suporta o tempo de espera". Com o passar do tempo, esquecem-se das promessas do Deus fiel, deixam que a dúvida e a suspeita comecem a entrar por entre brechas dos seus corações, como aconteceu com Adão e Eva no Éden, e tornam-se assim inseguros e impacientes. Da insegurança ao medo, acerca do presente e do futuro, é um saltinho. E o sentir medo aterroriza-os, porque leva-os a pensar e a reflectir, e sem a luz da Fé tudo parece tenebroso e incerto. Então o que fazem? Procuram a todo o custo "fazer festa", "comer e beber", "divertir-se", entreter-se, encher-se de outras coisas, para não terem que lidar com a realidade que vivem ... 

 

"Por sua natureza, a Fé pede para se renunciar à posse imediata que a visão parece oferecer". É um convite ao respeito "pelo mistério próprio de um Rosto que Se pretende revelar", sim, mas apenas "no momento mais oportuno". Não conseguindo suportar este "ainda não" da parte do Senhor, o povo israelita procura não só anestesiar-se e embriagar-se com divertimentos e prazeres, mas também escolhe "adorar um ídolo cujo rosto se pode fixar e cuja origem é conhecida" porque foi feito pelas suas próprias mãos e à sua própria imagem. 

Aliás, "diante deste ídolo, não se corre o risco de uma possível chamada" que os "faça sair" do seu conforto e segurança. Na verdade, a desconfiança, as dúvidas, o medo, a falta de Fé deste povo é de tal modo que, para o fabrico deste ídolo, eles aceitam até que lhes seja "tirada" as suas posses e bens, aceitam que os seus tesouros, que eram únicos e irrepetíveis, exclusivos de cada um, sejam conjuntamente despejados num molde uniforme, perdendo assim a sua originalidade e singularidade. Porque, um ídolo "é um pretexto para se colocar a si mesmo no centro da realidade", para a "adoração da obra das próprias mãos". E assim constroem altares para exaltarem a atenção própria, a exigência das suas "necessidades" e "direitos", o louvor do amor próprio...

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Imagem retirada daqui

Chama-me particularmente à atenção que o povo hebraico tenha caído neste pecado da idolatria exactamente quando já faltava tão pouco tempo para que a sua espera terminasse. Moisés já estava a caminho, já estava a preparar-se para começar a descer a montanha, e trazer-lhes as tábuas da salvação, que lhes indicaria o caminho e lhes garantiria um futuro feliz. Eles já se tinham esforçado e lutado, contra as tentações, durante tanto tempo de espera - estava quase, tão quase, só faltava um bocadinho mais ... Ah, como sou parecida com o povo hebreu.

 

Assim, "perdida a orientação fundamental que dá unidade à sua existência, o homem dispersa-se na multiplicidade dos seus desejos". Fragmenta-se, desintegra-se. Por isso, "a idolatria é sempre politeísmo, movimento sem meta de um senhor para outro. A idolatria não oferece um caminho, mas uma multiplicidade de veredas, que não conduzem a uma meta certa, antes se configuram como um labirinto". Deste modo, quem escolhe não "confiar-se a Deus", terá de ouvir "as vozes dos muitos ídolos que lhe gritam: «Confia-te a mim!»" Ininterruptamente, infindavelmente ... 

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Imagem retirada daqui

Então, o que poderemos fazer? Escolher a Fé. "A fé, enquanto ligada à conversão, é o contrário da idolatria: é separação dos ídolos para voltar ao Deus vivo, através de um encontro pessoal". Voltemos. Façamos memória, do passado e do futuro, e acreditemos "na Sua capacidade de endireitar os desvios da nossa história". Deixemo-nos "incessantemente transformar" ao passo do chamamento do Senhor, que nos convida a sair do nosso egoísmo e do nosso pecado, para nos encontrar-nos com Ele. E, deste modo, iremos descobrir que, "paradoxalmente, é neste voltar-se continuamente para o Senhor, o homem encontra uma estrada segura, que o liberta do movimento dispersivo a que o sujeitam os ídolos."

Canção da inspiradora Audrey Assad - "You speak"

 

Post escrito com eenxertos da maravilhosa Carta Apóstólica Lumen FideiLuz da Fé, 

escrita pelo Papa Bento XVI e pelo Papa Francisco, publicada em 2013, 13º ponto.

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