Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
O Templo de Deus abriu-se no Céu e a Arca da Aliança foi vista no seu Templo. Apareceu no céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça. (Ap 11,19a; 12,1)
É com este relato que se inicia hoje as leituras da Santa Missa, dia da Assunção de Nossa Senhora. Não sei se têm bem noção da natureza estrondosa, absolutamente chocante, desta afirmação do Apóstolo João: "a Arca da Aliança foi vista no seu Templo".
Na altura em que este relato foi escrito, a Arca da Aliança tinha sido vista pela última vez já há mais de 500 anos atrás. Por altura do exílio do povo judeu na Babilónia, o profeta Jeremias, inspirado pelo Senhor, tinha-a escondido numa gruta algures no Monte Sinai, para não mais voltar a ser encontrada "até que Deus reúna o seu povo e use com ele de misericórdia" (2 Mac 2,7)
Esta promessa, nunca esquecida pelo povo judeu por mais anos que passassem, realizou-se nesta visão do Apóstolo S. João. Eis a nova Arca da Aliança - Maria, mãe de Jesus, o Salvador.
A antiga Arca da Aliança era revestida a ouro. A nova Arca, Maria, está "revestida de sol" como nos diz São João e como nos confirmam os Pastorinhos de Fátima dizendo que "era uma Senhora mais brilhante que o sol" .
A antiga Arca continha o cajado florido de Aarão, o primeiro sumo-sacerdote instituído pelo Senhor, enquanto o ventre de Maria contém dentro de si o Sumo-Sacerdote eterno.
A antiga Arca continha as tábuas com os 10 Mandamentos da Lei de Deus, que tinham sido escritas pelo próprio dedo do Senhor. Maria, a nova Arca, contém Jesus dentro de si, o Verbo de Deus.
Por fim, a antiga Arca continha o maná, o alimento vindo do céu durante os 40 anos da travessia do deserto do povo hebreu. A nova Arca, Maria, contém o Pão Vivo, descido dos Céus, o verdadeiro alimento que nos dá a vida eterna.
[A mulher] estava para ser mãe e gritava com as dores e ânsias da maternidade. (Ap 12,2)
Com esta simples frase, o Apóstolo João confirma-nos aquilo que é dogma de Fé: no final da sua vida terrena, Maria foi levada, em corpo e em alma, para junto de Deus. Em parte, como primícias de toda a Igreja, como antecipação daquilo que acreditamos que nos acontecerá no Último Dia. Mas, por outro lado, Maria foi assupta aos Céus, ou seja, foi assumida por Deus, como culminar de toda a sua vivência terrena: Maria passou toda a sua vida a conformar a sua vontade com a do Senhor, mais perfeitamente a cada novo dia, de tal modo que, por altura da sua morte, era absolutamente impossível distinguir ou separar o coração de Maria com o coração de Deus...
Peçamos a Maria, neste dia tão especial, que nos ensine e ajude a conformar o nosso próprio coração, sempre tão rebelde e orgulhoso, com o coração e a vontade de Deus. Amén
«Sabem que dia é hoje, 15 de Agosto?» - pergunta-nos o sr. Padre no início da missa.
«Dia da Assunção de Nossa Senhora» - respondemos nós, quase em coro.
«Sim, também» - é a resposta do sr. Padre. Também?? Como assim? (penso logo eu). Mas o sr. Padre prossegue para nos explicar - «Hoje, podemos dizer assim, é o dia da Páscoa de Nossa Senhora. Hoje celebramos o dia em que, por uma graça especial de Deus, Maria se tornou a primeira pessoa a viver, verdadeiramente, a Páscoa de Jesus, ou seja, a morrer e a ressuscitar, em corpo e alma, e a ser levada, em corpo e em alma, até ao Céu! Sim, hoje é dia de celebrarmos a Páscoa!»
Como é que eu nunca pensei nesta associação antes? Oh, é claro que sim!
Ao longo da missa, vou recordando no meu coração a nossa peregrinação desde o Egipto até à Terra Santa. A propósito do dia santo que hoje celebramos, vou recordando em especial a nossa visita à Abadia da Dormição de Nossa Senhora, em Jerusalém. Esta igreja, apesar de estar sob a jurisdição da Igreja Anglicana, é reconhecida como sendo o local onde ocorreu a Assunção de Maria...
Esta Abadia fica na cidade de Jerusalém, no topo do monte Sião (sempre tão referido ao longo de toda a Bíblia), mesmo ao lado do local onde os Judeus e Muçulmanos acreditam que se encontra o túmulo do rei David (que nós também visitámos). Mais importante ainda - esta Abadia fica exactamente ao lado do Cenáculo, o local onde ocorreu a Última Ceia, ou seja, a instituição da Eucaristia! (mas sobre isso falar-vos-ei noutro post )
A Abadia propriamente dita é muito bonita e ampla; tem diversas pequenas capelas, com imagens que nos vão contando a vida de Nossa Senhora; assim como 12 grandes colunas, referentes a cada um dos Apóstolos. Mas a parte mais importante, como em quase todas as coisas, está, de certa forma, "escondida"....
É preciso descermos, é preciso tornar-nos pequeninos, é preciso seguir uma estreita escada em caracol, é preciso entrar na profundidade da cripta (assim como do nosso coração), para podermos louvar e glorificar as maravilhas que o Senhor fez, como na vida de Maria...
Espera-nos uma belíssima cripta (apesar de bastante mais simples que a Abadia), apenas iluminada por velas e lamparinas, com um formato circular, que nos direcciona imediatamente o olhar para o centro, onde se encontra uma escultura de Maria a dormir - a roupa de Nossa Senhora possuía originalmente uma camada de ouro, que foi entretanto roubada, e assim hoje só se vê a estrutura original em madeira.
Por cima desta escultura, sustentado por 6 colunas, encontramos um céu dourado em mosaico, com a figura de Jesus bem no centro, rodeado pelas imagens de 6 das mulheres referidas nas Sagradas Escrituras - Eva, Miriam (irmã de Moisés), Débora, Rute, a rainha Ester e Judite.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo, amén!