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Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Vida em mim

"Parece que tu não ovulas!"

Lembro-me perfeitamente do dia em que me disseram que provavelmente seria infértil. Claro que, como estudante de medicina na altura, eu já suspeitava há algum tempo. Os ciclos menstruais irregulares, os sinais físicos do desequilíbrio hormonal que ocorria dentro de mim, os sintomas típicos todos presentes ... Mas, se mais ninguém o afirmasse, talvez a ideia de puder ser infértil fosse apenas mais um "macaquinho" na minha cabeça, uma ideia tola e sem fundamento ... 

 

Pela graça de Deus, ao longo da minha caminhada católica, tive a imensa graça de ficar a conhecer o Fertility Care que, mais do que um método para ajudar famílias cristãs a gerir a sua fertilidade conjugal e a sua abertura à vida, é também uma forma bastante eficaz de ajudar a mulher a monitorizar a sua saúde ginecológica e procriativa. O método do Fertility Care baseia-se na auto-observação diária de vários sinais e sintomas do corpo da mulher, de modo a compreender e interpretar o que se passa com o seu corpo a cada dia do ciclo. É um método natural de espaçamento familiar, muito versátil e adaptável às necessidades de cada casal, ecológico e económico, extensamente estudado e aplicado um pouco por todo o mundo desde há mais de 50 anos. 

Foi através das consultas com as instrutoras deste método que comecei a compreender o que se passava com o meu corpo. Percebi que tinha de mudar o meu estilo de vida se queria tornar-me saudável. Tentei ajudar o meu corpo a recuperar a normalidade de todas as formas que consegui. Mas as medidas não pareciam surtir efeito. Os meses passavam, eu continuava a monitorizar diariamente os sinais e sintomas do meu corpo, voltava a repetir os exames e as análises, e não parecia haver grandes diferenças ... A minha doença não regredia, permanecia lá, por mais que eu tentasse controlá-la. Por fim, o passar dos anos ajudou-me a aceitar esta minha condição, que parecia tornar altamente improvável que eu alguma vez pudesse ser mãe. 

 

Parte do meu grande interesse na vida consagrada devia-se ao conhecimento desta minha condição. Se eu não podia ser mãe biológica, não fazia qualquer sentido na minha cabeça que o Senhor me pudesse chamar a uma vida matrimonial. Foram muitos os anos a viver este dilema, entre aquilo que o meu coração desejava intensamente - ser esposa e mãe - e aquilo que a minha razão me levava a pensar. Foram muitas as horas de oração, de encontro com o Senhor, de feridas a serem destapadas, devagarinho, uma a uma, para puderem ser então curadas ...

 

Quando conheci o meu marido, alguns anos depois, o tema da minha provável infertilidade foi algo largamente discutido, meditado e rezado entre ambos. Curiosamente, o Senhor tinha feito com que o meu marido tivesse conhecido o método do Fertility Care ainda antes de eu própria o conhecer e praticar! E ele aceitava-me exactamente como o Senhor me tinha feito. Claro que foi necessário aprender a gerir expectativas e alguns sonhos de vida prévios. Mas, nem por um segundo sequer, esta minha condição fez diminuir a certeza absoluta que o meu marido tinha de que o Senhor o chamava e convidava a doar toda a sua vida por mim, como meu esposo. 

Assim, durante anos, li, estudei e ouvi todos os testemunhos que encontrei de outras mulheres e famílias que tiveram de lidar com a cruz da infertilidade. Foram incontáveis as horas a rezar, a preparar-me, a planear, a mentalizar-me - como é típico da minha personalidade - para a nossa futura vida matrimonial e para a longa e árdua luta contra a infertilidade que nos esperava. Até, finalmente, conseguir encontrar e viver naquela paz que só o Senhor nos pode oferecer, de, em tudo, fazer sempre a Sua vontade, de seguir sempre os Seus caminhos, carregando a nossa Cruz às costas atrás d'Ele, nunca tirando os olhos do Céu do Seu amor ...

 

O que eu não me apercebi foi que, ao longo dos meses de namoro e noivado, o meu corpo foi, aos poucos, mudando e normalizando. Devagarinho, lentamente, de forma quase imperceptível, os meus ciclos menstruais foram-se tornando cada vez mais regulares.... e o impossível aconteceu.

Inacreditavelmente, miraculosamente, estamos grávidos!

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E o Senhor nunca se deixa vencer em generosidade - o nosso bebé, o nosso primeiro filho, foi prenda de lua de mel! Está previsto nascer exactamente 9 meses do dia do nosso casamento, em Janeiro do próximo ano! 

Oh, alegrem-se e regozijem-se connosco! O Senhor fez em nós maravilhas! O Senhor fez em nós um autêntico milagre! Oh, como o Senhor é bom! 

A Felicidade numa Família

Como já tinha contado anteriormente, o mês de Maio é muito importante para a nossa família. E Deus tem-nos dado tantas outras oportunidades diferentes para celebrarmos e festejarmos a nossa família e cada um dos seus elementos!

 

A Diocese de Aveiro, como a Teresa anunciou no seu blog esta semana, irá também celebrar neste domingo o Jubileu das Famílias

 

Providencialmente, no início desta semana, descobri um documentário maravilhoso e incrivelmente inspirador, realizado pela Opus Dei, e intitulado "Take a Chance on Happiness", onde inúmeras famílias inglesas, escocesas e irlandesas dão o seu testemunho sobre os desafios da vida familiar, mas também da oportunidade que receberam de se santificarem através desse abençoado caminho. O documentário tem um total de 25 minutos, tem legendas, e apresenta também várias gravações de palestras dadas por São Josemaria Escrivá, apelidado de "santo do quotidiano" pelo papa Bento XVI, com vários conselhos, muito práticos, às mães e pais de famílias. Aproveitem o fim-de-semana para o verem!  

 

 

 

O Exemplo para cada esposa

Hoje partilho convosco o último quadro que fiz para o meu quarto:

 

Quadro 4

Caso estejam interessados em imprimir o documento que criei, podem fazer o download aqui ou então aqui.

 

Provérbios 31:10-31- A Esposa Ideal

“Quem poderá encontrar uma mulher virtuosa?

O seu preço vale muito mais que rubis.

O coração do seu marido confia plenamente nela, e não lhe faltará nada.

Ela far-lhe-á bem, e nunca mal, todos os dias da sua vida.

Ela escolhe a lã e o linho, e trabalha com prazer com as suas mãos.

Ela é como os navios mercantes, trazendo de longe as suas provisões.

Ela levanta-se quando é ainda noite, para alimentar a sua família e dar tarefas às suas servas.

Ela avalia um terreno e compra-o; com o fruto das suas mãos planta uma vinha.

Ela entrega-se com vontade ao seu trabalho, e os seus braços são fortes e vigorosos.

Ela sabe dar valor ao seu trabalho, e mesmo de noite a sua lâmpada não se apaga.

Nas suas mãos segura o fuso, e com os dedos sustenta a roca.

Ela abre as mãos para os pobres e estende os braços para os necessitados.

Ela não teme pelos seus familiares quando chega a neve, pois todos estão bem agasalhos.

Ela própria tece as cobertas para a sua cama; a sua roupa é de linho fino e púrpura.

O seu marido é respeitado no tribunal, quando se senta entre as autoridades da sua terra.

Ela fabrica linho fino e vende-o, fornecendo cintos para os comerciantes.

Ela veste-se com força e dignidade, e alegra-se ao pensar nos tempos que virão.

Ela abre a sua boca com sabedoria, e sua língua ensina com bondade.

Ela cuida bem da sua casa, e não dá lugar à preguiça.

Os seus filhos levantam-se e chamam-lhe abençoada;

O seu marido também, louvando-a:

«Muitas mulheres são exemplares, mas tu superaste-as a todas!»

A graça é enganadora e a beleza é passageira, mas uma mulher que tema o Senhor será louvada.

Que ela receba a sua recompensa merecida, e que as suas obras sejam louvadas na praça da cidade.”

 

Não sei se vão concordar comigo, mas eu penso que cada mulher, se sentir que é esse o chamamento de Deus para si, deve utilizar os seus anos de solteira para se preparar para os vários papéis que desempenhará quando casada. 

É provável que vocês já tenham lido esta passagem bíblica em Provérbios 31 antes. Eu só a li pela primeira vez este Verão. Aliás, na altura li e reli imensas vezes.

 

Esta belíssima passagem fala-nos acerca duma mãe que aconselha o seu filho sobre quais as qualidades a procurar numa futura esposa. E neste contexto transmite-nos uma imagem lindíssima da esposa ideal.

 

Eu poderia falar-vos de imensas coisas com base neste texto. Tenho a certeza que no futuro voltarei a esta passagem para partilhar novas interpretações que o Senhor me mostre. Mas hoje gostava só de falar acerca dum pequeno verso, mas que teve elevadíssima relevância no meu estudo deste texto e na forma como o via.

 

O valor da mulher apresentada neste texto é inestimável. Ela é uma esposa preciosa, de elevado valor, que demonstra de diversas forma como o seu amor pelo seu esposo é eterno, infinito, sem começo nem fim.

Mas vejam bem, está aqui escrito que esta mulher faz-lhe o bem, e nunca o mal, todos os dias da sua vida. Reparem, todos os dias da sua vida. Todos.

Bem, isso quer então dizer que estão também incluídos os dias em que ela ainda nem o conhecia sequer! Uau

 

Mas como Deus nos pode pedir isto? Como é possível para nós mulheres realizarmos isto? Como conseguiremos fazer sempre o bem e nunca o mal a alguém? E ainda por cima, a alguém que nós ainda nem conhecemos???

Que tarefa difícil Deus nos pede! Fazer bem a alguém, sempre, diariamente, acerca de tudo e em todos os aspectos. E sem saber sequer quem essa pessoa é....

 

Quem seria capaz de fazer algo assim? Conhecem alguém capaz disto? 

Sabem, eu conheço alguém que realizou este pedido de Deus. E digo-vos mais, fez isto por mais do que uma pessoa. Aliás, fez isto por toda a humanidade.

Essa pessoa é Jesus.

 

É no Seu exemplo que nos devemos focar para sermos boas esposas. É com Ele, e apenas com Ele, que nos devemos comparar em acções e em pensamentos. É Ele a nossa régua, a nossa medida, o nosso padrão. É Ele o nosso maior apoiante, o nosso maior encorajador, Aquele que mais ânimo nos dá.

 

Vejam, Deus não nos pediria nada que não fosse possível. Ele pede-nos que façamos algo e dá-nos missões para cumprirmos, que nos parecem impossíveis, apenas para que possamos descobrir o Único que nos ajudará a completar essas tarefas.

O Senhor pede-nos tarefas aparentemente irrealizáveis para nos apercebemos da nossa condição humana, mundana, fraca e perecível. E para aprendermos que não estamos sozinhos, mas que somos filhos muito amados do Rei do Universo.

 

Uma das nossas maiores funções nesta vida é descobrirmos Aquele que a quem devemos tanto, Aquele que está sempre ali ao nosso lado. Aquele que veio à Terra e entregou-se na Cruz por mim, por ti, por todos os homens e mulheres.

Ele veio à Terra exactamente para nos puder dar este exemplo. Que pudemos amar e fazer o bem mesmo àqueles que não conhecemos ainda. Que os podemos amar como a nós mesmos. E para nos mostrar que tudo o que o Senhor Nosso Pai nos diz e nos pede é possível. Apenas precisamos de Lhe pedir ajuda.

E Deus, como um bom Pai que tanto nos ama, vem em nosso auxílio, ajudar-nos.

 

Bodas de Ouro

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O que vocês vêem?

 

Eu vejo um dos casais mais unidos que conheço.

Eu vejo um dos maiores exemplos da minha vida.

Eu vejo duas das pessoas mais importantes da minha vida.

 

Eu vejo duas pessoas que me ensinaram que o amor não é um sentimento, mas uma decisão diária que se transforma em acções, em entrega, em serviço. Que o amor é desejar a felicidade do outro mais que a nossa. Que o amor é carinho, é amizade, é companheirismo. Que o amor, se bem praticado e estimado, é eterno.

 

Estes são os meus avós paternos, os que sempre viveram connosco. Ou melhor, eles é que nos acolheram a nós. Os meus avós são duma pequena aldeia de Beja. Vêm ambos de famílias grandes mas pobres. A avó não foi à escola, porque a mãe exigia que ela ficasse em casa a tratar dos irmãos e da casa. O avô fez a 4ªclasse e depois foi trabalhar para o campo. Ambos trabalharam na agricultura durante anos e anos. Quer fizesse sol ou chuva, quer fosse dia de semana ou de fim-de-semana, quer fosse inverno ou verão. 

O avô é 7 anos mais velho que a avó. Eles começaram a namorar quando a minha avó tinha 17 anos. Casaram 3 anos depois, e o meu pai nasceu quando a avó tinha 23 anos. Meses depois, fartos duma vida já tão longa de trabalho, e sem perspectivas dum futuro melhor, partiram da aldeia com direcção a Lisboa, trazendo consigo os seus poucos pertences. 

Aqui o avô conseguiu emprego no antigo Arsenal do Alfeite. A avó começou por trabalhar numa fábrica têxtil, depois essa fábrica fechou e a partir daí foi sempre costureira. Ambos tinham o sonho duma vida melhor e mais digna. Sempre pensaram em construir uma casa e em ter um bom terreno para uma horta. 

Os avós construiram com as suas mãos a casa em que vivemos hoje, uma tarefa que demorou quase 20 anos a ser concluída. Eles construiram-na sozinha e sempre com o dinheiro dos seus bolsos. 

 

Juntos, passaram por momentos de plena felicidade, mas também de completo terror e medo.

Juntos, enfrentaram a perda de familiares e amigos, e receberam de braços abertos todos os novos amigos, vizinhos, irmãos e sobrinhos.

Juntos, criaram uma família unida, sempre junta e feliz.

Juntos, alcançaram hoje 50 anos de casados.

 

Hoje há uma grande festa cá em casa. Vamos celebrar os avós, a sua vida e o seu exemplo. Mas vamos também celebrar a nossa família e todos os seus elementos.

 

 

Hoje celebramos aqueles que sempre nos ensinaram que:

 "O amor é paciente, o amor é benigno, não é invejoso; o amor não é orgulhoso, não se envaidece; não é descortês, não é interesseiro, não se irrita, não guarda rancor, não se alegra com a injustiça mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará..."

1Coríntios 13:4-8