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Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Um simples puzzle

Nestas férias, escolhemos um puzzle para montar em família. Um puzzle grande, com 1000 peças, com a pintura do "Julgamento Final" do Miguel Ângelo, e que me pôs bastante a pensar e meditar ...

 

A construção dum puzzle torna-se mais fácil se construirmos primeiro os seus limites. Limites são coisas boas, muito mais do que tendemos a pensar. Orientam-nos e dão-nos direções sobre onde cada desenho principal vai ficar. Dão-nos segurança, pois sabemos claramente até onde podemos ir, antes de nos engarnar-nos ou fazermos asneira. Limites claros e bem definidos permitem-nos começar a juntar peças e avançar na nossa construção. São esses mesmos limites, presentes desde o início, que, no final, garantirão que todo o puzzle se mantém unido, com cada peça no seu lugar ...

 

Avançamos no nosso trabalho e vamos à procura de novas peças, para as ligar àquelas que já temos colocadas corretamente nos seus devidos lugares. Tentamos e voltamos a tentar, até encontrar aquela peça perfeita que encaixa que nem uma luva. Encontramos, assim, o lugar que apenas aquela peça (e mais nenhuma outra) podia ter - não só pelo seu formato mas também pela harmonia das cores e pela continuidade do desenho.

 

Basta uma só peça não estar no seu devido lugar e o puzzle já não é o mesmo. Nota-se logo a sua falta. A sua beleza já não será completa ...

making a puzzle.jpg

Imagem retirada daqui


Ah, a beleza da jornada conjunta, lado a lado à volta da mesma mesa, de se ir construindo um puzzle peça por peça. A alegria partilhada por cada novo encaixe. A partilha da frustração por não se conseguir encontrar aquela peça que se procura há tanto tempo... "Deixa, dorme sobre o assunto, logo tentamos amanhã novamente, com as forças renovadas pelo Senhor "...

 

Nem todos os dias conseguiremos produzir os mesmos frutos: haverá dias em que montaremos pouco mais de meia dúzia de peças, mera gota de água naquele oceano; mas, noutros dias, veremos o quão abundantes podem ser os frutos do nosso trabalho, do nosso empenho e persistência...


Ah, o caminho partilhado... A obra que começa a tomar forma e relevo. "Força, estamos quase lá, juntos conseguimos" ...

 

Eis, por fim, o quadro final, sinal visível do nosso caminho conjunto, da nossa jornada partilhada. Todas as peças, por fim, perfeitamente unidas, a pintura finalmente composta. "Que linda está" ...


Continua a ver-se o formato individual de cada peça. Cada uma delas é única e não poderia ocupar nenhuma outro lugar ...

 

De hoje em diante, de cada vez que olharmos para aquele quadro, na parede da nossa casa, lembrar-nos-emos e faremos memória do caminho percorrido em conjunto. Contaremos histórias, partilharemos momentos e memórias ...

 

Assim acontecerá connosco, um dia, no Céu, quando Deus nos mostrar os puzzles das nossas vidas ... Oh, que pura beleza!

Ámen 

Oh férias ....

Estou por estes dias numa pequena aldeia perdida na serra, perto de Lamego, tal como todos os anos.

Um autêntico paraíso na terra, duma beleza e simplicidade sem igual - tudo o que é preciso está aqui: família, natureza e Deus. Não falta nada...

 

Lamego

 

É altura de estar - com a família que tanto se ama mas que só se pode ver uma vez por ano, e na presença de Deus ...

É altura de ser - o braço direito da mãe, a prima mais velha e conselheira, a que está sempre disposta a ajudar e a servir....

É altura de ouvir - as aventuras e os desabafos do ano que passou, o barulho encantador de todos os animais da quinta, os sinos da pequena igreja a tocar a canção de Fátima a cada meia hora, lembrando-nos continuamente de rezar e de agradecer....

É altura de rir - muito, muito, muito, todos juntos ...

É altura de ver - toda a beleza que nos rodeia, com os nossos olhos, sim, mas também com o coração...

É altura de perdoar - aqueles que convivem comigo todos os dias (e ui! que difícil) mas também a mim mesma (o que ainda é mais difícil)...

É altura de alimentar - escolhendo fazer os pratos que cada um mais gosta, dando a beber o cálice da paz de Cristo....

É altura de dar, de nos dar, de oferecer o melhor que temos, de partilhar e de aceitar...

 

 

É a altura ideal para nos apaixonar de novo ... pelo nosso verdadeiro e eterno Amor

 

"És grande, Senhor e infinitamente digno de ser louvado; grande é teu poder, e incomensurável tua Sabedoria. E o homem, pequena parte de tua criação (...), partícula de tua criação, deseja louvar-te. Tu mesmo que incitas ao deleite no teu louvor, porque nos fizeste para ti, e nosso coração está inquieto enquanto não encontrar em ti descanso."

 

"Como invocarei meu Deus, meu Deus e meu Senhor, se ao invocá-lo o faria certamente dentro de mim? E que lugar há em mim para receber o meu Deus, por onde Deus desça a mim, o Deus que fez o céu e a terra? Senhor, haverá em mim algum espaço que te possa conter? Acaso te contêm o céu e a terra, que tu criaste, e dentro dos quais também criaste a mim? Será, talvez, pelo fato de nada do que existe sem Ti, que todas as coisas te contêm?

E, assim, se existo, que motivo pode haver para Te pedir que venhas a mim, já que não existiria se em mim não habitásseis? (...) Eu nada seria, meu Deus, nada seria em absoluto se não estivesses em mim; talvez seria melhor dizer que eu não existiria de modo algum se não estivesse em ti, de quem, por quem e em quem existem todas as coisas?

Assim é, Senhor, assim é. Como, pois, posso  chamar-te se já estou em ti, ou de onde hás de vir a mim, ou a que parte do céu ou da terra me hei de recolher, para que ali venha a mim o meu Deus, ele que disse: Eu encho o céu e a terra?"

 

"Porventura o céu e a terra te contêm, porque os enches? Ou será melhor dizer que os enches, mas que ainda resta alguma parte de ti, já que eles não te podem conter? E onde estenderás isso que sobra de ti, depois de cheios o céu e a terra? Mas será necessário que sejas contido em algum lugar, tu que conténs todas as coisas, visto que as que enches as ocupas contendo-as?

Porque não são os vasos cheios de ti que te tornam estável, já que, quando se quebrarem, tu não te derramarás; e quando te derramas sobre nós, isso não o fazes porque cais, mas porque nos levantas, nem porque te dispersas, mas porque nos recolhes.
No entanto, todas as coisas que enches, enche-as todas com todo o teu ser; ou talvez, por não te poderem conter totalmente todas as coisas, contêm apenas parte de ti? E essa parte de ti as contêm todas ao mesmo tempo, ou cada uma a sua, as maiores a maior parte, e as menores a menor parte? Mas haverá em ti partes maiores e partes menores? Acaso não estás todo em todas as partes, sem que haja coisa alguma que te contenha totalmente?"

 

"Que és, portanto, ó meu Deus? (...) Tao oculto e tão presente, formosíssimo e fortíssimo, estável e incompreensível; imutável, mudando todas as coisas; nunca novo e nunca velho; renovador de todas as coisas, conduzindo à ruína os soberbos sem que eles o saibam; sempre agindo e sempre repouso; sempre sustentando, enchendo e protegendo; sempre criando, nutrindo e aperfeiçoando, sempre buscando, ainda que nada te falte.
Amas sem paixão; tens zelos, e estás tranqüilo; te arrependes, e não tens dor; te iras, e continuas calmo; mudas de obra, mas não de resolução; recebes o que encontras, e nunca perdeste nada; não és avaro, e exiges lucro. A ti oferecemos tudo, para que sejas nosso devedor; porém, quem terá algo que não seja teu, pois, pagas dívidas que a ninguém deves, e perdoas dívidas sem que nada percas com isso?
E que é o que até aqui dissemos, meu Deus, minha vida, minha doçura santa, ou que poderá alguém dizer quando fala de ti?"

 

"Quem me dera descansar em ti! Quem me dera que viesses a meu coração e que o embriagasses, para que eu me esqueça de minhas maldades e me abrace contigo, meu único bem! (...) E que sou eu para ti, para que me ordenes amar-te e, se não o fizer, irar-te contra mim, ameaçando-me com terríveis castigos? Acaso é pequeno o castigo de não te amar?"

 

Santo Agostinho, primeiras páginas das suas Confissões

 

O deserto

Eis que chegamos ao fim de Agosto. E aproximamo-nos do fim do Verão ....

Como podem ter calculado pela minha ausência aqui no blogue, estive de férias. Este ano, pela primeira vez, não fomos passar férias a lado nenhum, com excepção dum fim-de-semana, no início de Agosto, a que fomos a Lamego, à terra natal da mãe, para o casamento do meu padrinho, o irmão mais novo da minha mãe.

Assim, apesar de ter permanecido em casa, decidi afastar-me da internet, do computador e, claro, dos blogues ...

 

Talvez devesse ter-vos contado antes mas, desde o início destas férias, no princípio de Julho, que tenho experimentado algo que apenas posso expressar como um "deserto espiritual". Durante estes dois meses tenho-me sentido verdadeiramente seca e árida a nível espiritual. A minha fé parece que estagnou. Deixei de crescer. Simplesmente parei. Permaneço no mesmíssimo lugar. Aqui, no deserto …

 

Não pensem que tenho passado por uma crise de fé. Longe disso.

Começo, finalmente, a compreender que o Senhor me trouxe até aqui para puder mostrar-me alguns defeitos e alguns pecados que, continuamente, tenho repetido e repetido e repetido, sem conseguir superá-los verdadeiramente. Em troca, Deus tem-me (tentado) ensinar novas virtudes, para substituir os defeitos que tenho tentado vencer. Mas tem sido um trabalho demorado e bastante difícil … apenas porque eu sou teimosa e teimosa e teimosa, e recuso-me a deixá-los ir ….

Perdoem-me por não poder dizer mais, mas a natureza da situação é demasiado íntima para puder partilhá-la convosco…

 

Além disso, para piorar a situação, estas férias têm trazido bastantes más notícias para a nossa família e para os nossos amigos. Julho começou com uma tentativa de suicídio duma amiga da mãe. Houve idas às urgências e internamentos de outros amigos nossos. Houve, na família, a partida dum querido e desejado bebé, que o Senhor chamou para junto de Si, ainda antes de nascer. E, para terminar, na véspera do meu aniversário, ficámos a saber que a avó materna, que vive em Lamego, tem uma neoplasia do estômago pouco promissora, e que uma tia da minha mãe estava também no hospital, às portas da morte, com um tumor do ovário, já metastizado por tudo quanto seja lado … Ah, sem esquecendo, claro,  a carga física e emocional diária de ter o avô acamado e demente ...

 

Compreendem, assim, que este verão tem sido particularmente difícil, não só para mim, mas também para a minha família. Adicionalmente, Setembro promete trazer consigo inúmeras e profundas alterações nas nossas vidas, mas sobre isso talvez seja melhor falar-vos num outro post….

 

Não pretendia escrever-vos um post desanimador, como acabei por escrever. Nós estamos bem – talvez um pouco abatidos e fragilizados, sim, mas estamos bem. Porque temos a nossa Fé. 

 

A Fé Católica trouxe-nos este enorme presente: nós sabemos que, desde que haja esperança, amor e fé ... tudo se faz e tudo se supera. 

 

P.s: Tentarei voltar, ainda que aos poucos, às publicações aqui no blog, talvez já na próxima semana :)

 

Acerca do meu plano de leitura bíblica

Ainda se lembram do meu Plano de Leitura Bíblica? (falei dele aqui e depois aqui
Penso que nunca cheguei a anunciar aqui no blog, mas terminei-o, não num ano como inicialmente queria, mas ao fim de um ano e meio. Ou seja, comecei-o em Setembro de 2014 e terminei-o em Fevereiro de 2016.

 

Eu tinha grandes esperanças para este "meu plano" - achava que ía perceber logo tudo, que me ía lembrar das histórias todas e que ía terminá-lo mais cedo do que a data que me tinha proposto.

Mas, na verdade, demorei a ler mais 6 meses do que tinha previsto; não percebi nem um terço do que li; e já não me lembro da maior parte das histórias .... 

 

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Não escrevo isto para vos desanimar. Se me perguntassem se eu penso que se deve ler a Bíblia toda, eu responderia - Claro que sim! Aquele pedacinho de leitura diária fazia-me sempre tão bem ... respondia sempre a alguma pergunta que eu tivesse, ajudava quase sempre a enfrentar alguma situação difícil do meu dia, e era verdadeiramente alimento para a minha pobre alma.... 

 

O problema - penso eu - é que eu era (e ainda sou) muito nova na Fé Católica. Neste mês de Maio, celebrei 2 anos de (re)conversão à Igreja Católica. Ás vezes, parece que já se passou mais de 20 anos, porque foram tantas as mudanças na minha vida que, por momentos, já nem sei bem como era a minha vida anterior. Mas, noutras vezes, parece que foi ontem e sinto-me uma autêntica criancinha, que sabe muito pouco ... muito pouco mesmo.

 

Desde Fevereiro que comecei a ler diariamente as leituras da missa do dia -  e o encadeamento entre as leituras do AT e do NT ajudou-me logo bastante a ligar as ideias, a criar pontes entre os temas, a compreender muitíssimo melhor o que aconteceu no passado e o que Jesus veio explicar/clarificar ou transformar. Esta é uma prática que aconselho vivamente a qualquer pessoa, em qualquer estadio de Fé em que estiver, a fazer todos os dias! Ler as leituras da missa do dia (quando não é possível ir à Eucaristia) nunca é tempo mal gasto - os frutos são tão abundantes, o coração enche-se de amor e misericórdia e até paciência! Oh, servimos um Deus tão bom ... 

 

O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios

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Foto do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, em Agosto de 2014, antes de ser iniciado o processo de limpeza e renovação do exterior que, até Agosto de 2015 (quando lá estivémos novamente), ainda não estava completo. 

 

A cidade de Lamego, onde nós estivemos de férias, é habitualmente reconhecida por um grande monumento que possui no centro da cidade – o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, que quase todos os anos visitamos.

 

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Foto do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, em Agosto de 2015, após parte da limpeza exterior e renovação dos painéis de azulejos. 

 

A sua história tem início em 1361, quando é construída, no topo do monte de Santo Estevão, uma pequena ermida dedicada ao mesmo santo, fruto da devoção popular dos lamecenses.

Mais tarde, em 1568, o então bispo de Lamego decide demolir a velha ermida, prestes a ruir, e manda erguer uma nova capela onde coloca uma imagem da Virgem Maria a dar de mamar ao Menino Jesus. Nos anos seguintes, muitas pessoas recorreram a esta imagem em busca de alívio para as suas doenças, o que deu origem, por sua vez, à devoção a Nossa Senhora dos Remédios.

Como não há duas sem três, também esta capela acabou por ter de ser demolida e o actual Santuário começou a ser construído em 1750. Apesar de todos os esforços, dada a sua dimensão e complexidade, a construção só terminou mais de 150 anos depois, em 1905.

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 Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, em Agosto de 2015

 

A principal característica deste monumento, a grande escadaria (ou “escadório”, como chamam os lamecenses), possui um total de 686 degraus (!!), divididos entre 9 lances de escadas e entre vários patamares ornamentados com pequenas capelas, várias estátuas, fontes e obeliscos.

 

Apesar de todos estes degraus, a subida é feita alegremente e com bom ânimo, uma vez que em cada patamar somos recebidos pessoalmente por Maria :) É verdade, em cada patamar podemos encontrar painéis de azulejos belíssimos que retratam alguns dos mistérios do Rosário – conseguem reconhecê-los?

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Painéis de azulejos sobre Nossa Senhora, Agosto de 2014, antes da recuperação de 2015.

 

Além disso, quando chegamos finalmente ao topo da escadaria podemos deliciarmo-nos com a água sempre fresquinha duma bela fonte, mesmo ao lado do Santuário, ao mesmo tempo que perdemos o fôlego ao olhar para baixo e ao ver toda aquela paisagem maravilhosa que só o Alto Douro tem. Lá em cima, sentimo-nos quase como se tivéssemos no topo do mundo, bem pertinho do Céu e da casa do nosso Pai :)

 

No interior do Santuário, encontramos no centro a imagem de Nossa Senhora dos Remédios, emoldurada por entalhamentos muito pormenorizados, e rodeada por dois altares laterais, dedicados aos Seus pais, S. Joaquim, à direita, e Santa Ana, à esquerda, o que traduz a importância que é dada à família pelos habitantes locais :)

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É sempre uma boa ideia subirmos a escadaria do Santuário - sentimo-nos todos sempre melhores, mais bem dispostos, mais alegres e felizes! Como todas as crianças se sentem depois de estarem no colo da Sua Mãe ;)

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Nós viemos embora de Lamego a poucos dias do início das festas da cidade, que este ano decorrem entre 27 de Agosto e 9 de Setembro

O ponto alto destas festas é no dia 6 de Setembro, quando o andor de Nossa Senhora dos Remédios, desce o Santuário em procissão até à cidade, e no dia 8 de Setembro, dia em que se assinala a Festa da Natividade de Nossa Senhora. No dia 8 realiza-se uma grande procissão (chamada Procissão do Triunfo) que atravessa praticamente toda a cidade, cujos andores, pelo seu elevado peso, são puxados por juntas de bois (disseram-me que era a única procissão assim no nosso país)!

Festas de Nossa Senhora dos Remédios 2015.jpg

Por fim, partilho convosco um vídeo com uma beleza sem igual, com imagens de todo o Santuário, da autoria de António José Leitão, acompanhadas de canções das Irmãs Hospitaleiras Franciscanas com letras lindíssimas! Que Deus o abençoe por criar algo tão belo! Obrigado!

 

 

Nas lidas domésticas

Ainda se lembram do post que escrevi no início das férias acerca das minhas lições domésticas?

Estando prestes a terminar o meu "curso intensivo" de lidas domésticas de verão, queria actualizar-vos acerca dos meus progressos. (Esqueci-me de ir tirando fotos, desculpem)

Lady of the house

Créditos da imagem

  • Culinária (módulo 2 e 3) - Pratos de peixe e sobremesas - feito!! A família comeu sempre e gostou. E pelos vistos parece que, como a mãe, as sobremesas são aquilo para que tenho mais jeitinho :)

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 Bolo dos 14 anos da prima - Bolo de iogurte com cobertura de chocolate

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 O meu bolo de aniversário - 22 aninhos! - Bolo de ananás com cobertura de natas

 

  • Lida da casa (temas C e D) – Limpeza da casa + Loiça + Roupa - aprovada! Acreditem, o que houve mais foi isto - lavar, estender, apanhar, passar, arrumar .... 

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 Créditos da imagem

E isto - lavar, lavar, lavar, lavar:

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 Créditos da imagem

E ainda isto - reorganização do meu enxoval:

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 Créditos da imagem

 

  • Compras (nível inicial) – Estudo começado mas pouco realizado - fica para o próximo ano!
  • Costura (escalão 2 – costura na máquina) – Nem sequer foi começado, não houve tempo ...
  • Tricot - Isto sim, foi a surpresa das férias! Há já vários anos que via a mãe a fazer tricot e sempre foi uma arte que me intrigava bastante... Este ano, quando fomos de férias para Lamego, tive finalmente tempo suficiente para a mãe me ensinar!
  • O começo foi dificil!! Ai que complicação! Tantos fios e voltas e troca e cruza e vira e .... MÃE, PERDI UMA MALHA! ou então, MÃE ESTOU A FAZER TUDO AO CONTRÁRIO! O terror, o caos!
  • Enfim, após várias tentativas diárias, a mãe lá disse que eu estava pronta para iniciar um projecto mais sério. Decidi começar de forma simples, e pensei em fazer um cachecol:

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 E lá vou eu entretida. Uns 5 minutos aqui, uns 15min ali, às vezes mais, aos poucos:

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Quando dei por mim, já de regresso a casa:

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Já parece um cachecol certo?

Ele enrola-se um pouco nas laterais por causa do ponto (simples) que escolhi, mas pronto. A mãe diz que no fim arranja uma solução....

 

Nestas férias, descobri que tricotar e rezar o Terço combinam na perfeição!! Ponho um destes vídeos no computador, ou coloco o CD gravado na aparelhagem e ... oh, é uma maravilha!!

Outra combinação bastante agradável é ouvir os vídeos do Padre Paulo Ricardo ao mesmo tempo que tricoteio (acho que acabei de inventar esta palavra...)! 

 

Na verdade, o tricot é uma arte bastante antiga, aprendida e cultivada por tantas gerações, praticada por tantas raparigas e mulheres na história da humanidade! Assim, também eu sinto que faço parte deste grupo de mulheres que sempre tentou alcançar o exemplo de mulher ideal (Provérbios 31), apenas alcançado neste mundo pela Excelentíssima Virgem Maria! 

Imagino se Ela também tricotava? Ou então, se fazia de outra forma as roupas para o pequeno Jesus e para a Sua família? Numa família tão pobre como a Sua, de certeza que não havia muito dinheiro para gastar em roupas. Provavelmente, Nossa Senhora teria de fazer tudo com as Suas mãos.

Imagino-a a rezar enquanto trabalhava. Será que estaria a fazer alguma coisa destas quando o Anjo a veio visitar? Que cores terá ela escolhido para fazer o enxoval do Seu Menino? Quanto amor e carinho terá sido dedicado por Ela a fazer cada cobertor, cada agasalho, cada casaquinho, cada roupinha para o Seu Filho tão amado ... Nem consigo imaginar a dedicação desta perfeita Esposa para com o Seu simples lar e a Sua família!

Algumas peças, talvez algumas roupas, algumas toalhas, terão sido feitas pela mãe de Nossa Senhora, santa Ana, entregues como presente de casamento à sua adorada filha.

Talvez a Virgem Maria tenha oferecido algo a Santa Isabel quando a visitou, dando com amor a São João Baptista a melhor peça que as Suas mãos podiam criar...

 

Oh, tantas histórias que imagino! Tantos se, tantos talvez ...

O importante é que, no final de tudo, cada coisa destas ajuda-me a tornar-me mais próxima da Nossa Mãe, da Sua vida e do Seu exemplo perfeito!

 

Uma visita inesperada

A minha mãe nasceu numa família muito simples e humilde, numa pequena aldeia nos arredores de Lamego. Aos 17 anos teve a oportunidade de vir para Lisboa, com ajuda da família de um tio, à procura dum emprego e duma vida melhor do que o trabalho no campo lhe podia dar. É em Lisboa que conhece o meu pai, filho duma família proveniente de Beja que também procurara a realização dos seus sonhos duma vida melhor na grande cidade.

Quando casaram, os meus pais tomaram a decisão de permanecerem aqui, em Corroios, perto da família do meu pai. A família da mãe acabou por ficar, na sua maioria, em Lamego, a quase 5 horas de distância de nós. Assim, em todas as férias de Verão vamos para Lamego durante algumas semanas, para a mãe (e com o tempo, também eu e o pai) matar as saudades da sua família - principalmente dos seus pais e da sua irmã mais nova. 

Há 24 anos que esta "tradição" acontece todos os verões e é sempre com grande alegria que esperamos esta altura do ano! Contudo, o ano passado foram as nossas primeiras férias sem o avô materno (que faleceu repentinamente em Fevereiro de 2014) e as férias já não foram as mesmas... Este ano também trazia consigo um sentimento agridoce - não sabemos se este ano foi o último em que eu pude ir de férias com os pais, e o mais provável é que estas tenham sido as últimas férias em família durante algum tempo ... Os anos passam e estou perto de terminar a faculdade e de começar a trabalhar como médica. E só Deus sabe como será o futuro. 

 

Assim, foi com grande alegria que, mal chegámos a Lamego, ficámos a saber que nos dias 8 e 9 de Agosto iriamos receber uma visita muito especial! A da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima!! Oh, que festa!!

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O avô materno sempre teve uma grande dedicação a Nossa Senhora de Fátima, e sempre que penso Nela, não deixo de pensar também no avô. Quando vamos a Fátima, a memória do avô está também sempre presente comigo.

Assim, eu senti que esta visita de Nossa Senhora a Lamego, foi uma forma de Ela nos dizer, mais uma vez, que nós não estávamos sozinhos nestas mudanças da nossa vida, que tinhamos o Seu apoio, a Sua ajuda, o Seu amor de mãe ... Oh, e que Mãe!

 

Deixo-vos um relato fotográfico desta belíssima visita: (nós esquecemo-nos da tirar fotos nos 2 dias, desculpem!) 

 

Dia 8 de Agosto - Procissão das Velas

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 Todas estas fotos são da autoria do maravilhoso fotógrafo Rui Jorge Pires do Olhar d'Ouro.

 

Dia 9 de Agosto - Tarde de oração na Sé de Lamego e Despedida 

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Peregrina 12.jpgPeregrina 13.JPG

Todas estas fotos são da autoria do maravilhoso fotógrafo Rui Jorge Pires do Olhar d'Ouro.

 

Já por diversas vezes que fomos a Fátima mas nunca conseguimos estar tão perto da imagem de Nossa Senhora como Deus nos deu a oportunidade desta vez. Pela graça de Deus, conseguimos encontrar um lugar para nos sentarmos na Sé a poucos metros da imagem de Nossa Senhora! Que privilégio. Uma tarde passada a rezar e a meditar sob o manto de Nossa Senhora, a rezar o Terço com Ela e a celebrar a Eucaristia na Sua presença - Foi extraordinário!

Mais extraordinário ainda foi a despedida - as orações cantadas, os lenços brancos a acenar, as lágrimas nos olhos de tanta gente, e mais uma vez, sem termos feito por isso mas pelo peso da multidão à nossa volta, encontrámo-nos desta vez a menos de um metro Dela! Caramba! Estávamos tão, tão perto Dela!! 

Há uma série de imagens na minha memória que espero nunca mais perder. Foi uma experiência sem igual...

Há dias em que é difícil rezar a Alguém que não vemos e que não ouvimos. A nossa natureza humana, tão física e corporal, por vezes tem essa necessidade.... de ver com os nossos próprios olhos, de tocar, de ouvir ...

 

Obrigado Mãe, por não me teres esquecido mesmo durante as férias! Eu sei que Tu estás sempre comigo ... mas é possível que eu às vezes me esqueça disso! Obrigado Mãe, obrigado minha Mãe! Obrigado por vires ter comigo!

 

«Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.

E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?»

Lc 1:42-43

 

Para terminar, deixo-vos um pequeno vídeo com filmagens da Sé de Lamego -  que tem quase 1000 anos de vida!

 

 

O meu significado da palavra Férias

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As minhas férias estão prestes a terminar. Comecei-as no início de Julho, prolongaram-se pelo mês de Agosto, e agora terminam, no início de Setembro. Estas foram, sem dúvida, as férias mais preenchidas que alguma vez tive! E foram fantásticas!! :)

 

Vou contar-vos nos próximos posts um pouco acerca das diversas coisas que fiz nas minhas férias. Vamos então começar pela mais importante - a preparação para a minha Confirmação!

 

Ora bem, a palavra férias significa coisas diferentes para diferentes pessoas!

Para uns, férias significa uma viagem de fim-de-semana, para outros tem de durar uma semana, e ainda para outros significa, no mínimo, duas semanas, ou mais de preferência!

Férias pode significar, para algumas pessoas, viajar e partir à aventura, para uma nova cidade ou destino turistico. Para outras significa obrigatoriamente praia e sol. Para outras, é o regresso muito aguardado à terra ou ao país natal. Para outras ainda, pode significar visitar a família que mora longe, reencontrar velhos amigos e voltar a ter tempo para hobbies muito amados...

 

Para mim, férias significa várias horas diárias de silêncio e isolamento humano! Para mim, significa passar várias horas a ler, a meditar, a reflectir, a escrever, e a adquirir novos conhecimentos profundos, sozinha, sem ninguém por perto e sem interrupções!

Férias, para mim, tem cada vez mais significado estar, simplesmente estar, com o Senhor. Pouco comum, eu sei!

 

Como filha única e tendo sempre vivido numa rua sem outras crianças, habituei-me desde cedo a ficar várias horas sozinha, principalmente no Verão. E isso não é algo necessariamente mau, como podem pensar de início! Aliás, às vezes penso que a origem de um dos problemas da sociedade actual é as pessoas não saberem estar sozinhas....

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Para mim, é essencial estar por vezes sozinha. Só consigo estar verdadeiramente com os outros, como me é exigido no meu dia-a-dia, se me for permitido passar algumas horas apenas na presença de Deus. Na verdade, só consigo compreender, ajudar e amar os outros, como meus irmãos que são, se puder ser às vezes amada e acarinhada no colo do meu Pai, só Ele e eu!

 

Assim, parte das minhas férias foram isso mesmo - apenas estar na presença de Deus, a fim de me preparar para o meu Crisma, que já tem dia marcado!! Na graça de Deus, confirmarei de forma definitiva a minha fé e continuarei eu mesma a promessa iniciada pelos meus padrinhos no dia do meu baptismo, no dia 18 de Outubro, no 29º Domingo do Tempo Comum, às 18h! Já agora, realço também que no dia 18 de Outubro celebra-se a memória de São Lucas, um discípulo dos Apóstolos, que escreveu os Actos dos Apóstolos e que era médico! O nosso Bom Deus é sem dúvida um Deus dos pormenores! É impressionante o carinho e a atenção que Ele dedica a cada um dos Seus filhos!!

 

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  • Portanto, nestas férias estudei bastante acerca do Sacramento da Confirmação, através da leitura de várias homilias e textos dos Santos Padres (que podem aceder nesta pasta, se quiserem).
  • Também li, quase na totalidade, o Catecismo da Igreja Católica, assim como Suma Teológica de São Tomás de Aquino na forma de Catecismo (que está clara e esplendidamente escrito, na minha opinião). 
  • Consegui dar um grande avanço no meu plano bíblico - há muitooo atrasado - mas ainda assim ainda não cheguei ao Novo Testamento... Não vou conseguir ler a Bíblia na totalidade até ao dia 1 de Setembro, como tinha inicialmente planeado. Mas paciência, o esforço e a dedicação são o mais importante, e conseguirei alcançar o meu objectivo, com certeza, até ao final do ano!
  • E, o mais importante de tudo, rezei, rezei, rezei, rezei!! 

 

No fim de tudo, só tenho para vos dizer: UAU! UAU! UAU!!!

Oh, quanto aprendi! As maravilhas que descobri! Quantas exclamações de alegria e esperança! 

O meu coração encheu-se com as promessas de Deus, com as mensagens de amor, de fé e de misericórdia!!

 

"Bendiz o Senhor, ó minha alma!

A minha única alegria encontra-se no Senhor.

Ao Senhor, glória eterna!

Aleluia!"

Salmo 103