Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Este ano está a ser particularmente difícil e desafiante para mim ... por uma série de razões diferentes ... que, no seu conjunto, têm feito com que este ano esteja a ser muito, muito difícil para mim ...
Louvado seja Deus pela descoberta que fiz, há uns tempos atrás, e que me tem ajudado, em parte, a aceitar este período turbulento e incerto e que tanta dor me tem causado ...
Queria partilhar convosco o blog e em especial o podcast do querido Padre "da minha Faculdade de Medicina", o Pe António Pedro Monteiro....
Chama-se (tão adequadamente) Aquele que habita os Céus sorri - e não posso recomendar-vos o suficiente a escuta atenta e reflexiva deste podcast.... Vale tanto, tanto, tanto a pena!
Algumas das homilias que mais me tocaram, bem fundo, no coração, nos últimos tempos foram:
Jesus lifestyle - O coração de Jesus
Cabem todos e a rede não se rompe
A tarefa de renovar todas as coisas
Mas eu acho sinceramente que podia ter escolhido todas as homilias que já ouvi do nosso querido Padre António Pedro Monteiro - tanto estas, disponíveis em formato electrónico, como todas aquelas que me lembro de ter ouvido ao longo dos anos de faculdade ... e que tanto impacto tiveram em mim e na minha vida.
Louvado seja Deus pela graça de podermos ouvir estas palavras, que tanto nos (re)aquecem o coração!
Um abençoado fim-de-semana para todos
E se se lembrarem, nem que seja por um breve momento, por favor, rezem por mim ...
Deus tem-me mantida bastante ocupada nestas últimas semanas.... e parece que vou continuar assim, pelo menos, durante mais algumas semanas. Para além de todo o trabalho que envolve a minha profissão como médica, tem-me sido oferecido diversas oportunidades para servir a minha paróquia, às quais, pela graça de Deus, tenho tido finalmente a coragem de aceitar, com a alegria de quem se sacrifica por amor. Além disso, a minha própria vida está a sofrer uma grande mudança - dentro em breve, sairei da casa dos meus pais e irei viver sozinha. Mas, a seu tempo, contar-vos-ei todas estas aventuras com Deus.
Hoje, queria partilhar convosco um pequeno documentário da Opus Dei (cerca de 30 min, divididos em pequenos vídeos legendados), acerca da vivência da Fé Católica por diversos jovens adultos espalhados por todo o mundo. Um óptimo recurso para a Catequese da adolescência (e não, a Marisa que aparece nos vídeos não sou eu)
A Fé aos 20 anos - Introdução
A fé aos 20 anos (1): Querer saber mais
A fé aos 20 anos (2): "Fé que leva a servir"
A fé aos 20 anos (3): Encontrar Deus a cada dia
A fé aos 20 anos (4): Fazer o ambiente
A fé aos 20 anos (5): Pertenço a uma família
A fé aos 20 anos (6): Dar-se por completo a Deus
A fé aos 20 anos (7): Viver um namoro cristão
A fé aos 20 anos (8): Uma graça que muda a sua vida
Uma maratona nunca é fácil. Uma maratona requer um esforço contínuo, constante no tempo e na intensidade, requer vontade e determinação, requer confiança, requer esperança ...
Realizar uma preparação de cerca de 1 ano e meio para o exame mais importante da minha vida também não foi fácil. Aliás, foi uma autêntica maratona - e os últimos 6 meses foram particularmente difíceis e intensos.
É aqui que entram os amigos.
Eu perdi a maioria dos meus amigos quando entrei para a faculdade (como contei antes) e durante anos rezei e rezei para que Deus me trouxesse novos amigos, verdadeiros amigos - de acordo com a minha nova vida cristã. O Senhor, como sempre, ouviu as minhas preces. E quando dei por mim, novas e maravilhosas amizades foram florescendo, um pouco por todo o lado. Glória a Deus! Como Deus é bom!
Este Verão foi difícil e extenuante, sim. Mas também serviu para me aperceber da bênção que é ter amigos que te enviam mensagens de apoio pela internet, pelo telemóvel ou até por carta.
Serviu para me aperceber da bênção que é ter amigos com quem posso rir e dar gargalhadas, mesmo nas situações mais difíceis.
Serviu para me aperceber da bênção que são os nossos vizinhos, que te deixam todas as semanas uma flor nova no portão da nossa casa, apenas para te alegrar.
Serviu para me aperceber da bênção que é ter uma amiga com quem pude enviar e receber passagens bíblicas de apoio e esperança, quase diariamente durante meses (mesmo ela não sendo católica)!
Serviu para me aperceber da bênção que é alguém alegremente se oferecer para te substituir numa tarefa importante, quando a tua vida dá voltas inesperadas, como foi a morte da minha avó.
E serviu principalmente para me aperceber da enorme bênção que é a minha família, com todos os seus elementos, que Deus especialmente escolheu para mim...
Obrigado Senhor, por tantas bênçãos!
Quando, no dia do exame, quinta-feira dia 16 de Novembro de 2017, eu liguei o telemóvel para ler as leituras da missa diária ao pequeno-almoço e me deparei com o seguinte:
Quinta-feira da 32ª semana do Tempo Comum
Dia de Santa Margarida, rainha da Escócia, +1093 (que eu tinha "conhecido" apenas semanas antes)
e dia de S. José Moscati, médico, +1927 (médico!!!!)
1ª Leitura
"Na Sabedoria há um espírito inteligente, santo, único, multiforme, subtil, veloz, perspicaz, sem mancha; um espírito lúcido, inalterável, amigo do bem; penetrante, irreprimível, amigo dos homens; firme, seguro, sereno; tudo pode, tudo abrange e tudo penetra. Ela é o sopro do poder de Deus."
Não tinha planeado ficar 4 semanas sem escrever um post aqui no blog ... perdoem-me!
Mas este ano é especial, diferente de qualquer outro ano anterior na minha vida, e as minhas prioridades tiveram de ser re-organizadas.
Tenho muito pouco tempo para vos escrever este post, mas penso que já vos devo uma actualização acerca dos eventos mais importantes que se têm passado na minha vida:
O avô paterno, com o qual vivemos, e que desde Fevereiro está (quase completamente) acamado com doença de Alzheimer, tem estado (excepto um dia ou outro) praticamente na mesma. Não melhorou em nenhum aspecto da doença, nem com as mudanças na medicação, mas, graças a Deus, não piorou. A sua situação, e principalmente a sua mente, manteve-se e não se deteriorou! Glória a Deus!!
A avó materna, que vive em Lamego com a irmã mais nova da minha mãe, e que no início do verão foi diagnosticada com uma neoplasia do estômago, vai ser operada no próximo dia 24 de Outubro, no mesmo dia em que faz 75 anos de idade. Por um lado, a situação da avó não é muito favorável, porque a sua neoplasia sangra bastante e está a ser necessário ela receber uma transfusão de sangue por semana .... desde o início do verão! Além de toda a sintomatologia associada a esta neoplasia, desde a falta de vontade para comer, às náuseas e vómitos constantes, e ao cansaço fácil provocado pela anemia ... Contudo, por outro lado, devido a esta hemorragia continua, foi possível adiantar a data da cirurgia (para aquilo que seria a lista de espera normal naquela região). Além disso, a TAC parece demonstrar que a neoplasia está apenas localizada no estômago, ou seja, não parece haver metástases ... o que foi uma das melhores notícias que podíamos ter recebido!!! Muitas, muitas, muitas graças e glórias sejam dadas ao Senhor!! Assim, pedia-vos que, se se lembrarem, por favor rezem pelo sucesso da cirurgia da minha avó na próxima segunda-feira.
Hoje terminei o meu 1º estágio deste último ano na faculdade. Estive 4 semanas no serviço de Obstetrícia e Ginecologia no hospital de Setúbal, como vos tinha dito antes. Como é a área médica (além de Medicina Geral e Familiar claro, mas sobre isso acho que estou sempre aqui a dizer ) que eu mais gosto, obviamente que foi um estágio maravilhoso, extremamente produtivo e enriquecedor! Gostava muito de partilhar convosco todos os episódios importantes, todas as experiências e histórias de vida únicas que conheci e ajudei, mas o sigilo médico e o meu dever para com os doentes não mo permite... Assim, conto-vos apenas que foi com grande alegria que tenho descoberto uma imagem de Nossa Senhora em todos os pisos do hospital, e em diversas localizações nos mesmos pisos!
Esta era a que estava no puerpério (o local onde estão as "grávidas" que já deram à luz) e no internamento pós-cirurgia ginecológica. Não sei se reparam, mas esta imagem de Nossa Senhora, além das ofertas dos ramos de flores em baixo, está carregadíssima de terços de todas as cores e feitios, oferecidos pelas mulheres que passaram por este internamento .... E não é exemplo único naquele hospital! Onde quer que eu tivesse, encontrava sempre uma Nossa Senhora a velar por mim, pelos médicos, pelos enfermeiros, pelos funcionários do hospital e, claro, pelos nossos queridos doentes
[Editado mais tarde] Na semana antes do início do estágio e nas semanas que se seguiram, deixei de conseguir rezar o Terço - aconteceu muita coisa, havia muitas coisas para tratar, horários novos que eu não controlava, mudanças, reboliço, stress, confusão - e pumba! uma desorganização total ... Assim, tenho (re)aprendido nos últimos dias a encontrar o tempo necessário para poder rezar e oh! que lição de humildade tem sido! Ainda não consegui encontrar uma boa solução ... há dias em que consigo rezar, outros não ... enfim, vou tentando todos os dias! Lá haverei de conseguir com a ajuda de Nossa Senhora certamente
E de resto, a minha vida tem sido muitooo trabalho e muitooo estudo!
Não sei quando conseguirei voltar a escrever. Deus tem-me dado inúmeras oportunidades para poder (finalmente) pôr em prática aquilo que Ele me tem carinhosa e pacientemente ensinado nos últimos anos e que tenho partilhado convosco desde o início do blog. Agora, é tempo de passar da teoria à prática - e muita prática tem sido!
"Para tudo há um momento e há um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu."
Eclesiastes 3:1
Segunda-feira começo o 6º e último ano da faculdade de Medicina. Meu Deus, como o tempo passa depressa ...
Este irá ser um ano bem diferente de qualquer um que já tive até hoje. Já não voltarei a ter aulas e deixarei de ser "aluna"... Será um "ano" com quase 15 meses, que começará dia 26 de Setembro e só terminará no final de Novembro de 2017. Sem férias (nem no Verão), sem interrupções. Ao longo destes meses, espera-me muito, muito, muito trabalho ...
"Tempo para nascer e tempo para morrer;
Tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou"
Eclesiastes 3:2
Estarei a maior parte destes meses a estagiar, em diferentes especialidades, no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, com um horário de trabalho a cumprir.
Estarei também a trabalhar na minha tese de mestrado, na área da Obstetrícia, com o objectivo de a defender algures entre Abril e Maio de 2017.
E, como se não fosse suficiente, terei de estudar e de me preparar para o maior, mais difícil e mais importante exame de toda a minha vida, que será em Novembro de 2017. Um exame cuja nota decidirá (quase definitivamente) toda a minha futura carreira médica ...
"Tempo para matar e tempo para curar;
Tempo para destruir e tempo para edificar;
Tempo para chorar e tempo para rir;
Tempo para se lamentar e tempo para dançar"
Eclesiastes 3:3-4
Suspiro só de pensar em todo o trabalho que terei este ano.... caramba, tanto, tanto, tanto trabalho!...
Mas depois penso em Nós Jesus e nas oportunidades que o Senhor certamente me oferecerá para me poder santificar, aos poucos, a cada dia ... e em todas as oportunidades que terei para servir e ajudar os meus doentes e os meus colegas ...
"Tempo para atirar pedras e tempo para as juntar;
Tempo para abraçar e tempo para evitar o abraço;
Tempo para procurar e tempo para perder;
Tempo para guardar e tempo para atirar fora."
Eclesiastes 3:5-6
Admiro-me diariamente em como basta um pequeno Nós Jesus, duas simples palavras, uma meia dúzia de letras, uma pequeníssima frase sussurrada, uma simples oração ... e de repente, quase que tudo muda. E eis que acontecem pequenos milagres nos nossos dias ...
No ano passado, sem que me desse bem conta disso, acabei por "escolher" uma música para me acompanhar ao longo desse ano. Vezes e vezes sem conta dei comigo a cantar (atrapalhadamente) a Ladainha da Humildade, que a Danielle Rose (a minha cantora favorita) transformou em canção e que partilhei convosco neste post.
Curiosamente, ao preparar este novo ano, só apareciam na minha mente trechos duma outra canção da Danielle Rose, Small things with great love (Pequenas coisas com grande amor), escrita pela própria cantora, baseando-se na vida e nos ensinamentos da Madre Teresa de Calcutá e da Santa Teresinha do Menino Jesus. É uma música muito simples, cuja letra partilho hoje convosco.
Small Things with Great Love
(Letra original - Based on Luke 10:21)
Not to the learned nor to the kings,
But to the little ones you show the mysteries.
I rejoice when I am weak, for you will give me all I need.
Though I cannot fly, you carry me to heaven.
You have not called me to be successful;
You have called me to be faithful.
I can do small things with great love
That is enough.
I can do small things with great love
And make my life something beautiful for God.
One drop in the ocean,
One petal in the garden,
One hidden sacrifice,
One reason for my life,
One dance before your throne,
One child to give a home,
One step towards Calvary,
One touch of empathy.
You have not called me to be successful;
You have called me to be faithful.
I can do small things with great love
That is enough.
I can do small things with great love
And make my life something beautiful for God.
Yesterday is gone, Tomorrow has not yet come.
We have only today.
Let us begin.
I can do small things with great love
That is enough.
I can do small things with great love
And make my life something beautiful for God.
Be faithful in small things,
For in them our strength lies.
Pequenas coisas com grande amor
(Tradução minha - Baseada em Lucas 10:21)
Não (foi) aos eruditos nem aos reis,
Mas aos pequeninos que Tu mostrastes estes mistérios
Eu alegro-me quando sou fraca, porque Tu me darás tudo o que eu preciso.
Embora eu não possa voar, Tu levas-me até ao Céu.
Tu não me chamaste para ser bem-sucedida
Tu chamaste-me para ser leal.
Eu posso fazer pequenas coisas com grande amor.
Isso é suficiente.
Eu posso fazer pequenas coisas com grande amor.
E fazer da minha vida algo belo para Deus.
Uma gota no oceano,
Uma pétala no jardim,
Um sacrifício escondido,
Uma razão para a minha vida,
Uma dança diante do Teu trono,
Uma criança para dar um lar,
Um passo em direcção ao Calvário,
Um toque de empatia.
Tu não me chamaste para ser bem-sucedida
Tu chamaste-me para ser leal.
Eu posso fazer pequenas coisas com grande amor.
Isso é suficiente.
Eu posso fazer pequenas coisas com grande amor.
E fazer da minha vida algo belo para Deus.
O ontem já se foi, o amanhã ainda não chegou.
Nós apenas temos o hoje.
Comecemos.
Eu posso fazer pequenas coisas com grande amor.
Isso é suficiente.
Eu posso fazer pequenas coisas com grande amor.
E fazer da minha vida algo belo para Deus.
Sê leal nas coisas pequenas,
Porque nelas reside a nossa força.
Para tudo há um tempo ...
Como podem imaginar, eu não terei muito tempo para o blog nos próximos meses. As publicações serão provavelmente escassas e espaçadas.
Eu tenho alguns livros em mente para ir lendo ao longo deste ano e espero poder partilhar convosco algumas passagens que me venham a falar ao coração...
Rezem por mim, por favor.
E saibam que eu rezo todos os dias por cada um de vocês
Uma das maiores surpresas que tive na Missão País foi a quantidade de tempo dedicada à oração de que dispúnhamos, ou seja, em Missão Pessoal e Interna!
Eu pensava inicialmente que iríamos passar os dias a fazer voluntariado - o que foi verdade! - mas não estava à espera que praticamente metade do nosso dia fosse passado na nossa pequena Capela, em oração!!
E estou mesmo a falar a sério: entre a(s) hora(s) de oração da manhã e oração da noite diárias, a Missa e o Terço também diários, e a oportunidade que tivemos de estar em Adoração ao Santíssimo durante uma noite inteira ... nós acabámos por estar o mesmo número de horas em Missão Interna (ou seja, em oração) como em Missão Externa (ou seja, em serviço na comunidade)! O que foi pra lá de mega-maravilhoso!!!! :)
Foi num destes momentos de oração e silêncio que, no 6ºdia da nossa Missão, ao continuarmos o estudo da Parábola do Filho Pródigo nos versículos 17 a 20, me dei conta dum pormenor:
"E, caindo em si, disse:
‘Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome!
Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe:
Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho;
trata-me como um dos teus jornaleiros.’
E, levantando-se, foi ter com o pai."
Lucas 15:17-20
O Filho mais novo só deu conta do seu pecado e da sua miséria quando, finalmente, ficou sozinho e em silêncio pela primeira vez na sua vida!
O silêncio não é, como o mundo nos diz, algo passivo. Não é ausência de comunicação. Não é sinal de fraqueza. Não significa indiferença da nossa parte. Não quer dizer: "Desisti ... "
O silêncio é, vim eu a descobrir nesta semana, uma atitude bastante activa. Já experimentaram? Eu achei bastante difícil estar em silêncio por tanto tempo - sim, até mesmo para alguém que é naturalmente calada como eu!
Mas, também vim a descobrir, é no silêncio da nossa voz, da nossa mente e do nosso coração que, aos poucos, vai surgindo um voz suave e leve, doce e meiga, que me canta e que me fala até ao mais profundo do meu ser…
Quando regressei a casa, li na primeira página do mini-jornal da nossa paróquia, as seguintes palavras do nosso Prior:
"Num mundo que fala, que grita (...) é cada vez mais imperioso que se faça silêncio. É necessário fazer silêncio. É necessário ouvirmos Jesus, que diz: «quando não tens nada de bom a dizer, cala-te». Cala-te!
A Quaresma é isto, o silêncio de Deus que fala no meu silêncio. Sem silêncio não há Quaresma, não há Deus, não há conversão, não há perdão."
Oh, sem dúvida!
Tal como o Filho mais novo descobriu, sem silêncio não há conversão; sem silêncio não ouvimos a voz de Deus; sem silêncio não podemos encontrar a misericórdia e o perdão que o Nosso Querido Pai, a todos, quer tanto oferecer!
No 5°dia da nossa Missão, reflectimos acerca dos versículos 14 a 16 da Parábola do Filho Pródigo:
“Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações.
Então, foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra,
o qual o mandou para os seus campos guardar porcos.
Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam,
mas ninguém lhas dava.”
Lucas 15:14-16
Nesta passagem vemos o Filho mais novo perdido e na miséria.
Tal como falei nos dois posts anteriores, também nós, volta e meia, nos perdemos. Também nós nos encontramos repetidamente, ao longo da nossa vida, neste estado de miséria que só o nosso pecado nos pode colocar.
Perante esta situação temos duas opções - ou permanecemos nesse estado ou fazemos qualquer coisa para o alterar. Deus chama-nos continuamente a escolhermos a segunda opção.
E Deus pede-nos, incessantemente, que olhemos para nós próprios e para a nossa situação com o mesmo olhar que Ele - repleto de Misericórdia.
Nós não somos as nossas misérias. Os nossos pecados não nos definem. Nós não fomos criados para viver nas nossas misérias nem para elas.
O Senhor, na Sua Sabedoria Infinita, concede-nos sempre a chance de usarmos os nossos erros e os nossos pecados como novas “janelas de oportunidade” - para O amarmos cada vez mais e, assim, amarmo-nos uns aos outros como verdadeiros irmãos.
E as Missões Externas que realizámos na Chamusca permitiu-nos concretizar isso mesmo.
Adivinhem? Sou novamente a rapariga do casaco vermelho ...
As Missões Externas eram um dos três componentes-chave da Missão País, onde tínhamos a oportunidade de estar em serviço directo à população da cidade. Basicamente, o que fizemos foi dividir-nos em 6 grupos e cada um esteve encarregue duma área/forma de serviço:
Um grupo esteve encarregue da creche, brincando com as crianças e ajudando em tudo o que era necessário.
Outro grupo esteve na escola primária, onde também através da brincadeira tentaram evangelizar as crianças. Esta actividade foi um autêntico sucesso, como podem ver pelas fotos aqui, aqui e ainda aqui)
Outro grupo foi responsável por dar as aulas de Educação Moral e Religiosa Católica na escola básica e secundária – o que foi outro sucesso gigantesco! Nem imaginam a quantidade de jovens que se interessaram imenso pelas aulas que os meus colegas deram!! Oh, quantos corações se incendiaram!
Outro grupo esteve encarregue de alegrar e animar o lar de idosos (onde eu estive). Não foi fácil lidar com tantas histórias de vida complicadas e cheias de sofrimento. Também não foi fácil animar as pessoas que nos diziam que desejavam morrer. Foi uma experiência que me ensinou muitas coisas …
Outro grupo esteve na unidade de cuidados continuados, também na tentativa de acompanhar, conversar e animar os doentes
Por fim, o 6º grupo esteve responsável por encenar um teatro evangelizador, que foi apresentado aos habitantes no último dia de Missão e que teve um êxito tremendo! (podem ver fotos desta actividade aqui)
Além desta componente, também fazia parte das nossas Missões Externas o Porta-a-Porta, em que (literalmente) batíamos à porta e visitávamos a casa de cada habitante, à procura daquelas que se sentiam mais sós e desamparadas. O nosso serviço foi, na realidade, muito simples – conversar, escutar, sorrir, animar e alegrar, fazer companhia, apoiar, perceber, estimar, ou dar uma pequena ajuda no que fosse preciso. Coisas tão simples mas frequentemente esquecidas, e que podem fazem toda a diferença na vida das pessoas….
E de todas estas diferentes e pequenas formas, tentámos ser, o mais humildemente possível, as mãos, os pés e a boca de Jesus para cada habitante da Chamusca.