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Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

O Senhor que chama pelos corações jovens

O jovem Samuel servia o Senhor sob a direcção de Eli. O Senhor, naquele tempo, falava raras vezes e as visões não eram frequentes. Ora certo dia aconteceu que Eli estava deitado, pois os seus olhos tinham enfraquecido e mal podia ver. A lâmpada de Deus ainda não se tinha apagado e Samuel repousava no templo do Senhor, onde se encontrava a Arca de Deus. (1Sm 3,1-3)

O profeta Eli estava no final dos seus dias. Tinha sido escolhido pelo Senhor, para ser Seu profeta e sacerdote, para ensinar o povo a interpretar os sinais dos tempos e os sinais de Deus, e para servir e louvar o próprio Deus no Seu templo sagrado. Mas Eli não fez nem uma coisa, nem outra. Deixou-se corromper, permitiu que o pecado grave e mortal entrasse na sua casa, no seio da sua família, e se entranhasse no povo de Deus, o qual tinha prometido proteger, guardar e orientar. Todos sabiam dos seus pecados, dos seus maus caminhos, das suas más decisões, não só em relação a si próprio mas especialmente em relação aos seus filhos, que criou com "rédea solta", sem os educar no amor e nos caminhos do Senhor, como era seu dever de pai e chefe de família. Sem limites ou regras, e sem exemplos inspiradores, os seus filhos cresceram entregues às suas próprias paixões e desejos... e o resultado estava à vista de todos.

Mas o Senhor, ao contrário de nós, é sempre rico em misericórdia. Na verdade, a "lâmpada de Deus ainda não se tinha apagado" e continuava a dar novas oportunidades a Eli para se redimir dos seus pecados. Já na sua velhice, já com os olhos "enfraquecidos", que "mal podiam ver" a luz da Fé, o Senhor entrega nas suas mãos o cuidado pelo coração dum jovem. Este jovem, gerado não por obra do próprio Eli, mas através dum milagre do Senhor numa mulher, Ana, até então estéril, é oferecido imerecidamente a Eli para que o adoptasse como seu. 

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Imagem retirada daqui

Apesar de todos os seus erros, pecados e maus caminhos, será só a partir do reconhecimento de Eli, que o jovem Samuel saberá identificar a voz de Deus na sua vida.

O Senhor chamou Samuel e ele respondeu: «Eis-me aqui.» Samuel correu para junto de Eli e disse-lhe: «Aqui estou, pois me chamaste.» Disse-lhe Eli: «Não te chamei, meu filho; volta a deitar-te.»  (1 Sm 3, 3b-5)

Neste último Domingo, na sua homilia, o nosso pároco explicou-nos que este episódio da vida de Samuel poderia assemelhar-se a uma circunstância, nas nossas próprias vidas, pela qual já todos passámos: recebemos uma chamada no nosso telefone, cujo número desconhecemos, e portanto não sabemos quem é; atendemos e não conseguimos reconhecer, logo pelas primeiras palavras, quem está a falar connosco; e por fim, vemo-nos obrigados a questionar - quem está a falar?

Para podermos identificar o número que nos está a ligar, habitualmente, é necessário que já tenhamos ligado antes para esse número e que, por isso, o tenhamos guardado na memória do nosso telefone associado a um nome. Mas, para reconhecermos, imediatamente, a voz de quem nos fala, é preciso haver vários diálogos prévios, é preciso haver intimidade, é preciso haver uma história com aquela pessoa. Só assim podemos reconhecê-la imediatamente: Sim, sei exactamente de quem é esta voz!

O Senhor voltou a chamar Samuel. Samuel levantou-se, foi ter com Eli e disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Eli respondeu: «Não te chamei, meu filho; torna a deitar-te». 
Samuel ainda não conhecia o Senhor, porque, até então, nunca se lhe tinha manifestado a palavra do Senhor. (1Sm 3,6)

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Imagem retirada daqui

Por três vezes Samuel é chamado pelo Senhor; por três vezes Samuel acorda do seu sono, tranquilo e sereno, sem refilar nem resmungar; por três vezes Samuel aceita levantar-se da sua cama, quentinha e confortável como a nossa; por três vezes atravessa o templo do Senhor, correndo com santa pressa, para ir ter com Eli que ele julgava que o tinha chamado; por três vezes apresenta-se junto de Eli e comunica-lhe a vontade do seu coração: "Eis-me aqui. Aqui estou. Chamaste-me e eu vim. E vim para fazer a tua vontade".

Às vezes, como sabem que é o meu hábito, ponho-me a imaginar como seria este episódio se fosse eu no lugar do pequeno Samuel. Seria certamente algo como: "O Senhor chamou a Marisa a meio da noite. E das duas uma: ou ela nem sequer acordou; ou então, acordou, refilou - Hã? Que foi? Isto são horas? - virou-se para o outro lado e voltou a adormecer. No dia seguinte, ao pequeno-almoço, a Marisa continuou a resmungar pela interrupção inconveniente dessa mesma noite - E tu nunca mais me faças uma dessas, hã?"

O Senhor chamou Samuel pela terceira vez. Ele levantou-se, foi ter com Eli e disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Então Eli compreendeu que era o Senhor que chamava pelo jovem. Disse Eli a Samuel: «Vai deitar-te; e, se te chamarem outra vez, responde: "Falai, Senhor, que o vosso servo escuta"». Samuel voltou para o seu lugar e deitou-se.
O Senhor veio, aproximou-Se e chamou como das outras vezes: «Samuel, Samuel!». E Samuel respondeu: «Falai, Senhor, que o vosso servo escuta». (1 Sm 3, 6-10)

Fora de brincadeiras. 

Ao ler esta passagem no Domingo passado, a minha atenção ficou presa nestas últimas palavras: "O Senhor veio, aproximou-Se e chamou como das outras vezes". O escritor sagrado constrói uma frase com 3 verbos - "veio", "aproximou-Se" e "chamou", à semelhança da actuação do jovem Samuel, também ela constituída por 3 etapas: "levanta-se", "vai ter com" e "diz". Não me parece ser ao acaso essa construção gramatical.

Deus veio até nós, como ainda há pouco celebrávamos no tempo de Natal, para que nos possamos levantar, pela Sua graça e força. Deus aproximou-Se de nós, meras criaturas humanas, decaídas e perdidas no nosso pecado, para que pudéssemos iniciar o caminho que nos levará, um dia, até junto d'Ele, para que fosse possível irmos ter com Ele. Por fim, o Senhor chamou-nos, dizendo: "Vocês são os Meus filhos muito amados. Venham, deixem-se amar por Mim!"

A maravilhosa canção-oração da Natércia e do Martinho Coelho do Canal Sede Sal, Sede Luz

 

E Ele continua a chamar-nos, uma, duas, três vezes, as que forem precisas e necessárias. Ele nunca Se cansará de nos chamar; nós é que muitas e muitas vezes nos cansamos de Lhe responder, de O ouvir, de O escutar, de seguir a Sua voz, de nos apresentar-nos ao serviço a que Ele nos chama. É preciso fazer como as crianças e aprender a ter um coração jovem como o delas: pedir, pedir, pedir sem cessar a graça para responder ao Senhor; convidar-nos uns a outros, uma e outra vez, vamos, vamos de novo, outra vez, outra vez!; sem refilar ou resmungar pela repetição, mas escolhendo ser alegres de coração; correndo quando necessário, com a santa pressa de fazer a vontade do Senhor no momento em que Ele nos chama e não depois, mais tarde, mais logo ... Ah, tanto a aprender!

Hoje se escutardes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações (Heb 3,7b-8)

Fala, Senhor, que os vossos servos Te escutam!

O amor Agape, o amor Filia e a transformação de Pedro

  †   Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~  2019   †  

 ~  Egipto - Jordânia - Israel - Palestina  ~ 

 

Permanecemos um pouco mais nesta praia em Tagba, no sopé do Monte das Bem-Aventuranças, para ouvirmos e meditarmos noutro episódio que os Evangelhos nos contam e que também aconteceu aqui.

 

Jesus Ressuscitado tinha aparecido aos Apóstolos nesta praia, depois duma noite de pesca infrutífera. Estavam a perder o rumo, a viver uma autêntica "noite escura da alma" - como séculos mais tarde São João da Cruz nos explicaria tão bem. Parecia que Deus os tinha abandonado e toda a esperança tinha desvanecido ... 

Jesus renova as suas forças e a sua fé oferecendo-lhes uma refeição, preparada com todo o Seu amor - tal como ainda hoje o deseja fazer, a cada um de nós, sempre que participamos na Santa Missa. Nutridos com este verdadeiro alimento - o corpo e sangue do próprio Deus - está na altura dos Apóstolos se porem a caminho; está na altura de partirem em missão; está na altura de responder com coragem à vocação a que o Senhor os chama ... 

Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro:

     «Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?»

Pedro respondeu:

     «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.»

Jesus disse-lhe:

     «Apascenta as minhas ovelhas.»

                                                                                                                        Jo 21,15

                                                                                                         (versão da Bíblia dos Capuchinhos)

Simão, tu amas-Me

Também a nós Jesus faz essa pergunta ... Marisa, tu amas-Me? Mais que qualquer outra pessoa? Acima de tudo?

 

Outras traduções da Bíblia (mais correctas a meu ver) dizem-nos que a resposta de Simão Pedro foi: 

                    Sim, Senhor, Tu sabes que eu gosto muito de Ti ...

Tal como Pedro, também eu desejava poder dizer - Sim, Senhor, Tu sabes que eu Te amo ... mas, na verdade, ainda só sou capaz de responder - Sim, Senhor, Tu sabes que eu gosto muito de Ti ...

 

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A praia junto da Mensa Christi e do local do Primado de Pedro

 

Ao ouvir esta passagem do Evangelho de São João, na Terra Santa, lembro-me imediatamente duma homilia que tinha ouvido alguns meses antes e dum pequeno (grande!) livro de C.S. Lewis, chamado "Os quatros amores".

O Sr. Padre tinha-nos explicado que, nos textos originais dos Evangelhos, escritos em grego, o verbo utilizado na primeira pergunta de Jesus a Pedro tinha sido a conjugação do verbo Agape

Para quem não estiver familiarizado com a palavra, o amor Agape é o nome que os primeiros cristãos encontraram para nomear o infinito e imerecido amor de Deus por cada um de nós. O amor Agape é o amor mais inteiro, mais completo. É um amor absolutamente desinteressado de si próprio e livre - livre para amar e servir o outro. Aquilo que o amor Agape mais deseja - ou, melhor dizendo, a pulsão irresistível que sente, impossível de conter ou dominar - é o doar-se, totalmente, ao outro. O amor Agape é o amor que deseja dar a vida pelo outro, que dá (e dá-se) sem medida, que dá (e dá-se) sem condições. É um amor completamente desmedido e incondicional. E este é o amor que Deus tem por cada um de nós.... 

 

Pedro responde à pergunta de Jesus - Pedro, tu amas-Me - com um amor Agape? - conjugando um verbo diferente, um diferente tipo de amor - Filia

O amor Filia é o nome do amor de amizade. É o amor que "gosta muito" do outro. É um amor em que se sente grande alegria e prazer e bem-estar ao estar junto do outro, ao estar com o outro. É, contudo, um amor que exige uma cerca correspondência e reciprocidade da parte do outro. No fundo, o amor Filia é, digamos assim, um nível mais baixo, mais inferior de amor, do que o amor Agape (assumindo que este seja o amor mais completo)

 

Nós sabemos - explicou-nos o Sr. Padre - que o diálogo entre Jesus e Pedro não foi na língua grega, mas sim aramaica. Contudo, São João, como é seu hábito, não deixou passar esta oportunidade para dar uma belíssima e profundíssima lição de catequese. São João faz questão de apontar a diferença entre o amor de Jesus e o amor de Pedro. 

Jesus pergunta a Pedro - Pedro, tu amas-Me com todo o teu coração? Com um amor totalmente desinteressado, livre, desmedido, de pura auto-doação? 

E Pedro responde, sendo absolutamente franco e honesto - tal como nós já conhecemos que S. Pedro era - respondendo que amava Jesus sim, mas ainda duma forma incompleta...

 

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Praia em Tagba - Foto tirada por outro peregrino - obrigado pela partilha!

Alguém reparou que as rochas grandes desta praia pareciam que tinham o formato de corações? Oh, quão adequado!!

[Jesus] voltou a perguntar-lhe uma segunda vez:

     «Simão, filho de João, tu amas-me

Ele respondeu:

     «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo

Jesus disse-lhe:

     «Apascenta as minhas ovelhas.»

                                                                                                 Jo 21, 16

 

Pela segunda vez, Jesus pergunta a Pedro se este O ama, conjugando o verbo Agape.

Pela segunda vez, Pedro responde que sim mas empregando o verbo Filia. Pedro conhece-se - e bem! Ainda há uns meros dias atrás, Pedro tinha prometido a Jesus, à frente de todos os que quisessem ouvir, que O amava de todo o coração, que permaneceria e O seguiria para onde quer que fosse, custasse o que custasse ... para, após uma única noite de susto e medo, na noite em que Jesus foi preso e acusado, ser capaz de O negar - não uma, não duas, mas três vezes ...

Mas Pedro, agora, conhece-se e bem; a experiência da vida transformou-o e, por isso, já nem tenta responder a Jesus - quer publicamente, quer no íntimo do seu coração - com o mesmo grau de amor que Este demonstrou ter por si. As provas são evidentes. Pedro gostava muito, oh mesmo muito, de amar Jesus tal como Ele o ama a si. Mas ainda não consegue. Ainda ... 

 

Reparem também que, ao responder a Jesus, Pedro não começa a sua resposta dizendo logo - Senhor, eu gosto muito de ti ... - mas sim - Senhor, Tu sabes que eu gosto muito de ti ... 

Pedro ama Jesus com todo o amor que tem e consegue, com todo o amor que o seu finito e humano coração lhe permite. Mas aqui continuamos a observar outra transformação de Pedro - sempre tão constantes ao longo de todo o Novo Testamento como, assim o espero e desejo, as sejam na minha vida, na tua vida, na nossa vida...

Assim, Pedro diz: Tu, Senhor, conheces o meu coração. Conheces o quanto eu desejava amar-Te, mas não consigo - ainda. E a principal razão é que - Senhor, agora vejo e reconheço finalmente - todo o amor que existe, vem de Ti. Eu sou incapaz de saber apreciar este amor imenso - Agape - que Tu tens por mim. E eu sou absolutamente incapaz de amar assim, tal como Tu. Mas se Tu quiseres, Senhor, poderás transformar-me, uma vez mais. A Tua graça é suficiente. Porque Tu és a fonte de todo o amor! Porque todo o amor vem de Ti!

 

E [Jesus] perguntou-lhe, pela terceira vez:

     «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?»  (ou então - Simão, tu gostas muito de mim?)

Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: ‘Tu és deveras meu amigo?’ Mas respondeu-lhe:

     «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!»  (ou então - Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que eu gosto muito de Ti)

E Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.

Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.» 

E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus.

Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!»

                                                                                                                                        Jo 21,17-23

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Disse-lhe Jesus: Alimenta, apascenta, cuida das minhas ovelhas.

Toma o teu cajado. Sê o seu pastor aqui na terra, a partir deste momento. Sê o seu primeiro Papa ...

 

À terceira vez, Jesus faz a pergunta conjugando, desta vez, o verbo Filia....

Jesus aceita "descer" ao nível do amor - actual - de Pedro. O amor Agape faz continuamente isto - sempre que for necessário, baixa a fasquia para chegar ao outro, para estar ao mesmo nível do outro, para caminhar ao ritmo do outro. O amor Agape é assim tão grande que é capaz de fazer isto - e com toda a simplicidade e naturalidade que o caracteriza. 

Jesus muda a pergunta, visto que Pedro ainda não é capaz de mudar a sua resposta. Jesus continua o Seu diálogo de amor com Pedro - e com cada um de nós - deixando de pedir um amor que Pedro ainda não é capaz de dar. Ainda...

 

Segue-Me. Acompanha-Me. Não tenhas medo. Vem comigo.

Não olhes para a fragilidade e finitude do teu coração e das tuas capacidades.

Vem, segue-Me, acompanha-Me.

Se aceitares, se tiveres coragem, tempos virão, Pedro (ou Marisa, Ana, Maria, João, António ...), onde então sim, serás capaz de amar, de amar-Me e, por conseguinte, aos irmãos - com um verdadeiro amor Agape. 

 

Que assim seja Jesus! Amén

 

  †   Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~  2019   †  

 ~  Egipto - Jordânia - Israel - Palestina  ~ 

Aquele que habita os Céus sorri

Este ano está a ser particularmente difícil e desafiante para mim ... por uma série de razões diferentes ... que, no seu conjunto, têm feito com que este ano esteja a ser muito, muito difícil para mim ...

 

Louvado seja Deus pela descoberta que fiz, há uns tempos atrás, e que me tem ajudado, em parte, a aceitar este período turbulento e incerto e que tanta dor me tem causado ...

Queria partilhar convosco o blog e em especial o podcast do querido Padre "da minha Faculdade de Medicina", o Pe António Pedro Monteiro....

 

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Chama-se (tão adequadamente) Aquele que habita os Céus sorri - e não posso recomendar-vos o suficiente a escuta atenta e reflexiva deste podcast.... Vale tanto, tanto, tanto a pena!

Algumas das homilias que mais me tocaram, bem fundo, no coração, nos últimos tempos foram:

 

Jesus lifestyle - O coração de Jesus 

 

Cabem todos e a rede não se rompe

 

A tarefa de renovar todas as coisas

 

Mas eu acho sinceramente que podia ter escolhido todas as homilias que já ouvi do nosso querido Padre António Pedro Monteiro - tanto estas, disponíveis em formato electrónico, como todas aquelas que me lembro de ter ouvido ao longo dos anos de faculdade ... e que tanto impacto tiveram em mim e na minha vida.

Louvado seja Deus pela graça de podermos ouvir estas palavras, que tanto nos (re)aquecem o coração!

 

Um abençoado fim-de-semana para todos

E se se lembrarem, nem que seja por um breve momento, por favor, rezem por mim ...

Ser luz

Nós somos chamados a sermos uma luz - como uma pequena chama duma velinha branca - num mundo que está cheio de luz artificial eléctrica.

Quem vive no conforto da luz artificial não consegue ver a nossa luzinha de vela; aqueles que até a conseguem ver, não percebem para que serve ou não compreendem porque insistimos em mantê-la acesa - num mundo cheio de luz artificial. Para quê? Porquê?

 

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Imagem retirada daqui

 

No meu trabalho no hospital, quando alguém descobre que eu sou catequista, não é costume ouvir nenhum comentário entusiástico nem incentivador. Não é adequado um médico ter religião ... porque pode interferir.

Os meus colegas não compreendem porquê é que eu haveria de gastar o meu tempo com essas coisas.... eu devia era sair, viajar, gastar o meu ordenado em jantares e prendas e aproveitar a vida.

A minha família pergunta-me várias vezes porque é que eu passo tanto tempo na igreja, envolvida em tantas coisas? Missas e missas e missas, reuniões, encontros, actividades, catequese, vias sacras ... para quê? perguntam-me sempre.

 

Para ser sincera, eu própria às vezes me pergunto se todas as horas que eu invisto em preparar a catequese terá algum valor ... Tantas horas a desenvolver ideias para que as catequeses sejam estimulantes, que ensinem pelo exemplo, que toquem os corações de todos os meninos, que os façam não só saber mas compreender e querer viver ...

Aqueles meninos de 7 anos nunca se vão lembrar de mim quando forem adultos. Não se vão lembrar de grande parte das coisas que eu lhes tentei ensinar. 

Que posso fazer eu, quando os pais não vêm à missa, não querem saber da igreja, e só põem os filhos na catequese como se fosse outra actividade extra-curricular como a natação ou o ballet? Ou apenas para poderem fazer a primeira comunhão? 

Que diferença farei eu nas suas vidas? Que diferença faz aquilo que eu faço?...

 

Há dias difíceis, em que me deixo engolir por essas vozes e pensamentos, em que apetece desistir de tudo. Sim, há dias assim; poucos dias, pela graça de Deus, mas existem.

Nestas alturas, Deus tem sempre o enorme carinho de me enviar um anjo, na forma duma pessoa, que me incentiva, que me anima, que me compreende e que partilha comigo situações parecidas. Ou então descubro uma reflexão de alguém no facebook ou em algum site ou num livro, que reflecte as minhas duvidas e que me ajuda a encontrar soluções.

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Imagem retirada daqui

 

Sim, aquilo que eu faço, aos olhos do mundo, não é quase nada. Não tem qualquer valor. É insignificante. É tempo mal gasto. Não me faz ganhar nada, aliás, só me faz perder....

Não consigo deixar de sorrir ao escrever este texto. As pessoas não compreendem nada! Não compreendem o que verdadeiramente tem valor!

 

"Perante um mundo fragmentado, (...) perante a experiência dolorosa da nossa própria fragilidade, torna-se necessário e urgente, atrever-me-ia mesmo a dizer imprescindível, aprofundar a oração e a adoração. Ela nos ajudará a unificar o nosso coração e nos dará «entranhas de misericórdia», para sermos homens de encontro e comunhão, que assumem como vocação própria tomarem a seu cargo a ferida do irmão (...) dando testemunho de um Deus tão próximo, tão Outro: Pai, Irmão e Espírito; Pão, Companheiro de Caminho e dador de Vida (...)

Hoje, mais do que nunca, é necessário adorar para tornar possível a "proximidade" que reclamam estes tempos de crise. Só na contemplação do mistério do Amor que vence distâncias e se torna perto encontraremos a força para não cair na tentação de seguir de longe, sem nos determos no caminho... (...)

Também nós, perante esta nova invasão pseudocultural que nos apresenta os novos rostos pagãos dos «baalins» do passado, experimentamos a desproporção de forças e a pequenez do enviado. Mas é justamente a partir da experiência da própria fragilidade que se evidencia a força do alto, a presença d'Aquele que é o nosso garante e a nossa paz.

Por isso, quero convidar-vos (...) a que reconheçais na vossa fragilidade o tesouro escondido, que confunde os soberbos e derruba os poderosos. Hoje, o Senhor convida-nos a abraçar a nossa fragilidade como fonte de um grande tesouro evangelizador. (...)

Porque só aquele que se reconhece vulnerável é capaz de uma acção solidária. Pois comovermo-nos («movermo-nos com»), compadecermo-nos («padecermos com») de quem está caído à beira do caminho são atitudes de quem sabe reconhecer no outro a sua própria imagem, mescla de terra e tesouro, e por isso não a rejeita. Pelo contrário, ama-a, aproxima-se dela e, sem o procurar, descobre que as feridas que cura no irmão são unguento para as suas. A compaixão converte-se em comunhão, em ponte que aproxima e estreita laços. (...)

Não tenhais medo de cuidar da fragilidade do irmão com a vossa própria fragilidade: a vossa dor, o vosso cansaço, as vossas perdas; Deus transforma-os em riqueza, unguento, sacramento. (...) Há uma fragmentação que permite, no gesto terno do dar, alimentar, unificar, dar sentido à vida. (...) Que possais, em oração, apresentar ao Senhor os vossos cansaços e fadigas, bem como o das pessoas que o Senhor colocou no vosso caminho e deixai que o Senhor abrace a vossa fragilidade, o vosso barro, para o transformar em força evangelizadora e em fonte de fortaleza. (....)

É na fragilidade que somos chamados a ser catequistas. A vocação não seria plena se excluísse o nosso barro, as nossas quedas, os nossos fracassos, as nossas lutas quotidianas: é nela que a vida de Jesus se manifesta e se faz anúncio salvador. Graças a ela descobrimos as dores do irmão como sendo nossas."

 

Palavras do Papa Francisco, numa carta aos catequistas da diocese de Buenos Aires, 

Agosto de 2003 (retirado do livro - O Verdadeiro Poder é Servir, da editora Nascente)

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Imagem retirada daqui

 

Não importa que ninguém veja aquilo que fazemos. Não importa se parece insignificante e sem valor. Deus vê tudo o que fazemos e vê, principalmente, o amor com que o fazemos. 

Mantenhamos a nossa pequena chama acesa, num local onde todos a possam sempre ver. Sempre que a luz artificial se apague nas vidas das outras pessoas, como tantas vezes acontece, que elas possam sempre ver e contar com a nossa pequena luz, para as iluminar e lhes dar de novo vida. 

Superando, aos poucos, o deserto

Nossa Senhora faz realmente milagres.

Se, nos últimos dias, tenho conseguido avançar um pouquinho neste deserto espiritual, de que vos falei no último post, o mérito é, sem dúvida, de Nossa Senhora! Tem sido com Ela e através Dela que comecei a ver finalmente um luzinha, no fundo deste túnel imenso … Tem sido o Seu exemplo de vida, infinito em graças e bênçãos, que me tem ensinado várias lições e me tem oferecido algumas respostas que eu procurava ....  E tudo graças a um pequeno livrinho, escrito há muito tempo atrás e que já transformou tantas pessoas antes de mim ... 

 

Adicionalmente, no início desta semana, já nem me lembro bem como, descobri um site com gravações de homilias dum padre americano, que me têm feito também, oh, tão bem à alma! Estas homilias estão em inglês, é verdade, e não tenho formas das vos traduzir, mas ainda assim espero que a sua partilha consiga, talvez, ajudar alguém, como me tem ajudado tanto a mim …

 

Podem ouvir todas as homilias aqui no site Luke 11:28.

Mas gostava de partilhar convosco algumas daquelas que mais me marcaram...

 

Homilia Mariana #1: Maria como nosso modelo de vida

O que especificamente nos pode ensinar Nossa Senhora nas nossas vidas? E como? Ora, não há melhor professora nesta vida do que a maior e melhor das Mães ...

 

Homilia Mariana #2: Nós seremos sempre filhos de Maria

O caminho da santidade não é fácil, tem sempre muitos obstáculos e barreiras a ultrapassar ... mas podemos contar sempre com o auxílio de Nossa Senhora, em todos os passos do nosso caminho, como só uma Mãe nos poderia ajudar...

 

 

Fazer a vontade de Deus não é nada fácil

O Evangelho diz-nos para amarmos os nossos inimigos, para abraçarmos o sofrimento, para obedecermos às autoridades na nossa vida .... mas isso não é nada fácil, como todos já pudemos comprovar, duma maneira ou de outra. Como poderemos então superar os nossos obstáculos e fazermos a vontade de Deus? A resposta foi já encontrada há muito tempo .... 

 

 

Defendendo o nosso castelo

Ao lutarmos contra os nossos pecados é extremamente fácil cairmos na armadilha, astutamente colocada pelo Maligno, de acreditar que podemos vencê-los com as nossas próprias forças, se estivermos no controlo das situações e de tudo o que acontece ... mas assim acabamos simplesmente por cair noutra tentação. Qual é então a solução?

 

 

 

Queria também agradecer a todos vós, queridos leitores e queridos amigos, pelas vossas inúmeras palavras de apoio! Obrigado