Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Pego no terço para rezar. À minha volta, no silêncio da noite, não se encontra mais ninguém. Pode parecer que irei rezar o terço sozinha, falando sozinha, meditando sozinha, lutando e intercedendo sozinha. Mas, pela graça do Senhor, desde que comecei a rezar o Terço todos os dias, já há 6 anos atrás, que sei, perfeitamente, que nunca o fiz sozinha.
Toda a Igreja me acompanha. Todo o Corpo Místico de Jesus me acompanha.
Sábado e segunda-feira, meditamos nos Mistérios Gozosos, os Mistérios da alegria, mas também dos obstáculos e das longas viagens. Aprendemos com Maria a dizer "sim" à vontade de Deus, mesmo que isso provoque uma revolução na nossa vida, mesmo que isso nos leve para longe de casa, para nos pormos imediatamente ao serviço dos irmãos, na figura de Isabel que aceita ser visitada e servida, alegrando-se com os milagres do Senhor na sua vida. Logo a seguir, pomo-nos a caminho de Belém, levando connosco o nosso maior tesouro, Jesus Encarnado, apenas para ninguém O aceitar receber no calor dos seus lares nem das suas famílias. Ainda com Ele pequenino, voltamos para Jerusalém, para agradecer e dedicar este Dom tão grande do Senhor e ficamos a conhecer como é a recompensa, do final da vida, daqueles que temem a Deus, como Simeão e Ana, e que seguem o que o Espírito Santo lhes diz. Por fim, inesperadamente, no 5º Mistério, encontramo-nos no nosso maior pesadelo - perder o Senhor e assim parecer que perdemos tudo, tudo ... para assim descobrirmos a alegria do (re)encontro eterno com Ele! São os Mistérios da Igreja peregrina, da Igreja militante, que peregrina ainda nesta terra a caminho do Céu, com uma missão para cumprir, numa vida cheia de obstáculos e de desafios, alegrias e surpresas, lutando para alcançar, um dia, a santidade ... São os Mistérios da vida de cada um de nós.
Terça e sexta-feira, meditamos nos Mistérios Dolorosos, os Mistérios da Agonia. Acompanhamos Jesus nos momentos mais importantes da Sua vida terrena e da Sua missão de redenção de toda a humanidade. No 1º Mistério, aprendemos o valor da oração de intercessão pelos outros, no jardim do Getsémani. Depois, aprendemos o valor redentor do sofrimento, quando oferecido em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro, no Mistério da flagelação e da coroação de Cristo. Aprendemos a seguir Jesus, agarrados à nossa cruz, até ao topo do Calvário, meditando no 4º Mistério. Por fim, pela Sua perfeita obediência, pela Sua perfeita entrega de amor, aprendemos o enorme valor da purificação das nossas almas, através do fogo ardente do amor. São os Mistérios da Igreja padecente, da Igreja purgante, da Igreja penitente, da Igreja expectante. Aquelas almas que, apesar de salvas, têm de passar pelo Purgatório, para completarem totalmente a purificação e a santidade de todo o seu ser. São aquelas almas que vivem profundamente o efeito da nossa oração de intercessão. São aquelas almas que vivem expectantes e vigilantes, desejando ardentemente que chegue, por fim, o dia da última vinda do Senhor ...
Domingo e quarta-feira, meditamos nos Mistérios Gloriosos, nos Mistérios da vitória de Cristo sobre todos os nossos inimigos - o pecado, a morte, a dor, o medo, a solidão. Primeiro, regozijamo-nos com a ressurreição de Jesus e da Sua plena soberania sobre o pecado e a morte, no 1º e 2º Mistério. Depois, somos intensamente vivificados pelo fogo do amor do Espírito Santo. No 4º Mistério, enchemo-nos de esperança pela assunção aos Céus de Nossa Senhora, em corpo e alma, como primícias do que irá acontecer, um dia, a cada um de nós. E, por fim, festejamos a coroação celeste da nossa humilde Mãe. São os Mistérios da Igreja Triunfante, das almas dos santos, que vivem já, neste preciso momento, a alegria eterna das Bodas do Cordeiro, da inimaginável glória de Deus ...
Eis o reflexo da Igreja militante, da Igreja padecente, da Igreja triunfante, de todo o Corpo Místico de Cristo, aqui mesmo, neste mero terço de contas, neste poço tão rico e profundo, que são os Mistérios do Rosário, que Nossa Senhora nos deu e ensinou ...
[Jesus] começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades.
E seguiram-no grandes multidões, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia e de além do Jordão.
Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte.
Mt 4, 23.25; 5,1
Estamos junto do Mar da Galileia e a nossa primeira paragem do dia é bem no topo do Monte das Bem-aventuranças em Tagba. E eu, oh, sinto-me no paraíso ... a beleza deste local é de tal grandeza que até parece que perco o fôlego! (o que fez com que quase me esquecesse de tirar fotos, perdoem-me ...)
À nossa volta, a natureza parece que permanece intocada e preservada, tal como seria no tempo de Jesus. Como é belo, Senhor, o local que Tu escolheste para anunciar um dos Teus ensinamentos mais importantes e revolucionários ...
Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte.
Depois de Se ter sentado, os discípulos aproximaram-se Dele. Então tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo:
«Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu.»
Mt 5,1-3
No topo do Monte encontramos a Igreja das Bem-Aventuranças ou das Beatitudes, desenhada pelo arquitecto Antonio Barluzzi (vão ouvir-me falar várias vezes deste arquitecto ao longo de toda a nossa peregrinação pelas terras de Israel - ele desenhou e restaurou tantos monumentos em Israel, que ficou conhecido como o "Arquitecto da Terra Santa"). É uma igreja construída de forma octogonal, ou seja, com 8 lados, à semelhança das 8 Beatitudes proclamadas por Jesus no topo deste Monte santo.
«Felizes os que choram, porque serão consolados.»
Mt 5,4
Por fora, as paredes pretas e brancas - que nos relembram da nossa luta diária e constante, entre o bem e o mal, a luz e as trevas, a virtude e o pecado - escondem, na verdade, uma igreja incrivelmente luminosa e arejada ...
«Felizes os mansos, porque possuirão a terra.
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.»
Mt 5,5-6
Do altar sagrado - localizado bem no centro desta igreja, visível de todos os ângulos e lugares - a disposição dos mosaicos minúsculos - como tu e eu, as pedras vivas do Templo do Senhor, somos - fazem-nos pensar numa fonte inesgotável e perpétua de água refrescante, a única capaz de nos saciar a sede, aquela sede tão profunda de amor, um amor capaz de tudo, um amor mais forte que tudo, um amor sem fim ...
«Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.»
Mt 5,7
Ergo os olhos e sinto-me, mais uma vez, no Céu... Mais uma vez, uma série de minúsculos mosaicos, dourados e reluzentes - tantos quantos os Santos no Céu - rodeiam a "Estrela maior", azul como a cor de Nossa Senhora, aquela que é "o caminho fácil, curto, perfeito e seguro para chegar à união com Deus, na qual consiste a perfeição cristã” (TVD 152).
Meu Deus, quanta beleza em tal simplicidade ...
«Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.
Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.»
Mt 5,8-9
Rezamos por breves momentos; a igreja é demasiado pequena para receber tantos peregrinos e por isso dirigimo-nos novamente lá para fora. Sentamo-nos no chão e em rochas, provavelmente à semelhança dos Apóstolos e da multidão que seguia Jesus naquele dia, debaixo duma grande árvore, protegidos do Sol que começava a aquecer o dia. Ouvimos então o Sermão das Bem-Aventuranças, na sua totalidade, e reflectimos acerca da Sua mensagem....
«Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça,
porque deles é o Reino do Céu.»
Mt 5,10
Rodeia-nos uma bela floresta - oh tão bela! - à beira do mar, cheia de flores de todas cores, de plantas e árvores e tantos, tantos passarinhos que cantam maravilhosamente para nós! Cantarão eles, como Nossa Senhora, acerca das maravilhas do Senhor?
Nem me tinha apercebido das saudades que eu tinha de ouvir cantar os passarinhos no cimo das árvores (desde que viemos de Portugal que eu não ouvia passarinhos a cantar!) e aqui há tantos e cantam tão bem...
«Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa no Céu; pois também assim perseguiram os profetas que vos precederam.»
Mt 5,11-12
Até hoje me consigo lembrar do cheiro e do som do mar, mesmo ali ao nosso lado...
Só ao preparar-me para esta peregrinação até à Terra Santa é que me apercebi o quanto associava o Egipto a coisas, digamos assim, menos boas....
O Egipto significava para mim uma terra de escravidão, onde o povo de Deus tinha sido tratado com dureza nas mãos dos bárbaros egípcios pagãos, a fim dos poderosos poderem acumular os seus tesouros e riquezas. O Egipto representava para mim a terra da qual se desejava sempre fugir. Era o local das pragas, das doenças, das tragédias, da morte. Afinal, parecia que tinha sido no Egipto que o povo hebreu tinha aprendido a "criar" os seus próprios e falsos ídolos, meros animais de bronze ou ouro ...
Só durante a nossa peregrinação pelas terras egípcias, ao ouvir as leituras das Sagradas Escrituras, durante as nossas viagens de autocarro, é que me apercebi duma outra realidade, duma outra faceta do Egipto, que eu tinha completamente ignorado até então. Esteve sempre ali e eu nunca me tinha apercebido dela ...
O Egipto foi um local de refúgio para Abrãao e a sua família, quando estes passaram fome.
Abrão continuou a sua viagem, acampando aqui e ali, em direcção ao Négueb. Houve fome naquela terra. Como a miséria era grande, Abrão desceu ao Egipto para aí viver algum tempo.
Gn 12, 9-10
Enquanto esteve no Egipto, Abrãao tentou enganar os egípcios e o Faraó, mentindo e fingindo que Sara era sua irmã e não sua esposa. E assim aprendeu uma grande lição, tendo sido mandado embora do Egipto, sim, mas não de mãos a abanar (porque, apesar do mal e das asneiras que nós próprios fazemos, o Senhor não se cansa de nos abençoar....)
Abrão saiu do Egipto, em direcção ao Négueb, com a sua mulher e tudo o que lhe pertencia. Lot acompanhava-o. Abrão era muito rico em rebanhos, prata e ouro.
Gn 13,1-2
O Egipto representou também um local de refúgio para o povo hebreu, quando também este passou por dificuldades, através da bondade e perdão de José, filho de Jacob.
Estendendo-se a fome a toda a terra, José abriu todos os celeiros do Egipto
Gn 41, 56
Os filhos de Israel foram comprar trigo, juntamente com outros que iam, pois também havia fome no país de Canaã.
Gn 42, 5
José instalou seu pai e seus irmãos e concedeu-lhes direitos de propriedade no Egipto, no melhor território, o de Ramessés, como o faraó lhe tinha ordenado. E José sustentou seu pai, seus irmãos e toda a casa de seu pai, dando-lhes víveres, de acordo com as necessidades de cada família.
Gn 47, 11-12
Mas, antes disso, o Egipto tinha sido um local de grande crescimento para José, que passou dum jovem de 17 anos mimado e apaparicado, a um homem honesto, íntegro, capaz de sofrer heroicamente as adversidades, chegando a tornar-se no sábio e prudente chefe do reino do Faraó. Mas isso ainda não era suficiente, José tinha de crescer ainda mais, tinha de expandir o seu coração, a dar e a doar-se até doer: era preciso que ele aprendesse a perdoar (sempre uma das nossas lições mais difíceis ...) e a perdoar mesmo aqueles que tinham tentado destruir a sua vida - os seus irmãos.
Anos mais tarde, o Egipto foi também uma terra de refúgio para alguns dos profetas, como Jeremias (apesar de este ter dito, antes, cobras e lagartos acerca do Egipto ...)
E claro, mais importante que todos estes exemplos, é a representação do Egipto como terra de refúgio para a Sagrada Família, quando esta foi perseguida pelo terrível Herodes...
O anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egipto e fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o menino para o matar.» E ele levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egipto, permanecendo ali até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciou pelo profeta: Do Egipto chamei o meu filho.
Mt 2, 13-15
Também aqui a Sagrada Família cresceu, em especial Jesus, uma vez que terão aí vivido até aos seus 6 a 7 anos de idade, altura em que voltaram para Nazaré, após a morte do rei Herodes.
Dentro do bairro cristão copta no Cairo, localiza-se uma igreja que se acredita que marque a casa da Sagrada Família, durante o tempo em que esta se refugiou no Egipto. E nós tivémos a maravilhosa oportunidade de a visitar ...
Nesta igreja copta, como na maioria das igrejas ortodoxas, existe uma separação bastante marcada entre a zona da assembleia dos cristãos e a zona do altar do Senhor. Apenas os Padres podem passar através da "porta de Nossa Senhora" e realizarem a Euraristia sobre o altar.
Não é belíssima a forma como arquitecturaram esta ideia de Maria como sendo a porta através da qual podemos aceder ao Céu, e assim, a Deus?
Theotokos = Mãe de Deus
O Anjo Gabriel que guia a Sagrada Família
Por baixo da igreja, situa-se aquela que terá sido a casa onde habitou a Sagrada Família no Egipto
O poço da casa da Sagrada Família
Líndíssimo ícone copta de Nossa Senhora
Oh, o que terá acontecido à Sagrada Família durante os anos em que viveram no Egipto?...
Mais de 100 pessoas ficam a olhar, perplexas, para o sr. Pe José Pinheiro, no passado sábado dia 2 de Março, no início do retiro quaresmal para catequistas, a nível diocesano, que decorreu no nosso belíssimo Seminário em Almada.
"Sim, ouviram bem, Deus criou-nos para descansarmos Nele!"
Na verdade, já Santo Agostinho afirmava
Criaste-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousar em Vós!
Mas não se enganem: descansar em Deus é muito diferente de não fazer nada. Aliás, envolve até fazermos muita coisa, dizer Sim a Deus muitas e muitas e muitas vezes - quando apetece e quando não apetece, quando dá jeito e quando não dá jeito nenhum, quando posso e mesmo quando não posso...
Mas devemos fazer tudo isso, com o nosso coração em paz, nas mãos de Deus, no exacto local onde ele pertence. Só encontramos verdadeiro descanso para a nossa alma, um descanso permanente, seguro, eterno, quando encontramos Deus e a Ele oferecermos a nossa pobre alma e aceitarmos descansar Nele.
Existem muitas pessoas que descansam demais (quantos exemplos podemos nós encontrar nos Evangelhos... e nas nossas vidas!)... ou melhor dizendo, usam essa desculpa para permanecerem estacionários no conforto das suas vidas
Outras, pelo contrário, não conseguem ficar quietas, fazem, fazem e fazem, como autênticas Martas... mas esquecem-se ou desvalorizam aquilo que é mais importante - conhecer e amar Deus, crescer todos os dias em intimidade com Ele, deixar que Ele nos fale ao coração, que cuide das nossas feridas, que nos ensine o caminho a seguir, e que desta relação de amor transborde abundantemente o amor pelo próximo.
Não importa o quão cheia ou agitada ou preenchida a nossa vida esteja. Pelo menos um momento de oração por dia é absolutamente essencial nas nossas vidas. Essencial! Imprescindível!
Porque
«Sem Mim, nada podeis fazer» Jo 15,5
Cada um de nós tem uma vocação, um chamamento por parte de Deus, para sermos santos.Santos! Conseguem imaginar-vos santos? Eu não consigo imaginar-me! Mas o olhar de Deus vai sempre mais longe que o nosso...
Esta nossa vocação tem ser descoberta - alguns mais cedo, outros mais tarde na vida. E quando a descobrimos, devemos olhá-la com verdadeiro espanto (Tu queres-me a mim, Senhor?!), com verdadeira humildade (Oh Senhor, mas eu não sou digno!) e com verdadeiro agradecimento (Se Tu queres Jesus, então eu também quero!).
A nossa vocação surge do nosso encontro pessoal com Jesus. Eu não escolho a minha vocação - Deus escolhe. E por mais que eu a negue e que tente fugir e dizer que não, a nossa vocação é incontornável. Aceitarmos a vocação de Deus é o único, único caminho que sacia completamente e que me traz felicidade verdadeira.
Ao procurarmos Jesus, descobrimos depois a nossa missão; do nosso encontro com Jesus, brota uma missão. Enquanto a vocação à santidade é universal, é para todos, a missão que Deus tem para cada um de nós é única, irrepetível, personalizada. Ninguém a poderá fazer por mim. Tenho mesmo de ser eu. Só podia ser eu a fazê-la.
Ser catequista faz parte da missão que Deus escolheu para mim.
Partindo sempre do meu encontro pessoal, íntimo, familiar, de pleno amor, com Deus, eu devo dar testemunho aos outros, devo apontar o caminho, devo partilhar as maravilhas que Deus continuamente faz na minha vida, devo evangelizar, sempre, em todos os momentos, em todos os lugares, não apenas na sala de catequese.
Sábado foi um dia muito chuvoso, com muito vento e trovoada. Na hora de meditação pessoal durante o retiro, senti-me a ser chamada numa dada direção no Seminário. Eu já devia ter adivinhado quem seria - claro que fui encontrar uma bela estátua de Nossa Senhora, bem ali, à minha espera. Fiquei toda molhada, mas nem dei conta.
Ali, no meio dos trovões, da chuva, do vento, não pude deixar de reparar num pequeno passarinho que insistia em continuar a cantar - e que bem que cantava. Quanto mais chovia, mais trovejava, mais ele cantava! Que eu assim seja também ...
Para terminar, queria apenas partilhar convosco algumas ideias (já antigas, ao que parece) do nosso querido Papa Francisco (mas que eu nunca tinha lido antes!) para manifestarmos visivelmente o amor de Deus durante a Quaresma (e que foram partilhadas connosco durante o retiro).
15 actos de caridade como manifestações concretas de amor
Sorrir - um cristão é sempre alegre
Agradecer - embora não "precise" fazê-lo
Lembrar o outro quanto o amamos
Cumprimentar com alegria as pessoas que vemos todos os dias
Ouvir pacientemente a história do outro, sem julgamento, com amor
Parar para ajudar - estar atento a quem precisa de mim
Animar alguém
Reconhecer os sucessos e as qualidades do outro
Separar o que não se usa e dar a quem precisa
Ajudar alguém, para que possa descansar
Corrigir com amor - não calar por medo
Ter pequenas delicadezas para quem está perto de nós
Limpar o que se suja em casa
Ajudar os outros a superar os seus obstáculos
Telefonar aos nossos pais
E agora, para coisas ainda mais dificeis
O melhor jejum
Jejum de palavras negativas e abundância de palavras bondosas
Jejum de descontentamento e abundância de gratidão
Jejum de raiva e abundância de mansidão e paciência
Jejum de pessimismo e abundância de esperança e optimismo
Jejum de preocupações e abundância de confiança em Deus
Jejum de queixas e abundância de agradecimento pelas coisas simples da vida
Jejum de tensões e abundância de orações
Jejum de amargura e tristeza e abundância de alegria no coração
Jejum de egoísmo e abundância de compaixão pelos outros
Jejum de falta de perdão e abundância de gestos de reconciliação
Jejum de palavras e abundância de silêncio para ouvir os outros
Nós somos chamados a sermos uma luz - como uma pequena chama duma velinha branca - num mundo que está cheio de luz artificial eléctrica.
Quem vive no conforto da luz artificial não consegue ver a nossa luzinha de vela; aqueles que até a conseguem ver, não percebem para que serve ou não compreendem porque insistimos em mantê-la acesa - num mundo cheio de luz artificial. Para quê? Porquê?
No meu trabalho no hospital, quando alguém descobre que eu sou catequista, não é costume ouvir nenhum comentário entusiástico nem incentivador. Não é adequado um médico ter religião ... porque pode interferir.
Os meus colegas não compreendem porquê é que eu haveria de gastar o meu tempo com essas coisas.... eu devia era sair, viajar, gastar o meu ordenado em jantares e prendas e aproveitar a vida.
A minha família pergunta-me várias vezes porque é que eu passo tanto tempo na igreja, envolvida em tantas coisas? Missas e missas e missas, reuniões, encontros, actividades, catequese, vias sacras ... para quê? perguntam-me sempre.
Para ser sincera, eu própria às vezes me pergunto se todas as horas que eu invisto em preparar a catequese terá algum valor ... Tantas horas a desenvolver ideias para que as catequeses sejam estimulantes, que ensinem pelo exemplo, que toquem os corações de todos os meninos, que os façam não só saber mas compreender e querer viver ...
Aqueles meninos de 7 anos nunca se vão lembrar de mim quando forem adultos. Não se vão lembrar de grande parte das coisas que eu lhes tentei ensinar.
Que posso fazer eu, quando os pais não vêm à missa, não querem saber da igreja, e só põem os filhos na catequese como se fosse outra actividade extra-curricular como a natação ou o ballet? Ou apenas para poderem fazer a primeira comunhão?
Que diferença farei eu nas suas vidas? Que diferença faz aquilo que eu faço?...
Há dias difíceis, em que me deixo engolir por essas vozes e pensamentos, em que apetece desistir de tudo. Sim, há dias assim; poucos dias, pela graça de Deus, mas existem.
Nestas alturas, Deus tem sempre o enorme carinho de me enviar um anjo, na forma duma pessoa, que me incentiva, que me anima, que me compreende e que partilha comigo situações parecidas. Ou então descubro uma reflexão de alguém no facebook ou em algum site ou num livro, que reflecte as minhas duvidas e que me ajuda a encontrar soluções.
Sim, aquilo que eu faço, aos olhos do mundo, não é quase nada. Não tem qualquer valor. É insignificante. É tempo mal gasto. Não me faz ganhar nada, aliás, só me faz perder....
Não consigo deixar de sorrir ao escrever este texto. As pessoas não compreendem nada! Não compreendem o que verdadeiramente tem valor!
"Perante um mundo fragmentado, (...) perante a experiência dolorosa da nossa própria fragilidade, torna-se necessário e urgente, atrever-me-ia mesmo a dizer imprescindível, aprofundar a oração e a adoração. Ela nos ajudará a unificar o nosso coração e nos dará «entranhas de misericórdia», para sermos homens de encontro e comunhão, que assumem como vocação própria tomarem a seu cargo a ferida do irmão (...) dando testemunho de um Deus tão próximo, tão Outro: Pai, Irmão e Espírito; Pão, Companheiro de Caminho e dador de Vida (...)
Hoje, mais do que nunca, é necessário adorar para tornar possível a "proximidade" que reclamam estes tempos de crise. Só na contemplação do mistério do Amor que vence distâncias e se torna perto encontraremos a força para não cair na tentação de seguir de longe, sem nos determos no caminho... (...)
Também nós, perante esta nova invasão pseudocultural que nos apresenta os novos rostos pagãos dos «baalins» do passado, experimentamos a desproporção de forças e a pequenez do enviado. Mas é justamente a partir da experiência da própria fragilidade que se evidencia a força do alto, a presença d'Aquele que é o nosso garante e a nossa paz.
Por isso, quero convidar-vos (...) a que reconheçais na vossa fragilidade o tesouro escondido, que confunde os soberbos e derruba os poderosos. Hoje, o Senhor convida-nos a abraçar a nossa fragilidade como fonte de um grande tesouro evangelizador. (...)
Porque só aquele que se reconhece vulnerável é capaz de uma acção solidária. Pois comovermo-nos («movermo-nos com»), compadecermo-nos («padecermos com») de quem está caído à beira do caminho são atitudes de quem sabe reconhecer no outro a sua própria imagem, mescla de terra e tesouro, e por isso não a rejeita. Pelo contrário, ama-a, aproxima-se dela e, sem o procurar, descobre que as feridas que cura no irmão são unguento para as suas. A compaixão converte-se em comunhão, em ponte que aproxima e estreita laços. (...)
Não tenhais medo de cuidar da fragilidade do irmão com a vossa própria fragilidade: a vossa dor, o vosso cansaço, as vossas perdas; Deus transforma-os em riqueza, unguento, sacramento. (...) Há uma fragmentação que permite, no gesto terno do dar, alimentar, unificar, dar sentido à vida. (...) Que possais, em oração, apresentar ao Senhor os vossos cansaços e fadigas, bem como o das pessoas que o Senhor colocou no vosso caminho e deixai que o Senhor abrace a vossa fragilidade, o vosso barro, para o transformar em força evangelizadora e em fonte de fortaleza. (....)
É na fragilidade que somos chamados a ser catequistas. A vocação não seria plena se excluísse o nosso barro, as nossas quedas, os nossos fracassos, as nossas lutas quotidianas: é nela que a vida de Jesus se manifesta e se faz anúncio salvador. Graças a ela descobrimos as dores do irmão como sendo nossas."
Palavras do Papa Francisco, numa carta aos catequistas da diocese de Buenos Aires,
Agosto de 2003 (retirado do livro - O Verdadeiro Poder é Servir, da editora Nascente)
Não importa que ninguém veja aquilo que fazemos. Não importa se parece insignificante e sem valor. Deus vê tudo o que fazemos e vê, principalmente, o amor com que o fazemos.
Mantenhamos a nossa pequena chama acesa, num local onde todos a possam sempre ver. Sempre que a luz artificial se apague nas vidas das outras pessoas, como tantas vezes acontece, que elas possam sempre ver e contar com a nossa pequena luz, para as iluminar e lhes dar de novo vida.
Se, nos últimos dias, tenho conseguido avançar um pouquinho neste deserto espiritual, de que vos falei no último post, o mérito é, sem dúvida, de Nossa Senhora! Tem sido com Ela e através Dela que comecei a ver finalmente um luzinha, no fundo deste túnel imenso … Tem sido o Seu exemplo de vida, infinito em graças e bênçãos, que me tem ensinado várias lições e me tem oferecido algumas respostas que eu procurava .... E tudo graças a um pequeno livrinho, escrito há muito tempo atrás e que já transformou tantas pessoas antes de mim ...
Adicionalmente, no início desta semana, já nem me lembro bem como, descobri um site com gravações de homilias dum padre americano, que me têm feito também, oh, tão bem à alma! Estas homilias estão em inglês, é verdade, e não tenho formas das vos traduzir, mas ainda assim espero que a sua partilha consiga, talvez, ajudar alguém, como me tem ajudado tanto a mim …
Mas gostava de partilhar convosco algumas daquelas que mais me marcaram...
Homilia Mariana #1: Maria como nosso modelo de vida
O que especificamente nos pode ensinar Nossa Senhora nas nossas vidas? E como? Ora, não há melhor professora nesta vida do que a maior e melhor das Mães ...
Homilia Mariana #2: Nós seremos sempre filhos de Maria
O caminho da santidade não é fácil, tem sempre muitos obstáculos e barreiras a ultrapassar ... mas podemos contar sempre com o auxílio de Nossa Senhora, em todos os passos do nosso caminho, como só uma Mãe nos poderia ajudar...
Fazer a vontade de Deus não é nada fácil
O Evangelho diz-nos para amarmos os nossos inimigos, para abraçarmos o sofrimento, para obedecermos às autoridades na nossa vida .... mas isso não é nada fácil, como todos já pudemos comprovar, duma maneira ou de outra. Como poderemos então superar os nossos obstáculos e fazermos a vontade de Deus? A resposta foi já encontrada há muito tempo ....
Defendendo o nosso castelo
Ao lutarmos contra os nossos pecados é extremamente fácil cairmos na armadilha, astutamente colocada pelo Maligno, de acreditar que podemos vencê-los com as nossas próprias forças, se estivermos no controlo das situações e de tudo o que acontece ... mas assim acabamos simplesmente por cair noutra tentação. Qual é então a solução?
Queria também agradecer a todos vós, queridos leitores e queridos amigos, pelas vossas inúmeras palavras de apoio! Obrigado
Teve início no Domingo passado mais uma Semana de Oração pelas Vocações. Entre os dias 10 e 17 de Abril, a Igreja une-se em oração, pedindo de forma especial ao Senhor que crie novas Vocações nos jovens dos dias de hoje.
A Diocese de Leiria-Fátima criou especialmente para as actividades desta semana um blog, onde podem encontrar inúmeros recursos para celebrarem esta semana:
Para quem gostar música, pode aproveitar esta semana para aprender uma canção nova dedicada às Vocações.
Sugiro também darem um olhinho ao Diário Vocacional, através do qual podem dedicar uns minutinhos do início ou do fim do vosso dia, para lerem uma pequena passagem do Evangelho juntamente com uma mini-mensagem do Santo Padre e uma sugestão de reflexão e oração, para cada dia desta semana.
Como já falei antes, a vida consagrada é um assunto que me é muito querido. Desde que escrevi esse post, Deus tem-me oferecido inúmeras oportunidades para contactar com outros jovens que ponderam seriamente a vida consagrada, como eu. É sempre tão reconfortante identificar no outro as mesmas dúvidas que eu tenho, os mesmos "se" ou "então".... Oh, como é verdadeiramente inspirador conhecer jovens da minha idade que já discerniram a sua vocação e que já começaram o seu caminho seguindo a vontade de Deus!
Acerca deste tema, a SIC realizou recentemente uma belíssima entrevista a alguns jovens seminaristas de Braga (podem ver aqui o vídeo com cerca de 4 min).
Há uns tempos atrás, também a TVI fez uma reportagem fenomenal sobre a escolha da Vida Consagrada no nosso país, entitulada "O Chamamento". Entrevistaram várias jovens freiras e padres, tendo cada um partilhado o seu testemunho maravilhoso, único e incrivelmente inspirador! Podem ver aqui esta fabulosa reportagem (com cerca de 30 min).
Não podia deixar passar o dia de hoje sem escrever um pequeno post.
Hoje, dia 14 de Setembro, é um dia muito especial, por diversas razões:
- a Igreja celebra hoje a Exaltação da Santa Cruz! - Hip! Hip! Hurra!
- o movimento das Famílias de Caná celebra 2 anos de existência! - Duplo hip! Hip! Hurra!!
- recomeço as aulas de catequese de preparação para o Crisma! - ooooh, está quase! Quase!!
- e inicio o 5ºano de Medicina, ou seja, o último ano de aulas na faculdade de Medicina! (o 6ºano, apesar de ainda estar oficialmente na faculdade, é na verdade realizado, na totalidade, fora da faculdade...)
Pai Nosso, peço-Te que abençoes a vida de todas as Famílias de Caná de hoje e as de amanhã, que as protejas, que as ampares e que as oriente sempre na Tua divina direcção.
Querida Mãe, olha por todos nós, recebe-nos sempre no teu colo e ensina-nos a sermos cada vez mais como Tu!