Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Nos últimos anos, tenho vivido um intenso processo de discernimento vocacional que, pela transbordante e imprescindível graça de Deus, parece que chegou finalmente a um único caminho. Assim, neste último ano, tenho vivido com a certeza da minha vocação, após anos e anos de oração, aconselhamento e exploração das diversas vocações que a Igreja nos oferece. Mas o tempo passa e passa e passa e ... nada acontece.
Porque é que esta minha vocação não se concretiza, finalmente, Senhor?
Senhor, se me chamas tão fortemente por este caminho, por esta vocação, porque é que nada acontece, porque é que ela não se realiza?
Se Tu colocaste este desejo tão grande e profundo no meu coração, porque não o cumpres? Porque é que não o completas?
À minha volta, vejo diariamente as vocações das outras pessoas a serem cumpridas; vejo-as a serem chamadas e a dizerem o seu "sim", visível e definitivo, à sua vocação e à vontade de Deus nas suas vidas. Eu também o queria fazer. Eu também o desejava fazer....
E facilmente (oh tão facilmente!...) caio na tentação de pensar: Senhor, acaso esqueceste-Te de mim?
Oh, a cruz de não vivermos (ainda) a nossa vocação em pleno ...
Oh, a cruz de vivermos uma vida que desejaríamos tanto que fosse diferente.
O Tentador, contudo, não perde uma única oportunidade. Mal abrimos esta pequena fresta no nosso coração - Senhor, acaso esqueceste-Te de mim? - e ele fará de tudo para que continuemos a cair, para que nos afastemos do amor de Deus. Quando mal damos por isso, já caímos na tentação de duvidar do imenso amor de Deus por nós - Se me chamas a esta vocação e ela não se realiza, é porque não me amas Senhor ...
O Maligno é o príncipe da sedução e ele, mais que ninguém, sabe exactamente como nos seduzir com as suas mentiras - Porque me mostras, Senhor, tantos bons exemplos de vocações a serem cumpridas e realizadas, e a minha não? Porque me mostras tanto ouro na vida dos outros, e na minha nem sequer um pouco de ferro parece existir? Porque é que não permites que aconteça? Porque é que o impedes de acontecer?
Oh, poderá Deus, alguma vez, impedir que se cumpra aquilo que Ele próprio mais deseja, mais ainda que qualquer um de nós - o cumprimento pleno da nossa vocação, através da qual nos santificaremos e assim viveremos para todo o sempre em profunda comunhão de amor com Ele ...
Oh, que pecado tão grande o meu!
Não, não é assim que deve ser a minha postura perante esta situação. Não, não é assim que eu devo responder por este caminho que o Senhor me leva, que eu não compreendo e que eu não concordo que seja mesmo por aqui ... (Não podia ser mais rápido, Senhor? Tem mesmo de demorar assim tanto tempo a acontecer?)
Noutros dias (numa nova tentativa do Príncipe da mentira e da discórdia), dou por mim a escolher evitar a todo o custo pensar sequer na minha vocação, não permitindo que este meu desejo profundo se manifeste no meu dia a dia. Escolho ignorá-lo, escolho escondê-lo, escolho evitá-lo, chegando até a negá-lo, chegando até a fingir que não o conheço e que ele não existe ...
Oh, esta é um tipo de resposta muito fácil, muito confortável, que muitos escolhem.
Mas não, esta também não é a atitude correta...
Então, o que devo fazer?
Aceita a Cruz.Aceita essa luta, diária. Aceita esses desejos, tão profundos, tão entranhados no teu coração; aceita-os, recebe-os, acolhe-os ... E aceita o facto de eles ainda não se terem cumpridos, de ainda não terem sido plenamente satisfeitos ou realizados.
Aceita esta tua necessidade, esta tua incompletude, aceita esta falta que tens - e permite que seja o próprio Deus a preencher e completar esse espaço (aparentemente) vazio.
Dói o peito? Chama o Senhor e pede-Lhe que te cure e alivie.
Não aguentas mais? Pede a Deus pela fortaleza que não possuis.
Não sentes mais nada do que um enorme vazio? Oferece-o, vá, oferece-o ao Senhor, se é tudo o que pensas possuir....
Lembra-te, Marisa, das lições que Deus tão carinhosamente já te ensinou nestes anos. Se sentes tão fortemente este desejo, se hoje é um daqueles dias em que a não realização da tua vocação te custa tanto, se dói tanto que chega a arder no peito - então sabes (lembra-te!) que Deus está neste preciso momento a tentar dizer-te:Está na altura de passarmos algum tempo juntos, tu e Eu. Não, esta sede insaciável não é pela tua vocação; esta sede só Eu próprio posso saciar. Vem Comigo, então beberás e comerás e ficarás saciada ...
Sim, é uma cruz não vivermos (ainda) a nossa vocação em pleno ... - é libertador poder reconhecer esta verdade....
Sim, é uma luta e uma cruz, diária - a liberdade que surge ao admiti-lo....
É um caminho, cheio de bênçãos e graças mas também de muitas dores e lágrimas.
Sim, é uma luta dura e contínua, esta de viver com um desejo tão grande e tão forte no nosso coração que ainda não foi satisfeito.
Sim, é uma cruz que eu tenho de aceitar levar comigo todos os dias, em todos os instantes da minha vida.
Se é este o cálice que desejas que eu beba, Senhor, seja feita a Tua vontade - eu continuarei a beber diariamente deste cálice, eu escolho continuar a beber dele ...
Mas sem dúvidas que há dias mais fáceis que outros. Há dias em que este cálice não parece ser tão amargo e insuportável como parece noutros dias...
Para que serve, então, este tempo de espera? Este tempo em que nada parece acontecer?
Para poderes crescer em virtudes. Para poderes aprender e treinar todas aquelas virtudes que precisarás, diariamente, a partir do dia em que o Senhor te chamar a viver (concretamente) a tua vocação - fortaleza, mansidão, paciência, temperança, auto-doação total e voluntária, saber sofrer com alegria, saber oferecer todos os nossos sacrifícios por mais pequenos que aparentes ser, aprender a dizer "sim"s e "não"s pequeninos (mas ainda assim custosos e dolorosos) - para quando chegar o dia, em que o Senhor te perguntar: aceitas - completa e eternamente -estecaminho? - então poderes dizer um verdadeiro e autêntico "sim".
Então eu escolho dizer-Te que sim, meu Deus e meu Senhor, neste preciso instante, àquela pequena coisa que me queres oferecer. Eu escolho acolher a Tua vontade, eu escolho acolher-Te. Eu escolho fazer a Tua vontade, neste momento. E daqui por uns instantes, meros segundos ou minutos, eu escolherei, novamente, dizer-te que sim, e depois e depois e depois ...
E se, pela graça de Deus, conseguirmos permanecer nesta atitude de acolhimento, de aceitação, com o coração aberto e disponível a ouvir a palavra e os desejos d'Aquele que mais nos ama, então conseguiremos compreender que viver este período de espera é exactamente o melhor plano de vida que Deus tem para nós. É a nossa melhor oportunidade para vivermos e crescermos em santidade.
A santidade é, afinal, a nossa vocação universal, aquela a que todos somos chamados. E estar, neste momento, neste período de espera, faz parte da minha vocação à santidade. Esta espera servirá para me tornar mais santa. Esta espera é o melhor caminho que a minha vida poderia assumir para me poder tornar santa.
Passar por este período de espera fará de mim mais santa, duma forma mais rápida e eficaz, do que se já estivesse a viver em pleno a minha vocação. Deus assim o promete.
Sim, eu estou, neste preciso momento da minha vida, no exacto lugar e situação que Deus deseja que eu esteja; na exacta fase do caminho que fará de mim santa ... a santa que só eu posso ser.
Neste Domingo tão especial, em que celebramos a Divina Misericórdia de Jesus, gostava de partilhar convosco algumas reflexões e ensinamentos que aprendi e experimentei nos 3 dias de vivência do Tríduo Pascal, junto das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, em Palmela. São pequenas notas dispersas ... mas desejo sinceramente que elas vos possam abençoar e tocar o coração de algum modo ...
"Sem Mim, nada podeis fazer..." (Jo 15,5)
Palavras duras de Jesus. Parece quase um Mandamento - "Sem Mim, nada podeis fazer..."
Palavras difíceis de ouvir ... e ainda mais difíceis de reconhecer como verdadeiras - porque o são, de facto - mas custa, custa tanto admitir ... Posso fazer muita coisa, sozinha, à minha maneira, pelas minhas próprias mãos e inteligência e projectos ... mas, na realidade, sem Jesus, nada posso fazer que tenha verdadeiro valor, que seja rico em amor, que seja realmente significativo, que tenha valor eterno ...
Sim, "sem Mim, nada podeis fazer", é verdade meu Jesus, é a mais pura das verdades. Mas, com estas palavras, pelo Teu grande e infinito amor, também nos dizes que "conTigo, tudo poderemos fazer... " ... ah, que doce e terna verdade - "conTigo, tudo poderemos fazer... " - tudo, tudo, tudo ....
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Quinta-feira Santa - dia da Última Ceia do Senhor - dia da instituição da divina Eucaristia
Que dia este que celebramos todos juntos em Igreja, um dia tão rico em ensinamentos - tão importantes e tão profundos - numa comunhão infindável entre os acontecimentos do Antigo Testamento e o seu pleno cumprimento e significado na vida e morte e ressurreição de Jesus ...
A Ceia Pascal hebraica - que nos chama, a cada um de nós, a trazer à memória e a dar testemunho...
Trazer à memória ... Lembra-te, povo de Israel, da Minha salvação, lembra-te de como vos salvei da escravatura do Egipto, onde éreis escravo do pecado. Eu vos salvei tantas e tantas vezes, e vocês continuaram a adorar outros deuses - uns de ouro, outros de carne, outros de dinheiro ou sucesso ou reconhecimento, outros - pior de tudo - fizeram de vós próprios o "deus" das vossas vidas... Lembra-te, povo Meu, que Me pertences - paguei por vós um preço tão elevado: todo o amor e sangue e misericórdia do Meu próprio coração, por vós entreguei, para que tenhais vida e vida em abundância.... Façam memória - de Mim, da nossa história e da nossa História - mas uma memória viva, presente, contínua ...
Dêem testemunho - contem aos outros tudo o que Eu fiz por vocês, por cada um de vocês; partilhem e transmitam esta memória - que é tua, que é vossa, que é Nossa - para que todos possam celebrar, connosco, junto de nós, estes dias de festa - alegrai-vos e exultai, porque é eterno o Meu amor ...
Nesta Última Ceia - um acontecimento de tal modo importante que está descrito nos 4 Evangelhos - Jesus dá um especial simbolismo ao pão ázimo - entrego-vos a Minha pessoa - e ao vinho - entrego-vos a Minha vida....
O sangue, simbolizado nesta Ceia pelo vinho, para os judeus, era algo tão sagrado, tão puro, que apenas podia pertencer a Deus. Por isso, ninguém podia tocar em sangue; por isso a carne tinha de ser tão bem cozinhada. Mas - quanta admiração, quanto espanto! - é Deus, o próprio Deus, que oferece o Seu sangue; que, com o Seu sangue, nos toca, que toca a nossa vida - tornando-a pura e sagrada também. Quanta humildade a de Jesus - permitir-nos tocar no Seu sangue, tão precioso e puro e sagrado, na santa Eucaristia ...
O cordeiro que era servido nesta Ceia Pascal estava sujeito a uma série de exigências, cheias de sentido profético, como certamente entenderão - o cordeio devia ser macho, sem qualquer defeito, devia ser assado num espeto em forma de cruz e nenhum osso deveria ser quebrado ... oh, Jesus, que vieste cumprir perfeitamente todas as Sagradas Escrituras ....
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Durante a noite da Quinta-feira Santa, lemos o Evangelho de São Mateus e de São João que nos contam o seguinte acerca dos acontecimentos da Última Ceia de Jesus:
"Enquanto comiam, disse [Jesus]: «Em verdade vos digo: Um de vós Me há-de entregar.» Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-Lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?»" (Mt 26, 21-22)
"Jesus perturbou-se interiormente e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós Me há-de entregar!» Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia. Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu peito. Simão Pedro fez-lhe sinal para que Lhe perguntasse a quem se referia. Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus, perguntou: «Senhor, quem é?»" (Jo 13, 21-25)
Eu fiquei absolutamente chocada nessa noite! Claro que esta não foi nem a primeira, nem a segunda, nem talvez a décima vez que li e ouvi esta passagem do Evangelho, mas nunca, nunca me tinha apercebido que os Apóstolos não faziam a mínima ideia de que seria Judas Iscariotes a trair Jesus. A nenhum deles ocorreu a ideia de poder ser Judas! Antes, começaram a perguntar-se a si mesmos. Não faziam a mínima ideia ...
Pedro chega ao cúmulo de ter de pedir a João para perguntar a Jesus, quem poderia ser ... ninguém suspeitou de Judas, ninguém .... absolutamente incrível!
Judas nunca se tinha mostrado nem revelado, realmente, a nenhum dos seus companheiros. Apesar de tudo o que passaram juntos, Judas tinha sempre usado uma máscara perante os seus "amigos", ocultando os verdadeiros desejos do seu coração.... oh, Judas, porque o fizeste?
Se, ao menos, Judas tivesse dado a antever aquilo que iria fazer nessa noite ... se, ao menos, algum dos discípulos estivesse atento e compreendesse o que estava a acontecer dentro do coração de Judas ... estou certa de que teria feito de tudo para o impedir, para o convencer do contrário - não só por amor e protecção de Jesus, seu adorado Mestre e Senhor, mas também por amor fraterno ao próprio Judas ... oh, Judas, porque nunca te deste a conhecer? - sim, pecador, grande pecador ... mas ainda assim ... porque não permitiste que alguém te pudesse ajudar?
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A agonia no Getsemani
Jesus sente uma angústia terrível, incomparável ... e simplesmente pede aos seus amigos que fiquem com Ele, que O acompanhem naquele momento, em que Ele mais precisa do seu apoio ... mas acaba sozinho ...
Jesus abre-nos o Seu coração - que, naquele momento, está cheio de sentimentos de «pavor, angústia e tristeza de morte» - e partilha connosco o que está a passar ... Jesus apenas nos pede: «Ficai aqui e velai comigo» ... acompanhem-Me ... estejam Comigo ... não vos fecheis, não fujais, não vos deixeis abater ... não ponhais a vossa força naquilo que é passageiro nem em vos mesmos, mas sim em Deus ... «Ficai aqui e velai comigo» ....
Contudo, no final, quando O vêem prender ... apercebemo-nos que "fugiram todos"... naquela noite, não foi apenas Judas que traiu Jesus ... mas também Pedro e João e todos os discípulos, também tu e também eu ...
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O julgamento e condenação de Jesus
"Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como agitador do povo.»" (Lc 23, 13)
Agitador do povo....
Jesus é apresentado como agitador; Ele que toda a Sua vida tinha levado, semeado e propagado a paz, aquela paz transformadora e inexplicável que vem de Deus ...
Julgado por quem não O conhece ... abandonado e traído pelos Seus amigos ... oh, Jesus, que Te fiz eu? ....
Mas, apesar de tudo, Jesus confia; apesar de tudo, Jesus sabia-se profundamente acompanhado pelo Pai; e por isso não procura fazer justiça pelas suas próprias mãos e meios.... pelo contrário, Jesus deixa que as coisas aconteçam naturalmente e a seu tempo, que é o tempo de Deus ... E fá-lo com a simplicidade e humildade de quem confia em Deus Pai e O deixa agir, deixando que Deus seja Deus.... o tempo de Deus ... deixando que Se faça ...
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Via Sacra
Recordemos a paixão de Jesus... Recordar, que significa 'voltar a passar pelo coração' ...
E reconheçamos o nosso lugar ao pé da cruz de Jesus - qual o lugar que me pertence? que só pode ser meu? que só eu posso preencher e ocupar? Sejamos valentes e descubramos ...
Pilatos lava as mãos. Não quer estar do lado dos que condenam Jesus, mas também não se coloca ao lado de Jesus. O silêncio de Pilatos não tem nada a ver com o silêncio de Jesus: o silêncio de Pilatos mata; o silêncio de Jesus é pura misericórdia....
Os soldados colocam uma capa escarlate e uma coroa de espinhos em Jesus - pensam saber o que Ele procurava: poder, riqueza e honra ... Mas ao longo da Sua vida na terra, Jesus sempre respondeu à honra com a humildade, à riqueza com a pobreza e o poder com o serviço ...
Mesmo sentindo o peso da Cruz nas Suas costas, Jesus não abdica de escolher o bem.... cada passo, cada silêncio, cada gesto, cada palavra deste percurso são Suas escolhas sucessivas, são a demonstração do Seu contínuo e infinito amor ... Jesus não perde qualquer tempo, não perde nenhum segundo e toma nas Suas mãos o tempo que ainda tem, para continuar a amar e dar a conhecer o Pai. Até ao fim, até ao extremo ....
Apesar de tudo, Jesus não caminha sozinho neste percurso até ao Calvário - Jesus deixou-se ajudar por Simão de Cirene que, sem contar, vê-se numa situação difícil; Simão que, sem contar, é chamado a acompanhar Alguém durante a Sua dor e a partilhar o peso da Sua cruz.... Simão também não caminha sozinho; e aceita partilhar - ainda que por alguns momentos - a dor de Jesus.
Verónica não tem força para carregar a cruz de Jesus mas pode, com a sua presença carinhosa e compassiva, aliviar um pouco, um pouco que seja, o Seu sofrimento. Enxuga o sangue, o suor, a dor. Consola, da forma que pode, e tenta aliviar o sofrimento - por um pouco que seja ....
Crucificado. Não, não são os pregos que seguram Jesus na cruz - mas sim o Seu amor, que O faz permanecer. O mundo não compreende ... mesmo pregado na cruz, Jesus continua a ter escolha, continua a ser livre para amar e fazer o bem, mesmo nas circunstâncias em que se encontra ...
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Libertei-te do Egipto ... e tu preparaste-me uma Cruz, preparaste uma Cruz ao teu Salvador.
Libertei-te das velhas cadeias que te atavam, ajudei-te a vencer os medos que te oprimiam .... e tu não me reconheceste como teu grande Amigo, como teu Salvador ....
Ó Meu povo, que te fiz, em que te ofendi? Responde-me ...
Guiei-te pelo deserto durante quarenta anos, alimentei-te com o maná e fiz-te chegar a uma terra muito boa ... e tu preparaste uma Cruz para o teu Salvador ....
Guiei-te durante todo o teu processo de crescimento até chegares aqui, alimentei-te com o pão da Minha palavra e do Meu corpo, dei-te a Minha vida e fui-te envolvendo na Minha intimidade ... e tu viraste-Me as costas ....
Ó Meu povo, que te fiz, em que te ofendi? Responde-me ...
Que mais devo fazer e não fiz?
Fui Eu que te plantei como a mais bela das vinhas, a Minha escolhida ... e tu tornaste-te amarga para Mim; saciaste a Minha sede com vinagre e com uma lança abriste o peito do teu Salvador ...
Que mais devia fazer e não fiz?
Fui Eu quem fez de ti o que és hoje e o Meu amor por ti não conhece limites ... e tu tornaste-te ingrata para Mim; preferiste outros "amores" que te afastam de Mim e destroçaste o Meu coração ao recusares o Amor do teu Salvador ....
Ó Meu povo, que te fiz, em que te ofendi? Responde-me ...
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Sábado Santo - dia de deserto ....
Uma vida sem Ti ... uma vida em que Tu deixasses de existir .... pedem-nos para imaginarmos como os discípulos terão vivido estes dias .... e eu não consigo. Pedem-nos para imaginarmos uma vida sem Ti; pedem-nos para imaginarmos como seria, como nos sentiríamos, o que faríamos - se Tu deixasses de existir nas nossas vidas ... e eu simplesmente não consigo imaginar. Seria um vazio tão grande, tão grande ... seria uma vazio absolutamente indescritível ...
Penso na minha vida passada, antes de ser cristã, penso na dor e no sofrimento, na superficialidade, na ausência de rumo, na ausência de amor ... mas até nessa altura da minha vida eu consigo reconhecer a Tua mão a guiar-me, o Teu carinho disfarçado, o Teu chamamento incessante - volta, volta para casa, para Mim - o Teu amor e misericórdia infinita ...
Penso na minha vida actual e tento, como me pedem, imaginar uma vida sem Ti - mas eu não consigo. A dor é demasiado grande, incomparável; o vazio seria colossal, infinito ... como posso eu imaginar uma vida sem Ti, sem Aquele que mais amo, Aquele que transforma continuamente em amor todas as coisas na minha vida, tanto grandes como pequenas, Aquele por quem eu faço (quase) tudo - simplesmente não consigo imaginar, não consigo ...
Consigo imaginar uma vida sem a mãe, sem o pai, sem os avós, sem os meus mais queridos amigos; consigo imaginar uma vida em que já não seria médica de família; consigo imaginar uma vida sem a minha casinha e a minha independência; consigo até imaginar uma vida sem saber ler, ou sem ver ou sem andar .... mas uma vida em que Tu deixasses de existir?... impossível... não consigo, não consigo sequer imaginar como seria ....
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O nosso Deus é um Deus que faz história com cada um de nós e que faz parte da nossa História; um Deus que Se faz, tal como Se fez e tal como continuará a fazer, história - connosco.
Oh, não percamos a nossa memória ... lembra-te Israel, lembra-te Marisa, que o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor, amarás o Senhor com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças, e ao próximo como a ti mesmo, faz isto e serás feliz (Lc 10, 27-28).
É preciso fazer memória continuamente - todos os dias e, alguns momentos da nossa vida, duma forma ainda mais profunda - memória de todo o bem que o Senhor fez nas nossas vidas, de todo o Amor transbordante, de todas as aventuras, de todas as lágrimas e dores, de todos os sorrisos mais sinceros e profundos, de todas as bênçãos e graças recebidas, de toda a misericórdia, oh, de toda a misericórdia imerecida ... Não nos esqueçamos de Quem é Deus, de Quem Ele foi na nossa vida e de Quem Ele nos prometeu que sempre será. Não percamos a memória, recordemos - passemos de volta pelo coração - sim, é nosso dever estar sempre a re-avivar a nossa memória ...
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Vigília Pascal
Os primeiros cristãos celebravam a Vigília Pascal iniciando a celebração ao pôr do sol de Sábado Santo, continuando por toda a noite adentro, até à chegada do novo dia, Domingo de Páscoa - o que pretendia simbolizar a nossa morte com Cristo, a morte do homem velho com coração de pedra, para podermos ressuscitar também com Cristo, já como homens de coração novo, de carne....
Na verdade, ainda hoje, se estivermos bem atentos, conseguiremos reparar que as diversas partes da nossa Vigília Pascal pretendem transmitir esta ideia maravilhosa e transformadora, ora vejamos:
1) Liturgia da Luz
O lume ou fogo novo como símbolo da vida nova, iluminada. O fogo como lugar de encontro e de alegria. Neste lume novo acendemos o Círio Pascal, que permanecerá aceso até ao dia de Pentecostes.
Seguimos em procissão, todos juntos, no escuro da noite, atrás do Círio Pascal nas mãos do sacerdote, a luz de Cristo que ilumina as nossas vidas - relembrando-nos da longa viagem do povo de Israel em direcção à Terra Prometida ...
2) Liturgia da Palavra
O vento como símbolo do novo alento, da nova vida, inspirada, que Jesus nos oferece. A Palavra de Deus é proclamada, em voz alta e por vezes cantada, em 7 leituras diferentes provenientes do Antigo Testamento, intercaladas com cânticos dos Salmos e 2 passagens do Novo Testamento.
Escuta Israel, escuta povo de Deus ...
3) Liturgia Baptismal
A água como símbolo da libertação e da purificação. Cantamos a ladainha dos Santos, pedindo a Sua intercessão para que ajudem a purificar a água com a qual seremos benzidos. É o dia por excelência para alguém ser baptizado e todos somos convidados a renovar as nossas próprias promessas baptismais.
Ao sermos aspergidos com a água baptismal, é como se estivéssemos a recordar (a passar de novo pelo coração) o nosso baptismo e, assim, a renovar e a reactivar, a pôr de novo em acção, todas as bênçãos e graças recebidas no dia do nosso baptismo.
4) Liturgia Eucarística
A comunhão - alimenta-me, Senhor, porque sem Ti não consigo fazer nada...
Durante o ofertório, entregamos (de volta) todas as coisas que fazem parte da nossa vida (e que Deus livremente nos ofereceu), mas entregamos em especial tudo aquilo que ainda precisa de ser transformado.
Na fracção do pão, vemos Jesus que Se dá a conhecer, que Se oferece por inteiro, abrindo-Se a cada um de nós, permitindo-Se ser partido ao meio, para poder a ficar a morar no mais fundo do nosso ser.
E, assim, quando o sacerdote nos enviar "ide e fazei discípulos de todos os povos", sabemos que não iremos sozinhos, mas com o próprio Deus dentro de nós.
Sem Mim,nada podeis fazer ... Comigo, tudo podereis fazer!
Um abençoado Domingo da Divina Misericórdia para todos!
Queria partilhar convosco, à semelhança do ano passado, a abertura das inscrições na atividade Pascal das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, em Palmela, iniciativa esta especialmente desenvolvida a pensar nos jovens.
Se tens entre 18 e 35 anos e queres viver uma aventura, profunda e inesquecível, com Deus, junto de outros jovens como tu, então atreve-te a vir viver o Tríduo Pascal em Palmela. Vá, coragem!
Podem ler um pouco da minha experiência no ano passado aqui - Em aventuras com Deus.
Ah, e qual a minha surpresa ao deparar-me com o título escolhido para a Páscoa deste ano
Deus tem-me mantida bastante ocupada nestas últimas semanas.... e parece que vou continuar assim, pelo menos, durante mais algumas semanas. Para além de todo o trabalho que envolve a minha profissão como médica, tem-me sido oferecido diversas oportunidades para servir a minha paróquia, às quais, pela graça de Deus, tenho tido finalmente a coragem de aceitar, com a alegria de quem se sacrifica por amor. Além disso, a minha própria vida está a sofrer uma grande mudança - dentro em breve, sairei da casa dos meus pais e irei viver sozinha. Mas, a seu tempo, contar-vos-ei todas estas aventuras com Deus.
Hoje, queria partilhar convosco um pequeno documentário da Opus Dei (cerca de 30 min, divididos em pequenos vídeos legendados), acerca da vivência da Fé Católica por diversos jovens adultos espalhados por todo o mundo. Um óptimo recurso para a Catequese da adolescência (e não, a Marisa que aparece nos vídeos não sou eu)
A Fé aos 20 anos - Introdução
A fé aos 20 anos (1): Querer saber mais
A fé aos 20 anos (2): "Fé que leva a servir"
A fé aos 20 anos (3): Encontrar Deus a cada dia
A fé aos 20 anos (4): Fazer o ambiente
A fé aos 20 anos (5): Pertenço a uma família
A fé aos 20 anos (6): Dar-se por completo a Deus
A fé aos 20 anos (7): Viver um namoro cristão
A fé aos 20 anos (8): Uma graça que muda a sua vida