Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
«Maria levantou-se e partiu apressadamente» (Lc 1, 39)
EXCERTO: "Depois da Anunciação, Maria teria podido concentrar-se em si mesma, nas preocupações e temores derivados da sua nova condição; mas não! Entrega-se totalmente a Deus! Pensa, antes, em Isabel. Levanta-se e sai para a luz do sol, onde há vida e movimento. Apesar do inquietante anúncio do Anjo ter provocado um «terremoto» nos seus planos, a jovem não se deixa paralisar, porque dentro d’Ela está Jesus, poder de ressurreição. Dentro d’Ela, traz já o Cordeiro Imolado mas sempre vivo. Levanta-se e põe-se em movimento, porque tem a certeza de que os planos de Deus são o melhor projeto possível para a sua vida. Maria torna-se templo de Deus, imagem da Igreja em caminho, a Igreja que sai e se coloca ao serviço, a Igreja portadora da Boa Nova."
Mensagem do Papa Francisco para a 32ª Jornada Mundial da Juventude (2017)
«O Todo-poderoso fez em Mim maravilhas» (Lc 1, 49)
EXCERTO: "Maria é muito jovem; aquilo que Lhe foi anunciado é um dom imenso, mas inclui também desafios muito grandes; o Senhor garantiu-Lhe a sua presença e o seu apoio, mas há ainda muitas coisas obscuras na sua mente e no seu coração. No entanto, Maria não Se fecha em casa, não Se deixa paralisar pelo medo ou o orgulho. Maria não é daquelas pessoas que, para estar bem, precisam dum bom sofá onde ficar cómodas e seguras. Não é uma jovem-sofá! Vendo que servia uma mão à sua prima idosa, Ela não perde tempo e põe-Se imediatamente a caminho..."
Mensagem do Papa Francisco para a 33ª Jornada Mundial da Juventude (2018)
«Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30)
EXCERTO: "O motivo principal pelo qual Maria não deve temer é porque achou graça diante de Deus. A palavra «graça» fala-nos de amor gratuito, não devido. Quanto nos encoraja saber que não temos de merecer a proximidade e a ajuda de Deus, apresentando antecipadamente um «currículo excelente», cheio de méritos e sucessos! O anjo diz a Maria que já achou graça diante de Deus; não, que a obterá no futuro. A própria formulação das palavras do anjo faz-nos compreender que a graça divina é ininterrupta, não algo fugaz ou momentâneo, e por isso nunca falhará. E no futuro também haverá sempre a graça de Deus a sustentar-nos, sobretudo nos momentos de prova e escuridão."
Discurso do Papa Francisco na 34ª Jornada Mundial da Juventude (Panamá 2019)
O «sim» de Maria
EXCERTO: "Sempre impressiona a força do «sim» de Maria, jovem. A força daquele «faça-se em Mim», que disse ao anjo. Foi uma coisa distinta duma aceitação passiva ou resignada. Foi qualquer coisa distinta daquele «sim» que por vezes se diz: «Bem; provemos a ver que sucede». Maria não conhecia a frase «provemos a ver que sucede». Era determinada: compreendeu do que se tratava e disse «sim», sem rodeios de palavras. Foi algo mais, qualquer coisa de diferente. Foi o «sim» de quem quer comprometer-se e arriscar, de quem quer apostar tudo, sem ter outra garantia para além da certeza de saber que é portadora duma promessa."
Mensagem do Papa Francisco para a 35ª Jornada Mundial da Juventude (2020)
«Jovem, Eu te digo, levanta-te! (cf. Lc 7, 14)»
EXCERTO: "O Evangelho não refere o nome daquele jovem ressuscitado por Jesus em Naim. Isto é um convite ao leitor, para se identificar com ele. Jesus fala a ti, a mim, a cada um de nós e diz: «Levanta-te!». Bem sabemos que também nós, cristãos, caímos e sempre nos devemos levantar. Só quem não caminha é que não cai; mas também não avança para diante. Por isso, é preciso acolher a intervenção de Cristo e fazer um ato de fé em Deus. O primeiro passo é aceitar levantar-se. A nova vida que Ele nos der, será boa e digna de ser vivida, porque será sustentada por Alguém que nos acompanhará também no futuro sem nunca nos deixar, ajudando-nos a gastar de forma digna e fecunda esta nossa existência...."
Mensagem do Papa Francisco para a 36ª Jornada Mundial da Juventude (2021)
«Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!” (cf. At 26, 16)»
EXCERTO: "Ao chamá-lo pelo nome, o Senhor faz saber a Saulo que o conhece pessoalmente. É como se lhe dissesse: «Sei quem és, sei o que estás a tramar, mas, não obstante isso, é precisamente a ti que estou a falar». Pronuncia o seu nome duas vezes, querendo significar uma vocação especial e muito importante, como fizera com Moisés (cf.Ex3, 4) e com Samuel (cf.1 Sam3, 10). Caindo por terra, Saulo reconhece que é testemunha duma manifestação divina, duma revelação vigorosa, que o transtorna mas sem o aniquilar; pelo contrário, interpela-o usando o nome.
Com efeito, só muda a vida um encontro pessoal, não anónimo, com Cristo. Jesus mostra que conhece bem Saulo, que «o conhece intimamente». Embora Saulo seja um perseguidor, embora haja ódio no seu coração contra os cristãos, Jesus sabe que isso se fica a dever à ignorância e quer manifestar nele a sua misericórdia. Será precisamente esta graça, este amor imerecido e incondicional, a luz que transformará radicalmente a vida de Saulo."
Neste Domingo tão especial, em que celebramos a Divina Misericórdia de Jesus, gostava de partilhar convosco algumas reflexões e ensinamentos que aprendi e experimentei nos 3 dias de vivência do Tríduo Pascal, junto das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, em Palmela. São pequenas notas dispersas ... mas desejo sinceramente que elas vos possam abençoar e tocar o coração de algum modo ...
"Sem Mim, nada podeis fazer..." (Jo 15,5)
Palavras duras de Jesus. Parece quase um Mandamento - "Sem Mim, nada podeis fazer..."
Palavras difíceis de ouvir ... e ainda mais difíceis de reconhecer como verdadeiras - porque o são, de facto - mas custa, custa tanto admitir ... Posso fazer muita coisa, sozinha, à minha maneira, pelas minhas próprias mãos e inteligência e projectos ... mas, na realidade, sem Jesus, nada posso fazer que tenha verdadeiro valor, que seja rico em amor, que seja realmente significativo, que tenha valor eterno ...
Sim, "sem Mim, nada podeis fazer", é verdade meu Jesus, é a mais pura das verdades. Mas, com estas palavras, pelo Teu grande e infinito amor, também nos dizes que "conTigo, tudo poderemos fazer... " ... ah, que doce e terna verdade - "conTigo, tudo poderemos fazer... " - tudo, tudo, tudo ....
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Quinta-feira Santa - dia da Última Ceia do Senhor - dia da instituição da divina Eucaristia
Que dia este que celebramos todos juntos em Igreja, um dia tão rico em ensinamentos - tão importantes e tão profundos - numa comunhão infindável entre os acontecimentos do Antigo Testamento e o seu pleno cumprimento e significado na vida e morte e ressurreição de Jesus ...
A Ceia Pascal hebraica - que nos chama, a cada um de nós, a trazer à memória e a dar testemunho...
Trazer à memória ... Lembra-te, povo de Israel, da Minha salvação, lembra-te de como vos salvei da escravatura do Egipto, onde éreis escravo do pecado. Eu vos salvei tantas e tantas vezes, e vocês continuaram a adorar outros deuses - uns de ouro, outros de carne, outros de dinheiro ou sucesso ou reconhecimento, outros - pior de tudo - fizeram de vós próprios o "deus" das vossas vidas... Lembra-te, povo Meu, que Me pertences - paguei por vós um preço tão elevado: todo o amor e sangue e misericórdia do Meu próprio coração, por vós entreguei, para que tenhais vida e vida em abundância.... Façam memória - de Mim, da nossa história e da nossa História - mas uma memória viva, presente, contínua ...
Dêem testemunho - contem aos outros tudo o que Eu fiz por vocês, por cada um de vocês; partilhem e transmitam esta memória - que é tua, que é vossa, que é Nossa - para que todos possam celebrar, connosco, junto de nós, estes dias de festa - alegrai-vos e exultai, porque é eterno o Meu amor ...
Nesta Última Ceia - um acontecimento de tal modo importante que está descrito nos 4 Evangelhos - Jesus dá um especial simbolismo ao pão ázimo - entrego-vos a Minha pessoa - e ao vinho - entrego-vos a Minha vida....
O sangue, simbolizado nesta Ceia pelo vinho, para os judeus, era algo tão sagrado, tão puro, que apenas podia pertencer a Deus. Por isso, ninguém podia tocar em sangue; por isso a carne tinha de ser tão bem cozinhada. Mas - quanta admiração, quanto espanto! - é Deus, o próprio Deus, que oferece o Seu sangue; que, com o Seu sangue, nos toca, que toca a nossa vida - tornando-a pura e sagrada também. Quanta humildade a de Jesus - permitir-nos tocar no Seu sangue, tão precioso e puro e sagrado, na santa Eucaristia ...
O cordeiro que era servido nesta Ceia Pascal estava sujeito a uma série de exigências, cheias de sentido profético, como certamente entenderão - o cordeio devia ser macho, sem qualquer defeito, devia ser assado num espeto em forma de cruz e nenhum osso deveria ser quebrado ... oh, Jesus, que vieste cumprir perfeitamente todas as Sagradas Escrituras ....
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Durante a noite da Quinta-feira Santa, lemos o Evangelho de São Mateus e de São João que nos contam o seguinte acerca dos acontecimentos da Última Ceia de Jesus:
"Enquanto comiam, disse [Jesus]: «Em verdade vos digo: Um de vós Me há-de entregar.» Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-Lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?»" (Mt 26, 21-22)
"Jesus perturbou-se interiormente e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós Me há-de entregar!» Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia. Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu peito. Simão Pedro fez-lhe sinal para que Lhe perguntasse a quem se referia. Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus, perguntou: «Senhor, quem é?»" (Jo 13, 21-25)
Eu fiquei absolutamente chocada nessa noite! Claro que esta não foi nem a primeira, nem a segunda, nem talvez a décima vez que li e ouvi esta passagem do Evangelho, mas nunca, nunca me tinha apercebido que os Apóstolos não faziam a mínima ideia de que seria Judas Iscariotes a trair Jesus. A nenhum deles ocorreu a ideia de poder ser Judas! Antes, começaram a perguntar-se a si mesmos. Não faziam a mínima ideia ...
Pedro chega ao cúmulo de ter de pedir a João para perguntar a Jesus, quem poderia ser ... ninguém suspeitou de Judas, ninguém .... absolutamente incrível!
Judas nunca se tinha mostrado nem revelado, realmente, a nenhum dos seus companheiros. Apesar de tudo o que passaram juntos, Judas tinha sempre usado uma máscara perante os seus "amigos", ocultando os verdadeiros desejos do seu coração.... oh, Judas, porque o fizeste?
Se, ao menos, Judas tivesse dado a antever aquilo que iria fazer nessa noite ... se, ao menos, algum dos discípulos estivesse atento e compreendesse o que estava a acontecer dentro do coração de Judas ... estou certa de que teria feito de tudo para o impedir, para o convencer do contrário - não só por amor e protecção de Jesus, seu adorado Mestre e Senhor, mas também por amor fraterno ao próprio Judas ... oh, Judas, porque nunca te deste a conhecer? - sim, pecador, grande pecador ... mas ainda assim ... porque não permitiste que alguém te pudesse ajudar?
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A agonia no Getsemani
Jesus sente uma angústia terrível, incomparável ... e simplesmente pede aos seus amigos que fiquem com Ele, que O acompanhem naquele momento, em que Ele mais precisa do seu apoio ... mas acaba sozinho ...
Jesus abre-nos o Seu coração - que, naquele momento, está cheio de sentimentos de «pavor, angústia e tristeza de morte» - e partilha connosco o que está a passar ... Jesus apenas nos pede: «Ficai aqui e velai comigo» ... acompanhem-Me ... estejam Comigo ... não vos fecheis, não fujais, não vos deixeis abater ... não ponhais a vossa força naquilo que é passageiro nem em vos mesmos, mas sim em Deus ... «Ficai aqui e velai comigo» ....
Contudo, no final, quando O vêem prender ... apercebemo-nos que "fugiram todos"... naquela noite, não foi apenas Judas que traiu Jesus ... mas também Pedro e João e todos os discípulos, também tu e também eu ...
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O julgamento e condenação de Jesus
"Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como agitador do povo.»" (Lc 23, 13)
Agitador do povo....
Jesus é apresentado como agitador; Ele que toda a Sua vida tinha levado, semeado e propagado a paz, aquela paz transformadora e inexplicável que vem de Deus ...
Julgado por quem não O conhece ... abandonado e traído pelos Seus amigos ... oh, Jesus, que Te fiz eu? ....
Mas, apesar de tudo, Jesus confia; apesar de tudo, Jesus sabia-se profundamente acompanhado pelo Pai; e por isso não procura fazer justiça pelas suas próprias mãos e meios.... pelo contrário, Jesus deixa que as coisas aconteçam naturalmente e a seu tempo, que é o tempo de Deus ... E fá-lo com a simplicidade e humildade de quem confia em Deus Pai e O deixa agir, deixando que Deus seja Deus.... o tempo de Deus ... deixando que Se faça ...
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Via Sacra
Recordemos a paixão de Jesus... Recordar, que significa 'voltar a passar pelo coração' ...
E reconheçamos o nosso lugar ao pé da cruz de Jesus - qual o lugar que me pertence? que só pode ser meu? que só eu posso preencher e ocupar? Sejamos valentes e descubramos ...
Pilatos lava as mãos. Não quer estar do lado dos que condenam Jesus, mas também não se coloca ao lado de Jesus. O silêncio de Pilatos não tem nada a ver com o silêncio de Jesus: o silêncio de Pilatos mata; o silêncio de Jesus é pura misericórdia....
Os soldados colocam uma capa escarlate e uma coroa de espinhos em Jesus - pensam saber o que Ele procurava: poder, riqueza e honra ... Mas ao longo da Sua vida na terra, Jesus sempre respondeu à honra com a humildade, à riqueza com a pobreza e o poder com o serviço ...
Mesmo sentindo o peso da Cruz nas Suas costas, Jesus não abdica de escolher o bem.... cada passo, cada silêncio, cada gesto, cada palavra deste percurso são Suas escolhas sucessivas, são a demonstração do Seu contínuo e infinito amor ... Jesus não perde qualquer tempo, não perde nenhum segundo e toma nas Suas mãos o tempo que ainda tem, para continuar a amar e dar a conhecer o Pai. Até ao fim, até ao extremo ....
Apesar de tudo, Jesus não caminha sozinho neste percurso até ao Calvário - Jesus deixou-se ajudar por Simão de Cirene que, sem contar, vê-se numa situação difícil; Simão que, sem contar, é chamado a acompanhar Alguém durante a Sua dor e a partilhar o peso da Sua cruz.... Simão também não caminha sozinho; e aceita partilhar - ainda que por alguns momentos - a dor de Jesus.
Verónica não tem força para carregar a cruz de Jesus mas pode, com a sua presença carinhosa e compassiva, aliviar um pouco, um pouco que seja, o Seu sofrimento. Enxuga o sangue, o suor, a dor. Consola, da forma que pode, e tenta aliviar o sofrimento - por um pouco que seja ....
Crucificado. Não, não são os pregos que seguram Jesus na cruz - mas sim o Seu amor, que O faz permanecer. O mundo não compreende ... mesmo pregado na cruz, Jesus continua a ter escolha, continua a ser livre para amar e fazer o bem, mesmo nas circunstâncias em que se encontra ...
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Libertei-te do Egipto ... e tu preparaste-me uma Cruz, preparaste uma Cruz ao teu Salvador.
Libertei-te das velhas cadeias que te atavam, ajudei-te a vencer os medos que te oprimiam .... e tu não me reconheceste como teu grande Amigo, como teu Salvador ....
Ó Meu povo, que te fiz, em que te ofendi? Responde-me ...
Guiei-te pelo deserto durante quarenta anos, alimentei-te com o maná e fiz-te chegar a uma terra muito boa ... e tu preparaste uma Cruz para o teu Salvador ....
Guiei-te durante todo o teu processo de crescimento até chegares aqui, alimentei-te com o pão da Minha palavra e do Meu corpo, dei-te a Minha vida e fui-te envolvendo na Minha intimidade ... e tu viraste-Me as costas ....
Ó Meu povo, que te fiz, em que te ofendi? Responde-me ...
Que mais devo fazer e não fiz?
Fui Eu que te plantei como a mais bela das vinhas, a Minha escolhida ... e tu tornaste-te amarga para Mim; saciaste a Minha sede com vinagre e com uma lança abriste o peito do teu Salvador ...
Que mais devia fazer e não fiz?
Fui Eu quem fez de ti o que és hoje e o Meu amor por ti não conhece limites ... e tu tornaste-te ingrata para Mim; preferiste outros "amores" que te afastam de Mim e destroçaste o Meu coração ao recusares o Amor do teu Salvador ....
Ó Meu povo, que te fiz, em que te ofendi? Responde-me ...
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Sábado Santo - dia de deserto ....
Uma vida sem Ti ... uma vida em que Tu deixasses de existir .... pedem-nos para imaginarmos como os discípulos terão vivido estes dias .... e eu não consigo. Pedem-nos para imaginarmos uma vida sem Ti; pedem-nos para imaginarmos como seria, como nos sentiríamos, o que faríamos - se Tu deixasses de existir nas nossas vidas ... e eu simplesmente não consigo imaginar. Seria um vazio tão grande, tão grande ... seria uma vazio absolutamente indescritível ...
Penso na minha vida passada, antes de ser cristã, penso na dor e no sofrimento, na superficialidade, na ausência de rumo, na ausência de amor ... mas até nessa altura da minha vida eu consigo reconhecer a Tua mão a guiar-me, o Teu carinho disfarçado, o Teu chamamento incessante - volta, volta para casa, para Mim - o Teu amor e misericórdia infinita ...
Penso na minha vida actual e tento, como me pedem, imaginar uma vida sem Ti - mas eu não consigo. A dor é demasiado grande, incomparável; o vazio seria colossal, infinito ... como posso eu imaginar uma vida sem Ti, sem Aquele que mais amo, Aquele que transforma continuamente em amor todas as coisas na minha vida, tanto grandes como pequenas, Aquele por quem eu faço (quase) tudo - simplesmente não consigo imaginar, não consigo ...
Consigo imaginar uma vida sem a mãe, sem o pai, sem os avós, sem os meus mais queridos amigos; consigo imaginar uma vida em que já não seria médica de família; consigo imaginar uma vida sem a minha casinha e a minha independência; consigo até imaginar uma vida sem saber ler, ou sem ver ou sem andar .... mas uma vida em que Tu deixasses de existir?... impossível... não consigo, não consigo sequer imaginar como seria ....
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O nosso Deus é um Deus que faz história com cada um de nós e que faz parte da nossa História; um Deus que Se faz, tal como Se fez e tal como continuará a fazer, história - connosco.
Oh, não percamos a nossa memória ... lembra-te Israel, lembra-te Marisa, que o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor, amarás o Senhor com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças, e ao próximo como a ti mesmo, faz isto e serás feliz (Lc 10, 27-28).
É preciso fazer memória continuamente - todos os dias e, alguns momentos da nossa vida, duma forma ainda mais profunda - memória de todo o bem que o Senhor fez nas nossas vidas, de todo o Amor transbordante, de todas as aventuras, de todas as lágrimas e dores, de todos os sorrisos mais sinceros e profundos, de todas as bênçãos e graças recebidas, de toda a misericórdia, oh, de toda a misericórdia imerecida ... Não nos esqueçamos de Quem é Deus, de Quem Ele foi na nossa vida e de Quem Ele nos prometeu que sempre será. Não percamos a memória, recordemos - passemos de volta pelo coração - sim, é nosso dever estar sempre a re-avivar a nossa memória ...
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Vigília Pascal
Os primeiros cristãos celebravam a Vigília Pascal iniciando a celebração ao pôr do sol de Sábado Santo, continuando por toda a noite adentro, até à chegada do novo dia, Domingo de Páscoa - o que pretendia simbolizar a nossa morte com Cristo, a morte do homem velho com coração de pedra, para podermos ressuscitar também com Cristo, já como homens de coração novo, de carne....
Na verdade, ainda hoje, se estivermos bem atentos, conseguiremos reparar que as diversas partes da nossa Vigília Pascal pretendem transmitir esta ideia maravilhosa e transformadora, ora vejamos:
1) Liturgia da Luz
O lume ou fogo novo como símbolo da vida nova, iluminada. O fogo como lugar de encontro e de alegria. Neste lume novo acendemos o Círio Pascal, que permanecerá aceso até ao dia de Pentecostes.
Seguimos em procissão, todos juntos, no escuro da noite, atrás do Círio Pascal nas mãos do sacerdote, a luz de Cristo que ilumina as nossas vidas - relembrando-nos da longa viagem do povo de Israel em direcção à Terra Prometida ...
2) Liturgia da Palavra
O vento como símbolo do novo alento, da nova vida, inspirada, que Jesus nos oferece. A Palavra de Deus é proclamada, em voz alta e por vezes cantada, em 7 leituras diferentes provenientes do Antigo Testamento, intercaladas com cânticos dos Salmos e 2 passagens do Novo Testamento.
Escuta Israel, escuta povo de Deus ...
3) Liturgia Baptismal
A água como símbolo da libertação e da purificação. Cantamos a ladainha dos Santos, pedindo a Sua intercessão para que ajudem a purificar a água com a qual seremos benzidos. É o dia por excelência para alguém ser baptizado e todos somos convidados a renovar as nossas próprias promessas baptismais.
Ao sermos aspergidos com a água baptismal, é como se estivéssemos a recordar (a passar de novo pelo coração) o nosso baptismo e, assim, a renovar e a reactivar, a pôr de novo em acção, todas as bênçãos e graças recebidas no dia do nosso baptismo.
4) Liturgia Eucarística
A comunhão - alimenta-me, Senhor, porque sem Ti não consigo fazer nada...
Durante o ofertório, entregamos (de volta) todas as coisas que fazem parte da nossa vida (e que Deus livremente nos ofereceu), mas entregamos em especial tudo aquilo que ainda precisa de ser transformado.
Na fracção do pão, vemos Jesus que Se dá a conhecer, que Se oferece por inteiro, abrindo-Se a cada um de nós, permitindo-Se ser partido ao meio, para poder a ficar a morar no mais fundo do nosso ser.
E, assim, quando o sacerdote nos enviar "ide e fazei discípulos de todos os povos", sabemos que não iremos sozinhos, mas com o próprio Deus dentro de nós.
Sem Mim,nada podeis fazer ... Comigo, tudo podereis fazer!
Um abençoado Domingo da Divina Misericórdia para todos!
Queria partilhar convosco, à semelhança do ano passado, a abertura das inscrições na atividade Pascal das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, em Palmela, iniciativa esta especialmente desenvolvida a pensar nos jovens.
Se tens entre 18 e 35 anos e queres viver uma aventura, profunda e inesquecível, com Deus, junto de outros jovens como tu, então atreve-te a vir viver o Tríduo Pascal em Palmela. Vá, coragem!
Podem ler um pouco da minha experiência no ano passado aqui - Em aventuras com Deus.
Ah, e qual a minha surpresa ao deparar-me com o título escolhido para a Páscoa deste ano
Porque sinto dentro de mim esta vontade indiscritível e irreprimível de amar e de expressar amor?
O que é, afinal, amar?
Este fim-de-semana tive a oportunidade de participar no meu primeiro Fórum Wahou - um fim-de-semana imerso na belíssima e inspiradora Teologia do Corpo, que o nosso querido Papa João Paulo II nos ofecereceu.
A iniciativa do Fórum Wahou (sim, lê-se mesmo uau! - a expressão de felicidade que Adão proferiu quando viu Eva pela primeira vez no Paraíso) surgiu há uns anos atrás, em França, e na sua última edição contou com mais de 3.000 participantes, desde leigos solteiros a casados e a consagrados!
Em Portugal, nesta última edição, eramos cerca de 50 pessoas, vindas um pouco por todo o país: muitos jovens, muitos casais, pais e filhos e netos, pessoas separadas ou divorciadas, outras viúvas, enfim, uma rica e inspiradora mistura de pessoas, todas com histórias e situções de vida únicas e diferentes ... reunidos por uma razão em comum: todos ouvimos o chamamento do amor de Deus e dissemos-Lhe sim! Todos viemos à procura das respostas às perguntas que brotam incessantemente do nosso coração - e que só Deus pode dar! Todos desejamos amar e sentir-nos amados .... então viemos em busca d'Aquele que é o próprio Amor.
Uma das principais entidades divulgadoras da Teologia do Corpo em Portugal é o grupo CERTA (aconselho-vos vivamente a explorarem o site ou então a página no facebook). Aproveito esta oportunidade para partilhar convosco outros sites que vos sugiro a explorar, caso queiram ficar a saber mais acerca da Teologia do Corpo:
Women Made New - o blog da Crystalina Evert, especialmente dedicado às mulheres que sofreram algum tipo de abuso ou de mágoa profunda ao longo das suas vidas
The Cor Project - do Christopher West, que tem dedicado toda a sua vida a divulgar a Teologia do Corpo por todo o mundo
LifeTeen - um site especialmente vocacionado a explicar e explorar a Teologia do Corpo aos adolescentes (um site que eu altamente recomendo a todas as pessoas que contactam com adolescentes, seja em casa, na catequese ou na escola)
Steubenville Youth Conferences - onde podem assistir a diversas palestras, de diversos autores e personalidades, sempre num ambiente de partilha, bom humor e espírito de juventude, bravura e esperança
Vida e Castidade (canal no youtube) - o canal talvez antigo, mas que possui inúmeros vídeos traduzidos (por exemplo do Jason Evert e do Christopher West)
Deus tem-me mantida bastante ocupada nestas últimas semanas.... e parece que vou continuar assim, pelo menos, durante mais algumas semanas. Para além de todo o trabalho que envolve a minha profissão como médica, tem-me sido oferecido diversas oportunidades para servir a minha paróquia, às quais, pela graça de Deus, tenho tido finalmente a coragem de aceitar, com a alegria de quem se sacrifica por amor. Além disso, a minha própria vida está a sofrer uma grande mudança - dentro em breve, sairei da casa dos meus pais e irei viver sozinha. Mas, a seu tempo, contar-vos-ei todas estas aventuras com Deus.
Hoje, queria partilhar convosco um pequeno documentário da Opus Dei (cerca de 30 min, divididos em pequenos vídeos legendados), acerca da vivência da Fé Católica por diversos jovens adultos espalhados por todo o mundo. Um óptimo recurso para a Catequese da adolescência (e não, a Marisa que aparece nos vídeos não sou eu)
A Fé aos 20 anos - Introdução
A fé aos 20 anos (1): Querer saber mais
A fé aos 20 anos (2): "Fé que leva a servir"
A fé aos 20 anos (3): Encontrar Deus a cada dia
A fé aos 20 anos (4): Fazer o ambiente
A fé aos 20 anos (5): Pertenço a uma família
A fé aos 20 anos (6): Dar-se por completo a Deus
A fé aos 20 anos (7): Viver um namoro cristão
A fé aos 20 anos (8): Uma graça que muda a sua vida