Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
O Senhor levou-me a viver inúmeras aventuras, com Ele, neste ano de 2018, ano esse que agora termina para dar lugar a um novo ano - cheio de possibilidades, oportunidades, sonhos, conquistas e lições ....
Neste ano de 2018,iniciei a minha profissão como médica, passando por diversos serviços e áreas, passando da teoria abstrata, impessoal e indiferente para a prática real, imperfeita, humana, personalizada. Agora, neste ano de 2019, iniciarei a minha formação específica para me tornar médica de família, um processo que será, sem dúvida, díficil e muito trabalhoso, e que durará pelo menos 4 anos ...
Neste ano de 2018,consolidei a minha vocação como catequista na minha paróquia, oferecendo-me verdadeiramente de corpo e alma, aceitando (uns dias melhores que outros) todas as contrariedades e dificuldades que foram surgindo pelo caminho, e aceitando desafios que outrora jamais teria tido a coragem de o fazer ...
Neste ano de 2018,assumi publicamente (no meu coração, já o tinha feito há muito tempo...) o meu compromisso com o movimento das Famílias de Caná, após um (demasiado longo) período de discernimento acerca do meu papel, como leiga solteira, dentro do movimento, e assim tornei-me numa activa Jovem de Caná - à semelhança de Nossa Senhora quando ainda solteira....
Neste ano de 2018,passei também por um intenso processo de discernimento vocacional, após ter aumentado, a passinhos de bebé (mas sempre aumentando, graças a Deus!), a minha vida de oração, e agora encontro-me num estado de maior claridade, desapego e entrega à vontade de Deus para a minha vida ...
Por fim, neste ano de 2018,tomei a difícil e custosa decisão de sair da casa dos meus pais, para vir viver sozinha numa casinha, bem juntinho da casa de Jesus, e, com esta última decisão, as pequenas portas e janelas que ainda pudessem estar a impedir a ação do Espírito Santo, foram finalmente escancaradas e plenamente abertas às Suas infinitas Graças (até ao dia em que eu voltar a fechar alguma, novamente - convosco também é assim?)
Houve, sem dúvida, outros acontecimentos marcantes e significantes que podia referir, mas penso que estes servirão para explicar, pelo menos em parte, como cheguei às pequenas reflexões que hoje queria partilhar convosco. São anotações soltas que eu fui escrevendo ao longo do ano, no meu caderno espiritual. Todas elas partiram de situações difíceis, em que o meu orgulho e egoísmo desmedidos tiveram de morrer (aos bocadinhos, claro) - autênticas lições de humildade que Deus, tão carinhosa e pacientemente, me tem vindo a ensinar....
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O ano de 2018, para mim, podia ter perfeitamente como tema e título - "Crescer em intimidade com Deus": crescer mesmo quando custa e dói, sem medo das mudanças, das transformações, daquilo que se perde e que tem de morrer, para algo melhor e mais santo poder germinar, nascer, crescer e florir; intimidade - um dos desejos mais profundos do nosso coração - com Deus, por Deus, em Deus ...
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Neste ano, compreendi finalmente (de coração) que o nome que melhor revela a vocação da mulher é maternidade, é ser mãe; e que o verbo que melhor define a vocação da mulher é receber e estarsempre aberta à vida ... Esta vocação está profundamente enraizada no nosso coração, por mais que a neguemos ou tentemos fugir dela, e apenas encontraremos a felicidade verdadeira, plena, permanente, eterna e inalterável, independentemente das circunstâncias da vida, se a aceitarmos de braços abertos - à semelhança de Maria.
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Neste ano, descobri que um dos maiores desejos do meu coração é receberAquele que mais quero amar, Aquele que mais me ama, Aquele que é o amor, Aquele que é o meu Amado ...
Receberé uma palavra maravilhosa e divina, mas também é uma palavra difícil e muito exigente. Para eu poder receber, tenho de estar disposta a sere estar vulnerável - oh, a vulnerabilidade de receber! - tenho de admitir e aceitar que tenho uma necessidade, que algo me falta, de que preciso de algo que não tenho e que não sou capaz ... Admitir e aceitar isto, pode ser assustador ao princípio, pode deixar-nos com medo e fazer-nos sentir ansiedade - e o mundo de hoje tem tantas formas apelativas de nos afastar desta realidade e de nos fazer esquecer estes sentimentos que, ao contrário do que popular e socialmente se propaga, não nos faz mal nenhum, antes pelo contrário - dá-nos vida e felicidade!
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O que significa intimidade, Senhor? O que significa ser íntimo de alguém, mas especialmente de Ti?
É sentir-se plenamente "em casa" na presença de alguém. É aceitar ser-se perfeita, total e completamente conhecida tal como sou - cheia de vícios, defeitos e pecados, cheia de feridas abertas e outras em resolução, "cheia" de espaços vazios e de pedaços que faltam - e, ainda assim, aceitar ser-se amada ... por aquele Amor louco e infinito de Deus que, tal como um dilúvio, é capaz de nos encher até transbordar, de inundar completamente todos os buracos e espaços vazios, de limpar todas as feridas, de remover todas as minhas manchas e sujidades e de santificar e purificar todos os meus desejos ... Intimidadesignifica eu poder ser, livremente, quem sou - sem máscaras, sem medos, sem sentir necessidade de ser aprovada, nem de conseguir ser ou fazer algo ... para ser amada.
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Mas, como se chega a essa intimidade - conTigo? Como podemos nos tornar íntimos?
Para se ser íntimo, é necessário confiar no outro. Em que se baseia a confiança?
Em promessas realizadas. Num amor que tenha sido comprovado e testado, que tenha sido posto à prova no fogo, por diversas vezes, e ainda assim subsistir - e até aumentar de intensidade - apenas um amor assim pode chegar a esse nível de intimidade que eu tanto desejo .... E, na minha vida, Deus já me deu mais do que provas suficientes do Seu amor....
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É realmente um dos desejos mais profundos do nosso coração ser-se conhecido e amado: é alguém conhecer toda a nossa história de vida, todo o nosso ser e, ainda assim, aceitar-nos e amar-nos.
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Se tivermos a coragem de olhar para o mais profundo do nosso coração, descobriremos que desejamos ser intimamente conhecidos; que desejamos permitir que possamos ser vistos, conhecidos e admirados; que desejamos permitir ser acarinhados e amados....
O maior desejo de Jesus (por inúmeras vezes e por inúmeras vozes Ele nos disse isto!) é oferecer-nos o Seu amor, é satisfazer e realizar todos estes nossos desejos mais profundos ... porque não O permitimos de vez?
Porque ainda tento eu fazer coisas, ser assim ou assado e, desta forma, "provar" a Deus que mereço o Seu amor...? Quem penso eu que sou? Merecer o amor de Deus? Como se fosse possível ... que heresia! Que pecado tão grande! Afinal, quem é para mim Jesus?....
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Olho para Jesus na cruz - um dia, li algures que a cruz é o leito matrimonial de Jesus. Sim, leito matrimonial ...
Ali, Jesus encontra-se nu e sem qualquer proteção. Nada possui. Está completamente vulnerável e sem qualquer segurança a que se agarrar. Ali está Jesus - pregado, aberto, indefeso, vulnerável ...
E o Seu maior desejo é tornar-se Um connosco. É abraçar os nossos medos, inseguranças, traumas e dores. É amar-nos completa e infinitamente....
Jesus, na cruz, não se preocupa em proteger-se a Si mesmo - o que apenas deseja é oferecer-se a Si mesmo, é entregar-se - por nós ...
Amar ~ Oferecer ~ Receber ~ Confiar ~ Amar
"Bendiz o Senhor, ó minha alma.
A minha única alegria encontra-se no Senhor.
Ao Senhor, glória eterna! Aleluia!"
Salmo 103
Um abençoado ano novo para todos! Que aceitem o convite de Deus, para crescerem em intimidade com Ele, ao longo deste ano ...
Quando comecei a descobrir a Fé Católica e a devoção a Nossa Senhora, comecei a rezar cheia de vontade e de entusiasmo por esta “novidade” para mim … mas alguns dias depois, as circunstâncias da vida intrometem-se, a vontade foge pela janela, os minutos do dia não esticam e, com milhares de outras coisas a fazer sendo estudante de medicina, esta devoção inicial foi-se perdendo, debaixo da enorme pilha de livros para estudar ….
Entretanto, a nossa querida Teresa Power lá escrevia um post no blog acerca do Terço, e eu voltava a tentar e nesse dia rezava … mas no seguinte ou no depois já não … e vinha então mais um post no blog, mais uma tentativa, mais um esquecimento …. Isto vezes e vezes sem conta. Sentia-me como se estivesse numa rodinha dum hamster, a rodar, a rodar, a rodar, sem sair do sítio …
Um dia disse finalmente, basta! Isto assim não pode continuar!
Fui conversar (e confessar) com um dos padres da nossa paróquia, e pedi-lhe ajuda. O que podia eu fazer para mudar a situação? Ele deu-me alguns conselhos, muito úteis e práticos, que hoje partilho convosco.
Além disso, nos dias seguintes fui à procura na internet de dicas para rezar o Terço – e na verdade, acabei por encontrar muitas mais do que estava à espera! Uau, afinal não era a única com dificuldades em conseguir rezar regularmente! O sentimento de compreensão mútua e o apoio companheiro e amigo é um dos traços que mais aprecio na Igreja Católica …
Ora, aqui vão elas - as 5 melhores dicas que vos posso dar:
Dicas para rezar o Terço ... quando se é péssimo nisso!
Peçam ajuda a Nossa Senhora
Esta primeira dica é tão simples que a esquecemos facilmente – peçam ajuda a Nossa Senhora para que consigam rezar o Terço – e já agora, para todas as outras orações que façam no vosso dia! Afinal, a Virgem Maria é o exemplo mais perfeito de oração e de comunhão com a vontade de Deus…
Embora o Terço seja uma oração muito simples e fácil de praticar e acessível a todos, na verdade, assim como nós, vários santos tiveram dificuldades em pô-lo em prática regularmente. Não desanimem e não desistam … uma das lições que o Terço nos pode ensinar é exactamente o valor da persistência.
Da próxima vez que pegarem no vosso Terço para rezar, imaginem-se a dar a vossa mão a Nossa Senhora e que, juntos, caminharão os dois numa bela viagem pela vida de Jesus.
Apesar das milhares de razões que existem para rezar o Terço, o facto de não o fazerem não faz de vós “maus cristãos” nem “mau católicos”. Um dos principais dons que recebemos como filhos de Deus é exactamente a nossa liberdade – liberdade em escolher, em servir, a amar. Deus nunca nos obriga a coisíssima nenhuma, e Nossa Senhora muito menos! É possível amá-La e honrá-La adequadamente sem rezar o Terço – assim como o fizeram outros santos que viveram antes da ampla divulgação desta devoção ou como aqueles que nunca tiveram a oportunidade de a conhecer!
Reforçando um pouco mais a ideia anterior: o Rosário é, sem dúvida, uma oração belíssima e permite-nos alcançar uma profunda e preciosa meditação sobre a vida de Jesus …. Mas não é o fim do mundo se vocês não o conseguirem rezar! Não há problema e Nossa Senhora certamente que não ficará ofendida que vocês não rezarem perfeitamente. Há dias em que rezamos assim-assim, mais ou menos bem, mais ou menos mal. Outros, em que rezamos mal, mal, mal … Mas, outros dias até nos surpreendemos com o que conseguimos fazer! Na maior parte dos dias, contudo, garanto-vos, rezaremos modestamente bem.
Além disso, não há problema se só rezarem o Terço às vezes. Não há problema se se esquecerem de o rezar. Não há problema se adormecerem a meio ou no fim, e não o completarem. Mais uma vez digo, não fará de vocês “maus católicos”. A sério! Podem tirar esse peso dos vossos ombros…. Contudo, é sim verdade, que rezar o Santo Rosário irá transformar-vos - em melhores e mais humildes pessoas!
Nossa Senhora é a estrada mais segura, directa e célere para o coração de Jesus e o Terço é um grande dom, uma graça especial, um lindo presente – mas não é o único, existem outros!
Um dia de cada vez
Não tentem, como eu tentei, fazer logo TUDO à primeira! Na primeiríssima vez que tentei rezar o Terço decidi rezar todo o Rosário, todos os mistérios, todos os dias, com todas as orações, perfeitamente bem e … vocês já sabem o resultado, não é?....
Eu não sou mãe, e ainda não experimentei aquele encanto e entusiasmo que vejo sempre surgir na face de todas as mães, ao verem os seus filhos fazerem algo pela primeira vez - o primeiro sorriso, o primeiro balbuciar, o primeiro passo … ou então, quando os seus filhos se superam e fazem algo melhor do que alguma vez conseguiram, como correr, chutar à bola, pegar bem numa colher ou garfo …
Ora, o Terço é uma oração que nos foi dada pela nossa Mãe celestial e, como a melhor das mães, tenho a certeza que a Santíssima Virgem se encanta e “se derrete” com cada passo, por mais pequenino que seja, que nós damos a caminho da santidade e duma vida de oração mais profunda e plena.
Rezar o Terço todos os dias pode-vos parecer impossível. E é, se o tentarem todo, duma vez e sozinhos. Mas, se pedirem ajuda a Nossa Senhora e tentarem rezar uma Avé-Maria a mais a cada dia que passa, ou uma década por dia, uma década rezada em família ao fim do dia ou no fim-de-semana, um pouco mais por dia, um pouquinho mais de amor … quando derem por vocês, estarão a rezar o Terço diariamente! E não desejarão outra coisa!
Tempos modernos exigem medidas modernas
Concordarão certamente que, nos dias de hoje, as nossas vidas são bastante diferentes das vidas das pessoas que viveram há 500 anos atrás, ou até há 50 anos atrás. Antes, parece-me sempre, as pessoas tinham mais tempo - faziam as coisas com mais calma e tinham menos distracções, do que nós. Assim, talvez fosse mais fácil para os nossos antepassados encontrar o tempo necessário, todas as manhãs ou todas as noites, para rezar o Terço.
A minha vida de estudante universitária é também diferente da vossa, como trabalhadores por conta própria ou de outrem, como solteiros ou como pais e avós, tenham uma família numerosa ou menos numerosa. Mas, falando-vos um pouco da minha vida em particular, ela é bastante diferente quer eu esteja em período de aulas na faculdade, em época de exames ou, claro, de férias de Verão.
Durante o tempo de aulas, eu não consigo rezar o Terço todinho à noite, antes de ir para a cama, como gosto. Entre as coisas que preciso de fazer, as matérias que tenho de estudar para o dia seguinte e o enorme sono e cansaço diários, eu simplesmente não consigo rezar à noite.
Que solução encontrei? De manhã, na viagem de comboio para a faculdade, tenho o tempo suficiente para rezar o Terço. Vou contando as Avé-Marias pelos dedos, abstenho-me do stress matinal típico de Lisboa, e tenho todas as minhas orações rezadas antes de começar verdadeiramente o meu dia de trabalho no hospital. Simples e eficaz.
Vocês também podem rezar nas viagens de carro para o vosso trabalho – não devem conseguir rezar sozinhos, contando pelos dedos, mas podem gravar num cd ou no mp3 ou no telemóvel uma gravação do Terço (aconselho-vos duas óptimas gravações aqui* ou aqui) e assim não “se perdem”. Além disso, far-vos-á companhia e sentir-se-ão mais em comunhão com todos os outros católicos que poderão estar a rezar convosco. Para quem gostar de ainda mais modernices, existem hoje até aplicações para o telemóvel ou tablet (aqui, aqui, aqui ou aqui) que ajudam-nos a rezar o Terço.
Por outro lado, quando estou em época de exames, já não vou todos os dias de comboio para Lisboa. Além disso, tenho imensa matéria para estudar por dia e os intervalos são poucos e curtos. Assim, nestas alturas, rezo uma dezena do Terço por cada intervalo de estudo que faço. Vocês também podem adaptar este método ao vosso dia – por exemplo, uma dezena ao entrarem no carro de manhãzinha, uma dezena numa pausa da manhã, outra dezena na hora de almoço, outra dezena ao irem para casa ou ao chegarem a casa e, por fim, a última antes de irem para a cama.
Por fim, nos fins-de-semana e durante as férias, posso rezar da maneira que prefiro – rezo o Terço completo à noite, antes de ir para a cama.
Como sabem, eu não tenho experiência em rezar o Terço em família, nem com crianças – mas para isso podem passar pelo blog da Família Power ou, agora, no site das Famílias de Caná, que têm diversas ideias e sugestões!
E vocês, têm alguma dica?
Se tiverem, por mais pequena que seja, escrevam-na nos comentários - pode fazer toda a diferença na vida de oração de outra pessoa!
Podem encontrar aqui no blog outras ideias e sugestões para rezar o Terço - aqui.
* Existem inúmeros sites na internet com gravações já em formato áudio, grátis, que podem fazer download a vossa vontade – como por exemplo, o Passo-a-Rezar. Existem também vários sites que transformam estes vídeos do youtube em ficheiros áudio. É fácil e rápido, basta pesquisar no google!
Uma das maiores surpresas que tive na Missão País foi a quantidade de tempo dedicada à oração de que dispúnhamos, ou seja, em Missão Pessoal e Interna!
Eu pensava inicialmente que iríamos passar os dias a fazer voluntariado - o que foi verdade! - mas não estava à espera que praticamente metade do nosso dia fosse passado na nossa pequena Capela, em oração!!
E estou mesmo a falar a sério: entre a(s) hora(s) de oração da manhã e oração da noite diárias, a Missa e o Terço também diários, e a oportunidade que tivemos de estar em Adoração ao Santíssimo durante uma noite inteira ... nós acabámos por estar o mesmo número de horas em Missão Interna (ou seja, em oração) como em Missão Externa (ou seja, em serviço na comunidade)! O que foi pra lá de mega-maravilhoso!!!! :)
Foi num destes momentos de oração e silêncio que, no 6ºdia da nossa Missão, ao continuarmos o estudo da Parábola do Filho Pródigo nos versículos 17 a 20, me dei conta dum pormenor:
"E, caindo em si, disse:
‘Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome!
Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe:
Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho;
trata-me como um dos teus jornaleiros.’
E, levantando-se, foi ter com o pai."
Lucas 15:17-20
O Filho mais novo só deu conta do seu pecado e da sua miséria quando, finalmente, ficou sozinho e em silêncio pela primeira vez na sua vida!
O silêncio não é, como o mundo nos diz, algo passivo. Não é ausência de comunicação. Não é sinal de fraqueza. Não significa indiferença da nossa parte. Não quer dizer: "Desisti ... "
O silêncio é, vim eu a descobrir nesta semana, uma atitude bastante activa. Já experimentaram? Eu achei bastante difícil estar em silêncio por tanto tempo - sim, até mesmo para alguém que é naturalmente calada como eu!
Mas, também vim a descobrir, é no silêncio da nossa voz, da nossa mente e do nosso coração que, aos poucos, vai surgindo um voz suave e leve, doce e meiga, que me canta e que me fala até ao mais profundo do meu ser…
Quando regressei a casa, li na primeira página do mini-jornal da nossa paróquia, as seguintes palavras do nosso Prior:
"Num mundo que fala, que grita (...) é cada vez mais imperioso que se faça silêncio. É necessário fazer silêncio. É necessário ouvirmos Jesus, que diz: «quando não tens nada de bom a dizer, cala-te». Cala-te!
A Quaresma é isto, o silêncio de Deus que fala no meu silêncio. Sem silêncio não há Quaresma, não há Deus, não há conversão, não há perdão."
Oh, sem dúvida!
Tal como o Filho mais novo descobriu, sem silêncio não há conversão; sem silêncio não ouvimos a voz de Deus; sem silêncio não podemos encontrar a misericórdia e o perdão que o Nosso Querido Pai, a todos, quer tanto oferecer!
Cá em casa, já começamos a decorar a casa. Já começamos a pensar nas prendas, Já começamos a pensar nos pratos para a festa no dia de Natal - que, por tradição, a família toda reúne-se cá em casa!
Contudo, para vos ser sincera, todas essas coisas parecem-me irrelevantes este ano. E logo eu, conhecida por adorar tudo o que tinha haver com o Natal....!!
O ano passado já notei a diferença. Mas este ano, o sentimento está ainda mais forte!
Não, não quero saber de prendas, nem de decorações, nem de festas. Não quero saber de Pais Natais nem de barretes vermelhos com pompom na ponta. Não quero saber de compras, de lojas, nem de luzinhas.
Desde o meu Crisma que tenho tentado aumentar consideravelmente os momentos de oração no meu dia a dia. Não o tenho feito porque achava que devia. Tenho-o feito porque é o que desejo!
Desde o Crisma que, o desejo de conhecer e amar mais e mais o Senhor, tem aumentado de forma incrível e inexplicavelmente! Parece que esta minha sede não é saciada de maneira nenhuma!
Desejo sempre mais 5 min com Jesus! Por favor, Jesus, fica comigo mais 5min - a seguir já estudo! A seguir já vou a correr para a aula. A seguir já vou dormir...
Este semeste, ao contrário do anterior e com enorme pena minha, não consigo ir com a mesma frequência à Eucaristia.... a minha hora de almoço é completamente diferente e irregular, e não me permite ir à missa das 12.30h no hospital de Santa Maria (onde este semestre passo a maior parte dos meus dias)....
Mas, graças ao exemplo da Teresa, que partilhou connosco no início do ano lectivo os seus 15 minutos com Jesus, que eu tenho tentado fazer o mesmo! Há dias em que consigo estar meia hora em oração na capela do hospital, noutros dias apenas 15 minutos, e às vezes, só tenho mesmo 2 min antes de ir a correr para a aula seguinte ....
Além disso, ao longo do meu dia, tenho outros momentos de oração:
A oração do Terço já é algo enraizado no meu dia. Durante a semana, rezo-o nos transportes. Ao fim de semana, vou rezando uma dezena por cada intervalo de estudo que faço.
Ao deitar, também tenho um momento de oração especial, onde faço um balanço do meu dia, onde peço perdão pelos meus erros e agradeço todas as graças e bênçãos no meu dia.
E, ao longo do dia, várias vezes rezo o Nós, Jesus! Nós, Jesus, vamos lidar com aquela criança doente que está aos berros e aos pontapés! (E às vezes, como segundo recurso ....) Anjo da Guarda, podes por favor dizer ao Anjo da Guarda daquela criança que eu preciso MESMO de lhe ver os ouvidos e que ela tem de ficar quieta só 10 segundos??!! Ou então, Nós Jesus, vamos estudar aquela matéria gigantesca e super complicada que eu tenho tentado fugir nas últimas semanas, mas agora tem mesmo de ser!
Mas o meu coração queria mais! Eu desejava mais momentos de oração! Eu desejava uma maior entrega! Parecia que Deus me pedia mais! Mais de mim!
Há uns dias atrás tomei a minha resolução para este Advento - passar mais tempo em oração! Como?
Claro que haverá dias e dias. Claro que não conseguirei rezar todas as orações. Claro que haverá dias em que conseguirei fazer mais, outros menos. Afinal, estou quase em exames da faculdade. Mas o primeiro passo está dado!
Deixará de haver tempo para o facebook, para seguir todos o blogs que gosto, de ler os 2 livros maravilhosos que tinha acabado de receber pelo correio, de fazer outras actividades de lazer. Não haverá tempo para a preguiça. Não haverá tempo a perder!
"Assim como a corça suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minh’alma por vós, ó meu Deus!
Minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus?
Que o Senhor me conceda de dia sua graça benigna e de noite, cantando, eu bendigo ao meu Deus, minha vida."
O Terço é algo maravilhoso. Diariamente descubro mais provas disso.
Até há pouco tempo, eu pensava que só devia rezar “quando sentia que devia” fazer isso. Porque rezar, sem “sentir”, não era a mesma coisa. Era sim uma chatice! Uma trabalheira! Uma seca!
Assim, só rezava quando precisava de alguma coisa! Quando algo corria mal e precisava de ajuda! Quando queria pedir algo!
Quando comecei a rezar o Terço diariamente, ouve dias que não foi fácil. Houve dias que deliberadamente fugi e atrasei ao máximo ter que o fazer. Houve dias em que não rezei porque não preparei o meu dia a contar com aquela meia hora. Houve dias em que fiz autênticas birras, “Não quero! Não me apetece! Não faço!”. Houve dias difíceis.
Assim, descobri que preciso de coisas novas, de tempos em tempos, para “espevitar” a minha oração! Para renovar a minha coragem, fé e perseverança. Coisas simples, como verão já, já.
Estas foram as últimas aquisições para o meu tempo de oração.
1. Há dias em que preciso de imagens para me ajudarem a reflectir nos mistérios. Ao ler uma passagem da bíblia, eu imagino a cena à minha maneira. Assim, às vezes, é bom alargar horizontes, e saber como outras pessoas imaginam a mesma cena. Além de tornar tudo mais real, mais concreto, mais vivo.
2. Há dias em que preciso de ler as passagens em Inglês. É uma bizarrice minha, perdoem-me! Para mim há palavras que têm mais significado em inglês do que em português, como também acontece ao contrário. E falo só no inglês porque é a única língua em que sou fluente...
3. Há dias em que preciso de ler as mesmas passagens de formas diferentes. Ás vezes ajuda-me a desenvolver melhor o mistério. A pensar em novas perspectivas.
4. Por fim, há dias em que basta-me olhar para belas imagens. Basta-me contemplar pinturas, telas e representações. Às vezes, é assim que a imaginação e o pensamento melhor flui. Link dos cartões para o rosário.
Gostava só de realçar que todos estes materiais/recursos são também muito bons para crianças e jovens! Alías, foi em sites de mães católicos que os descobri. São divertidos, têm todos imagens muito bonitas e prendem a nossa atenção muito facilmente.
De repente já terminei mais uma dezena e mal dei conta, enquanto vagueava em ideias, sonhos e hipóteses incríveis...
Porque Nossa Senhora veio precisamente a Fátima, aqui tão pertinho de nós, para nos fazer um pedido especial:
“... Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”
Sei que já postei hoje no blog. Mas aconteceu algo tão importante hoje que tinha de partilhar convosco!
Desde que me confessei pela primeira vez, no início do ano, que saio sempre do confessionário a sentir-me livre e renovada. Mas, na verdade, estes sentimentos nunca foram completos.
Porque eu continuava a esconder um grande pecado.
No primeiro ano da faculdade eu conheci uma rapariga, que facilmente se tornou numa grande amiga. Éramos muito parecidas, tinhamos muito em comum tanto no nosso passado como no presente. E demo-nos logo muito bem...
Porém, o primeiro ano na faculdade de medicina é muito perigoso - se não tivermos cuidado, este ano é capaz de trazer ao de cima o pior de cada um. Eu não tive cuidado.
Um dia, por razões profissionais, discutimos. Bastante. Bastante mesmo.
E, infelizmente, levámos a discussão para o lado pessoal. Ambas dissemos e fizemos coisas terríveis nesse dia... No final, saímos as duas profundamente magoamos. Que dia tão negro, que dia tão triste. Nem imagino a mágoa de Deus nesse dia...
Então, duma grande amizade, chegámos ao extremo de não nos falarmos nunca mais.
Eu estava particularmente magoada porque nunca tinha antes discutido assim com outra pessoa. E muito menos tinha ficado assim tão zangada com alguém. Sentia-me muito ofendida. Não achava justo nem justificável nada do que ela tinha dito. Claro que não pensava naquilo que EU tinha dito....
O tempo passou. Eu voltei à igreja e apercebi-me finalmente do meu grande erro. Mas, apesar disso, nunca tive coragem para voltar a falar com ela. Eu estava presa ao meu pecado. Deixei, durante muito tempo, que fosse o orgulho a comandar a minha vida.
Este Verão empenhei-me a estudar tudo o que conseguisse acerca do pecado e do perdão. Estudei muito, li muito, pesquisei muito. E finalmente tomei uma decisão: passei quase todo o Verão a rezar por aquela rapariga! A rezar por ela e para ela. Empenhei-me em desejar-lhe todo o bem que consegui imaginar. Bençoei-a de todas as formas que sabia. Repetia diariamente, "Eu amo aquela rapariga. Ela é minha irmã. Cristo sacrificou-se por mim e por ela. Se Cristo amou-a tanto para morrer na Cruz por ela, então eu também a amarei. Ajude-me a alcançar isto meu Senhor. Pai infinitamente misericordioso, ajude-me a ser como o Senhor"
E então aconteceu. Aquilo que mais desejava durante estes anos aconteceu. Eu perdoei-a! Completa e verdadeiramente! E ao perdoá-la, eu libertei-me do meu pecado!
Com a ajuda de Deus, eu consegui vencer e ultrapassar o meu pecado. E acabei por descobrir uma ferramenta muitíssimo valiosa para o resto da minha vida: se me concentrar em rezar e a abençoar aqueles que me façam algum tipo de mal, poderei sempre perdoa-los, verdadeiramente.
Portanto, isto aconteceu no Verão. Contudo, apenas metade da tarefa estava feita. Agora, precisava de ir ter com ela e dizer-lhe tudo isto. O problema agora era que eu já não a via pela faculdade desde o ano passado!
Hoje, estava eu a almoçar na faculdade, quando a vi. Eu nem queria acreditar!
Contudo, Deus escolhe tudo conforme a Sua vontade. Se eu quisesse ir falar com ela, tinha de o fazer na confusão do refeitório, com centenas de pessoas à volta. Sem qualquer tipo de privacidade.
Desta vez, o orgulho tinha mesmo de ser todo engolido. Desta vez, tinha de ser o mais humilde que possivelmente conseguisse. Desta vez, por favor meu Senhor, tem de me ajudar! Sozinha é impossível!
Quando dei por mim estava sentada ao lado dela, a falar, finalmente, após quase 3 anos sem o fazer. Pedi-lhe perdão e disse-lhe que a tinha perdoado. Perguntei-lhe se podiamos voltar a começar do zero. Eu nem queria acreditar no quão amorosa ela estava a ser ao falar comigo. Ela não devia estar mesmo à espera.
Fizémos as pazes. Contámos piadas acerca da faculdade. Rimos. Prometemos ajudar-nos mutuamente no futuro.
Tenho andado nas nuvens desde o almoço. Estou livre!
Contudo, a aventura ainda não acabou. Amanhã tenho de ir confessar-me. Oh, que maravilha de dia vai ser amanhã!
"Eu vos garanto: se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus,
não entrareis no Reino do Céu».
«Ouvistes o que foi dito aos antigos: "Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal".
Eu, porém, digo-vos: todo aquele que ficar com raiva do seu irmão, tornar-se-á réu perante o tribunal. Quem disser ao seu irmão: "imbecil", torna-se réu perante o Sinédrio;
quem chamar ao irmão "idiota", merece o fogo do inferno.
Portanto, se fores até ao altar para levares a tua oferta, e aí te lembrares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta aí diante do altar e vai primeiro fazer as pazes com o teu irmão;
depois, volta para apresentar a oferta."
Mateu 5: 20-24
"«Ouvistes o que foi dito: "Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!"
Eu, porém, digo-vos: amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!
Assim tornar-vos-eis filhos do Pai que está no Céu, porque Ele fez nascer o sol sobre maus e sobre os bons
e fez cair a chuva sobre justos e sobre os injustos.
Pois, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?
Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa?
E se cumprimentais somente os vossos irmãos, o que é que fazeis de extraordinário?
Os pagãos não fazem a mesma coisa?
Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está no Céu».
Quando voltei para a Igreja Católica tentei informar-me acerca dos grupos que existiam na minha paróquia. Mas estávamos no final do ano lectivo, e já não aceitavam inscrições para nenhum grupo.
Eu penso que, quando era mais nova, completei o 7º volume da catequese, e que cheguei a inscrever-me no 8º. Contudo, na altura comecei a namorar, e como achava que tinha falta de tempo para o rapaz, acabei por desistir. Logo a seguir comecei com as minhas dúvidas e revoltas, e nunca mais me lembrei de acabar a catequese.
Assim, durante o Verão ponderei ir para a catequese dos adultos para fazer o Crisma. Informei-me e pesquisei bastante acerca deste Sacramento e do seu significado. Li muito. Pensei muito. Não rezei assim muito, admito. Mas tomei a decisão de tentar ir e conciliar as aulas de catequese com a faculdade. O entusiasmo começou a crescer!
Chegou Setembro, mas parecia que as inscrições para a catequese nunca mais abriam!
No Domingo em que o sr. padre avisou que as inscrições estavam abertas, fui a primeira a inscrever-me, logo a seguir à missa. Tive pressa porque, pensava eu, tanta gente devia querer inscrever-se e não queria perder a oportunidade! Cheguei a pensar que, se recebessem inscrições de muitas pessoas, talvez tivessem que as escolher... talvez tivessem que escolher aquelas que eles pensassem ser as mais indicadas para fazer o Crisma ... ora, se descobrissem na minha ficha antiga da igreja que eu não tinha completado a catequese, pronto, estava feita! Não seria escolhida!!
Setembro quase a terminar. Anunciou-se o início da catequese infanto-juvenil, na primeira semana de Outubro. Nem uma palavra acerca da catequese para adultos. Será que se esqueceram de avisar?
Fui falar com o secretário da nossa paróquia. E fiquei a saber que, em princípio, a catequese dos adultos não ia ainda começar porque eu tinha sido a única pessoa a inscrever-me! Dá para acreditar?!
Nesse dia fiquei muito triste. Muito triste mesmo. A única?
Tenho vindo a aguardar pacientemente (ou nem assim tanto) desde a Páscoa para poder inscrever-me. Tinha imensas expectativas sobre o que íamos estudar, discutir e aprender. Tinha vindo a criar uma enorme paixão, um enorme desejo de aprofundar e confirmar a minha Fé e de a mostrar publicamente. Passei o Verão a ler acerca das maravilhosas capacidades que o Espírito Santo nos ia oferecer, para que fossemos verdadeiros discípulos de Cristo e espalhássemos a Boa-Nova! Que alegria, que entusiasmo eu sentia!
Além de ter escolhido propositadamente o horário na faculdade para que fosse o mais compatível possível com o horário da catequese (2ªfeira à noite). E de já ter começado a organizar tudo, a comprar livros, a reunir informações, e a encontrar formas para poder ir.... Que desilusão...
Então, o que podia fazer agora? Bem, a única coisa que podia fazer, apercebi-me, era entregar este assunto nas mãos do Senhor, e dizer-Lhe: Seja feita a Tua vontade, Pai, e não a minha. Aquilo que Tu quiseres, é o que eu quero. E rezei muito, muito. No início do dia, a meio, à noite, quando rezava o terço, ...
Um fim-de-semana, estava eu imersa no estudo de Oftalmologia, tocaram à campainha. Não liguei nenhuma, costuma ser sempre para a avó ou para a mãe. Mas desta vez, era para mim!!
Uma vizinha minha, chamemos-lhe Vizinha H, catequista há muitos anos, veio falar comigo pessoalmente para me dizer que a nossa igreja tinha recebido mais 6 inscrições! E que a catequese dos adultos ia assim começar no dia 20 de Outubro às 21h. Melhor ainda, ela ia dar pela primeira vez aulas para o crisma dos adultos, sendo assim minha professora! Iupiiiiii
Admito-vos que quando me despedi da Vizinha H, depois de lhe ter dado um abraço monstruoso, entrei dentro de casa e comecei a gritar: ALELUIA! HOSSANA NAS ALTURAS! LOUVADO SEJA O SENHOR!! ALELUIAAAA
"Chama por Mim que Eu te responderei, anunciando-te coisas grandiosas e sublimes que não conheces." Jeremias 33:3
Assim, hoje pelas 21h, estarei nas nuvens de contente, quando iniciarmos a catequese dos adultos com uma missa inaugural :D