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Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Tenho sede, Senhor!

Este será o último post do ano 2016.

 

Apesar da minha falta de investimento no blog durante este ano, parece que, apesar disso, e para minha grande surpresa, ele foi ganhando alguma notoriedade nesta infindável internet ... e, como acontece com frequência quando expomos pontos de vista diferentes do que a sociedade actual dita e manda, somos quase apedrejados com duras palavras, quase sempre provenientes de corajosos anónimos ...

É difícil voltar a mostrar vulnerabilidade, quando o fizemos anteriormente e saímos magoados. É particularmente difícil voltar a mostrar vulnerabilidade a total desconhecidos, como acontece maioritariamente aqui no blog.

 

Mas Jesus ensinou-nos a «dar a outra face» a quem nos bate e a «perdoar setenta vezes sete» ... por isso, lá tentarei novamente. Se algum post, alguma vez escrito neste blog, tiver levado alguém um pouquinho mais longe no seu amor a Deus, então esta minha (pobre e fraquinha) tentativa de evangelização terá valido a pena - e glória a Deus! 

 

Para celebrar o início do 4ºano de evangelização deste blog, quero partilhar convosco o meu poema favorito, aquele que mais me fala ao coração, aquele com que sempre me emociono, e que dou por mim, às vezes, a tentar recitar ... e que, curiosamente, não sei quem o escreveu! (Alguém sabe??) Descobri-o numa das orações da Liturgia das Horas no Natal de 2015, e apontei-o exactamente como aqui o transcrevo...

 

Tenho sede ...

 

Tenho sede de Ti, meu doce Amado,

Sede de ver a Tua formosura,

Sede de ter-Te em mim Sacramentado,

Sede de amor, de cruz e vida pura;

 

Sede de ver-Te conhecido e honrado,

De a Ti trazer, Deus meu, toda a criatura;

Sede do Céu, sede de dar-Te agrado,

Sede de sede, e sede de fartura ...

 

Tenho sede ... mas ah! que nada acalma,

Nem Tu, meu Deus, pois, quando fartas a alma,

A sede aumenta a par da saciedade ...

 

Não, não me fartes! Dá-me a cada dia

Mais sede - dessa sede que inebria ...

A fartura será na eternidade.

 

14-4-1915

Satiabor cum apparuerit gloria tua

(Eu ficarei saciado quando a Tua Glória aparecer)

Ps XVI, 15

 

Por fim, deixo-vos também uma prenda de Natal*  como já começa a ser tradição ... Mais uma vez, neste verão, fiz um Calendário Católico mensal de 2017 (ou aqui). Podem fazer o download grátis à vontade, à semelhança dos anos anteriores (calendário do ano 2015 e calendário do ano 2016). O calendário pode parecer desfocado na pré-visualização do Scribd, mas quando fizerem o download (clicando na setinha vertical, à esquerda do ícone da impressora) vão ver que afinal não está 

Peço-vos apenas que, ao fazerem o download do calendário, rezem uma Avé Maria por mim - obrigado! 

 

*Não se esqueçam que o Natal celebra-se até ao dia do Baptimo de Jesus! 

Tenho tempo, Senhor

  Missão País 2016 - 1ºdia (2ªparte)  

 

imagem missão pais FML 2016 (2).jpg

A primeira tarefa que nos foi proposta no início da semana da Missão País foi conseguir pôr de parte a nossa vida; esquecer os resultados dos exames da faculdade, que alguns tinham apenas terminado no dia anterior; deixar de lado a confusão, o stress, os problemas e as preocupações do dia a dia - e encontrarmo-nos de novo! A nós e a Ele!

 

Era tempo de voltar a encontrarmo-nos na nossa condição principal e mais importante - sermos filhos muitíssimo amados de Deus Pai! 

 

Nesse sentido, foi-nos apresentado o seguinte poema, que tocou o meu coração de forma tão profunda, tão forte, tão íntima, tão sincera ... logo eu, que me queixo a toda a hora da minha falta de tempo...

 

Tenho tempo, Senhor

"Lá fora os homens saíam,

Iam,

Vinham,

Andavam,

Corriam,

As bicicletas corriam,

A rua corria,

A cidade corria,

Toda a gente corria …

Corriam todos, para não perder tempo:

Corriam no encalço do tempo,

            para recuperar tempo,

            para ganhar tempo.

 

Até logo doutor, desculpe-me,

           não tenho tempo.

Passarei outra vez, não posso esperar mais,

           não tenho tempo.

Termino esta carta

           pois não tenho tempo.

Queria tanto ajudar-te

           mas não tenho tempo.

Não posso aceitar,

           por falta de tempo.

Não posso reflectir, nem ler, ando assoberbado,

           não tenho tempo.

Gostaria de rezar mas …

           não tenho tempo.

 

Compreendes, Senhor, eles não têm tempo.

A criança está a brincar,

           não tem tempo agora … mais tarde …

O estudante tem os seus deveres a fazer,

           não tem tempo ... mais tarde...

O universitário tem as suas aulas, e tanto, tanto trabalho

           que não tem tempo … mais tarde …

O que casou há pouco, tem a sua casa, deve organizá-la,

           não tem tempo ... mais tarde ...

O pai de família tem os seus filhos,

           não tem tempo ... mais tarde ...

Os avós têm os seus netos,

           não têm tempo ... mais tarde ...

Estão doentes. Precisam de tratar-se ...

           não têm tempo ... mais tarde ...

Estão à morte,

           não têm tempo ...

Tarde de mais ...

           já não têm tempo.

 

Assim correm todos os homens atrás do tempo, Senhor.

Passam correndo pela Terra,

            apressados,

            atropelados,

            sobrecarregados,

            enlouquecidos,

            assoberbados.

Nunca chegam, falta-lhes tempo,

Apesar de todos os esforços, falta-lhes tempo.

Falta-lhes mesmo muito tempo.

 

Com certeza, Senhor, erraste os cálculos.

Há um engano geral:

Horas curtas de mais,

Dias curtos de mais,

Vidas curtas de mais.

Tu que estás fora do tempo, Senhor,

           sorris ao ver-nos assim

           brigar com ele,

E sabes o que fazes.

 

Não te enganas quando distribuis o tempo aos homens,

A cada um dás o tempo de fazer o que queres que faça.

Mas é preciso não perder tempo,

            não esbanjar tempo,

            não matar o tempo.

Pois o tempo é um presente que nos dás.

Presente perecível,

Um presente que não se conserva.

 

Tenho tempo, Senhor,

Tenho todo o meu tempo.

Todo o tempo que me dás,

            os anos da minha vida,

            os dias dos meus anos,

            os minutos dos meus dias.

 São todos meus,

Cabe-me preenchê-los

            tranquilamente,

            calmamente,

Mas preenchê-los inteiros, até à borda,

Para os dar a Ti

           para que, da água sem sabor,

           faças um vinho generoso

           como outrora, em Caná,

           fizeste para as bodas humanas.

 

Nesta noite eu te peço, Senhor,

           o tempo de fazer isto

           e depois aquilo,

Peço-te a graça de fazer, conscienciosamente,

           no tempo que me dás,

           o que faço."

 

Michel Quoist - Em poemas para rezar

No Original - Priéres

 

Será preciso dizer mais alguma coisa?

 

 † ALEGRA-TE, FOSTE ENCONTRADO! † 

 Missão País 2016