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Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Festa do Pai Nosso

- Esta vai ser a primeira vez que vou à missa! - disse-me uma menina na catequese deste sábado, numa voz cheia de entusiasmo

- Eu também!

- Também eu!

- E a minha também! - disseram os outros meninos e meninas, também eles cheios de entusiasmo e expectativa. Estavam empolgados com a missa do dia seguinte, porque nessa Eucaristia iríamos celebrar a Festa do Pai Nosso, dos meninos do 2º ano de catequese. 

 

Tenho de fazer um esforço para não pensar na pena e tristeza que sinto, sempre que me apercebo que a grande maioria dos 25 meninos da minha catequese não vem à missa .... nunca. Por mais que eu os convide (e aos pais e avós) todas as semanas, dentro destes 25, apenas 3 vêm regularmente à missa. Outros tantos vêm às vezes. Os restantes.... nunca vieram ao longo do ano porque, apercebi-me neste sábado, nunca vieram nas suas pequenas vidas.

 

- Quer dizer - retomou a primeira menina - a primeira vez não é, porque a minha mãe diz que houve uma no meu baptizado, mas aí eu era pequena e não me lembro de nada!... E várias vozes de concordância seguem a sua resposta.

 

Desta vez, recuso a deixar-me levar por pensamentos de derrota e de desânimo, como nas outras catequeses. Agarro-me às suas vozes de entusiasmo por irem pela primeira vez à missa. Estão realmente empolgados! 

Eu quero crer que este entusiasmo venha, não só por ser a primeira vez que vêm ou apenas porque vai ser a "sua" Festa do Pai Nosso, mas também por todas as conversas que já tivemos na catequese acerca da missa, de como é a missa e do que acontece na missa; mas, mais importante que tudo, vejo a Fé a desabrochar nos seus corações. 

 

Deviam ver também as carinhas de felicidade dos meninos que vêm regulamente à missa - esses sim, não conseguiam caber em si de contentes!! Não só por terem finalmente a companhia dos seus amigos mas também porque já sabem reconhecer a importância da Santa Missa.

 

Oh, Deus meu, que eles venham e que voltem!

Esta é uma das preces que eu mais rezo. Que eles, os Teus filhos pródigos, dispersos, cheios de dor e com tanta falta do Teu amor e misericórdia, que eles voltem para casa!

 

Penso que conhecem a velha máxima de Santo Inácio de Loyola

Trabalha, como se tudo dependesse de ti, e confia, como se tudo dependesse de Deus

 

Eu quero cativar aquelas crianças, mas principalmente os seus pais e avós, que desta vez aceitaram o meu quinquagésimo terceiro convite para virem à missa. Quero cativá-los para que voltem mais vezes!

 

Portanto mãos à obra, há uma Eucaristia para embelezar!

E que bênção é poder contar com a catequista do outro grupo do 2º ano, com a sua experiência, bom senso e abertura para novas ideias e sugestões. Conversas e conversas e conversas, emails e telefonemas, emails e telefonemas ....

Finalmente, tudo está organizado e dividido. Inacreditavelmente, em ambos os grupos, tanto os meninos como os pais, parece que todos aceitaram participar e ajudar em alguma coisa durante a missa. Glória a Deus! 

 

Voltemos ao dia de ontem, sábado de manhã, na catequese, véspera da Festa do Pai Nosso, onde decorreu aquele pequeno diálogo. Há uma grande actividade para preparar para o dia seguinte .... Shiu! Não contém a ninguém o que é! É surpresa!

 

Cartaz 1.jpg

Eu desenhei este mega-cartaz, para colocar à frente do altar na igreja. Não sei se dá para perceber muito bem, mas é composto por 2 cartolinas. Cada grupo de catequese pintou uma metade (uma cartolina) deste cartaz, sem saber como o outro grupo pintara a sua parte. Uns usaram lápis de cor, outros lápis de cera, algumas tintas e colas brilhantes... foi uma divertida confusão, todos queriam ajudar a pintar!

 

Eu tirei esta ideia do cartaz deste blog maravilhoso, que tem montes de ideias de trabalhos manuais para a catequese (apesar de ser escrito por uma catequista da igreja Anglicana)!

Depois de os meninos terem pintado o cartaz, eu reforcei os contornos dos desenhos com marcador preto e colei sobre cartão grosso para fortificar um pouquinho ... 

 

É domingo de manhã, o despertador toca e eu salto da cama, abrindo logo a janela mais próxima. Oh não! Chuva! Chuva, chuva e mais chuva! Vai estragar tudo!

Sim, choveu e bem ... até à exacta hora em que devíamos fazer a nossa entrada pela porta principal da igreja, dois a dois, num belo comboio com quase 40 crianças, à frente do Sr Padre e dos acólitos. A igreja está cheia de pessoas, que bom! Mas ai que vergonha, estão todos a olhar para nós!

 

Inacreditavelmente, ninguém tropeça nem cai ao ajoelhar-se à frente do Sacrário, ninguém empurra nem corre. Ena, eles estão a portar-se bem! E estão a ir direitinhos para os seus lugares! Mas que bem!

A missa pareceu-me um sonho - correu tudo tão bem! Tão bem! Todas as nossas ideias resultaram! E estão todos a cantar, ena!!

Subimos todos ao altar para rezarmos de mãos dadas a maravilhosa oração do Pai Nosso, que une sempre todas as pessoas que estão presentes na missa. Não importa se vêm sempre à missa, se participam na paróquia ou se há anos que não vinham - toda a gente sabe, de coração, a oração do Pai Nosso, e apenas isso é digno de louvor e de acção de graças!

 

Já no final da missa, algumas crianças reúnem-se à frente do altar, para algumas orações finais, enquanto outras elevam cartolinas coloridas com as frases do Pai Nosso, para toda a assembleia ver:

"Jesus obrigado:

Obrigado por nos ensinares que o Teu Pai também é nosso Pai,
Obrigado por nos ensinares que o Seu nome é santo e que também nós podemos ser santos,
Obrigado por nos ensinares que também nós podemos ajudar a construir o Reino de Deus, 
Obrigado por nos ensinares a importância de fazer o bem, e que através das nossas boas acções fazemos a vontade de Deus,
Obrigado por nos ensinares que o pão é vida, por nos ensinares a pedir pão para todas as pessoas, todos os dias,
Obrigado por nos ensinares que Deus tudo perdoa,
Obrigado por nos ensinares a perdoar,
Obrigado por nos ensinares que podemos pedir forças a Deus para sermos corajosos e fortes, para não fazermos o mal, mas sim o bem,
Obrigado por nos ensinares a falar com o nosso Pai que está no Céu e em todos os nossos corações."
Catequista Maria Teresa Capela

A missa terminou com muita alegria, muitos beijinhos e abraços e sorrisos ... e com alguns chocolates também - afinal é dia de festa!

 

Oh, é verdade - querem ver como ficou o cartaz? Digam lá se não ficou bonito!

Cartaz 2.jpg

 

Cartaz 3.jpg

 

Será que resultou? Será que voltam noutro dia?

Não sei, só Deus saberá. Porque só Deus, pela sua extraordinária graça, pode mudar os corações - daqueles que aceitarem essa graça. Eu, pelo menos, vou passar o resto do dia a cantar

A Ti (a Ti), Senhor (Senhor), meu Deus (meu Deus);

A Ti (a Ti), Senhor (Senhor), meu Deus (meu Deus)!

Te dou tudo o que sou

Tudo o que sou, Senhor, a Ti, tudo Te dou.

 

Meu coração e minhas mãos
Minha pobreza, tudo te dou.
Minha ternura, minha amargura.
O pão e o vinho da minha vida.

A Parábola e a Pintura

  Missão País 2016 - 2ºdia  

 

Como já tinha partilhado convosco, o lema das Missões deste ano foi baseado no Evangelho de São Lucas, capítulo 15, versículo 11 a 32 - ou seja, a Parábola do Filho Pródigo - ideal para o Ano Extraordinário da Misericórdia!

Esta parábola foi sendo explorada ao longo da nossa semana, auxiliados pelo estudo duma pintura alusiva à história, da autoria de Rembrandt. Este pintor viveu na sua vida a sua própria parábola do filho pródigo, o que é perceptível tanto pela beleza do quadro que criou, como pelos inúmeros pormenores e seus significados.

 

Rembrandt_Harmensz_van_Rijn_-_Return_of_the_Prodig

O Regresso do Filho Pródigo (1668) - Rembrandt

 

Pequena Reflexão acerca das Personagens deste Quadro:

  • Filho mais novo

Personagem principal no quadro, bem iluminada, juntamente com o Pai.

Mostra-se exausto e sem forças. Está joelhado, sendo amparado pelo Pai. Tem a cabeça rapada, como um escravo. A sua roupa está suja e rota, reflectindo a sua condição - perdido, destruído, humilhado.

O seu pé esquerdo está descalço, mostrando uma cicatriz e denunciando o seu sofrimento. No pé direito, o que resta do sapato mal se aguenta, o que ilustra a miséria deste filho.

Está desposado de tudo, excepto duma pequena espada no seu lado direito, que simboliza a origem nobre concebida pelo Pai. O Filho mais novo vendeu tudo o que tinha, menos aquilo que lhe conferia um sinal de dignidade e de pertença.

Tem o rosto desviado, pois sente-se culpado e não é capaz de olhar directamente nos olhos do seu Pai.

 

  • Pai

Outra personagem principal no quadro, também ela bem iluminada.

É um homem velho, de barba e cabelos brancos, de costas curvadas, como quem viveu e esperou muito tempo. Possui um manto vermelho e luxuoso, mostrando a sua nobreza e dignidade.

O seu rosto demonstra tanto um sentimento de sofrimento como de simultânea alegria, ao abraçar e amparar o seu Filho mais novo que regressa.

O pormenor das mãos é muito significativo: a sua mão direita parece uma mão feminina, fina e elegante, lembrando uma mão de mãe, que consola e que expressa simultaneamente ternura. Já a mão esquerda parece uma mão de pai, larga e forte, que tenta proteger e fortalecer, dando segurança e sustento.

 

  • Filho mais velho

Personagem apenas parcialmente iluminada.

Está de pé e afastado da cena principal. Está fechado sobre si próprio, com as mãos juntas ao corpo, aparentemente insensível ao regresso do seu Irmão mais novo e à misericórdia e perdão demonstrado pelo Pai.

Olha o abraço de reconciliação com um olhar frio e distante, ilustrando o facto de, apesar de perto fisicamente da casa do Pai, o seu coração estar tão afastado Deste como esteve o do seu Irmão mais novo.

 

  • Outras personagens

Colector de Impostos: Imediatamente à direita do Irmão mais velho, encontra-se uma personagem também parcialmente obscurecida. Está ricamente vestida, mostrando a sua importância social (é possivelmente um colector de impostos), estando atento e comovido pelo abraço de reconciliação.

 

Servo: Figura obscurecida e com pouca visibilidade, no centro do quadro. Encontra-se meio escondido, tem roupas simples (é possivelmente um servo da casa do Pai) que não consegue desviar o olhar deste momento de reconciliação entre o Pai e o Filho mais novo.

 

Mãe: No canto superior esquerdo da pintura, encontra-se a figura duma senhora, pelos seus cabelos compridos. É possivelmente a Mãe dos dois irmãos, que aguardava este regresso e este abraço. Talvez represente Nossa Senhora que, mais do ninguém, deseja ardentemente o nosso encontro com o Pai.  

 

 

Curiosamente, a minha madrinha de Crisma tinha-me oferecido há uns meses um livro com o mesmo nome, "O Regresso do Filho Pródigo", do padre Henri Nouwen, que explora de forma progressiva e bastante profunda a parábola do filho pródigo a partir do estudo desta pintura. (podem ler um excerto deste livro aqui).

Na altura, li apenas 2 capítulos do livro mas achei-o logo extraordinário!! Infelizmente, vieram os exames da faculdade e tive de o pôr de lado por uns tempos... Contudo, pensei logo em lê-lo durante esta Quaresma - e é o que farei! 

Ao longo do livro, ao mesmo tempo que o autor avalia o quadro e a parábola, reflecte também acerca da sua própria caminhada como cristão, e de ter passado de filho pródigo, afastado do Pai; a filho mais velho, junto do Pai mas longe Dele na mesma; até à sua verdadeira vocação (e a de todos nós!), ou seja, ser como o Pai, sendo capaz de acolher, perdoar e alegrar-se com o regresso de todos os seus filhos.

É um livro que eu vos recomendo vivamente a lerem! É relativamente barato, incrivelmente belo, rico e profundo, apesar de escrito de forma simples e clara. É uma companhia ideal para a longa jornada da Quaresma em que nos encontramos! 

 

 † ALEGRA-TE, FOSTE ENCONTRADO! † 

 Missão País 2016 

 

 

P.s: Como já devem ter reparado, mudei as cores do blog! Que tal? Já não parece um blog só para raparigas, pois não? Pois, a verdade é que só recentemente me apercebi que há alguns rapazes que lêem o blog. Sim, só agora ... 

Pedacinhos do nosso Advento

Ops!

Não tinha programado ficar tanto tempo sem escrever no blogue! Mas seguiram-se imprevistos atrás de imprevistos e de repente .... chegámos já à última semana do Advento??!!... Mas como?....

Pelo menos, durante estes dias consegui ir tirando, aqui e ali, uma foto das nossas actividades do Advento cá em casa. E hoje, partilho-as com vocês :)


O nosso Calendário do Advento - no início do Advento

- Podem descobrir como fizemos o nosso aqui!

Calendário 2015 (1)

 Que já estava assim neste fim-de-semana .... 

Calendário 2015 (2)

 

A nossa Coroa do Advento - Muito simples este ano!

- Podem ver a Coroa do ano passado aqui!

Velas 1

 Eh eh - este ano não me enganei, e já escrevi em português! ;)

Velas 2

No II Domingo do Advento

Velas 3

 No IV Domingo do Advento

Coroa Advento 4

 

Canto de oração do meu quarto

- Podem ver o do ano passado aqui!

Canto oração 2015 (1)

Canto oração 2015 (3)

 

A minha mini-árvore de Jessé

Arvore de Jesse 1

 Cheia de histórias! Cheia de promessas! 

Arvore de Jesse 2

 

Uma prenda-surpresa da mãe

- Ornamentos para a minha árvore de natal do escritório, que ela própria fez (utilizando apenas cola quente e brilhantes)! Não ficaram lindíssimos?? Foi desde já a melhor prenda deste ano!

Ornamentos - fé

Ornamentos - paz

Ornamentos - Amor

Ornamentos - alegria

 

O meu mini-mini presépio:

Mini presepio.jpg

 

Por fim, o nosso presépio principal e grande árvore de natal - tudo feito pela mãe!

- Podem comparar com a árvore e o presépio de há 2 anos atrás aqui!

Presépio 1

A cabana foi feita pela mãe e pelo pai :)

Presépio 6

Presépio 5

Presépio 10

Presépio 9

Presépio 8

Presepio 7

 Presépio 11

 

Contudo, é preciso cuidado! Não nos podemos deixar levar por todas estas demonstrações exteriores de preparação para o Advento - a preparação mais valiosa e importante, e também mais querida e desejada pelo Senhor, deverá ser dentro de nós, no nosso coração! 

 

Toc toc! Ouves baterem-te à porta? Quem será?

É Jesus, num corpo pequeno e frágil, que te pede com ternura para morar no teu coração! Recebe-O, não tenhas medo! Ele foi, é e será sempre a melhor prenda que o mundo alguma vez recebeu!!

 

Deixo-vos com algumas palavras do Venerável Bispo Fulton J. Sheen (que eu admiro particularmente)

"Como podemos encontrar a paz do Natal num mundo tão agitado? Nunca encontraremos essa paz exteriormente, mas podemos encontrar essa paz dentro de nós, deixando que Deus faça nas nossas almas aquilo que Maria O deixou fazer no seu corpo - ou seja, deixem que Cristo se forme dentro de vós... 

" Tal como Ele foi fisicamente formado Nela, assim Ele deseja ser também formado dentro de nós espiritualmente. Se fosse Ele que visse através dos nossos olhos, então seriamos capazes de olhar para cada homem como filho de Deus! Se fosse Ele que trabalhasse através das nossas mãos, então seriamos capazes de abençoar tudo o que nos passasse pelas mãos ao longo do dia ...."

 

Texto encontrado num dos meus blogues favoritos de sempre - The Cloistered Heart!

 

Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos

Eu sempre gostei muito de arte. Houve, inclusive, uma altura da minha vida em que pensei seriamente em seguir Artes Plásticas. Contudo, a minha paixão por Medicina era mais forte, e acabei por mudar de ideias. Apesar disso, sempre que posso dedico-me a pintar, a criar, a imaginar e a desenvolver diferentes formas de arte.

 

Recentemente tornei-me fã de arte bíblica, como podem ver pela minha pasta no Pinterest. Um artista cujas obras tive o prazer de conhecer recentemente chama-se Yongsung Kim. Este pintor é coreano e cristão, e como podem ver aqui e aqui, cria obras lindíssimas!!

As suas obras exercem sempre sobre mim uma grande reacção emocional. Este pintor gosta principalmente de representar Jesus, e fá-lo com uma mestria sem igual. Eu adoro adoro adoro as suas pinturas!

 

Houve uma pintura que me marcou particularmente. Mal a vi, lembrei-me duma passagem do Evangelho de São Mateus, que tinha lido pela primeira vez no dia anterior, e que diz o seguinte:

 

«Vinde a Mim todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.

Tomais sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim,

que sou manso e humilde de coração,

e encontrareis descanso para as vossas almas.

Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve.»

Mateus 11:28-30

 

Esta é capaz de ser a minha passagem favorita do Novo Testamento

Para sermos médicos, temos de estar dispostos a realizar vários sacrifícios. Sacrifícios físicos como dormir pouco e trabalhar muito (é normal estudarmos entre 12 a 14 horas diárias …. ou mais!). Abdicamos de todos os fim-de-semanas, faltamos a reuniões familiares e deixamos de puder sair com os amigos. Deixamos de ir ao cinema, de ver televisão e de ter outras actividades além de faculdade, faculdade, faculdade!

Ao longo do curso, temos de aprender a viver com muito stress, a tomar decisões rapidamente e a lidar com muita responsabilidade. Nós trabalhamos com o bem mais precioso das pessoas, a sua saúde e a dos seus queridos familiares. Nós temos, por vezes, literalmente, as vidas das pessoas nas nossas mãos. Adicionem a isto a pressão dos exames, dos professores e dos colegas, a competição, a frustração e o erro constantes.

Passamos também por vários sofrimentos psicológicos. Não é fácil vermos tanta gente a sofrer. Não é mesmo nada fácil. Há dias em que vemos doenças terríveis, que nos transformam profundamente. Nós vemos as pessoas no seu maior momento de fragilidade. Por vezes, vemo-las no mais puro sofrimento. Vemo-las a serem vencidas e a morrer.

E apesar de hoje a medicina já estar muito evoluída e de podermos fazer muita coisa pelos nossos doentes, isso nem sempre é possível. Infelizmente, há muitos dias em que nos sentimos incompetentes, inúteis, incapazes. Sentimo-nos presos, sem pudermos fazer nada. Sentimo-nos verdadeiramente mal de cada vez que não podemos salvar uma pessoa.

 

Nesses dias, descobri através desta passagem, Jesus convida-nos a encontrarmos n’Ele o nosso repouso e o descanso para as nossas dúvidas. Jesus convida-nos a pousarmos sobre Ele o peso dos nossos fardos, das nossas preocupações, das nossas incapacidades, dos nossos erros, do nosso cansaço, dos nossos pecados. Porque, ao contrário do mundo e das coisas mundanas, que nos carregam ainda mais de dúvidas, interrogações e pesos, Jesus diz-nos “Vinde a Mim, e Eu vos darei descanso”. Jesus, que “nos conhece mais do que nós mesmos”, sabe exactamente o que precisamos: do Seu amor. E Jesus está disposto a receber-nos de braços abertos, apesar de todos os nossos pecados. Realmente, não há outro amor como o Seu.

Ele é o único remédio para as nossas enfermidades, o único conforto para o nosso cansaço, o único alívio para as nossas dores.

 

Assim, decidi criar uma imagem em que juntei a pintura e a passagem. Eis o resultado:

Quadro 3

Caso estejam interessados em imprimir o documento que criei, podem fazer o download aqui ou então aqui.  

 

Deixemos, diariamente, que os nossos fardos sejam levados por Jesus.

E aceitemos, na sua vez, o fardo que Ele nos dá. Um fardo suave e de carga leve. Um fardo que nos ensina a ter, tal como Jesus, um coração manso e humilde.

Oração de S. Francisco de Assis

Hoje mostro-vos outro quadro que fiz este Verão para o meu quarto.

Descobri a oração de S. Francisco de Assis, adivinhem, pelo blog da Teresa

Reparei depois que esta oração era já muito conhecida e difundida pelo mundo, havendo até canções com a letra da oração (esta canção foi apresentada na JMJ 2013 no Rio de Janeiro)! E ainda bem, porque é sem dúvida uma das mais belas orações que alguma vez tive a oportunidade de aprender. 

 

Nem sempre é fácil sermos filhos de Deus.

Não sei se sou só eu que penso assim. Nem todos os dias, a qualquer hora ou em qualquer momento, consigo ser, dizer e fazer o que devia.

Nem sempre respondo com palavras doces a quem me fala com antipatia ou irritação, como aprendo com os outros elementos das Famílias de Caná.

Nem sempre perdoo instantaneamente o outro que me ofende, como Deus faz comigo.

Nem sempre levo paz, calma e sossego aonde está prestes a rebentar uma tempestade, como Maria fez nas Bodas de Caná.

Nem sempre procuro apaziguar as dúvidas, nem sempre tenho a fé suficiente para enfrentar as adversidades, como o Espírito Santo nos inspira a fazer.

Nem sempre acredito, nem sempre creio, nem sempre confio, como Jesus nos ensinou.

Quadro 2

Caso estejam interessados em imprimir o documento que criei com a Oração de S. Francisco, podem fazer o download aqui ou então aqui.

 

 Oração de S. Francisco de Assis

 

"Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz:

onde houver ódio, que eu leve o amor;

onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

onde houver discórdia, que eu leve a união;

onde houver dúvida, que eu leve a fé;

onde houver erro, que eu leve a verdade;

onde houver desespero, que eu leve a esperança;

onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

onde houver trevas, que eu leve a luz.

 

Ó Mestre, fazei com que eu

procure mais consolar que ser consolado;

compreender que ser compreendido;

amar que ser amado.

Pois é dando que se recebe;

é perdoando que se é perdoado;

e é morrendo que se ressuscita para a vida eterna."

 

Nesses dias, nessas horas, nesses momentos, se puder refugio-me no meu quarto e digo a oração tão humilde, tão sábia, tão refrescante de S. Francisco. Às vezes, acreditem, tenho de a dizer mais que uma vez!

 

"É preciso que Ele cresça e que eu diminua." João 3:30

 

Oh meu bom Deus, meu Pai, meu Mestre, ajudai-me e inspirai-me a mudar, a contrariar os meus instintos.

Ajude-me a vencer o pecado. Use-me meu Senhor, para Sua glória. Sirva-se de mim, para fazer a Sua vontade e a Sua obra.

Ensine-me a tornar-me menos eu, para que o mundo O possa ver mais. Para que o mundo O conheça melhor. Para que o mundo O descubra e se apaixone.

 

Começo a descobrir que, é realmente ao morrermos para nós, que renascemos e vivemos verdadeiramente em Cristo, com Deus, no caminho para a vida eterna.

 

"Fui morto na cruz com Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim." Gálatas 3:19-20

 

Decálogo de S. João XXIII

Hoje gostava de partilhar convosco um dos pequenos projectos manuais DIY, que fiz este Verão.

A decoração do meu quarto está a passar por um período de transição, de transformação entre a minha antiga vida e interesses pagãos, para a minha vida actual, cristã católica. Apesar de já ter começado esta viagem há cerca de 3 anos, só no Verão passado me apercebi na quantidade de quadros, livros e objectos de decoração variados que possuía e que tinha em exposição no meu quarto e que não respeitavam a minha religião nem os seus princípios. 

 

No Verão passado, li este post da Teresa. E fiquei apaixonadíssima pelo Decálogo de S. João XXIII. 

Um decálogo é um conjunto de dez leis ou princípios, como são, por exemplo, os 10 Mandamentos que nos foram apresentados por Moisés. O Decálogo de S. João XXIII foi registado pelo próprio no seu diário pessoal (que veio mais tarde a ser publicado sob o título de "Diário duma Alma"). Este texto ficou conhecido como o Decálogo da Serenidade e basta que o leiam para perceberem bem porquê. Leiam-no com calma, e ponderem cada palavra. É simplesmente maravilhoso!

Recentemente, descobri que o “Bom Papa” ou o “Papa Bondoso” trabalhou durante alguns meses como assistente de vários médicos na Primeira Grande Guerra Mundial. :)

 

Assim, no Verão criei este quadro para o meu quadro. Olho para ele quase todos os dias.

 

Quadro 1

 Caso estejam interessados em imprimir o documento que criei com o Decálogo, podem fazer o download aqui ou então aqui.

 

Decálogo da Serenidade de S. João XXIII

  1. Só por hoje, tratarei de viver exclusivamente o dia de hoje, sem querer resolver os problemas da minha vida de uma só vez.
  2. Só por hoje, terei o máximo cuidado com os meus actos; serei cortês nas minhas maneiras, não criticarei ninguém e nem pretenderei melhorar ou disciplinar ninguém, senão a mim mesmo.
  3. Só por hoje, serei feliz na certeza de que fui criado para a felicidade não só no outro mundo mas neste também.
  4. Só por hoje, adaptar-me-ei às circunstâncias, sem pretender que elas se adaptem a todos os meus desejos.
  5. Só por hoje, dedicarei dez minutos do meu tempo a uma boa leitura, recordando que, assim como o alimento é necessário para a vida do corpo, a boa leitura é necessária para a vida da alma.
  6. Só por hoje, farei uma boa acção e não o direi a ninguém.
  7. Só por hoje, farei pelo menos uma coisa que não desejo fazer e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba.
  8. Só por hoje, farei para mim um programa detalhado; talvez não o cumpra integralmente, mas ao menos escrevê-lo-ei. E guardar-me-ei de duas calamidades: a pressa e a indecisão.
  9. Só por hoje, acreditarei firmemente que, embora as circunstâncias demonstrem o contrário, a providência de Deus se ocupa de mim como se não existisse mais ninguém no mundo.
  10. Só por hoje, não terei temores. De modo particular, não terei medo de gozar o que é belo e de crer na bondade.

 

Rezo para que estas palavras do Papa João XXIII vos ajudem a serem felizes, muito felizes. Hoje, apenas hoje.

Amanhã e depois, desejar-vos-ei então o mesmo.