Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Porque é que todos os meses confesso sempre o mesmo pecado - respondi mal à mãe, com impaciência e brusquidão; refilei forte e feio com a avó; murmurei palavras maldosas e cheias de veneno contra o meu pai ...??
O período de férias é sempre uma boa altura para reflectir - nas férias a sério, claro, quando há espaço para o silêncio tão necessário para ouvir a voz de Deus; não naquelas férias em que escolhemos esconder-nos dos problemas e enterrar a cabeça na areia das praias ...
Porque é que discuto tanto e tantas vezes com as pessoas que precisamente mais amo e que mais me amam?
Porque é que é tão fácil falar com elas com menos cuidado, menos caridade, irreflectidamente, levianamente, do que faria se fosse com colegas de trabalho?
Porque é que penso que é um "direito" que eu tenho, poder chegar a casa e largar toda a frustração do dia de trabalho em cima da primeira pessoa que encontro em casa?
Porque é que é tão fácil pensar e falar acerca dos desagradáveis defeitos de cada elemento da minha família?
Porque penso assim? Porque as vejo assim? Porque faço isto?
É fácil, oh tão fácil, pensar - a culpa é deles; eles é que são isto e aquilo e assim e assado ... eles é que me estão sempre a chatear e a “picar”; eles é que não têm paciência nenhuma comigo; eles é que não compreendem; eles é que me fazem ser assim …
Que pecado tão grande o meu.
Se tivermos realmente vontade de melhorar, de nos santificar, de crescer em amor a Deus e ao próximo … no dia em que ganharmos coragem para enfrentar de frente, com a ajuda do Espírito Santo, este nosso pecado tão grande, tão grave …. e fizermos finalmente silêncio na nossa alma, sempre tão agitada e desassossegada, então …
…. poderemos por fim reconhecer que, em plena verdade, deveríamos antes pensar:
Não acontecerá que sou eu que tenho precisamente os defeitos que mais me incomodam nos outros?
Quais são os meus defeitos – que eu não quero reconhecer por falta de humildade - que me levam a falar e responder assim, a julgar os outros assim?
Na minha mãe revejo este e este defeito, na avó aquele e o outro, no pai revejo perfeitamente este, este e ainda este ... e, por reconhecer a presença dos meus defeitos nos outros que me rodeiam, torno-me hostil para com eles, em vez de os compreender e ter paciência ...
Este exercício de reflexão dói e dói muito, mesmo muito ... mas também purifica o coração, traz clareza de pensamento e torna-nos, sem dúvida, mais humildes, mais santos ...
"Muitos focalizam as pessoas com as lentes deformadas dos seus próprios defeitos."
São Josemaria Escrivá, Sulco n. 644
«Devemos sempre julgar os outros benignamente, porque o que parece aos nossos olhos negligência pode muitas vezes ser um acto de heroísmo aos olhos do Senhor. Uma irmã que tenha uma dor de cabeça ou atravesse provações espirituais cumpre mais quando faz metade do seu trabalho do que outras irmãs sadias de corpo e alma que fazem tudo bem».
Encontro-me (mais uma vez) numa altura de grande necessidade de discernimento, para poder tomar em breve decisões importantes na minha vida. Períodos de discernimento levam-me sempre a colocar grandes questões ...
Porque é que alguns são favorecidos em tudo o que fazem e outros têm de sofrer tanto e alcançar tão pouco?
Porque é que parece que alguns santos tiveram vidas tão simples, fáceis, lineares, humildes e outros vidas tão duras e complicadas, perigosas, de martírio?
Porque é que eu nasci num país em paz, enquanto outra rapariga teve de nascer em plena guerra em África ou na Ásia?
Porque é que eu nasci no ano em que nasci, e não noutra altura da História; porque é que eu nasci nesta família e não noutra, porquê neste contexto socio-cultural e não noutro?
Porque é que Deus me chamou a mim de volta a casa, à Igreja Católica, e não o parece fazer com outras pessoas?
Um dia destes, ao ler as Sagradas Escrituras, por alguma razão, a minha atenção focou-se nestas palavras....
Jesus, tendo subido a um monte, chamou a Si os que Ele quis, e foram ter com Ele. Mc 3, 13
Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los ... Mc 6, 7
(leitura do Evangelho deste domingo, XV Semana do Tempo Comum)
E pouco depois, leio também:
"Durante muito tempo perguntei a mim própria porque tinha Deus preferências, porque não recebiam todas as almas um grau igual de graças; admirava-me por O ver prodigalizar favores extraordinários aos Santos que O tinham ofendido, como São Paulo, Santo Agostinho, e que forçava, por assim dizer, a receberem as suas graças; ou então, ao ler a vida de santos a quem aprouve a Nosso Senhor acarinhar desde o berço ao túmulo, sem deixar no seu caminho nenhum obstáculo que os impedisse de se elevarem para Ele (...); perguntava-me por que razão os pobres selvagens, por exemplo, haviam de morrer em tão grande número sem sequer terem ouvido pronunciar o nome de Deus..."
Santa Terezinha, História de uma Alma, Manuscrito A, cap.I
O Evangelho de São Marcos responde-me em poucas palavras - a iniciativa de cada chamamento à santidade é de Jesus. A iniciativa parte sempre Dele, e está continuamente a surgir, oportunidade atrás de oportunidade, misericórdia seguida de perdão seguido de amor e uma nova oportunidade, uma nova tentativa, sempre, sempre, sempre... sem nunca desistir de cada um de nós, até à altura do nosso último sopro de vida ...
Jesus chama, a cada momento e para cada pequena (ou grande) tarefa, aquele(s) que Ele quer.
O Evangelho não nos oferece nenhuma explicação acerca dos critérios que levam a essa escolha - o chamamento de cada um, a vocação de cada um, única, irrepetível, insubstituível, especialmente criada, planeada e desejada por Deus para ser de tal maneira - é um mistério, insondável, que só conseguiremos compreender no Céu.
Esta semana gostava de partilhar convosco uma citação maravilhosa, capaz de encher o coração de fé e de esperança, para as pequenas coisas do nosso dia a dia .... porque serão principalmente essas pequeninas coisas que nos tornarão santos um dia!
As cruzes grandes assustam, mas são raras. As pequeninas acompanham-nos por toda a parte. Não damos um passo sem as encontrar. Uma palavrinha seca, um olhar indiferente, uma pequenina dor, um contratempo, uma pessoa importuna, a chuva, o vento, a falta de qualquer objecto, são tantas as pequeninas cruzes e aborrecimentos no curto espaço de um dia!
Porque havemos de nos impacientar com isso e aspirar a sofrimentos, grandes perseguições, etc., que talvez nunca teremos que experimentar?
Contentemo-nos com as cruzes pequeninas! Elas são preciosas. Santa Teresinha amava-as tanto!
"Longe de me querer igualar às grandes Almas que, desde a sua infância, praticam toda a espécie de macerações - escreve a Santinha - fiz com que as minhas penitências consistissem em quebrar a minha vontade, reter uma palavra de réplica, prestar pequenos serviços sem dar a entender que o faço e mil outras coisas deste género."
Não é um meio eficaz de santificação? Talvez custem mais estas cruzes pequeninas do que muitas das grandes. Desde o amanhecer até ao repouso da noite, encontramos no nosso caminho dezenas e até centenas de cruzes pequeninas. Aproveitemos essa riqueza! Sejamos avaros das coisas celestes. Quanta abnegação e espírito de sacrifício na prática da aceitação quotidiana das cruzes pequeninas!
Monsenhor Ascânio Brandão - O Breviário da Confiança
Queridos leitores, estou a entrar naquela fase do semestre da faculdade em que tenho de começar a estudar a sério para os exames finais de ano. Peço-vos as vossas orações para que corra tudo (não bem, mas) consoante a vontade do Senhor. O blog entrará assim em standby a meio do mês de Maio .... mas ainda tenho 2 posts para partilhar convosco, que penso que vos agradarão.
Hoje, compartilho convosco duas citações belíssimas de duas grandes Santas, que tive o prazer de ler (e reler) nesta semana. A Primavera é uma altura de renovação, de renascimento e de reflorescer. Sigamos os passos seguros dos Santos:
"O aprendiz deve pensar de si mesmo como se fosse construir um jardim, no qual o Senhor possa deleitar-se e deliciar-se, ainda que o solo seja bastante infrutífero e cheio de ervas daninhas… (...)
Sua Majestade arrancará as ervas daninhas e irá colocar boas plantas no seu lugar. (...)
Então, nós temos que, com a ajuda de Deus, e como bons jardineiros, fazer com que essas plantas crescem. Temos que regá-las com cuidado, para que não murchem e morram; para que produzam muitas flores, que enviarão a sua bela fragrância para refrescar o nosso Senhor; a fim de que Ele venha muitas vezes ao nosso jardim e nele encontre, entre as nossas virtudes, prazer, agrado e alegria."
Santa Teresa de Ávila
"Se uma pequena flor pudesse falar, parece-me que iria dizer-nos, muito simplesmente, tudo o que Deus tem feito por ela, sem esconder qualquer um dos seus presentes. Não iria, sob o pretexto da humildade, dizer que não era bonita, ou que não tinha um cheiro doce, que o sol tinha secado as suas pétalas ou que a tempestade tinha ferido o seu caule. (...)
O esplendor da rosa e a brancura do lírio não roubam a pequena violeta do seu perfume nem a margarida de seu simples charme. Se cada pequena flor quisesse ser uma rosa, a Primavera perderia todo o seu encanto e beleza. "