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Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

A matemática de Deus

  †   Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~  2019   †  

 ~  Egipto - Jordânia - Israel - Palestina  ~ 

 

Passámos uma bela manhã nesta lindíssima praia em Tagba. Está na altura de seguirmos caminho - há ainda tantas maravilhas à nossa espera na Terra Santa! - mas temos ainda tempo para ouvir o relato dum último (grande!) milagre de Jesus, que terá ocorrido não muito longe desta praia tão especial  ... 

Jesus foi para a outra margem do lago da Galileia, ou de Tiberíades. Seguia-o uma grande multidão, porque presenciavam os sinais miraculosos que realizava em favor dos doentes. Jesus subiu ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos.

Estava a aproximar-se a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo o olhar e reparando que uma grande multidão viera ter com Ele, Jesus disse então a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para esta gente comer?» Dizia isto para o pôr à prova, pois Ele bem sabia o que ia fazer.

Filipe respondeu-lhe: «Duzentos denários de pão não chegam para cada um comer um bocadinho.» 

Disse-lhe um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro: «Há aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?» 

Jesus disse: «Fazei sentar as pessoas.»

Ora, havia muita erva no local. Os homens sentaram-se, pois, em número de uns cinco mil. Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os pelos que estavam sentados, tal como os peixes, e eles comeram quanto quiseram

Quando se saciaram, disse aos seus discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca». Recolheram-nos, então, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada que sobejaram aos que tinham estado a comer.

Aquela gente, ao ver o sinal milagroso que Jesus tinha feito, dizia: «Este é realmente o Profeta que devia vir ao mundo!» 

                                                                                                                                     Jo 6, 1-14

multiplicação 1.jpg

Praia em Tagba, junto da Mensa Christi e do Primado de Pedro

 

Ah, a matemática de Deus ... que é tão diferente da nossa!

Na escola, facilmente aprendemos a não gostar muito das contas de subtração ou de divisão - afinal, ficamos quase sempre com menos no final da conta do que quando começámos!  Depois crescemos e, ao longo da nossa vida, também o mundo nos tenta ensinar isso mesmo ... Quantas vezes ouvimos - "Estás a dar demais! Não dês tanto ou não haverá para ti também..." ou "Dividir o que é meu contigo? Assim fico eu a perder e isso não pode ser... "

Mas Jesus veio ensinar-nos que, nas contas de Deus, quem se subtrair aqui na terra, pelo contrário, no final da equação somará bênçãos e graças infinitas no Céu! Quem dividir com os irmãos tudo o que tem, quem der e der e der - até doer - receberá mil por cada cem!

Tomando a palavra, Pedro disse-lhe: «Nós deixámos tudo e seguimos-te. Qual será a nossa recompensa?» 

Jesus respondeu-lhes: «Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna.»

Mt 19,27.29

Neste mundo, quanto mais damos, com menos (aparentemente) ficamos. Mas, nas contas de Deus, quanto mais damos ao outro, nosso irmão - amado, ou talvez não - mais tesouros estaremos a acumular no Céu. Dizem-nos os Santos que, para o Céu, levaremos apenas connosco, não nada daquilo que tivermos acumulado nesta terra, mas sim tudo o que tivermos oferecido, abdicado e sacrificado ao longo da nossa vida - por amor ao outro, por amor a Deus....

 

Oh, tantas e tantas vezes que Jesus nos diz nos Evangelhos: aquele que muito junta, acabará por ficar sem nada e de mãos vazias; mas aquele que divide o que tem, receberá ainda mais. Porque não O ouvimos nós?

Sim, quem desejar salvar a sua vida, perdê-la-á. Mas quem a oferecer, em sacrifício, por amor, salva-la-á e entrará no Reino dos Céus.

 

Pelas contas de Deus, vale a pena largar as noventa e nove ovelhas que estão seguras, para ir atrás daquela única que se perdeu. Dizem-nos também os Santos nossos amigos que, por cada pecador que se converte, por cada alma que é salva - quem sabe, talvez por ação da oração de alguém que vive do outro lado do planeta! - há uma festa no Céu maior do que qualquer Casamento Real aqui da terra...

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Imagem retirada daqui

Pensem no pequenino grão de mostarda - tu e eu, querido leitor - que, quando lançado à terra, se não morrer para si próprio, não poderá gerar vida e dar origem a uma árvore de tal porte magnífico que consegue acolher, debaixo dos seus ramos e folhas, outras criaturas que em si procuram abrigo...

 

À nossa volta, no mundo, vemos tanto desperdício ao todo o lado - plástico, cartão, embalagens, mobílias fora de moda, brinquedos que já não são novidade, e comida, oh tanta comida...

Mas nas contas do Senhor? Nem uma única lágrima nossa se perde! Nem um único suspiro ou prece passa despercebida! Nem um pequeno ou invisível acto ou renúncia deixa de ter o seu efeito - eterno!

 

Achas que tens pouco para oferecer ao Senhor e aos irmãos? Parece-te que tens apenas cinco pães de cevada e dois peixinhos... e pedem-te que alimentes cinco mil homens, mais as suas mulheres e filhos?....

Parece loucura, eu sei.... Sim, segundo aquilo que o mundo nos diz, é impossível...

Mas, o teu pouco, colocado nas mãos do Senhor? Abençoado pela Sua tremenda graça? Oh, a todos, sem faltar nenhum, conseguirás alimentar, nutrir e fortalecer - e ainda sobrará, abundantemente, o suficiente para ti e toda a tua família!

 

Oh, a maravilha da matemática de Deus!

 

  †   Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~  2019   †  

 ~  Egipto - Jordânia - Israel - Palestina  ~ 

O amor Agape, o amor Filia e a transformação de Pedro

  †   Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~  2019   †  

 ~  Egipto - Jordânia - Israel - Palestina  ~ 

 

Permanecemos um pouco mais nesta praia em Tagba, no sopé do Monte das Bem-Aventuranças, para ouvirmos e meditarmos noutro episódio que os Evangelhos nos contam e que também aconteceu aqui.

 

Jesus Ressuscitado tinha aparecido aos Apóstolos nesta praia, depois duma noite de pesca infrutífera. Estavam a perder o rumo, a viver uma autêntica "noite escura da alma" - como séculos mais tarde São João da Cruz nos explicaria tão bem. Parecia que Deus os tinha abandonado e toda a esperança tinha desvanecido ... 

Jesus renova as suas forças e a sua fé oferecendo-lhes uma refeição, preparada com todo o Seu amor - tal como ainda hoje o deseja fazer, a cada um de nós, sempre que participamos na Santa Missa. Nutridos com este verdadeiro alimento - o corpo e sangue do próprio Deus - está na altura dos Apóstolos se porem a caminho; está na altura de partirem em missão; está na altura de responder com coragem à vocação a que o Senhor os chama ... 

Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro:

     «Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?»

Pedro respondeu:

     «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.»

Jesus disse-lhe:

     «Apascenta as minhas ovelhas.»

                                                                                                                        Jo 21,15

                                                                                                         (versão da Bíblia dos Capuchinhos)

Simão, tu amas-Me

Também a nós Jesus faz essa pergunta ... Marisa, tu amas-Me? Mais que qualquer outra pessoa? Acima de tudo?

 

Outras traduções da Bíblia (mais correctas a meu ver) dizem-nos que a resposta de Simão Pedro foi: 

                    Sim, Senhor, Tu sabes que eu gosto muito de Ti ...

Tal como Pedro, também eu desejava poder dizer - Sim, Senhor, Tu sabes que eu Te amo ... mas, na verdade, ainda só sou capaz de responder - Sim, Senhor, Tu sabes que eu gosto muito de Ti ...

 

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A praia junto da Mensa Christi e do local do Primado de Pedro

 

Ao ouvir esta passagem do Evangelho de São João, na Terra Santa, lembro-me imediatamente duma homilia que tinha ouvido alguns meses antes e dum pequeno (grande!) livro de C.S. Lewis, chamado "Os quatros amores".

O Sr. Padre tinha-nos explicado que, nos textos originais dos Evangelhos, escritos em grego, o verbo utilizado na primeira pergunta de Jesus a Pedro tinha sido a conjugação do verbo Agape

Para quem não estiver familiarizado com a palavra, o amor Agape é o nome que os primeiros cristãos encontraram para nomear o infinito e imerecido amor de Deus por cada um de nós. O amor Agape é o amor mais inteiro, mais completo. É um amor absolutamente desinteressado de si próprio e livre - livre para amar e servir o outro. Aquilo que o amor Agape mais deseja - ou, melhor dizendo, a pulsão irresistível que sente, impossível de conter ou dominar - é o doar-se, totalmente, ao outro. O amor Agape é o amor que deseja dar a vida pelo outro, que dá (e dá-se) sem medida, que dá (e dá-se) sem condições. É um amor completamente desmedido e incondicional. E este é o amor que Deus tem por cada um de nós.... 

 

Pedro responde à pergunta de Jesus - Pedro, tu amas-Me - com um amor Agape? - conjugando um verbo diferente, um diferente tipo de amor - Filia

O amor Filia é o nome do amor de amizade. É o amor que "gosta muito" do outro. É um amor em que se sente grande alegria e prazer e bem-estar ao estar junto do outro, ao estar com o outro. É, contudo, um amor que exige uma cerca correspondência e reciprocidade da parte do outro. No fundo, o amor Filia é, digamos assim, um nível mais baixo, mais inferior de amor, do que o amor Agape (assumindo que este seja o amor mais completo)

 

Nós sabemos - explicou-nos o Sr. Padre - que o diálogo entre Jesus e Pedro não foi na língua grega, mas sim aramaica. Contudo, São João, como é seu hábito, não deixou passar esta oportunidade para dar uma belíssima e profundíssima lição de catequese. São João faz questão de apontar a diferença entre o amor de Jesus e o amor de Pedro. 

Jesus pergunta a Pedro - Pedro, tu amas-Me com todo o teu coração? Com um amor totalmente desinteressado, livre, desmedido, de pura auto-doação? 

E Pedro responde, sendo absolutamente franco e honesto - tal como nós já conhecemos que S. Pedro era - respondendo que amava Jesus sim, mas ainda duma forma incompleta...

 

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Praia em Tagba - Foto tirada por outro peregrino - obrigado pela partilha!

Alguém reparou que as rochas grandes desta praia pareciam que tinham o formato de corações? Oh, quão adequado!!

[Jesus] voltou a perguntar-lhe uma segunda vez:

     «Simão, filho de João, tu amas-me

Ele respondeu:

     «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo

Jesus disse-lhe:

     «Apascenta as minhas ovelhas.»

                                                                                                 Jo 21, 16

 

Pela segunda vez, Jesus pergunta a Pedro se este O ama, conjugando o verbo Agape.

Pela segunda vez, Pedro responde que sim mas empregando o verbo Filia. Pedro conhece-se - e bem! Ainda há uns meros dias atrás, Pedro tinha prometido a Jesus, à frente de todos os que quisessem ouvir, que O amava de todo o coração, que permaneceria e O seguiria para onde quer que fosse, custasse o que custasse ... para, após uma única noite de susto e medo, na noite em que Jesus foi preso e acusado, ser capaz de O negar - não uma, não duas, mas três vezes ...

Mas Pedro, agora, conhece-se e bem; a experiência da vida transformou-o e, por isso, já nem tenta responder a Jesus - quer publicamente, quer no íntimo do seu coração - com o mesmo grau de amor que Este demonstrou ter por si. As provas são evidentes. Pedro gostava muito, oh mesmo muito, de amar Jesus tal como Ele o ama a si. Mas ainda não consegue. Ainda ... 

 

Reparem também que, ao responder a Jesus, Pedro não começa a sua resposta dizendo logo - Senhor, eu gosto muito de ti ... - mas sim - Senhor, Tu sabes que eu gosto muito de ti ... 

Pedro ama Jesus com todo o amor que tem e consegue, com todo o amor que o seu finito e humano coração lhe permite. Mas aqui continuamos a observar outra transformação de Pedro - sempre tão constantes ao longo de todo o Novo Testamento como, assim o espero e desejo, as sejam na minha vida, na tua vida, na nossa vida...

Assim, Pedro diz: Tu, Senhor, conheces o meu coração. Conheces o quanto eu desejava amar-Te, mas não consigo - ainda. E a principal razão é que - Senhor, agora vejo e reconheço finalmente - todo o amor que existe, vem de Ti. Eu sou incapaz de saber apreciar este amor imenso - Agape - que Tu tens por mim. E eu sou absolutamente incapaz de amar assim, tal como Tu. Mas se Tu quiseres, Senhor, poderás transformar-me, uma vez mais. A Tua graça é suficiente. Porque Tu és a fonte de todo o amor! Porque todo o amor vem de Ti!

 

E [Jesus] perguntou-lhe, pela terceira vez:

     «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?»  (ou então - Simão, tu gostas muito de mim?)

Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: ‘Tu és deveras meu amigo?’ Mas respondeu-lhe:

     «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!»  (ou então - Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que eu gosto muito de Ti)

E Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.

Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.» 

E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus.

Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!»

                                                                                                                                        Jo 21,17-23

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Disse-lhe Jesus: Alimenta, apascenta, cuida das minhas ovelhas.

Toma o teu cajado. Sê o seu pastor aqui na terra, a partir deste momento. Sê o seu primeiro Papa ...

 

À terceira vez, Jesus faz a pergunta conjugando, desta vez, o verbo Filia....

Jesus aceita "descer" ao nível do amor - actual - de Pedro. O amor Agape faz continuamente isto - sempre que for necessário, baixa a fasquia para chegar ao outro, para estar ao mesmo nível do outro, para caminhar ao ritmo do outro. O amor Agape é assim tão grande que é capaz de fazer isto - e com toda a simplicidade e naturalidade que o caracteriza. 

Jesus muda a pergunta, visto que Pedro ainda não é capaz de mudar a sua resposta. Jesus continua o Seu diálogo de amor com Pedro - e com cada um de nós - deixando de pedir um amor que Pedro ainda não é capaz de dar. Ainda...

 

Segue-Me. Acompanha-Me. Não tenhas medo. Vem comigo.

Não olhes para a fragilidade e finitude do teu coração e das tuas capacidades.

Vem, segue-Me, acompanha-Me.

Se aceitares, se tiveres coragem, tempos virão, Pedro (ou Marisa, Ana, Maria, João, António ...), onde então sim, serás capaz de amar, de amar-Me e, por conseguinte, aos irmãos - com um verdadeiro amor Agape. 

 

Que assim seja Jesus! Amén

 

  †   Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~  2019   †  

 ~  Egipto - Jordânia - Israel - Palestina  ~ 

A mesa que Cristo nos serve

  †   Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~  2019   †  

 ~  Egipto - Jordânia - Israel - Palestina  ~ 

 

Continuamos a nossa viagem em Tagba, perto de Nazaré. Estamos no sopé do Monte das Bem-Aventuranças e caminhamos todos juntos até encontrarmos uma pequena igreja franciscana, conhecida como Mensa Christi - a mesa de Cristo.

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Estamos na costa noroeste do Mar da Galileia, um dos locais favoritos para os pescadores de Cafarnaum desempenharem as suas profissões, pescadores como os apóstolos Pedro e o seu irmão André. Os Evangelhos contam-nos que Jesus passou por diversas vezes, ao longo das suas viagens e pregações, por esta praia ... poderá ter sido esta a Sua praia favorita?

Olho para a beleza da praia que me rodeia, inspiro fundo até sentir o cheiro da água, fecho os olhos e continuo a ouvir os passarinhos que cantam nas árvores à nossa volta misturado com o som das ondas,  passo a mão pela água fresca, brincando com as pequenas conchas brancas e pretas que abundam por aqui e sorrio abertamente - só posso acreditar que sim!

Algum tempo depois, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades, e manifestou-se deste modo: estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos.

Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.»

Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.

Jo 21,1-3

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A nossa guia conta-nos que estamos naquele que se acredita ser o local onde ocorreu este episódio do Evangelho. Jesus tinha morrido na Cruz, em Jerusalém. Três dias depois, as mulheres que O seguiam tinham ido ao Seu sepulcro e tinham-no encontrado vazio. Alguns anjos disseram-lhes que o Messias tinha ressuscitado. Jesus Ressuscitado tinha aparecido a Maria Madalena, que chorava em busca d'Aquele que o seu coração mais amava. Os discípulos de Emaús tinham vindo a correr, para contar a todos que tinham encontrado Jesus Ressuscitado ao longo do caminho e no partir do pão. 

Mas os dias passavam e passavam, mais ninguém tinha visto Jesus, e os apóstolos começaram a duvidar... Loucura das loucuras ... oh, poderá mesmo algo assim acontecer, Alguém vencer a morte e ressuscitar? 

Não, o melhor é ganharmos juízo e voltarmos para as nossas vidinhas normais, simples, pacatas e seguras, de pescadores de peixes e não de homens ...

Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.»

Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» 

Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.

Jo 21,4-6

Oh, isto já tinha acontecido antes!

Sim, só existe uma Única pessoa capaz de algo assim! 

Só existe uma Única pessoa capaz de nos dizer onde podemos encontrar o verdadeiro alimento para as nossas almas! 

Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!»

Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa, e lançou-se à água. Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.

Jo 21,7-8

Quando estamos apaixonados e queremos muito estar junto daquele que amamos, somos capazes de fazer qualquer loucura, como lançar-nos nas águas do desconhecido e nadar contra a maré...

Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão. Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora

Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.

Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.

Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.

Jo 21,9-14

mensa christi 2.jpg

Foi aqui, sobre estas rochas, que Cristo esperou que os olhos dos Seus apóstolos se abrissem e O reconhecessem.

Foi aqui, sobre estas rochas, que Cristo esperou, preparando uma refeição; fogueira acesa, peixinho na brasa, pão partido, a mesa posta ... 

Foi aqui, sobre estas rochas, que Cristo, verdadeiro Deus, verdadeiro Rei, os serviu e alimentou, com o Seu próprio corpo e sangue. 

 

Não tenham medo de seguir Jesus. Não tenham medo de fazer o que Ele vos propõe. 

Se se atirarem ao mar do desconhecido, nunca se afogarão. Se se afadigarem a pescar pelo reino de Deus, o Senhor nunca se deixará vencer em generosidade. Se lançarem as vossas redes e elas vos parecerem pesadas e quase a arrebentar, acreditem, tal nunca irá acontecer. 

Trazei para a mesa do Senhor o resultado do suor do vosso trabalho, por pouco ou muito que seja. Será aqui, na mesa do Senhor, no altar do Senhor, que Ele próprio Se oferecerá como alimento, como verdadeiro alimento para as nossas almas, sedentas e carentes de compreensão e de amor. 

Sim, estão mesmo todos convidados. O Senhor chama-vos para o Seu banquete, para a Santa Missa.

Vêm?

 

  †   Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~  2019   †  

 ~  Egipto - Jordânia - Israel - Palestina  ~