Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!
Jesus, com um grito forte, expirou. E o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo (Mt 15, 38)
Com a morte de Jesus rasga-se o véu do templo de Jerusalém. Este véu localizava-se no interior do templo, à entrada do Santo dos Santos, o local mais sagrado para os judeus, onde apenas o Sumo Sacerdote podia entrar (e apenas uma só vez no ano) para estar na presença do Altíssimo e pronunciar o Seu Nome santo.
Este véu, ao contrário dos véus a que estamos habituados, não era de renda, nem de nenhum tecido fininho, transparente ou frágil. Era mais uma tapeçaria, um têxtil que apenas podia ser produzido pelo melhor artesão, sujeito a inúmeras regras, utilizando fios de lã de cor azul (simbolizando o Criador do mundo), de cor roxa (significando a realeza do Senhor dos Exércitos) e de cor escarlate (simbolizando o sangue dos sacrifícios) juntamente com fios do linho mais puro, pela pureza do Santo de Israel. Depois, tinha ainda de ser bordada a ouro, com a imagem de dois querubins, de dois anjos que guardavam, de dia e de noite, a porta que dava acesso ao Senhor. E o que se dizer das suas dimensões? Nada mais nada menos que 5m de largura, 5m de altura e 5cm de espessura de acordo com as Escrituras...
Com a morte de Jesus rasga-se o véu do templo de Jerusalém. Este véu espesso e forte, que impedia o acesso a Deus, é dividido em dois e rasgado de alto a baixo. O rosto de Deus, que sempre tinha estado, até aquele momento, escondido e velado - até mesmo de Moisés, que falava com o Senhor como se fosse um amigo - é então revelado a todos, judeus e pagãos.
É o próprio Deus que retira o véu e que Se mostra e releva livremente, como Aquele que ama até ao fim, Aquele que ama até dar a própria vida pelo ser amado...
O véu foi rasgado. A porta foi escancarada. O peito foi aberto. O acesso a Deus está livre!
No primeiro dia da semana, ao romper do dia, as mulheres foram ao sepulcro, levando os perfumes que tinham preparado. Encontraram removida a pedra da porta do sepulcro e, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. Apareceram-lhes dois homens em trajes resplandecentes, que lhes disseram: «Porque buscais entre os mortos Aquele que vive? Não está aqui: ressuscitou!» (Lc 24, 1-3.4b.5b)
Temos o azul do céu, o roxo dos perfumes, o escarlate das marcas do sangue e o branco da mortalha e das ligaduras. À entrada, dois anjos guardam a porta que dá acesso ao Senhor e a porta está completamente aberta ... Já nada, nem mesmo o pecado nem a morte, nos pode separar do amor de Deus!
Jesus é a Verdade. Deus é a Verdade. A Verdade é Deus.
Assim, o mundo torna-se cada vez mais verdadeiro na medida em que reflectir Deus - o amor de Deus e o Deus de amor. Assim, o mundo torna-se tanto mais verdadeiro quanto mais se aproximar de Deus e do Seu Reino de verdade, vida, liberdade, amor.
O homem torna-se cada vez mais verdadeiro, cada vez mais ele mesmo, cada vez mais parecido com o ser que deveria ser, quanto mais se conformar com o próprio Deus, quanto mais se tornar a Sua imagem e semelhança.
Deus é a realidade que nos confere a natureza e o sentido do nosso ser.
«Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. (Jo 17,37)
Dar testemunho da Verdade significa então pôr Deus em realce, dar-Lhe o primeiro lugar em todos os instantes e em todos os aspectos da nossa vida. Dar testemunho da Verdade significa estar atento, colocar-nos em atitude constante de escuta e pôr em prática a Sua vontade.
«Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. (Jo 17,37)
A Redenção que Cristo nos veio oferecer foi assim, de certo modo, o tornar a Verdade perfeitamente reconhecível, identificável, perceptível - para todos.
Não houve uma só Estação desta Via Sacra que não me tivesse falado direitinho ao coração, fazendo-me reconhecer plenamente os meus pecados mais profundos, sem me deixar dizer qualquer desculpa ou tentativa de esconder ... E assim, com as feridas expostas, o Divino Médico poderá então curá-las ...
Neste Domingo tão especial, em que celebramos a Divina Misericórdia de Jesus, gostava de partilhar convosco algumas reflexões e ensinamentos que aprendi e experimentei nos 3 dias de vivência do Tríduo Pascal, junto das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, em Palmela. São pequenas notas dispersas ... mas desejo sinceramente que elas vos possam abençoar e tocar o coração de algum modo ...
"Sem Mim, nada podeis fazer..." (Jo 15,5)
Palavras duras de Jesus. Parece quase um Mandamento - "Sem Mim, nada podeis fazer..."
Palavras difíceis de ouvir ... e ainda mais difíceis de reconhecer como verdadeiras - porque o são, de facto - mas custa, custa tanto admitir ... Posso fazer muita coisa, sozinha, à minha maneira, pelas minhas próprias mãos e inteligência e projectos ... mas, na realidade, sem Jesus, nada posso fazer que tenha verdadeiro valor, que seja rico em amor, que seja realmente significativo, que tenha valor eterno ...
Sim, "sem Mim, nada podeis fazer", é verdade meu Jesus, é a mais pura das verdades. Mas, com estas palavras, pelo Teu grande e infinito amor, também nos dizes que "conTigo, tudo poderemos fazer... " ... ah, que doce e terna verdade - "conTigo, tudo poderemos fazer... " - tudo, tudo, tudo ....
~
Quinta-feira Santa - dia da Última Ceia do Senhor - dia da instituição da divina Eucaristia
Que dia este que celebramos todos juntos em Igreja, um dia tão rico em ensinamentos - tão importantes e tão profundos - numa comunhão infindável entre os acontecimentos do Antigo Testamento e o seu pleno cumprimento e significado na vida e morte e ressurreição de Jesus ...
A Ceia Pascal hebraica - que nos chama, a cada um de nós, a trazer à memória e a dar testemunho...
Trazer à memória ... Lembra-te, povo de Israel, da Minha salvação, lembra-te de como vos salvei da escravatura do Egipto, onde éreis escravo do pecado. Eu vos salvei tantas e tantas vezes, e vocês continuaram a adorar outros deuses - uns de ouro, outros de carne, outros de dinheiro ou sucesso ou reconhecimento, outros - pior de tudo - fizeram de vós próprios o "deus" das vossas vidas... Lembra-te, povo Meu, que Me pertences - paguei por vós um preço tão elevado: todo o amor e sangue e misericórdia do Meu próprio coração, por vós entreguei, para que tenhais vida e vida em abundância.... Façam memória - de Mim, da nossa história e da nossa História - mas uma memória viva, presente, contínua ...
Dêem testemunho - contem aos outros tudo o que Eu fiz por vocês, por cada um de vocês; partilhem e transmitam esta memória - que é tua, que é vossa, que é Nossa - para que todos possam celebrar, connosco, junto de nós, estes dias de festa - alegrai-vos e exultai, porque é eterno o Meu amor ...
Nesta Última Ceia - um acontecimento de tal modo importante que está descrito nos 4 Evangelhos - Jesus dá um especial simbolismo ao pão ázimo - entrego-vos a Minha pessoa - e ao vinho - entrego-vos a Minha vida....
O sangue, simbolizado nesta Ceia pelo vinho, para os judeus, era algo tão sagrado, tão puro, que apenas podia pertencer a Deus. Por isso, ninguém podia tocar em sangue; por isso a carne tinha de ser tão bem cozinhada. Mas - quanta admiração, quanto espanto! - é Deus, o próprio Deus, que oferece o Seu sangue; que, com o Seu sangue, nos toca, que toca a nossa vida - tornando-a pura e sagrada também. Quanta humildade a de Jesus - permitir-nos tocar no Seu sangue, tão precioso e puro e sagrado, na santa Eucaristia ...
O cordeiro que era servido nesta Ceia Pascal estava sujeito a uma série de exigências, cheias de sentido profético, como certamente entenderão - o cordeio devia ser macho, sem qualquer defeito, devia ser assado num espeto em forma de cruz e nenhum osso deveria ser quebrado ... oh, Jesus, que vieste cumprir perfeitamente todas as Sagradas Escrituras ....
~
Durante a noite da Quinta-feira Santa, lemos o Evangelho de São Mateus e de São João que nos contam o seguinte acerca dos acontecimentos da Última Ceia de Jesus:
"Enquanto comiam, disse [Jesus]: «Em verdade vos digo: Um de vós Me há-de entregar.» Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-Lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?»" (Mt 26, 21-22)
"Jesus perturbou-se interiormente e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós Me há-de entregar!» Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia. Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu peito. Simão Pedro fez-lhe sinal para que Lhe perguntasse a quem se referia. Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus, perguntou: «Senhor, quem é?»" (Jo 13, 21-25)
Eu fiquei absolutamente chocada nessa noite! Claro que esta não foi nem a primeira, nem a segunda, nem talvez a décima vez que li e ouvi esta passagem do Evangelho, mas nunca, nunca me tinha apercebido que os Apóstolos não faziam a mínima ideia de que seria Judas Iscariotes a trair Jesus. A nenhum deles ocorreu a ideia de poder ser Judas! Antes, começaram a perguntar-se a si mesmos. Não faziam a mínima ideia ...
Pedro chega ao cúmulo de ter de pedir a João para perguntar a Jesus, quem poderia ser ... ninguém suspeitou de Judas, ninguém .... absolutamente incrível!
Judas nunca se tinha mostrado nem revelado, realmente, a nenhum dos seus companheiros. Apesar de tudo o que passaram juntos, Judas tinha sempre usado uma máscara perante os seus "amigos", ocultando os verdadeiros desejos do seu coração.... oh, Judas, porque o fizeste?
Se, ao menos, Judas tivesse dado a antever aquilo que iria fazer nessa noite ... se, ao menos, algum dos discípulos estivesse atento e compreendesse o que estava a acontecer dentro do coração de Judas ... estou certa de que teria feito de tudo para o impedir, para o convencer do contrário - não só por amor e protecção de Jesus, seu adorado Mestre e Senhor, mas também por amor fraterno ao próprio Judas ... oh, Judas, porque nunca te deste a conhecer? - sim, pecador, grande pecador ... mas ainda assim ... porque não permitiste que alguém te pudesse ajudar?
~
A agonia no Getsemani
Jesus sente uma angústia terrível, incomparável ... e simplesmente pede aos seus amigos que fiquem com Ele, que O acompanhem naquele momento, em que Ele mais precisa do seu apoio ... mas acaba sozinho ...
Jesus abre-nos o Seu coração - que, naquele momento, está cheio de sentimentos de «pavor, angústia e tristeza de morte» - e partilha connosco o que está a passar ... Jesus apenas nos pede: «Ficai aqui e velai comigo» ... acompanhem-Me ... estejam Comigo ... não vos fecheis, não fujais, não vos deixeis abater ... não ponhais a vossa força naquilo que é passageiro nem em vos mesmos, mas sim em Deus ... «Ficai aqui e velai comigo» ....
Contudo, no final, quando O vêem prender ... apercebemo-nos que "fugiram todos"... naquela noite, não foi apenas Judas que traiu Jesus ... mas também Pedro e João e todos os discípulos, também tu e também eu ...
~
O julgamento e condenação de Jesus
"Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como agitador do povo.»" (Lc 23, 13)
Agitador do povo....
Jesus é apresentado como agitador; Ele que toda a Sua vida tinha levado, semeado e propagado a paz, aquela paz transformadora e inexplicável que vem de Deus ...
Julgado por quem não O conhece ... abandonado e traído pelos Seus amigos ... oh, Jesus, que Te fiz eu? ....
Mas, apesar de tudo, Jesus confia; apesar de tudo, Jesus sabia-se profundamente acompanhado pelo Pai; e por isso não procura fazer justiça pelas suas próprias mãos e meios.... pelo contrário, Jesus deixa que as coisas aconteçam naturalmente e a seu tempo, que é o tempo de Deus ... E fá-lo com a simplicidade e humildade de quem confia em Deus Pai e O deixa agir, deixando que Deus seja Deus.... o tempo de Deus ... deixando que Se faça ...
~
Via Sacra
Recordemos a paixão de Jesus... Recordar, que significa 'voltar a passar pelo coração' ...
E reconheçamos o nosso lugar ao pé da cruz de Jesus - qual o lugar que me pertence? que só pode ser meu? que só eu posso preencher e ocupar? Sejamos valentes e descubramos ...
Pilatos lava as mãos. Não quer estar do lado dos que condenam Jesus, mas também não se coloca ao lado de Jesus. O silêncio de Pilatos não tem nada a ver com o silêncio de Jesus: o silêncio de Pilatos mata; o silêncio de Jesus é pura misericórdia....
Os soldados colocam uma capa escarlate e uma coroa de espinhos em Jesus - pensam saber o que Ele procurava: poder, riqueza e honra ... Mas ao longo da Sua vida na terra, Jesus sempre respondeu à honra com a humildade, à riqueza com a pobreza e o poder com o serviço ...
Mesmo sentindo o peso da Cruz nas Suas costas, Jesus não abdica de escolher o bem.... cada passo, cada silêncio, cada gesto, cada palavra deste percurso são Suas escolhas sucessivas, são a demonstração do Seu contínuo e infinito amor ... Jesus não perde qualquer tempo, não perde nenhum segundo e toma nas Suas mãos o tempo que ainda tem, para continuar a amar e dar a conhecer o Pai. Até ao fim, até ao extremo ....
Apesar de tudo, Jesus não caminha sozinho neste percurso até ao Calvário - Jesus deixou-se ajudar por Simão de Cirene que, sem contar, vê-se numa situação difícil; Simão que, sem contar, é chamado a acompanhar Alguém durante a Sua dor e a partilhar o peso da Sua cruz.... Simão também não caminha sozinho; e aceita partilhar - ainda que por alguns momentos - a dor de Jesus.
Verónica não tem força para carregar a cruz de Jesus mas pode, com a sua presença carinhosa e compassiva, aliviar um pouco, um pouco que seja, o Seu sofrimento. Enxuga o sangue, o suor, a dor. Consola, da forma que pode, e tenta aliviar o sofrimento - por um pouco que seja ....
Crucificado. Não, não são os pregos que seguram Jesus na cruz - mas sim o Seu amor, que O faz permanecer. O mundo não compreende ... mesmo pregado na cruz, Jesus continua a ter escolha, continua a ser livre para amar e fazer o bem, mesmo nas circunstâncias em que se encontra ...
~
Libertei-te do Egipto ... e tu preparaste-me uma Cruz, preparaste uma Cruz ao teu Salvador.
Libertei-te das velhas cadeias que te atavam, ajudei-te a vencer os medos que te oprimiam .... e tu não me reconheceste como teu grande Amigo, como teu Salvador ....
Ó Meu povo, que te fiz, em que te ofendi? Responde-me ...
Guiei-te pelo deserto durante quarenta anos, alimentei-te com o maná e fiz-te chegar a uma terra muito boa ... e tu preparaste uma Cruz para o teu Salvador ....
Guiei-te durante todo o teu processo de crescimento até chegares aqui, alimentei-te com o pão da Minha palavra e do Meu corpo, dei-te a Minha vida e fui-te envolvendo na Minha intimidade ... e tu viraste-Me as costas ....
Ó Meu povo, que te fiz, em que te ofendi? Responde-me ...
Que mais devo fazer e não fiz?
Fui Eu que te plantei como a mais bela das vinhas, a Minha escolhida ... e tu tornaste-te amarga para Mim; saciaste a Minha sede com vinagre e com uma lança abriste o peito do teu Salvador ...
Que mais devia fazer e não fiz?
Fui Eu quem fez de ti o que és hoje e o Meu amor por ti não conhece limites ... e tu tornaste-te ingrata para Mim; preferiste outros "amores" que te afastam de Mim e destroçaste o Meu coração ao recusares o Amor do teu Salvador ....
Ó Meu povo, que te fiz, em que te ofendi? Responde-me ...
~
Sábado Santo - dia de deserto ....
Uma vida sem Ti ... uma vida em que Tu deixasses de existir .... pedem-nos para imaginarmos como os discípulos terão vivido estes dias .... e eu não consigo. Pedem-nos para imaginarmos uma vida sem Ti; pedem-nos para imaginarmos como seria, como nos sentiríamos, o que faríamos - se Tu deixasses de existir nas nossas vidas ... e eu simplesmente não consigo imaginar. Seria um vazio tão grande, tão grande ... seria uma vazio absolutamente indescritível ...
Penso na minha vida passada, antes de ser cristã, penso na dor e no sofrimento, na superficialidade, na ausência de rumo, na ausência de amor ... mas até nessa altura da minha vida eu consigo reconhecer a Tua mão a guiar-me, o Teu carinho disfarçado, o Teu chamamento incessante - volta, volta para casa, para Mim - o Teu amor e misericórdia infinita ...
Penso na minha vida actual e tento, como me pedem, imaginar uma vida sem Ti - mas eu não consigo. A dor é demasiado grande, incomparável; o vazio seria colossal, infinito ... como posso eu imaginar uma vida sem Ti, sem Aquele que mais amo, Aquele que transforma continuamente em amor todas as coisas na minha vida, tanto grandes como pequenas, Aquele por quem eu faço (quase) tudo - simplesmente não consigo imaginar, não consigo ...
Consigo imaginar uma vida sem a mãe, sem o pai, sem os avós, sem os meus mais queridos amigos; consigo imaginar uma vida em que já não seria médica de família; consigo imaginar uma vida sem a minha casinha e a minha independência; consigo até imaginar uma vida sem saber ler, ou sem ver ou sem andar .... mas uma vida em que Tu deixasses de existir?... impossível... não consigo, não consigo sequer imaginar como seria ....
~
O nosso Deus é um Deus que faz história com cada um de nós e que faz parte da nossa História; um Deus que Se faz, tal como Se fez e tal como continuará a fazer, história - connosco.
Oh, não percamos a nossa memória ... lembra-te Israel, lembra-te Marisa, que o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor, amarás o Senhor com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças, e ao próximo como a ti mesmo, faz isto e serás feliz (Lc 10, 27-28).
É preciso fazer memória continuamente - todos os dias e, alguns momentos da nossa vida, duma forma ainda mais profunda - memória de todo o bem que o Senhor fez nas nossas vidas, de todo o Amor transbordante, de todas as aventuras, de todas as lágrimas e dores, de todos os sorrisos mais sinceros e profundos, de todas as bênçãos e graças recebidas, de toda a misericórdia, oh, de toda a misericórdia imerecida ... Não nos esqueçamos de Quem é Deus, de Quem Ele foi na nossa vida e de Quem Ele nos prometeu que sempre será. Não percamos a memória, recordemos - passemos de volta pelo coração - sim, é nosso dever estar sempre a re-avivar a nossa memória ...
~
Vigília Pascal
Os primeiros cristãos celebravam a Vigília Pascal iniciando a celebração ao pôr do sol de Sábado Santo, continuando por toda a noite adentro, até à chegada do novo dia, Domingo de Páscoa - o que pretendia simbolizar a nossa morte com Cristo, a morte do homem velho com coração de pedra, para podermos ressuscitar também com Cristo, já como homens de coração novo, de carne....
Na verdade, ainda hoje, se estivermos bem atentos, conseguiremos reparar que as diversas partes da nossa Vigília Pascal pretendem transmitir esta ideia maravilhosa e transformadora, ora vejamos:
1) Liturgia da Luz
O lume ou fogo novo como símbolo da vida nova, iluminada. O fogo como lugar de encontro e de alegria. Neste lume novo acendemos o Círio Pascal, que permanecerá aceso até ao dia de Pentecostes.
Seguimos em procissão, todos juntos, no escuro da noite, atrás do Círio Pascal nas mãos do sacerdote, a luz de Cristo que ilumina as nossas vidas - relembrando-nos da longa viagem do povo de Israel em direcção à Terra Prometida ...
2) Liturgia da Palavra
O vento como símbolo do novo alento, da nova vida, inspirada, que Jesus nos oferece. A Palavra de Deus é proclamada, em voz alta e por vezes cantada, em 7 leituras diferentes provenientes do Antigo Testamento, intercaladas com cânticos dos Salmos e 2 passagens do Novo Testamento.
Escuta Israel, escuta povo de Deus ...
3) Liturgia Baptismal
A água como símbolo da libertação e da purificação. Cantamos a ladainha dos Santos, pedindo a Sua intercessão para que ajudem a purificar a água com a qual seremos benzidos. É o dia por excelência para alguém ser baptizado e todos somos convidados a renovar as nossas próprias promessas baptismais.
Ao sermos aspergidos com a água baptismal, é como se estivéssemos a recordar (a passar de novo pelo coração) o nosso baptismo e, assim, a renovar e a reactivar, a pôr de novo em acção, todas as bênçãos e graças recebidas no dia do nosso baptismo.
4) Liturgia Eucarística
A comunhão - alimenta-me, Senhor, porque sem Ti não consigo fazer nada...
Durante o ofertório, entregamos (de volta) todas as coisas que fazem parte da nossa vida (e que Deus livremente nos ofereceu), mas entregamos em especial tudo aquilo que ainda precisa de ser transformado.
Na fracção do pão, vemos Jesus que Se dá a conhecer, que Se oferece por inteiro, abrindo-Se a cada um de nós, permitindo-Se ser partido ao meio, para poder a ficar a morar no mais fundo do nosso ser.
E, assim, quando o sacerdote nos enviar "ide e fazei discípulos de todos os povos", sabemos que não iremos sozinhos, mas com o próprio Deus dentro de nós.
Sem Mim,nada podeis fazer ... Comigo, tudo podereis fazer!
Um abençoado Domingo da Divina Misericórdia para todos!
Hoje não consigo ter palavras para vos expressar o que sinto ... assim, deixo-vos com uma das melhores canções da belíssima cantora norte-americana Danielle Rose - Crown of Thorns(Coroa de Espinhos).
3º Mistério Doloroso: A Coroação de Espinhos de Jesus
Custa-me a acreditar que estamos já no final da Quaresma .... e que amanhã entramos em pleno Tríduo Pascal! Esta Quaresma parece que passou a voar!...
Apesar de ter realizado um retiro quaresmal na primeira semana da quaresma (Missão País 2016) ... bem, digamos que parece que foi há imensoo tempo atrás!
Assim, comecei no fim-de-semana um retiro quaresmal ....virtual!
O quê, ainda vou a tempo de realizar um retiro quaresmal? Sim…
No site do Passo a Rezar, desenvolvido pelo Apostolado de Oração, podem encontrar aqui um verdadeiro Retiro Quaresmal, com o tema “Chamados a ser Santos”, inspirado na Carta de S. Paulo aos Romanos.
Este retiro pode ler lido, ou ouvido, em casa, no parque, numa pausa do trabalho ou em qualquer lugar onde estejam! Está dividido numa introdução + 7 sessões, de cerca de 10-15 min cada. Podem realizar o retiro num único dia ou podem reparti-lo por sessões: uma de manhã, enquanto tomam o pequeno-almoço ou na viagem para o trabalho; outra na hora de almoço ou ao voltarem para casa; e outra à noite, antes de irem para a cama; com o cuidado de darem sempre o tempo necessário para reflectirem bem e meditarem nas diversas perguntas que são lançadas em cada sessão.
Então, quem alinha??
A iniciativa do Passo a Rezar é magnífica, incrível e admirável! Aproveitem para pesquisarem no site outras formas de oração e podcasts* que esta plataforma imensamente abençoada nos oferece! O meu enorme e incomensurável obrigado a todas as pessoas envolvidas nesta belíssima forma de Evangelização. Rezarei pelo contínuo sucesso da vossa excelente iniciativa!
A todos vós, queridos leitores, desejo uma abençoada Semana Santa!
* - Podcast é o nome dado ao arquivo dum audio digital, normalmente em formato MP3, que é publicado através da internet.
Bem sei que na Semana Santa se privilegia o silêncio e o recolhimento interior ...
Mas se houver aí desse lado alguém como eu, que precisa sempre dum "empurrãozinho" nestas coisas, permitam-me que vos sugira a leitura de alguns textos que, na minha humilde opinião, vos irá favorecer e facilitar grandemente a reflexão e a meditação nesta que é a semana mais importante do ano:
"A Quaresma e a Semana Santa são caminhos de crescimento espiritual para ratificar, diante de nós mesmos e dos outros, que Deus passou pelas nossas vidas para fazer de nós pessoas melhores
E para que esta mudança seja verdadeira, o Senhor nos convida a deixar morrer em nós tudo aquilo que nos afasta Dele e dos outros."
“São Paulo dirá mais tarde, que um "Deus crucificado" será motivo de escândalo para os pagãos. E não será para tantos de nós, cristãos?
«As perguntas são inevitáveis: Como é possível acreditar num Deus crucificado pelos homens? Temos consciência do que estamos a dizer? Que faz Deus numa cruz? Como pode subsistir uma religião fundada numa concepção tão absurda de Deus?»”
"As lágrimas têm um lugar fundamental na nossa vida.
O choro, seja pelo sofrimento, pelo desespero ou pela angústia, constitui um primeiro passo de libertação.
Chorar é dar um lugar ao sofrimento, é colocá-lo diante de nós, é dar-lhe um rosto: ele deixa de ser parte de nós, e torna-se uma realidade que enfrentamos."