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Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Uma Jovem Católica

Sou uma jovem esposa e mãe católica portuguesa. Neste blog partilho a minha caminhada em busca da santidade e o meu encontro com o amor misericordioso do Senhor. Espero que ele vos possa ajudar a encontrar a alegria do Evangelho!

Jordânia, a terra que nos lembra de rezar

  †   Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~  2019   †  

 ~  Egipto - Jordânia - Israel - Palestina  ~ 

 

Tanto o nosso 4º como 5º dia de peregrinação estão bastante enublados na minha memória, principalmente devido à valente gastroenterite que nos assolou ... Foram os dias em que saímos do Egipto, atravessámos a fronteira e entrámos na Jordânia. Eu sinceramente só me lembro das náuseas, do mal estar geral, das cólicas intensas, da diarreia interminável e do calor, oh o calor húmido, tão intenso e difícil de suportar, que quase não nos permitia respirar ... Sim, foram dias bem difíceis... 

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Apesar disso, na Jordânia, fomos calorosamente recebidos pelo nosso novo guia jordaniano, Luai, que tinha um maravilhoso sentido de humor. Oh, Deus abençoou-nos muito com todos os guias que escolheu para a nossa peregrinação!

Ao longo dos dias e das viagens, o Luai, além de partilhar muito do seu conhecimento arqueológico, histórico, cultural e político, foi-nos abrindo aos poucos o seu coração e contando a sua história de vida.

Ele nasceu numa família muçulmana praticante mas a sua juventude levou-o a afastar-se bastante da sua religião ... o que não correu nada bem, claro. Com a idade (e com as dificuldades da vida), aos poucos o Luai foi-se aproximando de novo do Deus a que ele chama Alá e da religião dos seus pais e irmãos, o Islão, que hoje vive em pleno.

 

Sabem, eu nunca tinha ouvido um muçulmano falar de Jesus. Não estava, de todo, preparada para o enorme respeito e admiração com que o Luai nos falaria de Jesus - um dos Profetas mais importantes no Islamismo, pelo o que ele nos contou - e muito menos de Maria! Sim, pelos vistos, as mães são muitíssimo valorizadas na religião Islã, e a Mãe de um dos principais Profetas não é excepção... 

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Com a ajuda e as explicações do Luai, foi possível aprender e compreender bastante acerca do Islão - que é talvez uma das poucas religiões que eu não tinha explorado na minha própria juventude...

 

Mas, apesar de tudo, parece-me que o Islão, tal como o Judaísmo, é daquelas religiões que apenas percebeu uma parte da mensagem de Deus à humanidade por Ele criada e tão, tão amada ... Sim, parece que não a compreenderam por completo, em pleno, na totalidade... Deixaram "escapar" muitas coisas importantes e uma delas, parece-me, é que Deus não deseja ser conhecido como o Deus da Vitória, nem do Poder, nem do Sucesso, nem da Glória, nem da Vingança ... mas quer, sim, ser conhecido (intimamente conhecido, por cada um de nós) como o Deus que é Amor, Misericórdia, Bondade,  Humildade, Perdão ...

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Uma das coisas que eu ouvia os outros peregrinos a comentarem, ao longo da nossa viagem, era o quanto lhes incomodava ouvirem, cinco vezes ao longo do dia, o bem audível chamamento religioso das mesquitas locais (o Salat)...

Até hoje, continuo sem saber dizer bem se vi mais mesquitas no Egipto ou na Jordânia (a meu ver, havia uma em cada esquina em ambos!), mas nestes dois países, este longo e audível chamamento estava sempre presente, onde quer que fossemos, aonde quer que tivéssemos...

 

O primeiro chamamento do dia ocorria bem antes do sol nascer, o que, nestes países, acontecia por volta das quatro e meia da manhã e depois às cinco e meia (e garanto-vos que acordava toda a gente!). O segundo, ao meio dia; o terceiro, por volta das quatro da tarde; o quarto pelas dezoito ou dezanove horas e o último, uma hora e meia depois do pôr do sol, ou seja, por volta das vinte e duas horas. 

 

Para mim, este chamamento era bastante bem-vindo - porque lembrava-me sempre da principal razão da minha peregrinação - rezar!

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Mar Morto, lado jordaniano

 

A minha maior admiração foi, contudo, descobrir que a maioria dos peregrinos não fazia ideia que também nós, católicos, somos chamados a rezar várias vezes por dia, seguindo a Liturgia das Horas (ou Ofício Divino). Sim, é mesmo verdade: também nós somos chamados a largar, por breves momentos, a nossa cama quentinha e fofa, o nosso trabalho diário, as nossas refeições, as nossas tarefas, a nossa noite; e elevar o nosso coração, nem que por breves instantes, até junto de Deus, agradecendo-Lhe e louvando-O por todas as bênçãos que continuamente recebemos, e pedindo-Lhe o auxílio necessário para fazermos santamente todas as actividades da nossa vida - tal como vemos acontecer logo no livro dos Actos dos Apóstolos!

 

Chamam-se Laudes - a primeira oração da manhã, em que oferecemos o nosso novo dia ao Senhor; Hora Intermédia - a oração a meio do nosso dia de trabalho, para nos fazer lembrar da verdadeira razão pela qual fazemos tudo; Vésperas - a oração do final da tarde, em que agradecemos ao Senhor pelo nosso dia; e, por fim, Completas - a oração da noite, antes mesmo de ir para a cama, fazendo o nosso exame de consciência.

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Mar Morto, lado jordaniano

Também estas devem ser orações públicas e comunitárias, tal como ainda hoje acontece nos conventos, nos mosteiros e em diversas igrejas, tanto grandes como pequeninas, espalhadas pelo mundo ... mas, como isso raramente é possível nas nossas vidas agitadas, a Igreja permite-nos que façamos estas orações duma forma mais isolada e interiormente. 

 

E as orações que somos convidados a ir fazendo ao longo do dia, têm de ser sempre fixas e estruturadas e lidas dum livro? Oh, claro que não!

Pode ser qualquer oração que o vosso coração faça ou precise, naquele momento; pode ser um cântico; pode ser um pequeno Nós, Jesus... ou um Senhor, obrigado ... um Por Ti, meu Deus ... um Senhor ofereço-te ... um Jesus ajuda-me ... um Espírito Santo inspira-me ... um Maria, sê minha mãe também ... 

Como sabem, as Famílias de Caná são peritas neste tipo de mini-orações 

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Mar Morto, lado jordaniano

 

É verdade, podemos não ter exactamente alguém a cantar ao microfone às horas certinhas e altifalantes espalhados pela cidade (como os países muçulmanos têm), ou então belos sinos a tocar (como nos conventos) que nos relembrem de parar e rezar.

Mas temos sim, se o nosso coração estiver disposto a ouvir, outros tipos de "chamamentos" - o despertador a tocar, as buzinas dos carros no trânsito ou o apito do comboio ou metro, a campainha da escola, a pausa do almoço, o filho que quer insistentemente lanchar, a fila no supermercado, a campainha do microondas ou do forno a dizer-nos que o jantar está pronto, o suspiro ao deitar finalmente a cabeça na almofada, o choro do bebé que nos vai acordando ao longo da noite ... que nos lembram de parar e rezar ....

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Mar Morto, lado jordaniano

 

Talvez uma das perguntas que mais me fazem no trabalho, quando descobrem que eu sou uma médica católica, é perguntar: porque é que vocês católicos rezam tanto?

Ora, eu desafio-vos a escolherem um Evangelho, a abrirem uma página ao calhas e a tentarem descobrir uma única página onde não exista uma referência de Jesus a rezar ou a dizer-nos insistentemente para o fazer! 

Vá, tentem lá descobrir, se conseguirem, e eu até vos dou um rebuçado! 

 

Para nós, cristãos e católicos, rezar devia ser tão essencial e presente como respirar ...

 

Para quem quiser aprender um pouco mais sobre a Liturgia das Horas, pode ler aqui.

 

  †   Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~  2019   †  

 ~  Egipto - Jordânia - Israel - Palestina  ~ 

O início duma grande aventura

Aclamai a Deus, terra inteira,
cantai a glória do Seu nome, 
celebrai os Seus louvores,
dizei a Deus: «Maravilhosas são as Vossas obras».

Vinde contemplar as obras de Deus, 
admirável na Sua ação pelos homens.
Bendizei, ó povos, o nosso Deus, 
fazei ressoar a voz do Seu louvor.

Todos os que temeis a Deus, vinde e ouvi, 
vou narrar-vos quanto Ele fez por mim.

Salmo 66

 

Salmo da Eucaristia de hoje, dia 14 de Agosto .... que não podia ser mais apropriado!

Aliás, todas as leituras deste Tempo Comum do ano C, desde o Pentecostes, têm sido muitíssimo adequadas para a preparação do meu coração e da minha vida para a aventura a que Deus me chamava...

Alguém tem acompanhado as leituras da missa diária? Ao longo destas longas semanas, a Igreja tem-nos ajudado a relembrar as nossas origens, o princípio da nossa Fé, o início da história de amor de Deus por cada um de nós ...

Acompanhámos a bela e longa história de Abraão, do seu enamoramento por Deus, da sua Fé firme e contagiante no único Deus verdadeiro. Acompanhámos a história do seu filho tão amado, Isaac, e depois do seu neto, Jacob, que, de tantas e tantas formas, prefiguram Jesus. Acompanhámos a fantástica história de José, duramente incompreendido e acusado falsamente, mas que acaba por salvar todo o povo hebreu.

E acompanhámos, até às leituras do dia de hoje, a entusiasmante história de Moisés, aquele que falava longamente com o Senhor, face a face, como o seu melhor amigo e que, graças a este profundo enraizamento no amor de Deus, foi capaz de realizar feitos extraordinários - como vencer um Império aparentemente indestrutível e chefiar sabiamente um dos maiores êxodos da história da humanidade!

Enquanto isto, as leituras dos Evangelhos têm-nos vindo a contar os milagres, as curas e principalmente os ensinamentos (tão ousados e radicais naquela cultura e contexto) de Jesus ... 

Oh, nada melhor para me ajudar a preparar para o que iria ver e viver no início deste mês de Agosto, tão aguardado e desejado.

 

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Amigos, alegrem-se comigo - cheguei ontem da Terra Santa. Sim, da Terra Santa!  

Pela graça sempre tão abundante de Deus, tive a oportunidade de poder peregrinar durante 10 dias desde o Egipto até à Terra Santa, seguindo exatamente o percurso e a história do povo de Deus, até chegar à Terra Prometida! 

Mas, ainda mais maravilhoso que tudo, foi poder estar e tocar e ver alguns dos locais mais importantes durante a vida de Jesus aqui na nossa Terra. Lugares em que aconteceram factos de tal importância, como a Anunciação do Anjo Gabriel a Nossa Senhora, o nascimento de Jesus em Belém, a instituição da Eucaristia e do nosso primeiro Papa Simão Pedro, a morte de Jesus no Calvário, a sua esplendorosa Ressurreição, o fulgor, a alegria e a vida após o Pentecostes ... 

 

Oh, tenho tanto para vos contar! Tanto para partilhar! Tanto!

Aos pouquinhos, assim o farei nos próximos posts ... 

 

  †   Peregrinação: do EGIPTO à TERRA SANTA ~  2019   †  

 ~  Egipto - Jordânia - Israel - Palestina  ~ 

Lições de humildade ...

O Senhor levou-me a viver inúmeras aventuras, com Ele, neste ano de 2018, ano esse que agora termina para dar lugar a um novo ano - cheio de possibilidades, oportunidades, sonhos, conquistas e lições ....

 

Neste ano de 2018, iniciei a minha profissão como médica, passando por diversos serviços e áreas, passando da teoria abstrata, impessoal e indiferente para a prática real, imperfeita, humana, personalizada. Agora, neste ano de 2019, iniciarei a minha formação específica para me tornar médica de família, um processo que será, sem dúvida, díficil e muito trabalhoso, e que durará pelo menos 4 anos ...

Neste ano de 2018, consolidei a minha vocação como catequista na minha paróquia, oferecendo-me verdadeiramente de corpo e alma, aceitando (uns dias melhores que outros) todas as contrariedades e dificuldades que foram surgindo pelo caminho, e aceitando desafios que outrora jamais teria tido a coragem de o fazer ...

Neste ano de 2018, assumi publicamente (no meu coração, já o tinha feito há muito tempo...) o meu compromisso com o movimento das Famílias de Caná, após um (demasiado longo) período de discernimento acerca do meu papel, como leiga solteira, dentro do movimento, e assim tornei-me numa activa Jovem de Caná - à semelhança de Nossa Senhora quando ainda solteira....

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Neste ano de 2018, passei também por um intenso processo de discernimento vocacional, após ter aumentado, a passinhos de bebé (mas sempre aumentando, graças a Deus!), a minha vida de oração, e agora encontro-me num estado de maior claridade, desapego e entrega à vontade de Deus para a minha vida ...  

Por fim, neste ano de 2018, tomei a difícil e custosa decisão de sair da casa dos meus pais, para vir viver sozinha numa casinha, bem juntinho da casa de Jesus, e, com esta última decisão, as pequenas portas e janelas que ainda pudessem estar a impedir a ação do Espírito Santo, foram finalmente escancaradas e plenamente abertas às Suas infinitas Graças (até ao dia em que eu voltar a fechar alguma, novamente - convosco também é assim?)

 

Houve, sem dúvida, outros acontecimentos marcantes e significantes que podia referir, mas penso que estes servirão para explicar, pelo menos em parte, como cheguei às pequenas reflexões que hoje queria partilhar convosco. São anotações soltas que eu fui escrevendo ao longo do ano, no meu caderno espiritual. Todas elas partiram de situações difíceis, em que o meu orgulho e egoísmo desmedidos tiveram de morrer (aos bocadinhos, claro) - autênticas lições de humildade que Deus, tão carinhosa e pacientemente, me tem vindo a ensinar....

 

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O ano de 2018, para mim, podia ter perfeitamente como tema e título - "Crescer em intimidade com Deus": crescer mesmo quando custa e dói, sem medo das mudanças, das transformações, daquilo que se perde e que tem de morrer, para algo melhor e mais santo poder germinar, nascer, crescer e florir; intimidade - um dos desejos mais profundos do nosso coração - com Deus, por Deus, em Deus ...

 

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Neste ano, compreendi finalmente (de coração) que o nome que melhor revela a vocação da mulher é maternidade, é ser mãe; e que o verbo que melhor define a vocação da mulher é receber e estar sempre aberta à vida ... Esta vocação está profundamente enraizada no nosso coração, por mais que a neguemos ou tentemos fugir dela, e apenas encontraremos a felicidade verdadeira, plena, permanente, eterna e inalterável, independentemente das circunstâncias da vida, se a aceitarmos de braços abertos - à semelhança de Maria.

 

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Neste ano, descobri que um dos maiores desejos do meu coração é receber Aquele que mais quero amar, Aquele que mais me ama, Aquele que é o amor, Aquele que é o meu Amado ...

Receber é uma palavra maravilhosa e divina, mas também é uma palavra difícil e muito exigente. Para eu poder receber, tenho de estar disposta a ser e estar vulnerável - oh, a vulnerabilidade de receber! - tenho de admitir e aceitar que tenho uma necessidade, que algo me falta, de que preciso de algo que não tenho e que não sou capaz ... Admitir e aceitar isto, pode ser assustador ao princípio, pode deixar-nos com medo e fazer-nos sentir ansiedade - e o mundo de hoje tem tantas formas apelativas de nos afastar desta realidade e de nos fazer esquecer estes sentimentos que, ao contrário do que popular e socialmente se propaga, não nos faz mal nenhum, antes pelo contrário - dá-nos vida e felicidade!

 

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O que significa intimidade, Senhor? O que significa ser íntimo de alguém, mas especialmente de Ti?

É sentir-se plenamente "em casa" na presença de alguém. É aceitar ser-se perfeita, total e completamente conhecida tal como sou - cheia de vícios, defeitos e pecados, cheia de feridas abertas e outras em resolução, "cheia" de espaços vazios e de pedaços que faltam - e, ainda assim, aceitar ser-se amada ... por aquele Amor louco e infinito de Deus que, tal como um dilúvio, é capaz de nos encher até transbordar, de inundar completamente todos os buracos e espaços vazios, de limpar todas as feridas, de remover todas as minhas manchas e sujidades e de santificar e purificar todos os meus desejos ... Intimidade significa eu poder ser, livremente, quem sou - sem máscaras, sem medos, sem sentir necessidade de ser aprovada, nem de conseguir ser ou fazer algo ... para ser amada.

 

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Mas, como se chega a essa intimidade - conTigo? Como podemos nos tornar íntimos?

Para se ser íntimo, é necessário confiar no outro. Em que se baseia a confiança?

Em promessas realizadas. Num amor que tenha sido comprovado e testado, que tenha sido posto à prova no fogo, por diversas vezes, e ainda assim subsistir - e até aumentar de intensidade - apenas um amor assim pode chegar a esse nível de intimidade que eu tanto desejo .... E, na minha vida, Deus já me deu mais do que provas suficientes do Seu amor....

 

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É realmente um dos desejos mais profundos do nosso coração ser-se conhecido e amado: é alguém conhecer toda a nossa história de vida, todo o nosso ser e, ainda assim, aceitar-nos e amar-nos. 

 

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Se tivermos a coragem de olhar para o mais profundo do nosso coração, descobriremos que desejamos ser intimamente conhecidos; que desejamos permitir que possamos ser vistos, conhecidos e admirados; que desejamos permitir ser acarinhados e amados....

O maior desejo de Jesus (por inúmeras vezes e por inúmeras vozes Ele nos disse isto!) é oferecer-nos o Seu amor, é satisfazer e realizar todos estes nossos desejos mais profundos ... porque não O permitimos de vez?

Porque ainda tento eu fazer coisas, ser assim ou assado e, desta forma, "provar" a Deus que mereço o Seu amor...? Quem penso eu que sou? Merecer o amor de Deus? Como se fosse possível ... que heresia! Que pecado tão grande! Afinal, quem é para mim Jesus?....

 

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Olho para Jesus na cruz - um dia, li algures que a cruz é o leito matrimonial de Jesus. Sim, leito matrimonial ...

Ali, Jesus encontra-se nu e sem qualquer proteção. Nada possui. Está completamente vulnerável e sem qualquer segurança a que se agarrar. Ali está Jesus - pregado, aberto, indefeso, vulnerável ... 

E o Seu maior desejo é tornar-se Um connosco. É abraçar os nossos medos, inseguranças, traumas e dores. É amar-nos completa e infinitamente....

Jesus, na cruz, não se preocupa em proteger-se a Si mesmo - o que apenas deseja é oferecer-se a Si mesmo, é entregar-se - por nós ...

 

Amar ~ Oferecer ~ Receber ~ Confiar ~ Amar

 

 

"Bendiz o Senhor, ó minha alma.

A minha única alegria encontra-se no Senhor.

Ao Senhor, glória eterna! Aleluia!"

Salmo 103

 

Um abençoado ano novo para todos! Que aceitem o convite de Deus, para crescerem em intimidade com Ele, ao longo deste ano ...

A vivência da fé na juventude

Deus tem-me mantida bastante ocupada nestas últimas semanas.... e parece que vou continuar assim, pelo menos, durante mais algumas semanas. Para além de todo o trabalho que envolve a minha profissão como médica, tem-me sido oferecido diversas oportunidades para servir a minha paróquia, às quais, pela graça de Deus, tenho tido finalmente a coragem de aceitar, com a alegria de quem se sacrifica por amor. Além disso, a minha própria vida está a sofrer uma grande mudança - dentro em breve, sairei da casa dos meus pais e irei viver sozinha. Mas, a seu tempo, contar-vos-ei todas estas aventuras com Deus.

 

Hoje, queria partilhar convosco um pequeno documentário da Opus Dei (cerca de 30 min, divididos em pequenos vídeos legendados), acerca da vivência da Fé Católica por diversos jovens adultos espalhados por todo o mundo. Um óptimo recurso para a Catequese da adolescência   (e não, a Marisa que aparece nos vídeos não sou eu)

 

A Fé aos 20 anos - Introdução

A fé aos 20 anos (1): Querer saber mais

A fé aos 20 anos (2): "Fé que leva a servir" 

 

A fé aos 20 anos (3): Encontrar Deus a cada dia

 

A fé aos 20 anos (4): Fazer o ambiente  

 

 

A fé aos 20 anos (5): Pertenço a uma família 
 

 

 A fé aos 20 anos (6): Dar-se por completo a Deus

 

A fé aos 20 anos (7): Viver um namoro cristão

 

A fé aos 20 anos (8): Uma graça que muda a sua vida

 

 A fé aos 20 anos (9): Cristo na minha vida

 

 A fé aos 20 (10): Partilhar a fé

 

Um abençoado fim-de-semana para todos!

Uma Rainha diferente de todas as outras

Por causa do recente casamento real britânico, durante várias semanas (ou melhor durante meses!) quase toda a gente andou a falar de reis e rainhas, príncipes e princesas, e a discutir como seriam as suas vidas....

Como deve ser a educação duma princesa, duma futura, possível rainha?

O que deve saber, o que deve fazer, como se deve vestir, como deve falar?

Ninguém duvida que para se ser princesa ou rainha é necessária uma esmerada preparação; afinal, é um cargo de tanta importância e impacto....

 

Domingo, oração do Santo Terço.

Mistérios Gloriosos: 5° Mistério, a coroação de Nossa Senhora como Rainha do céu e da terra.....

Pai Nosso, que estais nos Céus ....

Meu Deus, que diferença tão grande! A diferença não podia ser maior!

Como a vida, a história e a pessoa de Nossa Senhora é imensamente diferente da das outras rainhas deste mundo...

 

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Avé Maria, cheia de graça ... 

Maria nasceu numa família pobre e humilde, longe de qualquer realeza ou regalias... 

Viveu grande parte da sua vida numa pequena aldeia, na escondida e esquecida Galileia ....

Segundo a Tradição da Igreja, terá recebido alguma forma de educação no Templo de Jerusalém, mas não consigo deixar de pensar que muito mais terá ela aprendido ao lado das outras mulheres simples, comuns judias, mães de famílias numerosas, que trabalhavam de sol a sol ... e não de professoras de etiqueta...

Maria terá planeado na sua juventude uma vida de serviço, consagrada unicamente a Deus ... muito longe da vida rodeada de repórteres, de curiosos e de bajuladores que a realeza deste mundo tem de viver ... 

Mas, ainda assim, Maria aceitou livremente, cheia de amor e graça, a mudança radical de vida que Deus lhe propôs, sem deixar que o medo do futuro desconhecido a dominasse um só segundo ...

A vida simples de ser esposa dum mero carpinteiro, cheia de pequenas santificações e renúncias no dia a dia, sem criados à sua volta para fazer tudo e mais alguma coisa ...

Maria que, nem sequer grávida de termo, em pleno trabalho de parto, ninguém aceitava receber nas suas casas e nos seus corações ....

Nossa Senhora que conheceu a dor de ter um esposo que, se mo permitirem dizer assim, chegou a ponderar o divórcio ... que conheceu a dor da viuvez e a dor de ver o seu único filho morrer... 

Nunca houve na sua vida nada semelhante a uma tiara de diamantes ... mas apenas uma coroa de espinhos e um coração transpassado ...

Uma Rainha, que nunca sonhou, nunca imaginou ser uma. Uma Rainha apenas coroada, com uma coroa de estrelas, após a sua morte, após ter sido levada pelos Anjos em corpo e em espírito até ao Céu ...

E assim 10 Avés-Marias ...

 

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo ...

E, apesar de ter sido coroada Rainha, ainda assim é a primeira a estender os braços a qualquer pobre e imundo pecador que lhe peça auxílio e intercessão, está sempre acessível para nos ouvir e ajudar em qualquer instante, está sempre pronta para ser nossa Mãe. 

 

Não temos só uma maravilhosa e extraordinária Rainha no Céu a rogar por nós, temos uma Mãe! 

Salvé Rainha, Mãe de misericórdia ... 

Felizes os pobres em espírito e felizes os mansos

Deixemo-nos incomodar, profundamente, até nos fazer mudar, pelas palavras do nosso querido Papa Francisco...

 

"A palavra «feliz» ou «bem-aventurado» torna-se sinónimo de «santo», porque expressa que a pessoa fiel a Deus e que vive a sua Palavra alcança, na doação de si mesma, a verdadeira felicidade."

 

"As bem-aventuranças não são, absolutamente, um compromisso leve ou superficial; pelo contrário, só as podemos viver se o Espírito Santo nos permear com toda a sua força e nos libertar da fraqueza do egoísmo, da preguiça, do orgulho.

Voltemos a escutar Jesus, com todo o amor e respeito que o Mestre merece. Permitamos-Lhe que nos fustigue com as suas palavras, que nos desafie, que nos chame a uma mudança real de vida. Caso contrário, a santidade não passará de palavras. "

 

«Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu»

"O Evangelho convida-nos a reconhecer a verdade do nosso coração, para ver onde colocamos a segurança da nossa vida. Normalmente, o rico sente-se seguro com as suas riquezas e, quando estas estão em risco, pensa que se desmorona todo o sentido da sua vida na terra."

" As riquezas não te dão segurança alguma. Mais ainda: quando o coração se sente rico, fica tão satisfeito de si mesmo que não tem espaço para a Palavra de Deus, para amar os irmãos, nem para gozar das coisas mais importantes da vida. Deste modo priva-se dos bens maiores. Por isso, Jesus chama felizes os pobres em espírito, que têm o coração pobre, onde pode entrar o Senhor com a sua incessante novidade."

Ser pobre no coração: isto é santidade!

 

«Felizes os mansos, porque possuirão a terra»

Alguém poderia objetar: «Mas, se eu for assim manso, pensarão que sou insensato, estúpido ou frágil». Talvez seja assim, mas deixemos que os outros pensem isso. É melhor sermos sempre mansos, porque assim se realizarão as nossas maiores aspirações: os mansos «possuirão a terra», isto é, verão as promessas de Deus cumpridas na sua vida. Porque os mansos, independentemente do que possam sugerir as circunstâncias, esperam no Senhor, e aqueles que esperam no Senhor possuirão a terra e gozarão de imensa paz (cf. Sal 37/36, 9.11). Ao mesmo tempo, o Senhor confia neles: «é nos humildes de coração contrito que os meus olhos se fixam, pois escutam a minha palavra com respeito» (Is 66, 2).

Reagir com humilde mansidão: isto é santidade.

 

Papa Francisco, encíclica Gaudete et Exsultate, 64-65,67-68,74

Sede santos!

Já pararam para ler a nova encíclica do Papa Francisco, especialmente dedicada ao chamamento à santidade de cada um de nós? Eu acho que deviam parar qualquer livro que estejam a ler neste momento e lerem as inspiradoras palavras que o nosso querido Papa nos ofereceu.

Aquilo que ele nos diz incomoda tanto quanto nos incentiva a fazer melhor e a tentar novamente - com a graça de Deus.

 

Assim, pretendo partilhar convosco alguns excertos desta maravilhosa encíclica nos próximos posts, de modo a estimular a vossa curiosidade para a irem ler (e meditar) na íntegra.

 

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"O Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados (...) porque o Senhor escolheu cada um de nós «para ser santo e irrepreensível na Sua presença, no amor.» (Ef 1,4)" 

 

"Uma pessoa não deve desanimar quando contempla modelos de santidade que lhe parecem inatingíveis. Há testemunhos que são úteis para nos estimular e motivar, mas não para procurarmos copiá-los, porque isso poderia até afastar-nos do caminho, único e específico, que o Senhor predispôs para nós. Importante é que cada crente discirna o seu próprio caminho e traga à luz o melhor de si mesmo, quanto Deus colocou nele de muito pessoal (1 Cor 12,7) e não se esgote procurando imitar algo que não foi pensado para ele. "

 

"Isto deveria entusiasmar e animar cada um a dar o melhor de si mesmo para crescer rumo àquele projeto, único e irrepetível, que Deus quis, desde toda a eternidade, para ele: «antes de te haver formado no ventre materno, Eu já te conhecia; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei» (Jer 1, 5).

Para ser santo, não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso. Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade esteja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim. Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. És uma consagrada ou um consagrado? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais.

Deixa que a graça do teu Batismo frutifique num caminho de santidade. Deixa que tudo esteja aberto a Deus e, para isso, opta por Ele, escolhe Deus sem cessar. Não desanimes, porque tens a força do Espírito Santo para tornar possível a santidade e, no fundo, esta é o fruto do Espírito Santo na tua vida (cf. Gal 5, 22-23). Quando sentires a tentação de te enredares na tua fragilidade, levanta os olhos para o Crucificado e diz-Lhe: «Senhor, sou um miserável! Mas Vós podeis realizar o milagre de me tornar um pouco melhor»."

Papa Francisco, encíclica Gaudate et Exsultate, 1,2,11,13-15

 

Entrega

Então, Marisa, que é feito de ti?

 

A entrega é o primeiro passo de uma veloz caminhada de sacrifício, de alegria, de amor, de união com Deus. - E assim, toda a vida se enche de uma bendita loucura, que faz encontrar felicidade onde a lógica humana só vê negação, padecimento, dor...

São Josemaria Escriva, Sulco, 2

 

Entrega, muita entrega... 

Bendita loucura esta, de oferecer, cada vez mais, de oferecer tudo, a Deus, nosso Senhor...

 

Um abençoado Domingo da Ascensão de Jesus

E um abençoadíssimo dia de Nossa Senhora de Fátima