Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos
Eu sempre gostei muito de arte. Houve, inclusive, uma altura da minha vida em que pensei seriamente em seguir Artes Plásticas. Contudo, a minha paixão por Medicina era mais forte, e acabei por mudar de ideias. Apesar disso, sempre que posso dedico-me a pintar, a criar, a imaginar e a desenvolver diferentes formas de arte.
Recentemente tornei-me fã de arte bíblica, como podem ver pela minha pasta no Pinterest. Um artista cujas obras tive o prazer de conhecer recentemente chama-se Yongsung Kim. Este pintor é coreano e cristão, e como podem ver aqui e aqui, cria obras lindíssimas!!
As suas obras exercem sempre sobre mim uma grande reacção emocional. Este pintor gosta principalmente de representar Jesus, e fá-lo com uma mestria sem igual. Eu adoro adoro adoro as suas pinturas!
Houve uma pintura que me marcou particularmente. Mal a vi, lembrei-me duma passagem do Evangelho de São Mateus, que tinha lido pela primeira vez no dia anterior, e que diz o seguinte:
«Vinde a Mim todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.
Tomais sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim,
que sou manso e humilde de coração,
e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve.»
Mateus 11:28-30
Esta é capaz de ser a minha passagem favorita do Novo Testamento.
Para sermos médicos, temos de estar dispostos a realizar vários sacrifícios. Sacrifícios físicos como dormir pouco e trabalhar muito (é normal estudarmos entre 12 a 14 horas diárias …. ou mais!). Abdicamos de todos os fim-de-semanas, faltamos a reuniões familiares e deixamos de puder sair com os amigos. Deixamos de ir ao cinema, de ver televisão e de ter outras actividades além de faculdade, faculdade, faculdade!
Ao longo do curso, temos de aprender a viver com muito stress, a tomar decisões rapidamente e a lidar com muita responsabilidade. Nós trabalhamos com o bem mais precioso das pessoas, a sua saúde e a dos seus queridos familiares. Nós temos, por vezes, literalmente, as vidas das pessoas nas nossas mãos. Adicionem a isto a pressão dos exames, dos professores e dos colegas, a competição, a frustração e o erro constantes.
Passamos também por vários sofrimentos psicológicos. Não é fácil vermos tanta gente a sofrer. Não é mesmo nada fácil. Há dias em que vemos doenças terríveis, que nos transformam profundamente. Nós vemos as pessoas no seu maior momento de fragilidade. Por vezes, vemo-las no mais puro sofrimento. Vemo-las a serem vencidas e a morrer.
E apesar de hoje a medicina já estar muito evoluída e de podermos fazer muita coisa pelos nossos doentes, isso nem sempre é possível. Infelizmente, há muitos dias em que nos sentimos incompetentes, inúteis, incapazes. Sentimo-nos presos, sem pudermos fazer nada. Sentimo-nos verdadeiramente mal de cada vez que não podemos salvar uma pessoa.
Nesses dias, descobri através desta passagem, Jesus convida-nos a encontrarmos n’Ele o nosso repouso e o descanso para as nossas dúvidas. Jesus convida-nos a pousarmos sobre Ele o peso dos nossos fardos, das nossas preocupações, das nossas incapacidades, dos nossos erros, do nosso cansaço, dos nossos pecados. Porque, ao contrário do mundo e das coisas mundanas, que nos carregam ainda mais de dúvidas, interrogações e pesos, Jesus diz-nos “Vinde a Mim, e Eu vos darei descanso”. Jesus, que “nos conhece mais do que nós mesmos”, sabe exactamente o que precisamos: do Seu amor. E Jesus está disposto a receber-nos de braços abertos, apesar de todos os nossos pecados. Realmente, não há outro amor como o Seu.
Ele é o único remédio para as nossas enfermidades, o único conforto para o nosso cansaço, o único alívio para as nossas dores.
Assim, decidi criar uma imagem em que juntei a pintura e a passagem. Eis o resultado:
Caso estejam interessados em imprimir o documento que criei, podem fazer o download aqui ou então aqui.
Deixemos, diariamente, que os nossos fardos sejam levados por Jesus.
E aceitemos, na sua vez, o fardo que Ele nos dá. Um fardo suave e de carga leve. Um fardo que nos ensina a ter, tal como Jesus, um coração manso e humilde.